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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
CURSO DE DIREITO
DIREITO CIVIL II
AVA MAYARA
ALEXANDRE CAMPOS
DELFINO JÚNIOR
JOÃO PAULO
JULIANY CAETANO
KARINA TORQUATRO
ROBERTA OLIVEIRA
WALACE ROCHA
MORA
BARRA DO GARÇAS – MT
Agosto/2016�
AVA MAYARA AVA MAYARA
ALEXANDRE CAMPOS
DELFINO JÚNIOR
JOÃO PAULO
JULIANY CAETANO
KARINA TORQUATRO
ROBERTA OLIVEIRA
WALACE ROCHA
MORA
Trabalho de Pesquisa apresentado ao Curso de Direito, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, do Campus Universitário do Araguaia, da Universidade Federal do Mato Grosso, como requisito parcial para aprovação na disciplina de CIVIL II, sob orientação do Professor MARCEL CARLOS LOPES FÉLIX.
BARRA DO GARÇAS – MT
Agosto/2016�
41	INTRODUÇÃO	�
52	MINISTÉRIO PÚBLICO	�
52.1	EVOLUÇÃO HISTÓRICA	�
52.1.1	No Mundo.	�
82.1.2	No Brasil.	�
123	CONCEITO	�
134	CARACTERÍSTICAS	�
135	FUNÇÃO	�
165.1	Denúncia.	�
175.2	Queixa Crime.	�
186	ESTRUTURA	�
186.1	MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL (MPF)	�
196.1.1	Carreira no MPF.	�
206.1.2	Funções Eleitorais do MPF.	�
206.2	MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO (MPT)	�
216.2.1	Carreira no MPT.	�
226.3	MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR (MPM)	�
236.3.1	Carreira no MPM.	�
236.4	MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS (MPDFT)	�
246.4.1	Carreira no MPDFT.	�
256.5	MINISTÉRIO PÚBLICO DOS ESTADOS (MP)	�
256.5.1	Carreira no MP.	�
267	CONSIDERAÇÕES FINAIS	�
278	REFERÊNCIAS	�
309	EXEMPLO DENÚNCIA	�
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INTRODUÇÃO
O homem é um ser racional que mantem relações em uma sociedade com outros indivíduos e que para viver nessa coletividade necessita da cooperação de outros homens pois a cooperação é necessária para prover as necessidades de cada um. A humanidade evoluiu e com isso as necessidades humanas também se multiplicaram, o ser humano busca sempre evoluir e procurar cada vez mais por conforto, para satisfazer esse anseio a produção cresce através da atividade de divisão do trabalho que a cada dia vem evoluindo. Com o aumento das relações, houve também o aumento das relações de troca, compra e venda e assim, surgiu também vários tipos de contratos, possibilitando ao ser humano obter cada vez mais um número maior de utilidades. Essas relações entre indivíduos, estabelecem um vínculo entre as partes e acabam por limitar a liberdade individual de cada um, obrigando-se a fornecer uma prestação. É nesse contexto por exemplo que ocorre a relação de venda e compra, onde o vendedor é obrigado a fornecer a coisa e o comprador o preço.
O contrato é uma fonte de obrigação pois gera, para cada um dos contratantes, o mister de se desincumbir de um dever assumido, sob pena de responder pelo inadimplemento e é daí que surge um vínculo prestigiado pela lei onde o devedor se dispõe a dar, fazer ou não fazer qualquer coisa, em favor do credor. Nesse sentido o conceito de obrigação é o vínculo de direito pelo qual o sujeito passivo se propõe a dar, fazer ou não fazer qualquer coisa em favor do sujeito ativo. Justiniano no conceito romano diz que “Obligatio est vinculum juris quae necessitate adstringimur,alicujus solvendae rei, secundum nostrae civitatis juris” (Liv.3°, pr). É perceptível que o texto Justiniano expõe um vínculo de direito que compele ao devedor a fornecer uma prestação. Quando se fala em obrigação é preciso compreender os três elementos conceituais, e são eles: vinculo jurídico; as partes na relação de obrigação e um objeto da prestação devido por uma à outra. O vinculo jurídico é disciplinado pela lei e vem acompanhado da sanção, as partes na relação obrigatória só existe se se tiver um sujeito ativo e um passivo e a prestação consiste em dar, fazer ou não fazer alguma coisa.
