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Psicologia Analítica Carl Gustav Jung (Imagem: Wikipedia, Wikicommons) ÍNDICE A) Fundamentação Filosófica-Antropológica - Kant - Carus - Von Hartmann B) Fundamentação Teórica 1. teoria da personalidade - Tipos Psicológicos 2. Teoria do Desenvolvimento - Inconsciente Pessoal e coletivo - Arquétipos - Processo de individuação 3. Psicopatologia simbólica C) Técnica Metodológica 4. Metodologia - Psicologia Analítica/Complexa 5. Técnicas Terapêuticas - Análise de Sonhos - Imaginação Ativa - Jogo de Areia (sandplay) 2 A. FUNDAMENTAÇÃO FILOSÓFICA 3 (Jung, The Red Book, 1914-1930/2009) Immanuel Kant (1724-1804) ✘ Teoria das categorias (Kant) → teoria dos arquétipos do inconsciente coletivo (Jung): conhecimento apriorístico. ✘ "não existe qualquer conhecimento empírico, o qual já não seja aprioristicamente preso e limitado por uma estrutura cognitiva." (Jung, 2000, p. 88) 4 Kant ✘ "os arquétipos constituem um bem inalienável de toda psique, 'sendo o tesouro no campo dos pensamentos obscuros', no dizer de KANT, vastamente documentado por inúmeros temas do folclore." (Jung, 2000, p. 78) ✘ Arquétipos: imagens anímicas preexistentes. ✘ Não são idéias herdadas, mas de suas possibilidades. ✘ Core Knowledge? Epigenética? 5 C. G. Carus (1789-1869) ✘ Combinou teses de representações inconscientes de Kant e Leibniz com a noção de Schelling do inconsciente como a base primária da consciência (Shamdasani, 2005) ✘ O inconsciente tem vários níveis. - Camada absoluta: inacessível à consciência; predominante na fase embrionária do desenvolvimento. - Camada relativa: às vezes consciente; maior região da alma. 6 Carus ✘ Desenvolvimento teleológico da vida: “uma certa meta, uma antecipação, deve existir inconscientemente para que a vida se desenvolva nessa direção e aspire alcançá-la”. ✘ Meta: replicação mimética de uma imagem primordial - “algo em nossa alma produz inconscientemente uma cópia dessa imagem primordial [Urbild]”, responsável pela manutenção e expansão do indivíduo e também da espécie. 7 (Shamdasani, 2005) K. R. Eduard Von Hartmann (1842-1906) ✘ Reformulou o conceito de vontade de Schopenhauer nos termos do inconsciente, afirmando que esse era livre da autoconsciência - tratava-se de uma vontade inconsciente (Shamdasani, 2005) ✘ Filosofia do inconsciente: inconsciente epistemológico, físico, psíquico, metafísico (camada absoluta e relativa) e o espírito inconsciente absoluto. 8 Von Hartmann ✘ O inconsciente é o dinamismo primário, não a consciência. ✘ Consciência é produto do inconsciente. ✘ O inconsciente forma e preserva o organismo e a espécie, por intermédio dos instintos. ✘ Contato com a natureza e as artes mantém a ligação com o inconsciente. 9 10(Jung, The Red Book, 1914-1930/2009) B. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1. Teoria da Personalidade: Tipos Psicológicos ✘ Refletem um padrão habitual e um modo característico de funcionamento que definem um indivíduo. ✘ São definidos a partir da interação entre dois grupos de características, que visam orientar o indivíduo no mundo a partir da interpretação e da compreensão deste. 11 Atitudes Funções Psicológicas Atitudes ✘ “Prontidão da psique para agir ou reagir de uma certa maneira” (Sharp, 1991, p.14) ✘ Determinam-se pelo movimento da libido (energia psíquica) e pelo comportamento em relação ao objeto. ✘ São mecanismos sem determinação consciente. ✘ Variam em função da preponderância. ✘ Fundamentam-se em processos de adaptação. Introversão Extroversão Atitudes ✘ Interesse objetivo, voltado para o exterior ✘ Tendência à comunicabilidade e à sociabilidade ✘ Adaptação às condições externas ✘ Interesse subjetivo, voltado para o interior ✘ Tendência a apresentar postura reservada, retraimento social ✘ Caráter reflexivo Extroversão Introversão Funções Psicológicas ✘ “Atividade psíquica determinada que, em circunstâncias distintas, conserva-se, em princípio, idêntica a si mesma” (Jung, 1960, p.507) ✘ “Estabelece habilidades, aptidões e tendências no relacionamento do indivíduo com o mundo e consigo mesmo” (Lessa, 2015, p.2). Funções