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MUDANÇAS CAMBIAIS E OS FATORES QUE GERAM RESULTADOS NAS RECEITAS DE EXPORTAÇÕES DE FUMO E TABACO NO BRASIL (final)

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MUDANÇAS CAMBIAIS E OS FATORES QUE GERAM RESULTADOS NAS RECEITAS DE EXPORTAÇÕES DE FUMO E TABACO NO BRASIL
Guilherme Kummrow Santos
Pedro Morel Vieira de Souza
Renan Balduino Alves
Resumo
O presente artigo vai fazer uma análise dos efeitos da taxa de câmbio, quantidades exportadas e também do preço internacional do fumo e seus derivados como tabaco sobre a receita de exportação dessa commoditie no período que se estende de 1997 a 2015, indicando os fatores que culminaram com os resultados apresentados dentro da balança comercial brasileira para os produtos em questão. O método shift-share, o qual permite uma verificação do efeito separado de cada uma dessas variáveis elucidadas sobre a receita total será a base de análise para o presente trabalho. Será compreendido na primeira parte deste trabalho um panorama do que representa a exportação de tabaco e fumos em geral para o Brasil, assim como sua participação e seus números no período já citado.
Palavras-chave: tabaco; balança comercial; exportações
1. Introdução
Há mais de 20 anos o Brasil é líder mundial em exportação de tabaco. No ano de 2014, o produto representou 1,1% do total das vendas externas para a balança comercial de exportações do país, acompanhado de uma receita de US$ 2,5 bilhões. Da produção de 735 mil toneladas registrada na safra 2013/2014, mais de 85% foram destinados ao mercado externo, segundo as estatísticas do SindiTabaco. No estado do Rio Grande do Sul, o tabaco representou 10,2% de todas as suas exportações, ficando atrás apenas dos complexos de carnes e da soja, enquanto no estado vizinho de Santa Catarina chegou a 6,1%. O mais importante mercado brasileiro na temporada passada foi a União Europeia, com 42% do total dos embarques, seguida pelo Extremo Oriente (28%), América do Norte (10%), Leste Europeu (8%), África/Oriente Médio (6%) e a América Latina (6%).
O tabaco brasileiro continua sendo o mais procurado pelos clientes internacionais, condição que mantém o Brasil como o maior exportador mundial e confirma a importância do produto no desempenho das exportações e da economia do País. Em 2015, foram embarcadas 517 mil toneladas, com valor total de US$ 2,19 bilhões. Na comparação com o ano anterior, foram vendidas 41 mil toneladas a mais, porém o valor do produto ficou menor no mercado internacional, com retração de 12% (US$ 2,5 bilhões em 2014 para US$ 2,19 em 2015).
A diminuição nos preços se deve à readequação ao mercado e ocorreu para que o Brasil continue competitivo diante do produto de outros países onde o custo de produção é inferior. Em 2015, o tabaco brasileiro foi embarcado para 97 países, principalmente para a União Europeia, que absorveu 43% do volume, e o Extremo Oriente, com 25%. Os países que mais importaram o produto foram: Bélgica, China, Estados Unidos, Rússia, Holanda e Alemanha.
Conforme pesquisa efetuada em meados de março pela PwC (PricewaterhouseCoopers), a previsão é de que em 2016 haja redução de 6% a 10% em volume exportado (toneladas) e redução de 10% a 15% em valores (dólares) em relação aos números de 2015. A safra 2015/2016 será menor do que a anterior por causa das condições climáticas ocasionadas pelo fenômeno El Niño.
Após o meio do ano de 2015 os segmentos ligados ao tabaco observaram com relativa preocupação o relatório de exportações de julho divulgado pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Secex/MDIC). Os indicadores apontaram uma importante retração nos embarques. Em julho houve a queda de 9,09% em volume e de 30,79% na receita em dólares na comparação com o mesmo período de 2014.
