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RESENHA ESCOLA DA PSICOLOGIA ANALÍTICA

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Psicologia Jurídica
Professor: Luís Felipe Castelo Branco Silva.
			Carl Jung e a Psicologia Analítica 
Francisca Jessyele Sousa dos Reis Oliveira – 201603654.
Brasília, setembro de 2016. 
			Carl Jung e a Psicologia Analítica 
Jung, Carl Gustav. Psicologia Analitica. 1961.
	 Carl Gustav Jung, psiquiatra e psicanalista suíço, elaborou uma variação sobre a obra de Sigmund Freud e a psicanálise, desenvolvendo seus trabalhos pautado nos aspectos humano e científico acerca da personalidade humana.
	Jung foi buscar na alquimia, nas filosofias orientais e na religião a compreensão do pensamento e comportamento humano, não desprezando o lado negativo da natureza do homem, mas admitindo a individuação como o objetivo principal deste. Seria a individuação um processo de desenvolvimento pessoal que envolve uma conexão entre o ego – centro da consciência -, e o Self – centro da psique total, incluindo consciência e inconsciência -. Tal concepção se deve sobretudo a influência do trabalho de Sigmund Freud, que considerava significativos os avanços de Jung, mas refutava seu interesse nos fenômenos espirituais e ocultos. Em contrapartida, Jung absorveu alguns conceitos de Freud mas discordava da atribuição dada por este, aos fatores sexuais como determinantes do comportamento. 
	A teoria de Jung acerca da psicologia é bastante complexa e subjetiva. Admitia o comportamento humano como expressão de sua característica mais marcante: introversão ou extroversão, contestando o pensamento de Skinner que tinha o comportamento como resposta a estímulos externos. Para Jung essas duas orientações estão presentes em cada indivíduo, mas este irá atuar conforme maior predisposição para a introversão (indivíduos concentrados em seus pensamentos e sentimentos) ou extroversão (seres mais sociais e conscientes). Ainda na linha de estudos sobre o comportamento, Jung identificou quatro funções psicológicas fundamentais: pensamento (julgamentos lógicos, objetivos e reflexivos), sensação (experiência direta, fatos concretos e perceptíveis), intuição (dão significados a fatos passados com repercussão em situações futuras) e sentimento (decisões pautadas em julgamento de valores próprios). Jung afirmava que cada ser humano vai possuir uma função fortemente desenvolvida e uma função auxiliar, mas não admitia a existência das quatro funções correlacionadas, o que demonstra ser uma falha quando se analisa o comportamento humano sob a ótica de adaptação e transição entre introversão e extroversão conforme a necessidade de resposta do ser humano diante de situações e eventos distintos.
	Além do inconsciente pessoal, partindo da estrutura de Freud, onde conteúdos mentais permaneciam intocados pelo ego, Jung falava em inconsciente coletivo, nossa herança psicológica, não advindos de experiência pessoal como preconiza os estudos de Skinner, mas de experiências repetidas da sociedade ao longo da história. Essa repetição de eventos que se firmam no inconsciente, na visão de Jung, daria origem à estruturas psíquicas, tidas como imagens primordiais ou arquétipos. 
	Os símbolos tem relevância especial para Jung, que os considerava como forma primária de expressão do inconsciente, mas sua compreensão acerca destes não esclarece questionamentos sobre sua origem, apenas sua função. Assim como Freud, Jung também trata os sonhos como processos da relação consciente-inconsciente. Mas ele considerava a linguagem dos sonhos (a simbólica) a única forma que o inconsciente tem de se comunicar com o consciente, ao contrário do que pensava Freud, que alegava serem o sonhos uma manifestação do que foi censurado pela consciência.
	Os postulados de Carl Jung sobre “sombra”, “anima” e “animus” são outra demonstração da complexidade de seus estudos. Constituem conceitos muito amplos e perfazem outros aspectos já abordados por ele, a exemplo, temos o termo sombra que apesar de ser definido como centro do inconsciente pessoal, sua função/papel se confunde com outros arquétipos presentes no inconsciente e com a própria inconsciência. Seria a sombra a própria inconsciência? Quanto ao anima ou animus como inconsciente sexual masculino ou feminino não é claro quanto a precisar se são estes fatores, ou componentes da mente humana que determinam o comportamento sexual desempenhado pelo indivíduo, independentemente de sua natureza sexual genética.
	A teoria de Jung, apesar de lacunas e obscuridades, vai ser uma obra complementar ao raciocínio de Sigmund Freud, e juntos são nortear toda a psicanálise e influenciar os programas de terapias. Como psicologia analítica é um contrapeso aos estudos que ignoram os aspectos subjetivos da mente e uma abordagem abrangente sob a ótica das influências a que estão sujeito o comportamento.
Referências Bibliográficas:
Jung, C.G. Memórias, sonhos e reflexões. (1961).
Skinner, B. F. Behaviorismo Radical. (1948).
Freud, Sigmund. Conferências Introdutórias sobre psicanálise. (1916-1917).

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