O Direito das obrigações está no campo dos Direitos patrimoniais e estes se dividem em direitos reais e direitos pessoais, o que difere os direitos reais dos direitos pessoais é o fato do real recair diretamente sobre a coisa ou seja é o que afeta a coisa direita e imediatamente sob todos ou sob certos respeitos, e a segue em poder de quem quer que a tenha, enquanto a pessoal é o que depende de uma prestação do devedor e é necessário a colaboração de um sujeito passivo. Assim é possível estabelecer a distinção do direito real que há uma relação entre pessoa e coisa e o obrigacional a relação é entre duas pessoas, uma vez que o direito real esteja estabelecido todas as pessoas ficam limitadas a respeitá-lo e se não o fizerem estarão sujeitas as sanções. As obrigações recebe diversas definições, no direito Romano o jurisconsulto diz que a obrigação vem do delito ou surge do contrato, já Justiniano diz que as fontes são o contrato, o delito, o quase- contrato e o quase delito. O código Civil brasileiro comtempla três fontes de obrigações: o contrato, a declaração unilateral da vontade e o ato ilícito mas é necessário perceber que a maior fonte é sempre a lei.
MORA
As obrigações são divididas em duas partes, onde a primeira é ligada ao cumprimento das obrigações e sua consequente extinção e a segunda é referente a inexecução das obrigações e suas consequências, a culpa do devedor pode ensejar a mora ou o inadimplemento e também do credor, quando este se negar a aceitar o pagamento. A mora é o atraso no pagamento enquanto o inadimplemento é a falta de pagamento. Ao adentrar no campo do inadimplemento, entramos também no terreno patológico do Direito das Obrigações e estas devem ser cumpridas e a inexecução representa um rompimento da harmonia social, o descumprimento da obrigação pode ser relativa ou absoluta onde no primeiro caso a obrigação não foi cumprida em tempo, lugar e forma devidos, mas poderá sê-lo proveitosamente, para o credor, dá- se a mora, e quando a obrigação não for cumprida, nem poderá sê-lo, proveitosamente, para o credor, dá-se o inadimplemento absoluto. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser receber no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer.
Na mora a obrigação foi ou será cumprida com imperfeição, a mora e o inadimplemento absoluto são institutos lindeiros que convém serem tratados um ao pé do outro. Há semelhanças entre mora e o inadimplemento absoluto, pois eles possuem natureza semelhante, isso pode ser observado entre os artigos 394 e o 407 do CC. O devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não o quiser receber no tempo, lugar e forma convencionados, responde pela reparação do prejuízo a que sua mora der causa. A mesma pena, de reparação das perdas e danos, aguarda o devedor absolutamente inadimplente, nos dois casos para que a obrigação emerja a obrigação de reparar, é mister que se caracteriza a culpa do devedor moroso ou inadimplente, pois, se a obrigação se descumpriu por força maior ou caso fortuito, não se compõe o dano, o restante da asserção já foi comprovada especificamente a respeito d dar, da obrigação de fazer e da obrigação de não fazer, onde se viu que se a prestação se tornar impossível, sem culpa do devedor, a relação jurídica se extingue.
Os elementos que diferencia a mora e o inadimplemento absoluto se dá quando existe mora quando a obrigação mesmo não cumprida, ainda pode sê-lo, e o inadimplemento absoluto quando o não-cumprimento da obrigação se torna definitivo, porém para julgara possibilidade da obrigação ser ou não cumprida, deve-se ter em vista a posição do credor e não do devedor, ou seja a diferença entre os dois institutos é que na mora a prestação não foi cumprida mas ainda poderá sê-lo e sendo proveitosamente, para o credor; já no inadimplemento absoluto a obrigação não foi cumprida e nem poderá ser proveitosamente para o credor.