Diante deste quadro, é indicado sempre que, embora a redução possa parecer expressiva num único mês, o cenário deve ser analisado de uma forma mais abrangente. Como são determinados pelos clientes do produto, entende-se que os embarques podem sofrer diferentes oscilações durante os meses.
Levando em conta os valores acumulados no ano, os resultados seguiram a tendência apontada por pesquisa realizada pela consultoria PriceWaterhouseCoopers (PwC). Segundo a PwC, em 2015 a exportação em dólares deveria ser semelhante à do ano de 2014. No acumulado de 2015 houve um avanço de 1,7% no faturamento. Em volume, a consultoria aponta a estimativa de um acréscimo de 6% a 10%. O acumulado apresenta uma elevação de 14,5% na comparação com o mesmo período, acima da expectativa inicial.
Para o mesmo ano de 2015, a indústria gaúcha fechou com queda de 9% nas exportações, segundo a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). No valor embarcado, um dos segmentos mais afetados prejudicialmente foi justamente o tabaco, com queda de 15,3% em relação ao ano anterior de 2014. Em oposição a esse fator, o volume comercializado foi maior, totalizando 391 mil toneladas em 2015 contra as 364 mil toneladas no ano de 2014.
Principal propulsor da economia no Vale do Rio Pardo, o tabaco teve um bom desempenho nas exportações gaúchas no mês de novembro de 2015 e também no acumulado de janeiro a novembro de 2015. Nesses dois períodos, foi o terceiro produto de maior importância na indústria de transformação. Segundo dados da Fundação de Economia e Estatística (FEE/RS), o segmento de fabricação de produtos do fumo exportou US$ 1,52 bilhão de janeiro a novembro de 2015, 14,5% a menos do que os US$ 1,78 bilhão registrado no mesmo período do ano passado. Mesmo assim, o fumo se manteve como um dos principais segmentos de exportação na indústria da transformação no Estado, que impulsionou os embarques este ano, representando US$ 1,05 bilhão e 80,9% das exportações totais no Rio Grande do Sul. A redução no valor embarcado, que de janeiro a novembro foi de US$ 259,8 milhões, não é exclusividade do tabaco. Apenas 2 dos principais grupos da indústria de transformação apresentaram uma variação positiva, o que é explicado pelo panorama em que o País e o próprio Estado passavam no momento, ou seja, com uma produção menor assim como a demanda, os preços vêm a sofrer queda, em alguns setores com maior intensidade e em outros com maior intensidade. Entre janeiro e novembro de 2015, os principais destinos da exportação do tabaco no Rio Grande do Sul foram China (US$ 262,6 milhões), Bélgica (US$ 250,7 milhões), Estados Unidos (US$ 172,6 milhões), Rússia (US$ 89 milhões) e Alemanha (US$ 75,8 milhões). China, Bélgica, Alemanha, Filipinas e Paraguai foram os países que, em dólares, mais reduziram a compra de tabaco. Já Polônia, Turquia, Egito, Estados Unidos e Emirados Árabes foram os que mais elevaram a compra de fumo nos primeiros 11 meses de 2015, em comparação ao ano anterior. No mês de novembro de 2015, o Rio Grande do Sul exportou US$ 110,9 milhões relacionados ao tabaco, 3,3% a menos do que os US$ 114,6 milhões referentes ao mesmo mês de 2014. Apesar de o volume exportado ter sido 31,8% maior, o preço sofreu uma queda de 26,6%. Em 2015, no mês em questão, 33,1 mil toneladas de fumo foram exportadas.