Psicológicas Racionais Irracionais Pensamento Sentimento Sensação Intuição Pensamento ✘ “Estabelece a conexão lógica e conceitual entre os fatos percebidos”. (Lessa, 2015, p.3) ✘ “Pensar é perceber e julgar” (Jung, 2001, p.5) Sentimento ✘ “Informa, através de percepções que lhe são inerentes acerca do valor das coisas. É ele que nos diz, por exemplo, se uma coisa é aceitável, se ela nos agrada ou não. Deve-se ainda a tal faculdade o fato de podermos ou não reconhecer certa coisa sem uma determinada reação sentimental”. (Jung, 2001, p.5) Sensação ✘ “É a função dos sentidos, a função do real, a função que traz as informações (percepções) do mundo através dos órgãos do sentidos”. (Lessa, 2015, p.3). Intuição ✘ “É um tipo de percepção que não passa exatamente pelos sentidos; registra-se ao nível do inconsciente”. (Jung, 2001, p.6) (Zacharias, 2000) 2. Teoria do Desenvolvimento 2.1 Inconsciente pessoal - Complexos 2.2 Inconsciente coletivo - Arquétipos 2.3 Processo de individuação 21 2.1 Inconsciente Pessoal ✘ O Inconsciente Pessoal é composto pelo conjunto dos conteúdos que já estiveram na consciência, mas que foram reprimidos, seja por esquecimento, seja por conflito com ideais do ego e com a moralidade. 22 Complexos ✘ São agrupamentos de conteúdos de alta carga afetiva em torno de um núcleo arquetípico (um ou mais), que acumulam grande quantidade de energia psíquica, provocando fenômenos psíquicos. ✘ O acúmulo acentuado de energia psíquica nos complexos afeta sua circulação pela psique; São análogos a motores da psique. ✘ Não são necessariamente patológicos, mas são potências de desenvolvimento da psique. 23 2.2 Inconsciente Coletivo ✘ “O inconsciente coletivo compreende toda a vida psíquica dos antepassados desde os seus primórdios.” (Jung, 1991b, §230). ✘ “O inconsciente coletivo é constituído pela soma dos instintos e dos seus correlatos, os arquétipos. Assim como cada indivíduo possui instintos, possui também um conjunto de imagens primordiais.” (Jung, 1991b, §281). 24 Fonte: http://paulorogeriodamotta.com.br Arquétipos ✘ "Formas inatas a priori da ‘intuição’ [...] da percepção e da apreensão [...]. Assim como os instintos impelem o homem para um modo de existência especificamente humano, também os arquétipos obrigam os seus modos de percepção e de apreensão a padrões especificamente humanos" (Fordham, 1972, p. 23). 26 Arquétipos ✘ EU/EGO: É na verdade um complexo; Conjunto de representações; Autopercepção; Existe associado a outros complexos. ✘ PERSONA: Máscara social; Uma armadura/ proteção; Mediador entre o mundo externo e o Eu. 27 Arquétipos ✘ SI-MESMO/SELF: Princípio organizador da totalidade, individualidade e intencionalidade; Plenitude; Transcendência; Experiência religiosa com o divino. ✘ SOMBRA: Lado “sombrio” de nossa personalidade, que não aceitamos e não gostaríamos que fosse visto em público; Conteúdos que não estão de acordo com ideais do Eu; Impulsos desagradáveis; Desejos imorais, repulsivos e vergonhosos. 28 Arquétipos ✘ ANIMA & ANIMUS: Feminilidade e Masculinidade; Mediadores entre o Eu e o mundo inconsciente; “Alma”; Mediadora entre as pessoas; Mediadora entre o Si-mesmo e o Eu; Fonte de identidade, realização, poder criativo. ✘ OUTROS ARQUÉTIPOS: Mãe, Pai, Criança Divina (Puer Aeternus), Core/Donzela, Herói, Velho Sábio, Trickster, Coniunctio, etc. 29 30 (Stein, Jung's map of the soul, 1998) 2.3 Processo de Individuação ✘ “Individuação significa tornar-se um ser único, na medida em que por ‘individualidade’ entendemos nossa singularidade mais íntima, última e incomparável, significando também que nos tornamos o nosso próprio si-mesmo. Podemos,pois, traduzir ‘individuação’ como ‘tornar-se si mesmo’ ou ‘o realizar-se do si mesmo” (Jung, 1978). 