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POLÍTICAS PÚBLICAS AMBIENTAIS NO ESTADO DO AMAZONAS: AS EXPERIÊNCIAS DOS GOVERNOS DE 1964 A 2013 Judite Maria Ester Roneison Ruth 1. INTRODUÇÃO Políticas públicas Não existe uma única, nem melhor, definição sobre o que seja política pública. Mead a define como um campo dentro do estudo da política que analisa o governo à luz de grandes questões públicas e Lynn, como um conjunto de ações do governo que irão produzir efeitos específicos. Peters segue a mesma ideia: política pública é a soma das atividades dos governos, que agem diretamente ou através de delegação, e que influenciam a vida dos cidadãos. Dye sintetiza a definição de política pública como “o que o governo escolhe fazer ou não fazer”. A definição mais conhecida continua sendo a de Laswell, ou seja, decisões e análises sobre política pública implicam responder às seguintes questões: quem ganha o quê, por quê e que diferença faz. Outras definições enfatizam o papel da política pública na solução de problemas. Críticos dessas definições, que superestimam aspectos racionais e procedimentais das políticas públicas, argumentam que elas ignoram a essência da política pública, isto é, o embate em torno de ideias e interesses. Pode-se também acrescentar que, por concentrarem o foco no papel dos governos, essas definições deixam de lado o seu aspecto conflituoso e os limites que cercam as decisões dos governos. Deixam também de fora possibilidades de cooperação que podem ocorrer entre os governos e outras instituições e grupos sociais. No entanto definições de políticas públicas, mesmo as minimalistas, guiam o nosso olhar para o locus onde os embates em torno de interesses, preferências e ideias se desenvolvem, isto é, os governos. Apesar de optar por abordagens diferentes, as definições de políticas públicas assumem, em geral, uma visão holística do tema, uma perspectiva de que o todo é mais importante do que a soma das partes e que indivíduos, instituições, interações, ideologia e interesses contam, mesmo que existam diferenças sobre a importância relativa destes fatores. Pode-se, então, resumir política pública como o campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, “colocar o governo em ação” e/ou analisar essa ação (variável independente) e, quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso dessas ações (variável dependente). A formulação de políticas públicas constitui-se no estágio em que os governos democráticos traduzem seus propósitos e plataformas eleitorais em programas e ações que produzirão resultados ou mudanças no mundo real. Tipos de Política Pública Segundo Secchi 2012, as políticas públicas, quanto a essência, a intencionalidade, a estrutura de indução de comportamento e os resultados, apresentam as tipologias abaixo: Tipologia de Lowi A tipologia de Thedore J. Lowi, formulada inicialmente em seu artigo publicado na revista World Polices, em 1964, e posteriormente aprimorada em sucessivos trabalhos, baseia-se no critério de “impacto esperado na sociedade” (Lowi 1964, p. 689). Segundo esse critério, há quatro tipos de políticas públicas. Políticas regulatórias: estabelecem padrões de comportamento, serviço ou produto para atores públicos e privados. Segundo Lowi, as políticas regulatórias se desenvolvem predominantemente dentro de uma dinâmica pluralista, em que a capacidade de aprovação ou não de uma política desse gênero é proporcional à relação de forças dos atores e interesses presentes na sociedade. Políticas distributivas: geram benefícios concentrados para alguns grupos de atores e custos difusos para toda a coletividade/contribuintes. Esse tipo de política se desenvolve em uma arena menos conflituosa, considerando que quem paga o “preço” é a coletividade. A grande dificuldade no desenho de políticas distributivas é a delimitação do grupo beneficiário (quem é e quem não beneficiário). De acordo com Lowi, esse tipo de política se desenvolve em arenas onde predomina a barganha, ou seja, o troca-troca de apoios. Políticas redistributivas: concedem benefícios concentrados a algumas categorias de atores e implicam custos concentrados sobre outras categorias de atores. É um tipo de política que provoca muitos conflitos, pois representa um jogo de soma zero. Segundo Lowi, as políticas redistributivas não recebem esse rótulo pelo resultado redistributivo efetivo (renda, propriedade etc), mas sim pela expectativa de contraposição de interesses claramente antagônicos. O tipo de dinâmica predominante em arenas políticas redistributivas é o elitismo, no qual se formam duas elites, uma demandando que a política se efetive e a outra lutando para que a política seja descartada. Políticas constitutivas: “são regras sobre os poderes e regras sobre as regras”, ou seja, são aquelas políticas que definem as competências, jurisdições, regras da disputa política e da elaboração de políticas públicas. São chamadas meta- policies, porque se encontram acima dos outros três tipos de políticas e comumente moldam a dinâmica política nessas outras arenas. Políticas constitutivas provocam conflitos entre os entes e entre os atores diretamente interessados, pois têm a capacidade de alterar o equilíbrio de poder existente. Tipologia de Wilson James Quinn Wilson formulou sua tipologia adotando o critério da distribuição dos custos e benefícios da política pública na sociedade. Essa tipologia, de um lado, corrobora a tipologia de Lowi e, de outro, a complementa. Quadro 1 – tipologia de políticas públicas de Wilson Custos Distribuídos Concentrados Benefícios Distribuídos Política majoritária Política empreendedora Concentrados Política clientelista Política de grupo de interesses As políticas de tipo clientelista são aquelas em que os benefícios são concentrados em certos grupos e os custos são difusos na coletividade. São as políticas distributivas da tipologia de Lowi. As políticas de grupo de interesses são aquelas em que tanto custos como benefícios estão concentrados sobre certas categorias. Referem-se, na tipologia de Lowi, às políticas redistributivas. As políticas empreendedoras importam em benefícios coletivos, e os custos ficam concentrados sobre certas categorias. Esse tipo específico de política pública não foi previsto na tipologia de Lowi, e talvez seja o maior diferencial da tipologia de Wilson. As políticas empreendedoras enfrentam uma dificuldade real, que é a organização de interesses coletivos contrários a interesses concentrados, como no caso das reformas administrativas que resultam em extinção de certos órgãos públicos, ou leis que tornam ilegais os jogos de azar (cassinos, bingos, etc). Por fim, políticas majoritárias são aquelas em que os custos e benefícios são distribuídos pela coletividade. Talvez essa categoria seja a mais numerosa em exemplos: a instituição de serviços públicos de saúde, educação, segurança, defesa nacional, investimentos em infraestrutura etc. Tipologia de Gormley A base da distinção da tipologia de Gormley é o nível de saliência (capacidade de afetar e chamar a atenção do público em geral) e o nível de complexidade (necessidade de conhecimento especializado para sua formulação e implementação). Da intersecção dessas duas variáveis nasce o seguinte esquema analítico. Quadro 2 – tipologia de políticas públicas de Gormley Complexidade Alta Baixa Saliência Alta Política de sala operatória (operating room politics) Política de audiência (hearing room politics) Baixa Política de sala de reuniões (board room politics) Política de baixo calão (street level politics) Segundoo entendimento de Gormley, um assunto é saliente quando “afeta um grande número de pessoas de modo significativo” e é complexo quando “levanta questões fatuais que não podem ser respondidas por generalistas ou amadores”. Tipologia de Gustafsson Outra tipologia é aquela proposta por Gustafsson, que tem como critério de distinção o conhecimento e a intenção do policymaker. Quadro 3 – tipologia de políticas públicas de Gustafsson Intenção de implementar a política pública Sim Não Conhecimento para a elaboração e implementação Disponível Política real Política simbólica Indisponível Pseudopolítica Política sem sentidos As políticas públicas reais são aquelas que incorporam a intenção de resolver um problema público com o conhecimento para resolvê-lo. Essas são as políticas públicas ideais, e os policymakers geralmente clamam que suas políticas públicas pertencem a essa categoria. As políticas simbólicas são aquelas em que os policymakers até possuem condições de elaborá-la, mas intimamente não demonstram grande interesse em colocá-las em prática. Da mesma forma que tipologia Lowi, Gustafsson admite que sua tipologia seja um ideal-tipo, bastante útil para análise, mas com limitações práticas. Frequentemente as políticas públicas acumulam aspectos de realidade, efetividade, simbolismo e incompetência. Tipologia de Bozeman e Pandey Outra forma de distinguir as políticas públicas de acordo com seus conteúdos é a distinção entre conteúdo técnico e conteúdo político. Políticas públicas de conteúdo essencialmente político são aquelas que apresentam conflitos relevantes no estabelecimento de objetivos e no ordenamento de objetivos e, de alguma forma, ganhadores e perdedores da política pública são identificáveis antes da implementação. Políticas públicas de conteúdo técnico apresentam poucos conflitos com relação aos objetivos e ao ordenamento dos