O estado do Rio Grande do Sul exportou 21,5 mil toneladas de tabaco ao longo do mês de dezembro de 2015 via Porto de Rio Grande. O volume foi equivalente a US$ 71,5 milhões. Os dados vêm da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). Na comparação com o mesmo mês de 2014, houve redução de 12,4% no volume embarcado e de 29% no valor negociado. Mesmo assim, o Rio Grande do Sul segue como principal Estado exportador do setor e, o Brasil, como país que mais fornece tabaco para o mundo. Mesmo com queda de 4,6% na comparação com 2014, os US$ 11,6 bilhões exportados pelo agronegócio gaúcho corresponderam a 9% do total do Produto Interno Bruto estadual em 2015. No total, foram 20,4 milhões de toneladas comercializadas pelo setor no mercado internacional ao longo do ano. O total exportado em dezembro do ano passado atingiu a soma de US$ 639 milhões, redução de 24,4% na comparação com novembro de 2015 e de 19,4% em relação a dezembro de 2014. Já o volume comercializado apresentou queda de 21,8% entre os dois últimos meses de 2015 e aumento de 10,23% na comparaçãocom o último mês de 2014.
Em 2015, se comparando com 2014, foram exportados US$ 289 milhões a menos pela indústria do tabaco: R$ 1,6 bilhão no ano passado e R$ 1,88 bilhão no ano anterior. Esses números acabam revelando aspectos tanto positivos como negativos. Se por uma visão, a desvalorização do real diante do dólar acaba implicando menos valor exportado, a outra amplia a competitividade do Brasil no mercado internacional. Além disso, a maior concentração de toneladas exportadas em 2015 pressupõe a liberação dos estoques na indústria, mas não significa, necessariamente, que houve maior produção nas lavouras de fumo. De maneira geral, as vendas do tabaco são fechadas no primeiro trimestre, por isso, para a indústria fumageira interessa mais o câmbio nesse período do ano, e embarcadas com mais intensidade entre julho e outubro. Nos três primeiros meses de 2015, a moeda americana ainda estava longe de atingir o patamar dos R$ 4,00 que acabou atingindo no início do ano de 2016, o que foi ruim para os setores que mais exportam. Caso essa alta do dólar que houve no início do ano de 2016 se mantivesse acima dos patamares de R$ 4,00 a tendência era que os segmentos de exportações tivessem um bom desempenho, tendo que lembrar também que os insumos são também adquiridos em dólar.
Figura 1 – Receita de exportação e quantidade exportada de tabaco e fumo, nos anos de 2014 e 2015.
Em meados de abril, pouco antes do meio do ano de 2016, o fumo voltou a se destacar no cenário das exportações, os dados da Fundação de Economia e Estatística (FEE-RS) mostraram que o fumo em folha foi o produto mais exportado pelo estado do Rio Grande do Sul no primeiro trimestre de 2016. Sendo o carro chefe da economia, o tabaco responde por 9,8% de tudo que o que foi comercializado pelo Estado para o exterior nesse período. Os números divulgados para esse período mostram que, entre janeiro e março, foram embarcadas 70,3 mil toneladas de fumo. O volume cresceu 15,2% em comparação com o mesmo período do ano de 2015. O tabaco conseguiu se destacar em um contexto de recuo nas vendas de produtos básicos e de manufaturados, os quais fizeram que o Rio Grande do Sul perdesse duas posições no ranking nacional de exportações nos primeiros três meses do ano, tais números mostram que o fumo continua sendo um produto de muita importância para as exportações.
Nesse período, apesar da alta no câmbio, as vendas de fumo conseguiram somar, nesse período, cerca de US$ 29 milhões a menos que no ano de 2015. O valor total exportado atingiu os US$ 274 milhões, frente aos US$ 303 milhões em 015. Essa ligeira queda se relaciona com os preços que são negociados pelas fumageiras com os seus respectivos compradores. A baixa generalizada nos preços dos produtos exportados também influenciou essa queda, no acompanhamento da apatia dos preços da commodities e do baixo crescimento que se observou no comércio mundial. 
Os números até o mês de abril de 2016 são de 70,3 mil toneladas de fumo exportadas, tendo um total de US$ 274 milhões exportados e um crescimento de 15,2% em relação ao mesmo período de 2015.
