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CIÊNCIAS PENAIS

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CIÊNCIAS PENAIS 
Princípios Penais 
Os princípios penais são, pois, princípios constitucionais. A maior parte dos princípios consta explicitamente do texto constitucional. Mas outros há – implícitos – que resultam da interpretação dos valores que a própria Constituição consagra, como é o caso dos princípios de proporcionalidade e lesividade. (Greco)
E os princípios penais representam limitações importantes ao poder de punir, razão pela qual constituem autenticas garantias (politicas) individuais oponíveis ao próprio exercício do poder punitivo estatal. A constituição pretende, portanto, proteger o individuo duplamente, insto é, por meio do direito penal e contra o direito penal. (Greco) 
Princípio da Legalidade 
É o principio da legalidade, sem dúvida alguma, o mais importante do direito penal. Conforme se extrai do Art. 5º, inciso XXXIX da CF, que diz: “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”, a lei é a única fonte do Direito Penal quando se quer proibir ou impor condutas sob a ameaça de sanção. Tudo o que não for expressamente proibido é lícito em direito penal. 
O princípio da legalidade possui quatro funções fundamentais: 
1- Proibir a retroatividade da lei penal;
2- Proibir a criação de crimes e penas pelos costumes; 
3- Proibir o emprego de analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas; 
4- Proibir incriminações vagas e indeterminadas.
	OBS.: No direito penal, o princípio da legalidade é indissociável de três consequências logicas: reserva legal, anterioridade e taxatividade. 
Reserva legal 
O aludido principio, cuidado pelo art. 5º, inciso XXXIX, da CF, representada a um tempo, uma limitação formal e material.
Legalidade Formal 
Dito instituto entende-se a obediência aos trâmites procedimentais previstos pela constituição para que determinado diploma legal possa vir a fazer parte de nosso ordenamento jurídico. Assim, por exemplo, no que diz respeito á lei ordinária, para que se constate a sua legalidade formal, dever-se-á, após a iniciativa e discussão do projeto em plenário por ambas as casas do Congresso Nacional, obter maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros, conforme determina art. 47 da CF.
Contudo, em um Estado Constitucional de Direito, no qual se pretenda adotar um modelo penal garantista, além da legalidade formal deve haver, também, aquela de cunho material. Devem ser obedecidas não somente as formas e procedimentos impostos pela Constituição, mas também, principalmente, o seu conteúdo, respeitando-se suas proibições e imposições para a garantia de nossos direitos fundamentais por ela previstos. (Greco)
	OBS.: MEDIDAS PROVISÓRIAS E OUTROS ATOS LEGISLATIVOS REGULANDO MATÉRIAS PENAIS 
Só por Lei, em sentido estrito, emanada do poder legislativo, o Estado poderá legislar sobre matéria penal, definindo as infrações penais e cominando as respectivas sanções; são inconstitucionais, portando, atos legislativos que, sem revestirem o status de lei, pretendam definir crimes ou cominar penas. (Queiroz) 
Embora fosse esse o entendimento da maioria de nossos doutrinadores, muito se discutiu sobre a possibilidade de as medidas provisórias regularem matéria de Direito Penal. Assim, depois de anos de discussões doutrinarias e jurisprudências, a vedação constitucional foi bem-vinda, mesmo que tardia, acabando, de uma vez por todas, com a possibilidade de o Poder Executivo legislar sobre matéria de Direito Penal por intermédio de suas medidas provisórias. (Greco)
No entanto, mesmo após o advento da emenda constitucional nº 32, há quem admita medida provisória apenas quando o teor desta beneficiar o agente. (Greco) 
ANTERIORIDADE 
De acordo com o princípio da anterioridade, a lei penal deve necessariamente preceder ás infrações penais nela previstas com condição de validade, pois do contrário a norma acabaria por incidir sobre condutas que até então não constituíam ilícito penal ou que eram punidas menos gravemente. Justamente por isso, a nova lei só poderá ser aplicada a fatos futuros e não pretéritos, exceto se favorecer o réu. Em consequência, com regra geral vigora a irretroatividade da lei penal, não podendo a nova lei alcançar fatos anteriores à sua vigência. 
A regra geral, trazida no próprio texto da CF, é a da irretroatividade IN PEJUS, ou seja, a absoluta impossibilidade de a lei penal retroagir para qualquer modo, prejudicar o agente; a exceção é retroatividade IN MELLIUS, Quando a lei vier, também, de qualquer modo, favorece-lo, conforme se dessume do inciso XL do seu art. 5º, assim regido: “ alei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. 
TAXATIVIDADE 
Significa que a lei penal deve ser certa e determinada, sem deixar duvidas quanto à conduta que se quer punir (Ex.: avaliar os critérios distintivos entre o que seria um traficante e um usuário de drogas na lei nº 11.343/06).
Não basta que a lei defina o crime e comine a respectiva pena, porque o Estado sempre poderá iludir semelhante garantia de legalidade de seus atos por meio da edição de leis penais de conteúdo excessivamente impreciso ou vago. Por isso, o principio implica a máxima determinação e taxatividade dos tipos penais, impondo-se ao poder legislativo na elaboração das leis que formule tipos penais com a máxima precisão de seus elementos e ao judiciário que os interprete adequadamente. 
	OBS.: NORMAS PENAIS EM BRANCO/NORMAS PENAIS PRIMARIAMENTE REMETIDAS.
	