objetivos, embora possam aparecer conflitos com relação aos métodos. Modelos de formulação e análise de tomada de decisão das políticas públicas Segunda Secchi, o primeiro entendimento, que problemas nascem primeiro e depois são tomadas as decisões, está presente nos modelos de racionalidade, que são dois: modelo de racionalidade absoluta onde a decisão é considerada como uma atividade puramente racional, em que custos e benefícios das alternativas são calculados pelos atores políticos para encontrar a melhor opção possível e, o modelo de racionalidade limitada, o qual reconhece que os tomadores de decisão sofrem limitações cognitivas e informativas, e que os atores não conseguem entender a complexidade com que estão lidando, portanto, a tomada de decisão é interpretada como um esforço para escolher opções satisfatórias, mas não necessariamente ótimas. Em contraste aos modelos de racionalidade, o modelo incremental comporta três características principais: problemas e soluções são definidos, revisados e redefinidos simultaneamente e em vários momentos da tomada de decisão; as decisões presentes são consideradas dependentes das decisões tomadas no passado e os limites impostos por instituições formais e informais são barreiras à tomada de decisão livre por parte do policymaker; as decisões são consideradas dependentes dos interesses dos atores envolvidos no processo de elaboração a política pública e, por muitas vezes a solução escolhida não é a primeira opção, mas sim aquela que foi politicamente lapidada em um processo de consensos e de ajuste mútuo de interesses. O modelo dos fluxos múltiplos é aquele em que os policymakers criam soluções para depois correr atrás dos problemas para solucionar. Esse modelo é interpretativo de adaptado do modelo da lata do lixo no qual as decisões são meros encontros casuais dos problemas, das soluções e das oportunidades de tomada de decisão. Políticas públicas ambientais Entende-se por política pública ambiental o conjunto de objetivos, diretrizes e instrumentos de ação que o poder público dispõe para produzir efeitos desejáveis sobre o meio ambiente. A participação cada vez mais intensa dos Estados nacionais em questões ambientais e a diversidade dessas questões fizeram surgir uma variedade de instrumentos de políticas públicas ambientais de que o poder público pode se valer para evitar novos problemas ambientais, bem como eliminar ou minimizar os existentes. Esses instrumentos podem ser explícitos ou implícitos. Os primeiros são criados para alcançar efeitos ambientais benéficos específicos, enquanto os segundos alcançam tais efeitos pera via indireta, pois não foram criados para isso. Por exemplo uma lei para ordenar o trânsito de veículos numa grande cidade e evitar congestionamentos, acabará indiretamente melhorando a qualidade do ar, reduzindo o nível de ruído e a utilização de recursos, pois os veículos podem trafegar com marchas mais leves. Investimentos em educação tornam a população mais consciente dos problemas ambientais, aumentando assim o contingente de pessoas que estarão cobrando melhor desempenho das empresas e dos órgãos ambientais governamentais. Os exemplos envolvem as mais variadas situações e não poderia ser diferente, pois qualquer ação humana afeta o meio ambiente. Por isso, quando se fala em instrumentos de política pública ambiental, geralmente se quer indicar aquele que visa diretamente às questões ambientais, ou seja, os instrumentos explícitos, que por sua vez podem ser classificados em três grandes grupos. Quadro 4 – Instrumentos de política pública ambiental – classificação e exemplos Gênero Espécie Comando e controle Padrão de emissão Padrão de qualidade Padrão de desempenho Padrões tecnológicos Proibições e restrições sobre produção, comercialização e uso de serviços e processos Licenciamento ambiental Zoneamento ambiental Estudo prévio de impacto ambiental Econômico Tributação sobre poluição Tributação sobre uso de recursos naturais Incentivos fiscais para reduzir emissões e conservar recursos Remuneração pela conservação de serviços ambientais Financiamentos em condições especiais Criação e sustentação de mercados de produtos ambientalmente saudáveis Permissões negociáveis Sistema de depósito-retorno Poder de compra do Estado Outros Apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico Educação ambiental Unidades de conservação Informações ao público Breve desenvolvimento histórico da política ambiental brasileira No Brasil, a política ambiental é produto de vários processos políticos nacionais e internacionais. É opinião unânime dos estudiosos do assunto que o país não é penalizado pela falta de instrumentos ou de legislação adequada em matéria de política ambiental, mas, sim, pelos entraves políticos e institucionais para sua implementação. A história da política ambiental é caracterizada pela evolução gradativa do quadro institucional e legislativo nas três esferas do poder público – federal, estadual e municipal. Até 1972, ano da Conferência de Estocolmo, não havia propriamente uma política ambiental. Existiam leis que tratavam de questões específicas, como o código de águas (1934), o código florestal (1965) e o código de caça e pesca (1967). Não havia uma ação coordenada de governo ou uma entidade gestora específica. Em 1973 foi criada a Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA), no nível federal, sob a coordenação do Ministério do Interior, responsável então pelas grandes obras públicas de infraestrutura. O trabalho da SEMA se concentrava no problema da poluição industrial e rural e asmedidas aplicadas eram meramente de comando e controle. Já nessa época se observava certa descentralização com a execução da política por órgãos estaduais de meio ambiente nos estados mais desenvolvidos, como São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1981, a Lei 6.938, do Governo Federal, reorganizou o quadro institucional e legislativo com a criação do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) e do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) (ver Caixa de texto 3.1). Essa lei também definiu objetivos, princípios, diretrizes, instrumentos, atribuições e instituições da política ambiental nacional. Entre os instrumentos criados encontram-se a avaliação de impactos ambientais (AIA) e o licenciamento para atividades efetiva ou potencialmente poluidoras. Esses procedimentos foram ratificados e assegurados na Constituição Federal de 1988. Ainda na segunda metade da década de 1980 iniciou-se a redefinição da política ambiental brasileira. Em 1985, a SEMA e o CONAMA foram incorporados ao novo Ministério de Desenvolvimento Urbano e do Meio Ambiente. Em 1989, uma reestruturação dos órgãos públicos encarregados da questão ambiental uniu a SUDEPE (pesca), a SUDHEVEA (borracha), o IBDF (desenvolvimento florestal) e a SEMA (meio ambiente) em torno de um único órgão federal: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (IBAMA). 2. REFERENCIAL TEÓRICO Histórico dos governadores do amazonas Arthur Cézar Ferreira Reis O historiador e professor Arthur Cézar Ferreira Reis foi um dos maiores intelectuais nascidos no Amazonas, a 8 de janeiro de 1906, na cidade de Manaus. Iniciou o curso de Direito em Belém do Pará em 1923, concluindo-o na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Retornando para Manaus assumiu as funções de redator chefe do Jornal do Comércio, dirigido por seu genitor, Vicente Torres da Silva Reis. Sua mãe era a senhora Emília Ferreira Reis. Quando o presidente Getúlio Vargas criou a Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA) em 1953, ele foi nomeado primeiro presidente do órgão, até o ano de 1956. Em seguida foi indicado para diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA); em 1961, dirigiu o Departamento de História e Documentação do Estado da Guanabara e foi nomeado presidente do Conselho Federal de Cultura. Em 27 de junho de 1964, nomeado pelo presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, assumiu o governo do Estado do Amazonas, substituindo Plínio Ramos Coelho, que fora cassado pelo Ato Institucional nº 5. Cumprindo a missão com zelo e responsabilidade, o mestre estreou no comando do governo amazonense, ficando no poder até o dia 1º de janeiro de 1967. O seu mandato, entretanto, foi muito questionado no início, porque as pessoas investigadas durante o seu governo, após o Golpe Militar de março de 1964, gestores ou ocupantes de funções em governos anteriores no Amazonas, nem sempre eram culpadas, mas o professor, não distinguia os bons e os maus, e tanto os opositores do governo cassado, quanto os governistas, sofreram pressões e, alguns foram nitidamente injustiçados. O vice-governador nomeado para ajudá-lo nessa missão, o ilustre intelectual pernambucano, Dr. Ruy Araújo, já houvera colaborado, anteriormente, com o poder público, e com muita habilidade, evitou outras injustiças, prestando informações equilibradas e verdadeiras ao emérito historiador. Sem dúvida, a conjuntura em que ocorreu o Golpe Militar de 31 de março de 1964, representava um período de muita tensão e felizes foram os poucos amigos do novo governador, o qual, vivendo no Rio de Janeiro há muitos anos, não poderia fazer um julgamento justo do que acontecera no Amazonas, nem das pessoas que aqui viviam, até a data do Golpe. O governador determinou a prisão de algumas pessoas tachadas de comunistas, muitas vezes, baseado em simples