2. Metodologia
2.1 Modelo de análise
O estudo analítico tratando das variações na receita de exportações de fumo e tabaco no Brasil foi realizada pelo método conhecido como shift-share, também conhecido como método diferencial-estrutural, o qual, por sua vez permitiu ao trabalho evidenciar a decomposição do efeito de algumas variáveis para a receita desses produtos. O presente estudo tem como uma das características mais evidentes o fato de se tratar da receita de fumo e tabaco durante o período que se estende de 1997 a 2015 assim como os efeitos estudados serem separados em variáveis como câmbio, preço e receita.
Toda essa metodologia realizada nesse artigo faz com que seja possível a mensuração dos efeitos que as diferentes taxas de câmbio que podem ser observadas durante todo o período trabalhado e analisado podem vir a acarretar. Tendo isso, as diferentes políticas que o Governo adota sobre um mercado específico quanto a adoção da política cambial também traz diferentes efeitos para o presente estudo. Os diversos valores que as variáveis analisadas assumem durante o período de tempo trazem efeitos diversos, além de que quando um deles é analisado, o outro é tido como não variável, pois não há relação de influência entre os mesmos. 
A receita de exportação de fumo e tabaco é dada pela seguinte fórmula:
R = Q.PR$ (1)
Onde: R como a receita vinda de toda exportação de fumo e tabaco; Q como a quantidade de fumo e tabaco exportada em unidades de tonelada e PR$ o preço em moeda brasileira (reais) que o exportador do Brasil recebe.
O preço da commoditie, nesse caso fumo e tabaco, é dado pelo mercado internacional, logo, a conversão para o preço em reais é garantida com o produto da taxa de câmbio real pelo seu preço em moeda americana (dólares) da seguinte maneira algébrica:
PR$ = λ. PUS$ (2)
PUS$ é exatamente o preço em dólares que o exportador brasileiro arrecada para si e λ é a taxa de câmbio real (R$/US$).
Fazendo a substituição de PR$ = λ. PUS$ em R = Q.PR$ tem-se que:
R = Q . (λ. PUS$) (3)
Ou seja, essa última equação mostra que a receita proveniente da exportação de fumo e tabaco é um resultado obtido a partir de sua respectiva quantidade que foi exportada, de sua taxa cambial e de seu preço no mercado internacional.
Como o estudo é anual, sendo usados a taxa anual de exportações de fumo e tabaco, seja a ela crescente ou decrescente, o que resulta da variação que ocorreu entre o ano que está sendo analisado (tido como t) e o ano anterior a ele (tido como 0).
R0 = Q0 . (PUS$0 . λ0) (4)
Apresentando a variação da receita proveniente da exportação de fumo e tabaco em moeda brasileira para o período inicial “0”.
Rt = Qt . (PUS$t . λt) (5)
Apresentando a variação da receita proveniente da exportação de fumo e tabaco em moeda brasileira para o período final “t”.
Na expressão que será mostrada a seguir tem-se o “efeito preço”, o qual por vez indica as mudanças na receita em reais que ocorreram devido à variação no seu preço em dólares.
o. (PUS$t . λo) (6)
A seguir, a fórmula algébrica do “efeito câmbio”, o qual constata o efeito das variações na taxa de câmbio e seus resultados sobre a receita.
o. (PUS$t . λt) (7)
É observado que quando se calcula cada um desses efeitos, os seus demais são sempre considerados como constantes.
A variação total ou o efeito total na receita das exportações de fumo e tabaco, em moeda brasileira, do período inicial até o período final é tido por:
Rt – R0 = ( – R0) + ( - ) + (Rt - ) (8)
Onde: Rt – R0: Variação total nas receitas em reais; ( – R0): Mensuração da contribuição do preço internacional para as mudanças ocorridas na receita; ( - ): Calcula a contribuição do efeito vindo do câmbio; (Rt - ): Parcela da variação no volume que foi exportado de fumo e tabaco, em outras palavras, o “efeito quantidade”. 