São normas cujo conteúdo não está integralmente preenchido, carecendo de complementação. Para que possam ser compreendidas e aplicadas.
Normas penais em branco são aquelas em que há necessidade de complementação para que se possa compreender o âmbito de aplicação de seu preceito primário. Isso significa que, embora haja uma descrição da conduta proibida com seus elementos essências (objetivos, subjetivos ou normativos) e cominar a respectiva pena, essa descrição requer, obrigatoriamente um complemento extraído de um outro diploma de mesmo grau hierárquico (homogêneo) ou de grau inferior (heterogêneo) – Leis, decretos, regulamentos, etc – para que possam, efetivamente, ser entendidos os limites da proibição ou imposição feitos pela lei penal, uma vez que, sem esse complemento, torna-se impossível sua aplicação. 
Normas penais em branco homogêneas/improprias/em sentido amplo/homologas. 
Quanto ao seu complemento é oriundo da mesma fonte legislativa (de mesma hierarquia) que editou a norma que necessita de complemento (CC – CP; CP – CP).	
Normas penais em branco heterogêneas/próprias/em sentido estrito/heterólogas.
Quando seu conteúdo é oriundo de fonte diversa (de inferior hierarquia) daquela que a editou. 
Ex.: art. 237 do CP, complementado pelo art. 1.521, I-VII, do CC. 
 Art. 28 da lei de antidrogas (11.343/06) e art. 14, I, do decreto nº 5.912/06 da ANVISA. 
Sobre o assunto, ver também:
Ofensa ao Princípio da Legalidade pelas normas penais em branco heterogêneas. 
Entendimento jurisprudencial 
Graco, curso de DP – Parte Geral, págs. 23-25.
 PRINCIPIO DA PROPORCIONALIDADE / em sentido amplo 
O princípio da proporcionalidade compreende os subprincípios da necessidade, adequação e proporcionalidade em sentido estrito, já que a intervenção do poder publico sobre a liberdade dos cidadãos só pode ser legítima na medida em que seja necessária, adequada e proporcional. 
Além da proibição de excesso, o eludido princípio compreende a proibição de suficiência da intervenção jurídico-penal: evitar que a resposta penal fique muito aquém do seu efetivo merecimento, dado o seu grau de ofensividade e significação politica criminal, afinal a desproporção tanto pode dar-se para mais quanto para menos. 
PRINCIPIO DA PROPORCIONALIDADE DAS PENAS /em sentido estrito 
Em nome do princípio da proporcionalidade, urge que a pena, a ser cominada ou a ser aplicada, guarde justa proporção com grau de ofensividade de conduta delituosa, objetivando orientar a criminalização de comportamentospelo legislador, bem como a sua individualização judicial, devendo a reação penal retratar o merecimento do autor da infração, de acordo com as circunstâncias jurídico-penalmente relevantes. (CP, Art. 59).
Portanto, tal principio rechaça o estabelecimento de cominações penais (proporcionalidade abstrata) e a imposição de penas (proporcionalidade concreta) que careçam de toda relação valorativa com o fato, contemplando na globalidade de seus aspectos.
 
PRINCIPIO DA NECESSIDADE /NULLUM CRIME, NULLA POENA SINE NECESSITATE. 
Se o direito penal constitui (ordinariamente) a forma mais enérgica de coerção na liberdade dos cidadãos, segue-se que sua intervenção só deve ocorrer em casos de efetiva necessidade para segurança desses cidadãos.
 
Consequentemente, a intervenção penal, como ultima ratio da politica social, deve ter caáter subsidiário e fragmentário, conforme o principio da mínima intervenção, devendo ser utilizada apenas quando fracassem outras instancias de prevenção e controle social, menos onerosas e mais eficazes. 
PRINCIPIO DA ADEQUAÇÃO 
A intervenção penal deve pressupor uma relação logica de adequação (utilidade) entre meio (direito penal) e fim (prevenção de delitos). Assim, uma vez verificada a inutilidade ou inadequação da norma penal, deve-se proceder à descriminalização pura e simples ou só a despenalização , caso se trate de inadequação somente da espécie de pena cominada. 
PRINCIPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
Constitui um instrumento por cujo meio o juiz, em razão da manifesta desproporção entre o crime e o castigo, reconhecer o caráter não criminoso de um fato que, embora formalmente típico, não constitui uma lesão digna de proteção penal, por não traduzir uma violação realmente importante ao bem jurídico tutelado. 
Há diversos precedentes do STF condicionando a adoção do princípio aos seguintes:
Mínima ofensividade da conduta 
Nenhuma periculosidade social da ação 
Reduzidíssimo grau de reprovabilidade 
Inexpressividade da lesão jurídica 
Sobre o tema, ver também:
Aplicação do principio da insignificância em: 
Crimes praticados com violência ou grave ameaça á pessoa 
Crimes contra a fé pública 
Agente com maus antecedentes, é reincidente ou há continuidade delitiva 
Rejeição ao principio da insignificância 
PRINCIPIO DO NE BIS IN IDEM/ NON BIS IN IDEM 
O principio proíbe a multiplicidade de sanções para o mesmo sujeito, por um mesmo fato e por sanções que tenham um mesmo fundamento, isto é, que tutelem um mesmo bem jurídico.
	OBS.: “Por vezes o legislador o viola claramente. Exemplo disso é adoção do instituto da reincidência, enquanto circunstância agravante (CP, arts. 61, I, e 63). Uma vez que ao se punir mais gravemente um crime, tornando-se por fundamento um delito precedente, está-se em verdade valorando e punindo uma segunda vez a infração anteriormente praticada, em relação à qual o autor já foi sentenciado(...)”. 
	