informações, ou pelo fato de alguns terem participado do regime de anarquia implantado no país, principalmente no tempo do governo do Sr. João Goulart. As Comissões Gerais de Investigação tinham, em suas formações, alguns desafetos políticos dos que estavam no poder, antes da Revolução de 31 de março de 1964, e muitos, aproveitaram a situação, para exercer pressões, agindo com excesso, vingança e sem fazer justiça. Apesar desses fatos, o governo do professor Arthur Reis foi pautado numa administração moderna, reativando a cultura do Estado, publicando e incentivando obras de autores amazonenses e reestruturando entidades da maior importância para a vida social e econômica do Amazonas. Passados os dias iniciais de excesso, o governador, com a sua fantástica inteligência, compreendeu que havia deixado levar-se por falsos amigos, saiu magoado de alguns episódios e disse, certa vez, ao seu amigo e colega da Academia Amazonense de Letras, Dr. Newton Sabbá Guimarães: “Não há gente mais fria e indiferente do que a amazonense!” Mas o governador saiu ovacionado pelo povo, quando entregou o posto para o seu amigo Danilo Duarte de Mattos Areosa, grande benfeitor amazonense. Arthur Cézar Ferreira Reis acostumado aos trabalhos de gabinete, surpreendeu a todos os seus conterrâneos e aos grupos de amigos que admiravam a sua intelectualidade, porque muitos não esperavam o período de grandes realizações na sua nova vida de executivo. E o mestre provou, que a competência casa com a inteligência, nascendo a boa vontade de realizar, com muita dedicação e honestidade. Importante salientar que, durante o governo de Arthur Reis, seu vice-governador Ruy Araújo o substituiu por sete vezes no comando do Estado do Amazonas. Sendo ambos dotados de excepcional intelectualidade, impulsionaram a cultura do Estado. Depois de algum tempo, o sábio Arthur passou a ouvir o povo, os líderes das classes empresariais, sentiu as necessidades das reformas e terminou o mandato, comprovando indiscutível habilidade política. Quando passou o cargo para o seu sucessor, havia feito uma longa preparação para indicá-lo, levando o Sr. Danilo de Mattos Areosa a assumir antes, os mais destacados cargos nas Secretarias do Governo. Em verdade, ao deixar o governo para o seu sucessor, Arthur Reis foi louvado pela austeridade com a qual se comportou e pela habilidade demonstrada, tanto no trato da coisa pública, quanto no tratamento dado ao povo amazonense. Escritor renomado, sua vida intelectual foi coroada de êxito e honrarias, sendo a maior de todas, a concedida pela Academia Brasileira de Letras, sob o título José Veríssimo de Erudição, pela publicação do livro Limites e Demarcações da Amazônia Brasileira, em quatro volumes. Publicou vários livros de importância para a Amazônia, colaborando com vários jornais e revistas de Manaus e outros estados, exercendo, ao mesmo tempo, o magistério. Foi membro efetivo da Academia Amazonense de Letras, do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, Pará, Mato Grosso, Bahia, Ceará, Petrópolis, Maranhão e vários outros estados, além de pertencer a diversos organismos culturais do exterior. O professor Arthur Cézar Ferreira Reis faleceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 7 de fevereiro de 1993. Danilo Duarte de Matos Areosa O segundo governador do Regime Militar, eleito pela Assembleia Legislativa, o empresário Danilo Duarte de Matos Areosa, da Arena, toma posse como governador, tendo por vice-governador o político Ruy Araújo. As primeiras manifestações de atenção governamental para pessoa com deficiência em Manaus se iniciaram apenas na década de 1960, voltadas primeiramente aos deficientes físicos. Um das primeiras ações governamentais voltada aos deficientes físicos data da década de 1960, conforme a Lei n. 825 de 06 de dezembrode 1968, promulgada pelo governador Danilo Duarte de Mattos Areosa. Quando então governador do Estado, Danilo Duarte de Mattos Areosa, repassou para o município de Manaus, por meio de decreto, todos os professores das escolas isoladas, dando origem nos idos de 1970 a Secretaria Municipal de Educação (Semed) nos idos de 1970. Idealizou também a criação da Fundação Vila Olímpica. Em seu mandato foi iniciado a abertura da BR 174, que interliga os estados Brasileiros de Amazonas e Roraima à Venezuela, que se incluía entre os chamados projetos faraônicos da era militar, sendo a mesma marcada por diversos relatos de conflitos com indígenas que habitavam a região. Em seu Governo ocorreu a instalação da Superintendência da Zona França de Manaus, em 1967, foi então quando o setor de serviços expandiu-se. A oferta de empregos, a receita tributária estadual, os índices de construção civil e o consumo de energia elétrica cresceram significativamente. João Valter de Andrade Foi um militar e político brasileiro que ocupou o cargo de superintendente da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia e foi chefe da Comissão de Obras do Exército na Amazônia. Ostentava a patente de Coronel da reserva do Exército quando foi escolhido governador do Amazonas pelo presidente Emílio Garrastazu Médici em 1970 dentre os quadros da ARENA que pleiteavam o cargo. Em seu governo, preocupou-se com a melhoria técnica da administração pública, promovendo treinamentos pela Escola de Serviços Públicos do Estado do Amazonas (ESPEA) e implantando o Serviço de Planejamento Estadual em 1972, constituído pelos programas CODEAMA, ICOTI, PRODAM e CODAM. Tal Serviço colaborou como aparato técnico de seu governo, possibilitando uma avaliação posterior do Plano de Governo e sua execução. No plano de governo de João Walter de Andrade, foram priorizados os setores: produção rural, industrial, infraestrutura econômica e infraestrutura social. Destaca-se, porém, seu trabalho nas áreas de transporte, educação, habitação e saúde. É notável a ausência de políticas públicas voltadas exclusivamente à cultura, embora estivesse inclusa na Secretaria de Educação e Cultura." Transporte: Inaugurou a BR 319 (Manaus - Porto Velho) em 1973; Pavimentou o caminho do centro de Manaus ao Distrito Industrial, terminal de embarque, refinaria de Manaus, entre outras indústrias. Educação: Criação e funcionamento da UTAM; Implantação do Sistema de Televisão Escolar de Manaus sob a responsabilidade da Fundação Televisão Educativa do Amazonas (FTEA); Construiu e reparou mais de 80 escolas na capital e interior. Habitação: Trabalhando com a COHAB (Companhia de Habitação), entregou 2000 casas na capital e 66 unidades habitacionais em Manacapuru. Saúde: Priorizou atividades de recuperação e ampliação física da rede assistencial do Estado; Na capital, houve aumento de 381 leitos, e no interior, 32 unidades médicas foram implantadas e outras foram recuperadas e ampliadas. Enoque da Silva Reis Nasceu no município de Manacapuru - AM, em 9 de fevereiro de 1907 e faleceu na cidade do Rio de Janeiro - RJ, em 28 de setembro de 1998. Foi Ministro do Tribunal Federal de Recursos - TFR (1966 - 1974) e Governador do Estado do Amazonas (1975 - 1979). Filho de Lázaro da Silva Reis e Maria Agra Reis. Começou a trabalhar ainda muito jovem, como estafeta da prefeitura, tendo chegado ao cargo de Prefeito Municipal de Manacapuru. Iniciou seus estudos ainda em sua cidade natal, concluindo o curso de Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Estado do Amazonas em 27 de dezembro de 1941.Obteve o título de Doutor em Direito, mediante concurso, para a Cátedra de Direito Constitucional da referida instituição. Foi Promotor de Justiça, substituto, da Comarca de Manaus - AM; Professor de Economia Política da Faculdade de Direito do Amazonas; Prefeito Municipal de Manacapuru; Membro do Departamento Administrativo do Estado do Amazonas; Juiz do Trabalho; Presidente da Junta de Conciliação e Julgamento de Manaus; Professor Catedrático de Direito Constitucional da Faculdade de Direito da Universidade do Amazonas; Professor de Economia social e Legislação do Trabalho da Escola de serviço social de Manaus; Professor, credenciado, de Ética da Faculdade de Filosofia da Universidade do Amazonas; Ministro do Tribunal Federal de Recursos; Governador do Estado do Amazonas. Aposentou-se em 24 de junho de 1974. José Bernardino Lindoso (Manicoré, 21 de agosto de 1920 — 25 de fevereiro de 1993) foi um advogado e político brasileiro. Filho de Zacarias Afonso Lindoso e Zenóbia Pereira Lindoso. Foi governador do Amazonas, de 15 de março de 1979 a 15 de maio de 1982. Foi membro da Academia Amazonense de Letras. Paulo Pinto Nery (1915 — 1994) foi governador do Amazonas de 04 de abril de 1982 a 15 de março de 1983, eleito pela Assembleia Legislativa para substituir o titular José Bernardino Lindoso, quando este renunciou ao mandato para disputar uma vaga ao senado. Último governador do regime militar, assumiu na fase de transição o para o regime democrático, pertenceu ao Partido Social Democrático (PSD). O PSD tinha como principal concorrente na época o MDB que depois passou a ser denominado PMDB. As eleições eram polarizadas por esses dois partidos políticos. De acordo com mensagem enviada à Assembleia Legislativa na abertura dos trabalhos, que foi realizada no Teatro Amazonas em 11/03/1983, a estrutura do Poder Executivo era a seguinte: Governador do Estado - Paulo Pinto Nery Secretário Chefe da Casa Civil – Joaquim Francisco da Silva Corado Secretário Chefe da Casa Militar – Ten. Cel. Osório Fonseca Neto Secretário de