31 ✘ “A individuação possui algumas fases, sendo que a primeira é a retirada da máscara, ou do que Jung denomina persona" (Viana, 2017). (Jung, The Red Book, 1914-1930/2009) ✘ “Ao superar o papel social que constitui a persona, que cumpre a função de um sistema de defesa, o indivíduo se defronta com o lado obscuro da psique humana: a sombra" (Viana, 2017). (Jung, The Red Book, 1914-1930/2009) ✘ “Após essa confrontação, quando há a superação das personificações da anima e do animus, o inconsciente se altera e emerge o self. Esse é o núcleo mais interior da psique e aparece nos sonhos masculinos como o sábio, mestre espiritual, filósofo e nos sonhos femininos como sacerdotisa, deusa mãe ou deusa do amor" (Viana, 2017). (Da Vinci, La Gioconda, 1797) ✘ “O homem torna-se ele mesmo, um ser completo, composto de consciente e inconsciente incluindo aspectos claros e escuros, masculinos e femininos, ordenado segundo o plano de base que lhe for peculiar" (Silveira, 1983). (Jung, The Red Book, 1914-1930/2009) ✘ "É nesse momento que se conclui o processo de individuação. Caso não ocorra, o estágio anterior fixado gera neuroses e outros processos limitativos do desenvolvimento da personalidade. O encontro com o self, o núcleo da personalidade, possibilita a integração da totalidade da personalidade" (Viana, 2017). 3. Psicopatologia Simbólica ✘ Sombra: fixação de estruturas arquetípicas disfuncionais no inconsciente; expressa por mecanismos de defesas. ✘ Sombra crônica ou circunstancial. ✘ Inconsciente pessoal e coletivo podem ser reprimidos. 37 (Byington, 2006) Tipos de Defesa ✘ Defesa neurótica ✘ Defesa psicopática ✘ Defesa borderline ✘ Defesa psicótica 38 (Jung, The Red Book, 1914-1930/2009) Defesa Neurótica ✘ A Sombra é expressa predominantemente de forma inconsciente. ✘ Conforme é confrontada, torna-se mais consciente. ✘ Gera culpa. ✘ A estabilidade da personalidade é assegurada pelas funções estruturantes não-fixadas. 39 Defesa Psicopática ✘ Está em todas as pessoas e instituições, mas descrita apenas em casos extremos. ✘ A fixação se origina em contextos de abandono, abuso e permissividade exagerada. ✘ Há intenção: atuação dolosa da Sombra. ✘ Não há sofrimento e culpa, o que dificulta o confronto com a Sombra e elaboração da fixação. ✘ Função ética fixada com a função volitiva, dando a impressão de que não há ética. 40 Defesa Borderline ✘ O sistema defensivo se dirige para evitar a invasão da defesa psicótica. ✘ Grande TEMOR de invasão pela defesa psicótica: ANGÚSTIA. ✘ Adotam condutas ambivalentes e inusitadas para atuar a Sombra sem psicotizá-la; 41 Defesa Psicótica ✘ A polaridade Ego-Outro da Sombra irrompe e domina em maior ou menor grau as funções estruturantes normais. ✘ É crônica no esquizofrênico. ✘ Empatia simbólica: compreender o mundo construído pelo paciente e buscar mantê-lo em contato com os demais. ○ Nise da Silveira: Museu Imagens do Inconsciente ○ Collection de l’Art Brut (Lausanne) 42 Antonio Roseno de Lima (1926-1988), Bêbado, Collection de l'Art Brut, Lausanne, Suíça. 43 Emygdio de Barros, Universal, 1954 Museu Imagens do Inconsciente, Rio de Janeiro/RJ C. TÉCNICA METODOLÓGICA 44 (Jung, The Red Book, 1914-1930/2009) 4. METODOLOGIA ✘ Criada após rompimento com a psicanálise. Inicialmente chamada de analítica, mas renomeada por Jung em 1930 para Psicologia complexa, com intenção de levá-la ao âmbito geral da psicologia e não somente prático. ✘ De acordo com Jung: “Psicologia complexa significa a psicologia das “complexidades”, ou seja, dos sistemas psíquicos complexos em contraposição a fatores relativamente elementares. 45 ✘ Os conceitos criados por Jung continham muitas ideias diferentes que buscavam conciliar debates na filosofia, na psicologia, antropologia, etc. ✘ Assim poderia ser formada uma disciplina distinta da psicologia. Esse caráter combinatório é que dá à Psicologia Junguiana seu estilo e substância, o que acabava gerando também algumas confusões conceituais, devido a ampla significação dada a estes conceitos. ✘ Atualmente a Psicologia Analítica em maior parte é uma disciplina terapêutica profissional. Jung não tinha como objetivo a criação de uma escola psicoterápica, sua intenção estava no esboço de uma psicologia geral. ✘ O terapeuta que trabalha com a psicologia analítica busca relacionar os aspectos inconscientes juntamente com os conscientes, utilizando de métodos que abrem caminho para a comunicação com o inconsciente, podendo assim haver a tomada de consciência e individuação, em busca do Self integral. 