Evidenciando o que a variação do volume de exportação causa na variação da receita obtida pelo total exportado.
Na expressão que mede a variação total ou o efeito total na receita das exportações de fumo e tabaco em reais, do período inicial até o período final, é possível ver cada um dos três efeitos que somados ou mesmo sozinhos como a expressão que foi apresentada (Contendo a taxa anual de aumento nas receitas de exportação).
Ao se multiplicar ambos os lados da expressão por 1/(Rt – R0) é possível ter a participação de cada umdos efeitos que podem atingir a variação total das receitas advindas da exportação:
 (9)
É possível ainda representar os efeitos separadamente sob termos percentuais do efeito total quando se multiplica ambos os lados da identidade por:
 (10)
E, com t sendo igual a 1, tem-se:
 (11)
i: Taxa média anual em porcentagem de variação da receita das exportações de fumo e tabaco (efeito total). Desse modo, os efeitos que atuam na receita do total exportado de fumo e tabaco, em percentual, são obtidos por:
 (12)
Sabendo que os termos à direita da equação dada são os três efeitos na mesma sequência que há da expressão que mostra variação total ou o efeito total na receita das exportações de fumo e tabaco, em moeda brasileira, do período inicial até o período final, vista acima.
2.2 Proveniência dos dados obtidos
Os dados das variáveis usadas para elaboração do presenta artigo (quantidade exportada de fumo e tabaco em toneladas assim como seu preço e receita total de exportação) foram obtidos da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Secex/MDIC). O Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP – DI) foi obtido através do site da Fundação Getúlio Vargas, o Índice de Preços do Consumidor (IPC) dos EUA foi captado pelo site do Banco Central do Brasil (Banco Central do Brasil, 2016) e a taxa de câmbio nominal (R$/US$) foi obtida através do site do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipeadata, 2016).
O período que foi analisado compreende de 1997 a 2015, então a taxa cambial real foi obtida a partir de taxas médias anuais para o período em questão. 
3. Resultados e Discussão
	Nesta parte do presente trabalho, iremos realizar uma análise dos resultados obtidos após os cálculos expostos na parte anterior deste trabalho, com apresentação de dados e gráficos.
Figura 2 – Receita de exportação de tabaco e fumo, taxa de câmbio real, volume exportado e preço em dólares – 1997-2015.
Fonte: Secex/MDIC, Ipeadata.
Podemos, em primeiro momento, perceber que a receita de exportação de fumo e tabaco nos anos de 1997 e 1998 teve um valor relativamente maior do que nos três anos seguintes, com uma diminuição de aproximadamente 14%, em uma comparação da receita total destes dois períodos, apesar de o volume exportado ter apresentado um aumento de aproximadamente 44%, isso pode ser explicado não pela variação cambial, apesar de ter ocorrido uma variação para valores mais altos de câmbio, o que poderia ter levado à um aumento da receita, uma vez que com para os compradores sairia mais barato importar esses produtos, e sim pela variação do preço por tonelada de fumo e tabaco, que teve uma variação negativa de aproximadamente 47%, entre 1997 e 2001, acarretando em uma diminuição da receita de exportação.
	Nos anos de 2002, podemos ver que houve uma nova diminuição no preço por tonelada em relação ao ano anterior, menos acentuada que nos anos anteriores, porém com um considerável aumento na taxa de câmbio e na quantidade exportada, podemos ver que a receita de exportação aumentou consideravelmente, depois de quatro anos de queda. Diferente do ano de 2002, no ano de 2003, ocorreu um aumento de aproximadamente 7% no preço por tonelada exportada, em relação ao ano anterior, assim como aumentos na txa de câmbio e na quantidade exportada, levando à um aumento na receita final de exportação, em relação ao ano de 2002.