Coordenação do Planejamento – Sérgio Alfredo Pessoa Figueiredo Secretário de Comunicação Social – Atlas Augusto Bacelar Secretário Chefe de Representação em Brasília – Anníbal Ramalho da Silva Nery Secretário para Assuntos Extraordinários, em exercício – José Ribamar Bentes Siqueira Secretário Chefe da Auditoria Estadual de Controle Interno – Adérito da Costa Penafort Secretário do Interior e Justiça – Afonso Luiz Costa Lins Secretário da Educação e Cultura – Guilherme Pinto Nery Secretário da Produção Rural – Bernardes Martins Lindoso Secretário da Fazenda – Adalberto Andrade de Menezes Secretário da Saúde – Tancredo Castro Soares Secretário da Administração – João dos Santos Pereira Braga Secretário da Segurança – João Valente de Azevedo Secretário dos Transportes e Obras – Orlando Cabral Holanda Secretario da Energia, Habitação e Saneamento – José Ribamar Bentes Siqueira Secretário do Trabalho e Serviços Sociais – Therezinha de Britto Nunes Secretário da Industria, Comércio e Turismo – Francisco de Assis Mourão Para o ano de 1983, também, de acordo com a mensagem enviada à Assembleia legislativa, estimava-se uma receita de mais de Cr$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de cruzeiros). Gilberto Mestrinho de Medeiros Raposo Nasceu em Manaus no dia 23 de fevereiro de 1928, foi um industrial, auditor fiscal e político com base eleitoral no Amazonas, tendo sido prefeito de Manaus e governador do Amazonas por três vezes. Filho do casal Tomé de Medeiros Raposo e Balbina Mestrinho de Medeiros Raposo. Industrial e auditor fiscal, foi prefeito de Manaus (1956-1958) durante o governo Plínio Coelho de quem foi Secretário de Economia e Finanças ao deixar a prefeitura. Filiado ao PTB foi eleito governador do Amazonas em 1958. Durante seu mandato transferiu seu domicílio eleitoral para o Território Federal do Rio Branco e foi eleito deputado federal em1962 sem que precisasse renunciar ao governo. Sua trajetória política, entretanto, foi interrompida pelo Ato Institucional Número Um que cassou o seu mandato em 9 de abril de 1964 na primeira leva de expurgos ditada pelos militares. Gilberto Mestrinho passou então a residir no Rio de Janeiro. Com o fim do bipartidarismo mediante a reforma política aprovada pelo governo João Figueiredo, Gilberto Mestrinho é anistiado e voltou a Manaus em novembro de 1979 avisando que seria candidato a governador, retornou ao meio político e começou a organizar o PTN com Ivete Vargas, desistiu, entrou no PP com Tancredo Neves e com ele passou para o PMDB, e em 1982 foi eleito governador do Amazonas no primeiro pleito direto em vinte anos. Sua ação como administrador permitiu a vitória de seu candidato Manoel Ribeiro à prefeitura de Manaus em 1985 e a eleição de Amazonino Mendes como seu sucessor em 1986. Em 1990, anuncia candidatura ao Governo do Estado com apoio do aluno, Amazonino Mendes que deixa o governo para candidata-se ao Senado. O professor ganha com 332.085 votos, aliado ao partido PMDB formado pela coligação (PDC/PFL/PTR/PL/PCN), derrotando os candidatos Wilson Alecrim (PSDB), Mario Frota (PMN) e Deuzamir Pereira (PRN). Ainda em 1991, Amazonino e Mestrinho entraram em choque pelos créditos da proposta de pavimentação da rodovia da BR-174 (Manaus - Boa Vista). O cenário econômico da época não era dos melhores. Alta inflação, abertura comercial, política neoliberalista, privatização de empresas públicas. A Zona Franca de Manaus sofreu duramente neste período com fechamento de fabricas, alto nível de desemprego, perda de incentivos. Contudo, estudiosos afirmam, que tal tomada de decisão teria que acontecer algum dia para a modernização do polo industrial brasileiro que naquela época estava sucateado frente aos demais países. Posterior Collor sofre impeachment. Em 1994 o Plano Real chega com o objetivo de estabilização e reforma econômica, iniciado oficialmente em 30 de julho de 1994 com a publicação da Medida Provisória nº 434 no Diário Oficial da União. De acordo com o Diário Oficial do Estado – DOE, publicado em 15 de março de 1991, classificação das Secretarias e seus respectivos Secretários no início do seu mandato: Governador Gilberto Mestrinho Vice-Governador Francisco Garcia Secretario de Estado de Governo David Ruas Neto Secretário de Estado Chefe da Casa Militar Ten. Cel.PM. Francisco Orleilson Guimarães Secretário Particular Luis Ribeiro da Costa Secretária de Estado para Assuntos Especiais M. Emilia Martins de Medeiros Raposo Secretário de Estado da Justiça Mauro Luiz Campbell Marques Secretária de Estado de Planejamento e Articulação com os Municípios Fátima Gusmão Raposo Secretária de Estado da Administração Dolores Garcia Rodrigues Secretário de Estado da Educação, Cultura e Desporto Origenis Angelitino Martins Secretário de Estado Produção Rural e Abastecimento João Thomé Verçosa de Mederios Raposo Secretário de Estado da Economia Sergio Augusto Primo Cardoso Secretário de Estado da Segurança Pública Kliger Costa Secretário de Estado de Saúde Arnaldo Russo Secretário de Estado do Trabalho e Ação Comunitária Sebastião da Silva Reis Secretário de Estado dos Transportes e Obras Elpidio Gomes da Silva Filho Secretário de Estado F. para a Promoção do Desenvolvimento Econômico Marcondes da Silva Zany Secretário de Estado de Apoio do Governo do Estado em Brasília/DF Gilberto Miranda Batista Secretário de Estado do Meio Ambiente Ciência e Tecnologia José Belfort dos Santos Bastos Procurador Geral do Estado Vicente Mendonça Junior Procurador Geral da Justiça Carlos Alberto Bandeira de Araujo Comandante da Polícia Militar Cel. PM. Amilcar da Silva Ferreira Procurador Geral da Defensoria Pública Heliandro Correa Maia Amazonino Armando Mendes (Eirunepé, 16 de novembro de 1939) é um político brasileiro, filiado ao Partido Democrático Trabalhista, com base política no estado do Amazonas. Filho de Armando de Souza Mendes e Francisca Gomes Mendes. Formado em direito pela Universidade Federal do Amazonas. É casado com Tarcila Prado de Negreiros Mendes, com quem tem três filhos. Fez carreira no Departamento de Estradas e Rodagem do Amazonas entre as décadas de 1970 e 1980. Governador do Amazonas de 1987 a 1990 Durante a campanha de 1986, Amazonino fez apologia ao crime ambiental prometendo dar uma motosserra a cada caboclo do interior do estado. O IBDF (atual IBAMA) ameaçou processa-lo e ele recuou. Chegou a distribuir 2.000 motosserras aos eleitores, as quais acabaram vendidas a madeireiros a preços irrisórios. Em 1989 Amazonino atentou contra a Constituição Federal extinguindo a Polícia Civil, alegando que a mesma estava podre e corrupta. Conforme a constituição, legislar sobre as polícias é atribuição do Congresso Nacional. Isso inclui extinguir, unificar e outros. A avalanche de ações judiciais impetradas por delegados e policiais colocados em disponibilidade fizeram Amazonino restaurar o "status quo". O então governador teve que pagar vencimentos atrasados de todos os profissionais de Segurança Pública. Nesse seu primeiro mandato lançou as bases para o crescimento do Festival de Parintins. Em 1988, ele constrói o Centro Cultural e Desportivo Amazonino Mendes - o Bumbódromo de Parintins - com capacidade para 35 mil pessoas, sendo utilizada como escola nos outros períodos do ano. Em Manaus continuou com obras de urbanização de diversos bairros, ajudou a implantar outros como o Mutirão, que hoje leva seu nome, Amazonino Mendes, bairro Armando Mendes e construiu dezenas de casas populares. É de sua gestão a construção dos conjuntos Renato Souza Pinto e Oswaldo Frota, bem como de vários núcleos residenciais ampliando o conjunto Cidade Nova. É de sua administração também a restauração do Teatro Amazonas e do Reservatório do Mocó, ambos patrimônios culturais do Estado. No âmbito social, implantou um programa de combate à fome fornecendo ranchos (cestas básicas) a milhares de famílias carentes - que, apesar de populista, foi mantida durante todo o seu governo. Em 1990, elegeu-se Senador da República. Governador do Amazonas de 1995 a 1998 Amazonino se elege governador pela segunda vez. Lança as bases para a revitalização da economia no interior do Estado, o Terceiro Ciclo, incentiva a agricultura em larga escala na região Sul do Estado. Em Manaus constrói o Pronto Socorro João Lúcio, com o pronto socorro infantil anexo, os Centros de Atendimento Integral à Criança (Caics), os Centros de Atenção Integral a Melhor Idade (Caimi) proporcionando um amplo atendimento aos pacientes; reforma e amplia o Hospital Adriano Jorge. Em 1996 criou um bairro e um hospital para homenagear sua mãe, ambos com o nome de dela (Francisca Mendes). O Hospital foi concebido para ser um hospital de alta complexidade, inclusive para realização de transplantes, e foi onde ficou hospitalizado quando sofreu um acidente em (Presidente Figueiredo), município a 107 km de Manaus, em 2004, negando-se a ser removido para hospitais particulares. Na área da educação, destaca-se a implantação da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A universidade dá oportunidade não somente aos jovens de Manaus mas também aos do interior do Estado, o acesso ao ensino superior através da construção de vários campus da universidade, até então restrita à Universidade Federal do Amazonas, com apenas três campus avançados no interior do Estado. Em 1997, os professores da redeestadual fazem uma manifestação por melhores salários. Amazonino vai pessoalmente ao encontro