5. Técnicas Psicoterapêuticas 48 - Análise de sonhos - Imaginação Ativa - Jogo de Areia Análise de Sonhos (Dalí, A tentação de Santo Antão, 1946) ✘ Freud x Jung ✘ Causalidade + Finalidade ✘ O método sintético (construtivo) ✘ Presença de símbolos coletivos nos elementos oníricos. Análise de Sonhos ✘ Caso clínico: sonho que demonstra um contexto de surrealismo. ✘ “Never apply any theory but always ask the patient how he feels about his dream images” (Jung, 19991b) Imaginação Ativa (Picasso, Theatre Curtain for Parade, 1931) ✘ Técnica que usa o potencial imaginativo para construir um diálogo entre o Ego com os conteúdos inconscientes e os conteúdos que a pessoa se recusa a reconhecer. Imaginação Ativa ✘ Personificação dos conteúdos. ✘ Caso clínico: depressão como monstro. ✘ Auxilia na compreensão dos conteúdos oníricos. Jogo de Areia (Sandplay) Font imagem:: www.jogodeareia.com.br ✘ Técnica não verbal que permite uma projeção dos conteúdos inconscientes. ✘ Ajuda a tirar o tratamento psicoterápico da estagnação. ✘ Eficaz para trabalhar com diferentes culturas. Jogo de Areia (Sandplay) ✘ “O jogo de areia não é apenas um método de terapia, mas um meio criativo através do qual o conteúdo da imaginação se torna real e visível. Além disso, proporciona ao terapeuta uma oportunidade única de observar os processos de desenvolvimento e de cura.” (Dora Kalff apud Mitchell & Friedman, 1994) 55 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS JUNG, C. G. Tipos Psicológicos. Cabral, A (Trad). 3º Ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores. 1976. Obra original publicada em 1960. _______. O Eu e o Inconsciente. Petrópolis: Vozes, 1978. _______. Psicologia do inconsciente. In: Estudos sobre psicologia analítica. Vol. VII, 2ª Ed. Petrópolis: Vozes. 1981a. ____. Psicologia e Religião.. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1987. 56 JUNG, C. G. A natureza da psique. Petrópolis: Vozes, 1991b. _____ Os arquétipos e o inconsciente coletivo. RJ: Vozes, 2000. _____. As conferências de Tavistock: Primeira Conferência . In: Estudos sobre psicologia analítica. Vol. XVIII, Petrópolis: Vozes. 2001. _____. The Red Book: Liber Novus. London/ NY: W.W. Norton & Cia, 2009. BYINGTON, C. A. B. Psicopatologia simbólica junguiana. Montevidéu, Prensa Médica Latinoamericana, 2006. 57 FORDHAM, F. Introdução à psicologia de Jung. Lisboa: Ulisses. 1972. HOPCKE, R. H. Guia para a “Obra Completa de C. G. Jung”. Petrópolis: Vozes. 2011. LESSA, E. A teoria dos tipos psicológicos. Rio de Janeiro: Instituto Junguiano do Rio de Janeiro. 2015. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3441320/mod_folder/content /0/Teoria%20dos%20Tipos%20Psicol%C3%B3gicos%20segundo%20Jung .pdf?forcedownload=1>. 58 https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3441320/mod_folder/content/0/Teoria%20dos%20Tipos%20Psicol%C3%B3gicos%20segundo%20Jung.pdf?forcedownload=1 https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3441320/mod_folder/content/0/Teoria%20dos%20Tipos%20Psicol%C3%B3gicos%20segundo%20Jung.pdf?forcedownload=1 https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3441320/mod_folder/content/0/Teoria%20dos%20Tipos%20Psicol%C3%B3gicos%20segundo%20Jung.pdf?forcedownload=1MITCHELL, R. R. & FRIEDMAN, H. S. Sandplay: past, present and future. London, NY: Routledge, 1994. MOORE, R. & GILLETTE, D. Rei, guerreiro, mago, amante: a redescoberta dos arquétipos do masculino. Rio de Janeiro: Campus, 1990. SHAMDASANI, S. Jung e a construção da psicologia moderna: o sonho de uma ciência. São Paulo: Ideias e Letras, 2005. SHARP, D. Jung Lexicon: A Primer of Terms & Concepts. 1991. SILVEIRA, N. Jung: Vida e Obra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. STAUDE, J. R. O desenvolvimento adulto de C. G. Jung. SP: Cultrix, 1995. VIANA, N. Individuação e Jung. Goiânia: Fragmentos de Cultura, 2017. ZACHARIAS, J. J. M. QUAT: Questionário de Avaliação Tipológica. São Paulo: Vetor, 2000. Bárbara Gabrielle Isolda Lins Lorrayne Bragança Lucas Sales Luiza Azevedo Marcos Felipe Nicole Barra
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