	OBS.: se um sujeito é absolvido com sentença transitada em julgado, não será possível rever a absolvição ainda que seja descoberta prova nova que torne indubitável a autoria delitiva (de modo contrário, adianta-se que o desfazimento da sentença penal condenatória é admitido, pois a lei outorga revisão criminal pró-réu).
	
	OBS.: se um sujeito cumpre injustamente pena em seguida decide materializar a condenação injusta, efetivamente causando o resultado, poderá ser novamente processado e punido sem que isso represente ofensa ao principio do ne bis in idem, pois estaremos diante de fatos distintos, sob pena de o Estado promover uma politica criminal de estímulo à criminalidade. 
PRINCIPIO DA HUMANIDADE 
Por mais grave que seja o crime cometido, o seu autor não perde a condição jurídica de sujeito de direito(...) Com Efeito, uma outra importante limitação ao poder punitivo decorre do art. 1º, III, da CF, ao elevar a dignidade da pessoa humana à condição de fundamento do Estado Democrático , e assim proibir, dentre outras coisas, a adoção de penas que, por sua natureza ou modo de execução, importem na destruição ou inutilização do autor do crime, quer se lhe inviabilizando a reinserção social, quer submetendo-o a um sofrimento excessivo desumano ou degradante.
Deverá respeitar acima de tudo, os direitos humanos fundamentais e jamais atentar contra a dignidade da pessoa humana.
Funções: Proibir a aplicação e a execução de penas que atentem contra a dignidade humana e os direitos humanos fundamentais.
 
Não Pode Pena: Morte (salvo em caso de guerra); Cruel; Tortura (tudo que atenta contra o corpo); Trabalho Forçado; Banimento e Perpétua. 
OBS: RDD – Regime Disciplinar Diferenciado - Embora aplicado e considerado valido pelo STF, pode ser visto como violador o princípio da humanidade, por se assemelhar ao banimento.
PRINCIPIO DA CULPABILIDADE 
Culpabilidade diz respeito ao juízo de censura, ao juízo de reprovabilidade que se faz sobre a conduta típica e ilícita praticada pelo agente reprovável ou censurável, é aquela conduta levada a efeito pelo agente que, nas condições em que se encontrava podia agir de outro modo.
 
“Reprova-se o agente por ter optado de tal modo que, sendo-lhe possível atuar de conformidade com direito, haja preferido agir contrariamente ai exigido pela lei”.
TRÊS SENTIDOS FUNDAMENTAIS:
Culpabilidade como elemento integrante do conceito analítico de crime 
Culpabilidade com principio medidor da pena 
Culpabilidade como principio impedidor da responsabilidade penal 
OBS.: PRINCIPIO DA RESPONSABILIDADE PENAL E PRINCIPIO DA INTRANSCEDÊNCIA DAS PENAS. 
Determinada o inciso XLV do art. 5º da CF “Nenhuma pena passará da pessoa do condenado podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidos aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.”
Quer o princípio constitucional dizer que, quando a responsabilidade do condenado é penal, somente ele e mais ninguém , poderá responder pela infração praticada. Qualquer que seja a natureza da penalidade aplicada – Privativa de Liberdade, Restritiva de Direitos ou Multa, somente o condenado é que deverá cumpri-la. 
Havendo o falecimento do condenado, por exemplo, a pena que lhe foi infligida, mesmo que de natureza pecuniária, não poderá ser estendida a ninguém, tendo em vista o seu caráter personalíssimo. Todavia, se estivermos diante de uma responsabilidade não penal, a obrigação de reparar o dano, nada impede que, no caso de morte do condenando e tendo havido a transferência de sus bens aos seus sucessores, estes respondam até as forças da herança. 
Obs.: Questiona-se a referida ressalva constitucional teria ou não excepcionada o principio da intranscedência da pena. 
“se exceção há, ela apenas confirma a regra, uma vez que todas as hipóteses de transferência à sucessores tem caráter patrimonial e, ainda assim está limitada ao quinhão transferido”. 
“(...)não há ai, afronta ao principio, uma vez que o que se estende aos sucessores do condenando não é a pena, mas só efeitos civis da sentença, exclusivamente em relação ais bens adquiridos com o produto do crime e “até o limite do patrimônio transferido”, possibilidade permitida.

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