	Posteriormente, percebe-se que ao longo dos anos de 2004 à 2008, ocorreram sucessivas baixas na taxa de câmbio, numa variação negativa de aproximadamente 37%, seguindo o caminho contrário, o preço por tonelada exportada continuou aumentando, partindo de US$ 2.405,04, em 2004, para US$ 3.979,18, em 2008. Já o volume exportado, variou constantemente, com aumentos em certos anos e diminuições em outros, não mantendo um comportamento constante, tanto negativo quanto positivo, como os outros fatores. Além disso, fazendo uma análise da receita gerada por essa exportação, nesse período, percebemos um aumento expressivo de aproximadamente 93%, no período em questão.
	No ano de 2009 houve um novo aumento na taxa de câmbio, aproximadamente 8,8%, em relação ao ano de 2008, diferentemente do período anterior, onde a taxa de câmbio somente declinou. Já no preço da tonelada exportada, o comportamento observado no período anterior se repetiu, ocorrendo um novo aumento, aproximadamente 13%, em realção ao ano de 2008, assim como na receita de exportação, onde houve um aumento de aproximadamente 10,68%. Entretanto, a quantidade exportada diminuiu, em quase 150 mil toneladas.
Nos dois anos seguintes, 2010 e 2011, a taxa de câmbio voltou a ter um comportamento de queda, diminuiu aproximadamente 32 centavos (16,29%), em relação ao ano de 2009, por outro lado, o preço por tonelada experimentou um aumento no ano de 2010 e uma diminuição no ano de 2011, aumento de quase 900 dólares (21%) para cada tonelada exportada, de 2009 para 2010, e diminuição de quase 100 dólares (1,5%), de 2010 para 2011, o que mostra que, neste período, o preço de exportação teve um aumento total de 19,16%, de US$ 4.515,44, em 2009, para US$ 5.369,71, em 2011. A quantidade exportada demonstrou uma forte queda de 2009 para 2010, foram 169.111,204 toneladas exportadas à menos, já de 2010 para 2011, ocorreu um novo aumento, que não cobriu a queda anterior, de 39.083,04 toneladas exportadas.
Nos anos de 2012 e 2013, a taxa de câmbio aumentou consideravelmente em relação ao ano de 2011, no qual a taxa de câmbio era de R$ 1,67307 para cada US$, já em 2012, estava em R$ 1,95405, e em 2013, em R$ 2,15933 por US$. O preço por tonelada foi de US$ 5.216,84 em ambos os anos, algo que não foi visto em nenhum outro conjunto de anos, o que demonstra uma queda em relação ao preço em 2011, entretanto, a quantidade exportada experimentou um aumento de 2011 para 2012, apesar de no ano seguinte, essa quantidade ter diminuído novamente, assim como a receita das exportações, que aumentou de 2011 para 2012, porém diminuiu de 2012 para 2013.
Fazendo uma análise dos anos de 2014 e 2015, percebe-se um relativo aumento na taxa de câmbio de 2013 para 2014, de R$ 2,15933 para R$ 2,35286, respectivamente, o que representa um aumento de aproximadamente 9% de um ano para o outro, já de 2014 para 2015, o aumento na taxa de câmbio foi muito mais expressivo, indo de R$ 2,35286, em 2014, para R$ 3,3348, em 2015, o que representa um aumento de aproximadamente 42%. O preço por tonelada reverte o comportamento de queda do período anterior num primeiro momento, indo de US$ 5.216,84, em 2013, para US$ 5.253,62, em 2014, entretanto, de 2014 para 2015, ocorreu uma queda de quase 1.000 dólares para cada tonelada exportada, indo de US$ 5.253,62, em 2014, para US$ 4.230,65, em 2015, o que representa uma queda de aproximadamente 19,47%.