deles acompanhado da Polícia Militar e dá a ordem para dispersar o movimento. A PM cumpriu à risca a ordem e 25 professores foram parar nos hospitais de Manaus e ainda foram presos. Apesar desse episódio, foi reeleito em 1998. Governador do estado do Amazonas de 1999 a 2002 Em 2001 sua mansão de 2.500 metros quadrados avaliada em mais de 1,3 milhões de reais e a manchete em diversos jornais e revistas do Brasil. No mesmo ano seu governo patrocinou o Ecosystem 1.0, em Manaus. O local foi uma pedreira abandonada, cercada pela mata amazônica, por onde passaram 45.000 pessoas em quatro dias de festa, com supervisão do Greenpeace, e com DJs brasileiros e estrangeiros. Até o apresentador de TV Gugu Liberato esteve lá para conferir. A rave amazonense logo ganhou características locais: ameaçou virar um escândalo político com a acusação de que o governo estadual gastou 3,6 milhões de reais com a festa, sem licitação alguma. Isso porque um dos promotores foi o filho do então governador Amazonino Mendes Vivaldo Barroso Frota (Boca do Acre, 7 de dezembro de 1928) é um professor, funcionário público e político brasileiro que foi governador do Amazonas (1990-1991). Filho de Osvaldo Daltro Pinto da Frota e de Maria José de Barros Frota. Em 1953 bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Amazonas, instituição na qual disputou a cátedra em junho de 1960 tendo publicado em razão disso a tese A educação e o crime. Consultor jurídico da Comissão de Estradas de Rodagem do Amazonas em 1954, tornou-se funcionário público lotado na Secretaria de Segurança fazendo carreira junto ao Departamento de Polícia. No primeiro governo Gilberto Mestrinho foi corregedor de polícia, delegado de Ordem Política e Social (1961) e chefe de polícia (1962), assumindo depois a chefia da Casa Civil e, cumulativamente, a Secretaria de Justiça. Em 1963 tornou-se auditor do Tribunal de Contas do Estado e entre 1967 e 1969 foi presidente da seccional amazonense da Ordem dos Advogados do Brasil sendo nomeado conselheiro suplente do TCE em 1971. Filiado à ARENA foi eleito primeiro suplente de deputado federal em 1974 e deputado federal em 1978 e com o fim do bipartidarismo ingressou no PDS em 1980, reelegendo-se em 1982. Em sua estadia na Câmara dos Deputados votou contra a Emenda Dante de Oliveira e em Paulo Maluf no Colégio Eleitoral, nada que o impedisse, porém de ingressar no PFL. Eleito vice-governador do Amazonas na chapa de Amazonino Mendes em 1986, assumiu o governo em abril de 1990 quando o titular renunciou para disputar o Senado e após o pleito Frota foi sucedido no Palácio Rio Negro por Gilberto Mestrinho. Em 1994 foi candidato a deputado federal pelo PPR ficando na terceira suplência. Carlos Eduardo de Souza Braga Nasceu na cidade de Belém, no Estado do Pará, em 6 de dezembro de 1960. É casado com Sandra Backsmann Braga e pai de três filhas, Brenda, Bruna e Bianca. É empresário e engenheiro formado pela Universidade Federal do Amazonas, no curso de Engenharia Elétrica. Iniciou sua carreira política aos 21 anos, como vereador de Manaus. Uma atuação combativa na Câmara dos Vereadores acabou por valer ao jovem político uma expressiva votação para deputado estadual, em 1986. Na Assembleia Legislativa do Estado foi um dos mais atuantes deputados, sendo líder do Governo e relator da Constituição do Amazonas. Em 1990, Eduardo Braga foi eleito deputado federal, obtendo a maior votação do seu partido. Foi eleito vice-prefeito de Manaus em 1992 e assumiu a Prefeitura Municipal em março de 1994. Com um trabalho inovador, Eduardo Braga realizou obras nas áreas de infraestrutura, saúde, educação e habitação que transformaram a capital amazonense. Em 1996 Braga deixou a Prefeitura de Manaus com 98% de aprovação da população, o maior índice da história da cidade e do País. Depois, dedicou-se à administração de suas empresas, uma rede de concessionárias Renault em quatro Estados da Região Norte do Brasil. Em 2002 foi eleito com maioria absoluta no primeiro turno das eleições para o Governo do Estado do Amazonas. É o criador de programas revolucionários para a população do Amazonas, com destaque para o Zona Franca Verde, que tem levado desenvolvimento ao interior do Estado, e o Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus, o Prosamim, responsável pela maior transformação urbanística da capital nos últimos 50 anos. Em 2006 foi reeleito no primeiro turno com 50,63% dos votos válidos. É o autor da primeira Lei de Mudanças Climáticas e Conservação Ambiental do Brasil, que consolida o compromisso do Estado com os seus povos, a floresta, a evolução tecnológica e o bem-estar do planeta. É coordenador nacional do PMDB Sócio Ambiental. O programa é um núcleo do maior partido brasileiro que vai dispensar atenção especial aos assuntos relacionados ao meio ambiente aliado ao desenvolvimento social no País. É o criador do Programa Bolsa Floresta, recompensa financeira paga pelo Governo do Amazonas aos moradores de Unidades de Conservação Estaduais (UCE), considerados verdadeiros guardiões das florestas. É o criador da Fundação Amazonas Sustentável, principal esteio de sustentação da política de combate às mudanças climáticas implementada pelo Governo do Amazonas. No Senado, defende o desenvolvimento sustentável, a integração regional, a Reforma Político-eleitoral, entre outros temas de relevância para o Amazonas e o Brasil. O senador é presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação, Inovação e Informática (CCT) do Senado e membro titular das Comissões de Assuntos Econômicos (CAE), Infra- Estrutura e Meio Ambiente. É ainda suplente nas de Constituição e Justiça (CCJ), Assuntos Sociais e Mista de Orçamento. Juntamente com três ex-presidentes da República e alguns ex-governadores, Eduardo Braga compõe também a Comissão Especial da Reforma Política, colegiado temporário destinado a apresentar projetos de lei modificando os atuais sistemas políticos e eleitorais do País Omar José Abdel Aziz Nasceu em 13 de agosto de 1958, na cidade de Garça, interior de São Paulo, onde viveu os primeiros anos da sua infância. Filho de pai palestino e mãe brasileira é o mais velhos dos seis filhos do casal Muhamad e Delfina Aziz. Em 1966, aos 8 anos de idade, mudou-se com a família para a cidade de Ancash, no Peru e em 1971, após sobreviver a um terremoto naquele país, a família resolveu instalar-se em Manaus. Foi aluno do Colégio Estadual de Manaus (Colégio Amazonense Dom Pedro II), da Escola Técnica Federal do Amazonas (Ifam) e graduou-se em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Amazonas. Omar Aziz iniciou sua carreira política no começo da década de 80, no movimento estudantil. Em 1981 foi eleito presidente da Engenhoca, que antecedeu a criação do Diretório Acadêmico de Engenharia da Ufam e, em 1984, foi diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Filiado à época ao então clandestino Partido Comunista do Brasil (PCdoB), participou ativamente de vários movimentos visando a redemocratização do País, entre eles o das “Diretas Já”. Assumiu a direção da Fundação de Desenvolvimento e Apoio Comunitário (Fundac), em 1987, seu primeiro cargo na vida pública. Foi eleito vereador na cidade de Manaus por dois mandatos consecutivos (1988 e 1992), sendo no último deles o mais votado, quando assumiu a presidência da Câmara Municipal. Foi também deputado estadual mais votado (1994) e vice- prefeito em duas ocasiões, quando acumulou o cargo como secretáriomunicipal de Obras, sendo responsável pela execução das maiores obras viárias até então implantadas na cidade. Em 2001 esteve à frente da Secretaria Estadual de Segurança Pública, ocasião em que pôs em prática um arrojado plano de combate à criminalidade, mas não deixou de atuar na prevenção e recuperação de jovens em situação de risco social, criando o premiado programa Galera Nota Dez. Desincompatibilizou-se em abril de 2002 para concorrer ao cargo de vice governador. No dia primeiro de janeiro de 2003 foi empossado, junto com o então governador eleito Eduardo Braga, reeleito em 2006. Em 31 de março de 2010 com a renúncia de Eduardo Braga, que disputará ao Senado, Omar Aziz assume o governo do Estado de Amazonas, e concorre à reeleição, tendo como principal adversário seu antigo aliado, Alfredo Nascimento, então senador. Em 3 de outubro de 2010, Omar Aziz é reeleito governador do Amazonas com mais de 940.000 votos, quase 64% do eleitorado amazonense. Tem como vice-governador o professor José Melo. Em 1 de janeiro de 2011, o governador Omar Aziz e o vice-governador José Melo tomaram posse. Neste mesmo ano, Aziz deixa o Partido da Mobilização Nacional - PMN para ser um dos fundadores do Partido Social Democrático - PSD. Políticas públicas no Amazonas: contornos e horizontes na área do meio ambiente Antes de começarmos a falar sobre as políticas públicas na área do meio ambiente é importante conhecermos como as políticas públicas eram realizadas no Brasil nos idos da década de 80 e que nos ajudarão a ter um entendimento melhor sobre o assunto. As políticas públicas promovidas pelo Estado Brasileiro até o início dos anos 80 se caracterizavam, em primeiro lugar, pela centralização decisória e financeira na esfera federal, cabendo aos Estados e municípios – quando estes eram envolvidos em uma política específica o papel de executores das políticas formuladas centralmente. As políticas públicas eram marcadas, em segundo lugar, pela fragmentação