Revisão de bibliografia 
ALENCAR (2010) afirma que Mora pode ser definida como, o não cumprimento da obrigação no tempo, forma ou lugar acordados ou determinados, porém, com a possibilidade de ser cumprida depois. Quando se falaem mora, o assunto não cumprimento das obrigações vem logo a cabeça, e na mesma linha de raciocínio a mora é quase sempre associada a um devedor, o que nem sempre é o caso, o credor também pode ser o responsável pelo retardamento, assim, como ambos podem ter parte da culpa. Quando a culpa da mora é somente do devedor, essa recebe o nome de (mora debendi ou solvendi) e quando é por culpa do credor, ela recebe o nome de (mora credendi ou accipiendi), Se ambos tiverem culpa não haverá mora, pois as moras recíprocas se anulam. 
MENEZES (2012) possui uma definição clara de mora, onde ela é a impontualidade culposa do devedor no pagamento ou do credor no recebimento (394). Se o devedor atrasa sem culpa (ex: por causa de um acidente, uma greve, uma cheia, um caso fortuito ou de força maior) não haverá mora (396). Mas a mora do credor independe de culpa e o devedor nesse caso deve consignar o pagamento. Assim não importam os motivos da mora do credor, o devedor precisa exercer seu dever e seu direito de pagar através da consignação. De forma geral a mora do devedor ocorre quando este deixa de efetuar o pagamento na forma, tempo e lugar devidos e a mora do credo se dar quando este se recusa a receber o pagamento. RODRIGUES (1998)
RODRIGUES (1998) afirma ainda que a culpa é elementar na mora do devedor, onde se deduz que sem culpa do devedor não há mora. Se houver atraso que não resultou em dolo ou outras questões que relacionadas a imprudência do devedor, não se pode falar em mora. Alguns requisitos são necessários para configurar a mora do devedor, e ALENCAR (2010) expõe os seguintes: 
* Exigibilidade imediata da obrigação – liquidez e certeza sobre o quantum devido e vencimento ocorrido; 
* Inexecução culposa – ou dolosa;
* Constituição em mora –mediante ação do credor.
 E seus efeitos segundo o mesmo doutrinador são os seguintes: 
*responsabilidade pelas perdas e danos; 
* perpetuação da obrigação deixando o devedor com a responsabilidade pela impossibilidade mesmo resultante de caso furtuito ou de força maior.
 No caso da mora accipiendi, quando o credor se recusa a receber ou dar quitação ou causa alguma dificuldade para que o devedor pague, o credor pode ser constituído em mora tanto pelo devedor como por um terceiro que tenha a faculdade de efetuar o pagamento os efeitos são:
Isenção de responsabilidade do devedor pela guarda e conservação da coisa devida, respondendo o credor pelos gastos necessários com ela.
 Liberação dos juros, e da pena convencional; o terceiro efeito é que se o valor da coisa oscilar entre o tempo do contrato e o do pagamento, o credor terá de recebe-la pela sua mais alta estimação.
MENENZES(2012), classifica os efeitos da mora como: o credor que não quiser ou não for receber o pagamento conforme acertado sujeita-se a quatro efeitos: 1) o credor em mora libera o devedor da encargo pela conservação da coisa (ex: João deve uma vaca a Pedro que ficou de ir buscá-lo na fazenda de João; a mora de Pedro não responsabiliza João caso a vaca venha a morrer mordida por uma cobra após o vencimento; § 2º do 492); o segundo efeito se dá quando o credor em mora deve ressarcir o devedor com as despesas pela conservação da coisa exemplo é quando a vaca de Pedro deve pagar as despesas de Pedro com a ração e medicamento desde o vencimento. O terceiro efeito é a que obriga o credor a pagar um preço mais alto pela coisa a se a cotação subir e este efeito se aplica a coisas eu têm preço na bolsa de valores, como os grãos e o último efeito é quando o credor em mora não pode cobrar juros de devedor desse período, afinal foi do credo a culpa pelo atraso do pagamento. O mesmo doutrinador classifica os efeitos da mora do devedor que pode se equiparar ao inadimplemento e o credor exigir então perdas e danos (389). Ex: A compra de salgados para o casamento da filha, mas a comida atrasa e chega depois da festa, é evidente que esta mora corresponde a um inadimplemento (pú do 395). Se o atraso foi por culpa da empresa, além de devolver o dinheiro, vai ter que pagar as perdas e danos do 389. Mas se o atraso foi por causa de um furacão que derrubou a ponte, a empresa só terá que devolver o dinheiro, sem os acréscimos das perdas e danos. Se João atrasa o pagamento do condomínio, João está em mora e vai pagar a multa, mas é evidente que esta mora não corresponde a um inadimplemento pois interessa ao condomínio receber o pagamento atrasado.