No período de 19 anos estudados, que abrange de 1997 até 2015, verificamos um aumento total na taxa de câmbio de aproximadamente 209%, indo de R$ 1,077861 para cada US$, em 1997, para R$ 3,3348 para cada US$, em 2015. Assim como verificamos um aumento total no preço por tonelada exportada de aproximadamente 4%, indo de US$ 4.061,00, em 1997, para US$ 4.230,65, em 2015, assim como ocorreu um aumento na quantidade total exportada em aproximadamente 26% no período estudado, indo de 409.475,106 toneladas, em 1997, para 516.756,559 toneladas, em 2015. Por fim, também é possível verificar um aumento na receita de exportação anual nesse período, indo de US$ 1.662.878.617,00, em 1997, para US$ 2.186.216.762,00, em 2015, o que representa um aumento total de aproximadamente 31%.
Em uma análise mais geral de todos os resultados obtidos, podemos ver que, enquanto a taxa de câmbio sofreu enorme variação no geral, as variações do preço por tonelada, quantidade exportada e receita total, nesse geral,não tiveram tanta variação assim, nada comparável à variação da taxa de câmbio, o que pode ter ocorrido por diversos motivos, inclusive crise econômica e inflação interna.
 
4. Conclusões
	Ao analisar os dados obtidos, é possível verificar que o efeito quantidade, ou seja, a quantidade exportada de fumo e tabaco, foi a variável que mais influenciou na hora de explicar o crescimento das receitas de exportação de fumo e tabaco. Sendo assim, podemos ver que o que mais influência nas exportações destes produtos é tanto a quantidade produzida e exportada como o cenário mundial para consumo destes produtos. Isso pode se dar por meio de políticas de incentivo governamental para a produção e para a exportação. Logo, percebe-se que grande parte da quantidade produzida internamente é para suprir o mercado externo.
	O efeito preço, ou seja, o preço por tonelada, também teve seu papel na manutenção de bons níveis das receitas de exportação, uma ve que não teve grandes variações no período estudado. O efeito câmbio, ou seja, o câmbio real, foi o que mais variou, entretanto, como o foco da produção é para o mercado externo, também teve grande importância nos níveis de receita. 
	Numa análise do câmbio no período, podemos observar que nos momentos em que o câmbio estava muito elevado, o preço sofria uma diminuição e a quantidade exportada nem sempre descia à níveis em que o câmbio estava mais baixo, isso pode ser visto como uma certa irrelevância na importância da taxa de câmbio no momento do mercado externo em adquirir o produto. Levando a crer que, em momentos de câmbio elevado, existem outros fatores que influenciam tanto na quantidade exportada, quanto na receita de exportação.
5. Referências
	SINDITABACO. Disponível em: <http://sinditabaco.com.br/> Acesso em: 20 ago. 2016.
	PWC BRASIL. Disponível em: <http://www.pwc.com.br/> Acesso em: 20 ago. 2016.
	FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. FGVDADOS (IGP-DI). Índices Gerais de Preços. Rio de Janeiro, 1997 a 2015. Disponível em: <http:/ /www.fgvdados.br/dsp_frs_pai_ferramentas.asp> Acesso em: 19 ago. 2016.
	BANCO CENTRAL DO BRASIL. Séries Relacionadas (IPC-EUA), Brasília, 1997 a 2015. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br> Acesso em: 19 ago. 2016.
	MDIC. Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. Brasília. Exportações, 1997 a 2015. Disponível em: <http://www.aliceweb. desenvolvimento.gov.br/alice.asp> Acesso em: 20 ago. 2016.
FEREDAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO RIO GRANDE DO SUL (FIERGS). Disponível em: <http://www.fiergs.org.br/> Acesso em: 21 ago. 2016.
FUNDAÇÃO DE ECONOMIA E ESTATÍSTICA (FEE-RS). Disponível em: <http://www.fee.rs.gov.br/> Acesso em: 21 ago. 2016.
Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). Disponível em: <http://www.farsul.org.br/> Acesso em: 22 ago. 2016.
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEADATA). Dados macroeconômicos. Brasília, 1997 a 2015. Disponível em: <www.ipeadata.gov.br> Acesso em: 19 ago. 2016.
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