institucional. O crescimento do aparato estatal se deu de forma desordenada, por sobreposição de novas agências a agências pré-existentes, sem que se estabelecesse coordenação da ação dos diversos órgãos. Esta desarticulação ocorria tanto no âmbito de um mesmo nível de governo, como entre diferentes esferas de governo. Tal desenho institucional dificultava a tarefa de coordenação, com implicações para a eficiência e a efetividade das políticas públicas. Um terceiro componente das políticas públicas no campo social era seu caráter setorial. Ao longo do processo de constituição da estrutura de provisão de serviços públicos no país, sobretudo a partir dos anos 60, ocorreu a discriminação progressiva de estruturas especializadas em cada área de atuação governamental – educação, saúde, habitação, transportes etc. Outra característica central das políticas sociais vigentes no Brasil até os anos 80 consiste na exclusão da sociedade civil do processo de formulação das políticas, da implementação dos programas e do controle da ação governamental. Quando se fala neste processo de exclusão, é preciso ter em mente, no entanto, que havia, no padrão então estabelecido, mecanismos de articulação entre Estado e Sociedade. O processo decisório relativo a políticas e programas envolvia a presença significativa de três das “gramáticas” que, segundo NUNES (1997), estruturam a relação Estado e Sociedade no país: o clientelismo, o corporativismo e o insulamento burocrático. De 1964 a 1978 A construção do de sistema de políticas públicas voltadas para o meio ambiente começa no Amazonas a partir de 1978 no governo de Enoque da Silva Reis, quando é instalada a Comissão de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (CODEAMA). A CODEAMA surgiu como uma autarquia vinculada à Secretária de Estado de Planejamento e Coordenação Geral (SEPLAN). Nesse período as questões ambientais foram tratadas superficialmente no âmbito da Comissão, que era mais voltada para o tratamento de questões relacionadas à expansão de atividade produtivas de alta densidade na região. Em agosto de 1982, no governo de Paulo Pinto Nery, a Lei Estadual nº 1532 institui a política de Meio Ambiente. Iniciou-se uma resposta do Estado do Amazonas às mudanças ocorridas no plano federal na área ambiental, que como falado acima, tinha políticas com características centrazalidas em que os Estados e Municípios eram meros executores. Sendo que a Lei nº 6938/81 que estabelecia a Política Nacional do Meio Ambiente, deu impulso ao processo de descentralização de competências entre os entes federativos na área ambiental. Gilberto Mestrinho Durante o governo de Gilberto Mestrinho, no tocante a Políticas Públicas voltadas para o meio ambiente, pouco foi feito, mesmo com a aprovação da Lei 1.532, de 06 de julho de 1982, que disciplina a política Estadual da prevenção e controle da poluição, melhoria e recuperação do meio ambiente e da prevenção dos recursos naturais. Durante os primeiros anos de seu segundo mandato como governador do Estado não foi desenvolvido qualquer ação voltada para a preservação do meio ambiente. Mestrinho defendia que o desenvolvimento do Amazonas dependia da intensificação das atividades extrativistas e da ampliação da atuação do estado. Em 1984, através da Secretaria de Produção Rural e Abastecimento, SEPROR, executou os seguintes projetos: distribuição de sementes e mudas selecionadas, distribuição de motosserras, ferramentas e implementos agrícolas, incentivo à produção de hortigranjeiros e distribuição de máquinas de beneficiamento de grãos e processamento de frutos regionais entre outras atividades voltadas apenas para a utilização do solo sem qualquer estudo ou analise das condições ambientais. Mestrinho defendia a ideia de que a Amazônia é um banco de riquezas que estava à disposição da população e deveria ser explorada, mesmo que de forma desordenada, para promover o seu crescimento. No ano de 2007, quando senador da República, em entrevista à revista T&C Amazônia a respeito da Atuação do terceiro setor na Amazônia, Mestrinho expôs sua opinião a respeito da influência das ONG’s estrangeiras na Amazônia e a atuação das autoridades ambientais na Região. Para ele a maioria da ONG’s é braço avançado do interesse internacional, mantidas, organizadas ou dirigidas com orientação econômica pela Coroa Britânica, que, servindo aos interesses de grandes companhias, querem engessar a Amazônia, muitos de seus dirigentes (das ONG’s) jamais viram a Amazônia nem sequer em fotografias. Para ele essas ONG’s, devido à questões ambientais, querem impedir obras de infraestrutura essenciais para o desenvolvimento da Região Amazônica como por exemplo, construção de estradas, gasodutos e usinas hidrelétricas. Mesmo com essas ideias, em seus dois mandatos de governador do Estado do Amazonas, no período correspondente para elaboração desse trabalho, foram realizadas, ainda que em pequenas escala, ações voltadas a questão ambiental no estado do Amazonas por parte do governo estadual. Em 1986 através do Centro de desenvolvimento, Pesquisa e Tecnologia do Estado do Amazonas – CODEAMA, órgão coordenador e executor da Política Estadual de Meio Ambiente, foram desenvolvidas atividades no âmbito da ciência e tecnologia estudos e pesquisas de natureza social e economia, recursos naturais e meio ambiente e ainda em áreas das estatísticas primaria e derivadas. No âmbito de Recursos Naturais e Meio Ambiente foi regulamentado o decreto nº. 9.44 de 7 de 06 de maio de 1986 da estrutura básica do CODEAMA, permitindo o reordenamento completo das ações voltadas para estudos e projetos visandoa proteção ambiental. Projetos desenvolvidos pelo CODEAMA em 1986 e 1987. Estudos das reservas e estações ecológicas, parques e floresta. Estudo do nível de poluição dos Igarapés de Manaus Sistema de licenciamento; Visitas a indústrias, conjuntos habitacionais e licenças de instalações e registros em geral voltados à preservação do meio ambiente. Em relação ao Manejo florestal, a partir de 07 de julho de 1986, uma nova redação dada ao artigo 19, pela Lei nº. 7.511, enfatiza a preservação de espécies nativas e surge o conceito de Manejo Florestal Sustentado. Porém apenas no início da década de 90 é que iniciou efetivamente, a implementação dos planos de manejo florestal na Amazônia. O decreto nº 10.028, de 04 de fevereiro de 1987 (publicado no DOE, de 05.02.87), Regulamenta a Lei n.º 1.532, de 06.07.82 dispõe sobre o Sistema Estadual de Licenciamento de Atividades com Potencial de Impacto no Meio Ambiente e aplicação de penalidades e dá outras providências. Na década de 90 o IMA (Instituto do Meio Ambiente do Estado do Amazonas) desenvolveu vários projetos e programas destinando grande parte de suas tarefas aos trabalhos de ordem legal no estudo e liberação de licenças ambientais. Em 1993 foram registrados as seguintes ações do IMA: Número de licenças concedidas 209; número de licenças de operação 120; licenças prévias 02; orientações básicas para atividades industriais 20; analise EIA/RIMA 02; apuração de acidentes ambientais 04. Também foram realizadas atividades voltadas à educação ambiental tais como palestras, cursos, seminários, campanhas educativas em diversas escolas do estado e municípios. Amazonino Mendes Entre o período de 1987 e 1988, já no governo de Amazonino Mendes, não havia ainda um órgão específico voltado para as questões ambientais. Entretanto, dá- se destaque ao segmento do Meio Ambiente, com a realização de fiscalização e inspeção de projetos industriais potencialmente poluidores, além da discussão de medidas e normas, como meio de evitar a degradação ambiental. Essas atividades, ainda, eram ligadas ao Centro de Desenvolvimento, Pesquisa e Tecnologia do Estado do Amazonas (CODEAMA), e contava com o apoio financeiro da Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA), órgão federal. No exercício de 1987, o órgão responsável por esta área enfrentava dificuldades no desenvolvimento das suas atividades, o que era causado por limitações no quadro pessoal e nível salarial insatisfatório. Por ocasião de tais limitações, a CODEAMA teve colaboração técnica de órgãos especializados. Com o apoio Universidade do Amazonas – através da Faculdade de Tecnologia – foi possível realizar estudos para a viabilização da instalação de 13 Estações Fluviométricas nos Municípios de Barreirinha, Urucará, Careiro, Parintins e Manacapuru. E com o apoio do Departamento de Hidráulica e Saneamento e da Federação Centro Tecnológico de Minas Gerais – CETEC, realizou-se o estudo denominado “Integração de Dados de Recursos Naturais e Planificação no Uso da Terra” em áreas abrangidas pelo PDRI – AM, que continha indicações sobre as características do solo e potencialidades de utilização. No PDRI-AM foi feito um estudo para identificar áreas potenciais para criação de unidades de conservação. A seção de Meio Ambiente dedicou-se basicamente à análise de projetos econômicos, visando à concessão de licenças conforme as diretrizes do Sistema Estadual de Licenciamento de Atividades com Potencial de Impacto (SELAPI), regulamentado pelo Decreto Nº 10.028 de 1987. Ainda durante o ano de 1987, foram realizados cursos com o apoio da SEMA e técnicos ligados à área ambiental. Entre estes encontram-se: controle da poluição na mineração (Manaus/maio); tratamento de resíduos industriais (Rio de Janeiro/maio); impacto ambiental de represas (Foz do Iguaçu – PR/junho); entre