 Os requisitos da mora do devedor são segundo BEVILÁQUA (1954) são: a existência de dívida certa e liquida; o vencimento da mesma; a inexistência culposa; e a interpelação judicial ou extrajudicial, quando a dívida não é a termo.”
Purgar a mora é o ato pelo qual aquele que lhe deu causa suprem-lhe os efeitos, cumprindo a obrigação que foi descumprida e reparando os prejuízos causados. Segundo STOLZE( 2010). E MENEZES (2012), diz que a Purgação da mora significa emendar, reparar, remediar; purgar a mora é consertar/sanar as consequências da mora, tanto para o devedor como para o credor, conforme art. 401. Em caso de inadimplemento do devedor não se purga mais a mora, resolvendo-se em perdas e danos. A mora do devedor pode também ser purgada se o credor perdoar/remir/dispensar as perdas e danos do 395.
“A purgação ou emenda da mora consiste no ato jurídico por meio do qual a parte neutraliza os efeitos do seu retardamento, ofertando a prestação devida (mora solvendi) ou aceitando-a no tempo, lugar e forma estabelecidos pela lei ou pelo título da obrigação (mora accipiendi).”.
A purgação só é aceita quando se tratar de inadimplemento relativo de determinada obrigação. Isso porque o inadimplemento absoluto se resolve em perdas e danos, conforme art. 395, par. único do Código Civil. O devedor purga a mora oferecendo a prestação acrescida dos prejuízos decorrentes do atraso, tais como juros de mora, cláusula penal, etc.
Por fim, ressalte-se que a purgação da mora tem efeitos ex nunc, ou seja, a partir da sua purgação, o sujeito não está mais cingido ao pagamento de qualquer obrigação decorrente. Por outro lado, deve responder pelos prejuízos causados até então. Aí está a diferença entre purgação e cessação da mora. Nesta a eficácia é retroativa (ex tunc) e acarreta a própria extinção da obrigação. Um exemplo seria a remissão de uma dívida.
CONCLUSÃO
Quando não ocorre o cumprimento da obrigação, seja pelo tempo, lugar ou que fuja do modelo estipulado pelas partes ocorre a mora. A mora pode ser tanto do devedor como do credor, sendo denominada de mora debitoris ou mora solvendi quando por parte do devedor e accipiendi ou mora creditoris quando por parte do credor. Em geral a obrigação quando se torna um processo, para a satisfação integral do interesse do credor, liberando o devedor da obrigação, ocorre ai o cumprimento da obrigação principal. Nas obrigações positivas há possibilidade de o devedor purgar a mora, sendo que essa possibilidade não existe nas obrigações de não fazer.
REFERÊNCIAS 
ALENCAR, Joaquim, Mora: conceito, espécies, consequências. Unidade Acadêmica de Direito. Campina Grande, 2010. Disponivel em: <http://direitociviliiccjsufcg.blogspot.com.br/2010/11/aulas-67-69-09112010-mora-conceito.html> Acesso em 03 de agosto de 2016. 
BEVILÁQUA, Clóvis, Direito das Obrigações, 8ª ed., Editora Paulo de Azevedo Ltda. Rio de Janeiro, 1954.
MENEZES, Rafael, Do Inadimplemento das Obrigações. Rio de Janeiro,2012. Disponível em: < http://rafaeldemenezes.adv.br/assunto/Direito-das-Obrigacoes/4/aula/17>. Acesso em: 3 de agosto de 2016.
MARTINS, Patricia Cristina Lessa Franco. Inadimplemento relativo das obrigações: breve estudo sobre a mora do devedor. Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 11 dez. 2013. Disponivel em: <http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.46162&seo=1>. Acesso em: 03 ago. 2016.
RODRIGUES, Silvio, Direito Civil. Parte geral das Obrigações ,26ª ed. São Paulo: Saraiva, 1998, p.261 a 270.
STOLZE, Pablo. Novo Curso de Direito Civil. Obrigações, vol. 2. 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p.320.

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