outros. Durante o ano de 1988, entre as atividades realizadas neste segmento, segundo a publicação Mensagem à Assembleia Legislativa, estão: “Visitas de inspeção à Mina do Pitinga (duas), Rio Urucu Petrobras, Termoelétrica de Manacapuru – CEAM e Balneário Ponte da Bolívia. Em 1989, foi criado o Instituto de Desenvolvimento dos Recursos Naturais e Proteção Ambiental do Estado do Amazonas – IMA/AM. Nesta ocasião, extinguiram-se o Instituto de Terras e Colonização do Amazonas (ITERAM) e as coordenadorias de Ecologia e Recursos Naturais do CODEAMA, que foram incorporados ao novo órgão. O IMA/AM foi criado pela Lei nº 1905 de 14 de junho de 1989, e sua instrução regida pelo Decreto nº 12189 de 7 de julho de 1989. Este último define as funções básicas e diretrizes de trabalho, além de detalhar os órgãos de direção Superior, de Assistência Direta e Imediata do Presidente, de Atividades Específicas, de Execução e Controle Regionais. Trata-se de um órgão autárquico, com personalidade jurídica e autonomia administrativa e financeira, vinculado diretamente ao Gabinete do Governador do Estado. Possui sede e foro na Capital do Estado e jurisdição em todo o território estadual. Os objetivos gerais do instituto estão contidos nas seguintes diretrizes: a) Formular, Coordenar, Executar e supervisionar a política estadual do meio ambiente; b) Adotar os critérios de exploração e uso racional dos recursos naturais; c) Elaborar e incentivar programas e campanhas de esclarecimento; d) Efetivar a implantação das áreas de preservação existentes e criar novas áreas de proteção. e) Proteger as áreas ameaçadas de degradação e promover e/ou exigir, de conformidade com a Lei, a recuperação das áreas degradadas; f) Realizar trabalhos técnicos e científicos sob a forma da prestação de serviços a quaisquer entidades nacionais e internacionais, seja em forma associada ou em cooperação técnica, objetivando o conhecimento científico da região, a identificação de suas potencialidades, a exploração e o aproveitamento dos recursos naturais, salvo estudos que estejam relacionados com a elaboração do relatório de impacto ambiental do Estado do Amazonas; g) Articular-se com entidades de órgãos públicos e privatizados, nacionais e internacionais, objetivando o levantamento de informações, a identificação de opções de investimento e a alteração de recursos para aplicação em programas e projetos de desenvolvimento estadual; h) Executar e fazer executar a política fundiária do Estado; i) Dirimir a instância administrativa, os litígios entre posseiros e proprietários de terras a qualquer título; j) Prestar assistência jurídica em assuntos agrários e pequenos ocupantes, desde que, comprovadamente, não possuam recursos para tanto; k) Instituir, para efeito de execução do poder executivo, os pedidos das prefeituras que objetivem a aquisição do patrimônio urbano e da expansão urbana municipal prevista em Lei. Foi feito inicialmente um questionário, visando coletar informações para que se criasse um banco de dados contendo o maior número de variáveis possíveis para que se atendesse às principais demandas das áreas de meio ambiente, recursos naturais e regularização fundiária. Foram criada ainda, dentro da estrutura do IMA, unidades regionais, com o objetivo de operacionalizar as ações correspondentes aos planos, programas e projetos do Instituto, a nível dos municípios do interior do Estado. No segundo mandato de Amazonino Mendes como governador, 1995 a 1998, destacam-se a criação autarquia estadual Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), em 14 de dezembro de 1995 foi criado o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas - IPAAM com a Lei Estadual 2.367/95 em substituição ao IMA/AM. Com o IPAAM ocorreo grande avanço da questão ambiental no Estado, pois o IPAAM passou a coordenar e executar exclusivamente a Política Estadual do Meio Ambiente tendo como atividades fim o Licenciamento, a Fiscalização e o Monitoramento Ambiental. Ainda em 1995 o Governo do Amazonas publicou a lei 2.416 que vincula a concessão da licença ambiental para a extração de madeira a planos de manejo florestal sustentável. A Lei Nº 2. 407 de 1996 estabelece o Sistema Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia e define a composição e objetivos do órgão colegiado estadual consultivo e deliberativo encarregado dessas funções. No mesmo ano, cria-se a Lei Nº 2.416, que dispõe sobre as exigências para concessão da licença para exploração, beneficiamento e industrialização de produtos e subprodutos florestais com fins madeireiros. No período de 1999 a 2002, destacam-se a promulgação da Lei Nº 2.563 de 1999, que dispõe sobre a destinação de pilhas e baterias de telefones celulares. Em 2001, sob a Lei Nº 2.712, se disciplina a política estadual de recursos hídricos e se estabelece o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Eduardo Braga No governo de Eduardo Braga entre os anos de 2003 a 2010, o Amazonas foi reconhecido como uma das áreas de maior biodiversidade. Diante disso deu-se mais importância a essa questão, de maneira que no governo de Eduardo Braga foi pioneiro em muitos políticas públicas voltadas a esse tema. 1- Programa Zona Franca Verde O Programa Zona Franca Verde, cuja a premissa é a geração de emprego e renda em consonância coma a conservação da natureza, o seu ponto principal e empreender utilizando recursos provenientes da mata avaliando cuidadosamente cada questão que envolve a utilização de recursos naturais. Os principais beneficiários dessa política são pessoas simples dos municípios do Amazonas e as populações indígenas que por não ter uma fonte econômica fixa são beneficiados pelo programa, com isso caracteriza-se segundo Leonardo Secchi de uma política distributiva visto que os benefícios são concentrados para alguns grupos de atores e custos difusos para toda a coletividade. O Programa Zona Franca Verde em sua primeira fase (2003) atingiu uma população de 195.000 de habitantes do alto Solimões, onde foram destinados recursos na ordem de RS 30.000.000,00 (trinta milhões de reais) para obras de infra- estrutura social e produtiva, fomentando e incentivando à produção e em ações de desenvolvimento sustentável, coordenado pelas Secretárias do Meio ambiente e desenvolvimento Sustentável e de Produção Agropecuária, Pesca e Desenvolvimento Rural Integrado, alem de envolver os demais órgãos do Governo. A segunda fase contemplou a mesorregião do Juruá sendo destinado RS 2,5 milhões, de um total de RS 31.000.000,00 ( trinta e um milhões de reais), no campo de Desenvolvimento Sustentável estabeleceu 4.217.223 hectares como novas áreas de proteção, criando sete novas unidades de conservação, com isso o Estado do Amazonas conta com 40% do seu território protegido. 1.1 Objetivos Desenvolvimento Sustentável Promovendo a Conservação da Biodiversidade, através do plano de manejo florestal e pesqueiro; Criação de Unidades de conservação; Construir uma Economia Familiar diversificada aproveitando de forma ecologicamente apropriada e de maneira legal recursos naturais abundantes no Amazonas; Licenciamento Ambiental, é um procedimento administrativo realizado para empreendimentos e atividades que utilizam recursos naturais. De 2003 a 2009 foram concedidas 15.783 licenças Ambientais com média de 2.255por ano. Até outubro de 2009, 34% destas foram concedidas ao interior e 66% à capital. 1.2 Benefícios Cartão Zona Franca Verde; Barco Zona Franca Verde, dá acessibilidade para emissão de documentos. 1.3- Instituições que desenvolvem o programa Secretaria de Estado do Meio ambiente – SDS; Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas – IPAAM; Fundação dos Povos Indígenas – FEPI Companhia de Gás do Amazonas – CIGÁS. Do ponto de vista do ciclo das políticas públicas o Programa Zona Franca Verde foi desenvolvido para reduzir o abandono das áreas interioranas do Estado na busca de melhores condições de vida na capital, identificou-se que essas áreas possuem potencial significativo para produzir através modelos de desenvolvimento sustentáveis sem precisar devastar florestas e de maneira racional e segura. Foram criadas dentro dessa perspectiva vários alternativas que pudessem viabilizar a continuidade dessa política de modo a alcançar o maior número resultados positivos naquele momento, tanto que para cada área foi implementado modalidades de negócios distintos e de acordo as potencialidades da localidade. A conscientização neste programa esteve presente desde o seu início, pois foi vislumbrado a importância de preservar um patrimônio que pertence a todos através da educação voltada ao meio ambiente, o manejo florestal, manejo de jacarés, manejo do pirarucu e criação das unidades de conservação dessa forma os indivíduos que participam desses momento desenvolvem consciência da importância daquela política pública. Este é um programa que vem promovendo ao longo desses anos de atuação benefícios a diversas populações sociais que dela se beneficiam, garantindo seu sustento economicamente e fazendo com que apareçam novos parceiros para efetivar esse programa de sucesso. 2- Política Estadual de Mudanças Climáticas, Conservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável Devidamente aprovado pela Casa Legislativa Estadual, o projeto, convertido na Lei nº 3.135, de 5 de junho de 2007, que “Institui Política Estadual de Mudanças Climáticas, Conservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, e estabelece outras providências”, foi elaborado com base, especialmente nos princípios da prevenção e precaução, a partir dos quais a sociedade deve adotar medidas que contribuam para evitar a mudanças perigosas no clima, somando ao compromissos fundamentais do Estado do Amazonas com o desenvolvimento sustentável da economia, do meio ambiente, da tecnologia e da qualidade de vida das presentes e futuras gerações. É importante definir que esta política pública vincula-se a política constitutivas de Lowi e de alta saliência de Gormley, que de acordo com Leonardo Secchi (2012) por necessitar de normatização para que sua competência, jurisdição sejam ressaltadas diante da sociedade, além de afetar um grande números de pessoas de maneira significativa. 2.1- Objetivos O estímulo à promoção de projetos voltados à utilização do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e outros instrumentos ou regimes de mercado de créditos de carbono certificados, que contribuam efetivamente para a mitigação dos gases do efeito estufa; Ações para ampliação da educação ambiental sobre os impactos e as consequências das mudanças climáticas; O fomento e implementação de projetos de pesquisa em Unidades de Conservação; Estímulo a modelos regionais de desenvolvimento sustentável do Estado, conferindo-lhes incentivos de natureza financeira e não-financeira; A instituição de selos de certificação às entidades públicas e privadas que desenvolvam projetos no âmbito das mudanças climáticas e desenvolvam suas atividades produtivas, comerciais e de prestação de serviços em conformidade com os objetivos da Política Estadual. 2.3- Outros Programas criados Programa Bolsa Floresta, com o objetivo de recompensar moradores da floresta por mantê-las em pé; Programa Estadual de Mudanças Climáticas, com a finalidade depromover a difusão do conhecimento sobre o aquecimento global junto à rede estadual escolar, às instituições de ensino existentes no Estado e à rede mundial de computadores; Programa Estadual de Monitoramento Ambiental, com a finalidade de monitorar e inventariar, periodicamente e sistematicamente, os estoques de carbono da cobertura florestal, para fins de natureza científica, gestão sustentável das florestas, sustentabilidade das suas comunidades e futuros mercados de redução de emissões liquidas de gases de efeito estufa e de redução de emissões de desmatamento; Programa Estadual de Proteção Ambiental, com vistas ao fortalecimento dos órgãos de fiscalização e licenciamento ambiental e à formação de agentes ambientais voluntários; Programa de Intercâmbio de Tecnologias Limpas e Ambientalmente Responsáveis; Programa Estadual de Capacitação de Organismos Públicos e Instituições Privadas, com o objetivo de difusão da educação ambiental e do conhecimento técnico na área de mudanças climática, conservação ambiental e desenvolvimento sustentável; Programa Estadual de Incentivos à Utilização de Energias Alternativas limpas e Redutoras da Emissão de Gases de Efeito Estufa, pela adoção de novas tecnologias ou mudanças da matriz energética, em especial, pelo incremento do uso de biodiesel. O meio ambiente devido sua amplitude vem demonstrando sua importância no cenário estadual e ganhando prestígio através de políticas voltadas a sua conservação e preservação, de maneira empreendedora o Governo de Eduardo Braga aliou a isso o desenvolvimento da economia de famílias que vivem em áreas beneficiadas pelos programas de modo a incentivar práticas que diminuam os impactos na floresta. Esses programas ressaltados vêm sofrendo melhorias a cada ano devido a grande importância que ganharam nos últimos tempos, além de abrangerem pontos relevantes para a sociedade. Esses conjuntos de políticas têm a missão de minimizar os impactos do aquecimento global, pois cria mecanismos o possibilitam proteção e punição dos indivíduos que não cumprirem com o que foi proposto pelas normativas que regem esses programas. Omar Aziz Omar Aziz, deu continuidade em praticamente todas as políticas e programas do seu antecessor, mas é possível identificar algumas ações criadas a partir de 2010, quando assumiu o governo do Estado. Decreto nº 32.555 que regulamenta a política estadual de educação ambiental do Amazonas. O decreto estabelece avanços importantes para a política de Educação Ambiental do Estado como: a criação do Comitê Assessor Multidisciplinar como órgão de assessoramento da Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental do Estado do Amazonas (CIEA) para apoiar a Política Estadual de Educação Ambiental, formado por 16 instituições parceiras, estabelece prazo de uma para a elaboração do Programa Estadual de Educação Ambiental, estabelece a obrigatoriedade para os poderes executivos do Estado e dos Municípios de criarem coordenações multidisciplinares de educação ambiental nas secretárias de educação e de meio ambiente para fortalecimento na implantação de políticas e programas nacionais, estaduais e municipais do seguimento, criação do Centro de Referência em Informações e Comunicação na área de educação ambiental e, garantiu recursos orçamentários e financeiros para a realização de atividades e para o cumprimento dos objetivos da Política de Educação Ambiental. Em 2012, através da Lei nº 3782 foi criado o Conselho Estadual de Energia, que passou a funcionar como órgão consultivo de natureza permanente, tendo por finalidade participar da formulação e implantação da política energética do Estado do Amazonas e acompanhar as atividades decorrentes de sua execução e, como uma das principais atribuições, discutir a proposta para um Plano de Incentivo Econômicos e Fiscais para atração de empresas do Setor de Energias Renováveis, visando estimular a implantação de um polo industrial renovável, desenvolvendo o mercado de equipamentos e serviços. Projeto Água para Todos no Amazonas, visa minimizar os impactos de vazante dos rios, que afeta principalmente a população do interior do Estado. O projeto está sendo executado nas calhas dos rios Purus, Solimões, Negro e Amazonas e beneficia cerca de 10.560 famílias. Tipologia e modelo de tomada de decisão das políticas ambientais do Estado do Amazonas Quanto a tipologia das políticas públicas na área do meio ambiente no Estado do Amazonas, a classificação mais adequada é a de Lowi, na tipologia regulatória, pois desde o início do pensamento em política pública para o meio ambiente, tem se pensado mais em estabelecer padrões para o uso dos recursos ambientais e predominantemente têm se desenvolvido dentro de uma dinâmica pluralista, em que a capacidade de aprovação ou não de uma política desse gênero é proporcional à relação de forças dos atores e interesses presentes na sociedade. Quanto ao modelo para tomada de decisão, assim como praticamente todas as políticas públicas desenvolvidas no Brasil, as políticas públicas voltadas para o meio ambiente tem no modelo incremental o princípio norteador para tomada de decisão, pois quase sempre são consideradas dependentes dos interesses dos atores envolvidos no processo de elaboração a política pública e, por muitas vezes a solução escolhida não é a primeira opção, mas sim aquela que foi politicamente lapidada em um processo de consensos e de ajuste mútuo de interesses. 3. METODOLOGIA UTILIZADA PARA REALIZAÇÃO DA PESQUIZA A metodologia utilizada foi a abordagem descritiva através da pesquisa bibliográfica e documental. Os materiais mais utilizados foram as mensagens dos governadores enviadas à Assembleia Legislativa no início dos trabalhos legislativos e artigos encontrados nos sites institucionais tais como: Casa Civil, Governo do Estado, Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Agência de Desenvolvimento Sustentável, Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas e a base de dados de vários sites que tratam sobre o assunto meio ambiente. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS As políticas públicas ambientais no Estado do Amazonas passaram a ser implementadas somente a partir da década de 80, quando o governo federal criou o Plano Nacional do Meio Ambiente. A partir de então, começando com legislação que privilegiava apenas o uso dos recursos, vem sendo desenvolvidas novas políticas. Essas políticas, muitas vezes, não atendem a necessidade do atores e, também, não são elaboradas por aqueles que tem o conhecimento necessário para fazê-lo, dependem sempre da vontade e dos acordos políticos. Nessa perspectiva, cabe ao administrador do estado do amazonas a elaboração de políticas públicas na área ambiental, vez que o direito ao meio ambiente importa em um dever de agir de todos, conforme determina a Constituição e, cabe, também, ao Estado a obrigação de oferecer condições para o desenvolvimento dessa políticas ambientais. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMAZONAS (ESTADO) GOVERNADOR, 1982 – (PAULO PINTO NERY). Mensagem enviada à Assembleia Legislativa 1983. Manaus, Imprensa Oficial. ANÁLISE AMBIENTAL E DE SUSTENTABILIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS. Publicação das Nações Unidas. Santiago, Chile: Junho de 2007. BARBIERI, JOSÉ CARLOS. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. BRAGA, CARLOS EDUARDO. Mensagem à Assembleia Legislativa. Governo do Estado do Amazonas. Casa Civil. Manaus: 2004. BRAGA, CARLOS EDUARDO. Mensagem à Assembleia Legislativa. Governo do Estado do Amazonas. Casa
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