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Fisiologia Vegetal Aula 3- Fotossíntese: considerações fisiológicas e ecológicas Aula preparada pelo Prof. JPhilippe Bucher Fisiologia Vegetal - UnB 2007-I •Estas aulas, apresentadas em Microsoft PowerPoint, são atualizadas semestralmente, incluindo uma revisão teórica, textual e diagramação do conteúdo. Apresente sugestões e incorreções. •Estes arquivos em pdf, assim como as aulas, são um ponto de partida. Não se atenha unicamente aos apontamentos de aula do professor. Pesquise junto aos livros e publicações da bibliografia e da atualidade. •O professor sempre está aberto a dúvidas. Talvez nem todas as dúvidas serão sanadas no momento indagado, mas serão pesquisadas e retomadas numa próxima aula ou encontro. •Caso necessite, marque um horário para tirar dúvidas ou realizar a revisão da prova. Lembre-se que a revisão da prova possui prazo estipulado pelo professor em comum acordo com a turma. •Há material nas copiadoras Henrique e Pedagogia (pasta Fisiologia Vegetal prof. Philippe) desde o início do Módulo II. Aconselhamos não estudar apenas em véspera de prova. Fisiologia Vegetal Fotossíntese: considerações fisiológicas e ecológicas Projeto Plantas do Futuro, 2005 MMA/EMBRAPA Fisiologia Vegetal A fotossíntese foliar depende •Suprimento de CO2 ao sítio ativo da rubisco •Síntese de NADH e de ATP, que dependem das reações fotoquímicas e da disponibilidade de luz •Atividade de carboxilação da RuBP, que também possui a função de oxigenase •Síntese da própria RuBP, controlada pelo ciclo C3. Fisiologia Vegetal “Os diferentes mecanismos fotossintéticos tem implicações ecológicas significativas tendo sido selecionado ao longo do processo evolutivo por conferir vantagens adaptativas especiais em condições ambientais adversas” Kerbauy, 2003 Fisiologia Vegetal Fotlíq = FotBruta – (R + FotR) IRGA – Infra Red Gas Analyser FotBruta- capacidade carboxilativa total das folhas em determinada condição, retirando CO2 do ar para a formação dos carboidratos (C3) R- Respiração FotRes- Fotorrespiração Bucher, 2007 Fisiologia Vegetal Fotlíq = FotBruta – (R + FotR) Quando a fotossíntese ocorre o CO2 consumido na atmosfera intrafoliar é reposto pelo CO2 atmosférico através de difusão. Sob déficit hídrico quanto maior a deficiência de água menor o grau de abertura estomática para reduzir a perda d’água. Desta forma a planta mantém um mínimo de equiílbrio hídrico. Contudo, maior será a resistência a entrada de CO2 atmosférico. As plantas C4 apresentam nos espaços intercelulares do mesófilo foliar saturação de CO2 intrafoliar inferior (100 µl l-1) comparado com as plantas C3, cuja concentração é alcançada com cerca de 250 µl l-1. A PEPcase no caso das plantas C4 é muito mais eficiente na carboxilação, além da atividade da RUBISCO ser direcionada para a carboxilação através da própria concentração de CO2, muito maior junto à Rubisco das plantas C4, inibindo a fotorrespiração. Fotossíntese e eficiência do uso de água (EUA) Fisiologia Vegetal Fotossíntese e eficiência do uso de água A eficiência do uso de água (EUA) corresponde a razão entre a quantidade de CO2 assimilada e a quantidade de água transpirada pela planta: EUA = µmol CO2 fixado m-2s-1 ou = massa seca produzida (g) µmol H2O transpirada m-2s-1 Kg de água transpirada Plantas C3= 1 a 3 g CO2/Kg H2O (menos eficiente) C4= 2 a 5 g CO2/Kg H2O MAC= 6 a 30 g CO2/Kg H2O (mais eficiente) Fisiologia Vegetal •As plantas C4 possuem um baixo ponto de compensação de CO2 (<5µl l-1), o que significa que a fotossíntese líquida ocorre com uma baixa concentração de CO2. Mesmo que a condutância estomática seja em dado momento bastante reduzida em plantas C4, a assimilação de CO2 permite que as plantas C4 promovam a fotossíntese com um mínimo de perda d’água. •As plantas C3 por sua vez não possuem a mesma estratégia de realizar a fotossíntese sob pouca transpiração. Sua fotossíntese é limitada na medida que a resistência estomática aumenta. •O mecanismo concentrador de CO2 e a regulação estomática noturna minimiza as perdas de água por transpiração nas plantas MAC. Nestas plantas a atividade da PEP carboxilase é garantida no período noturno no qual a difusão de CO2 ocorre em função do estômato aberto em um ambiente com baixo gradiente de pressão de vapor entre o mesófilo foliar e a atmosfera. As plantas C4 e MAC são mais adaptadas a ambientes com limitações em relação a disponibilidade de água. A assimiliação de CO2 é realizada em condições hídricas adversas, com maior controle da abertura estomática. Fisiologia Vegetal Respostas fotossintéticas à luz •A intensidade luminosa pode ser medida em função da taxa de fluência de fótons. As taxas influenciam nas medidas da assimilação de CO2 dentro de cada grupo fotossintético. Deste modo, é possível obter curvas de dose-resposta para cada grupo de planta, C3 e C4, com valores característicos. •Na medida em que a intensidade luminosa aumenta, diminui a taxa de liberação de CO2 foliar, proveniente da respiração ou da fotorrespiração, bem como o aumento da fixação do CO2 pela fotossíntese •Ponto de compensação é definido como o valor cuja fotossíntese líquida é igual a 0, ou seja, a taxa de fluência de fótons resulta em um valor de fotossíntese líquida igual a 0: PCL- Ponto de Compensação Luminoso (Fotliq = 0) • Em baixas intensidades de luz a fotorrespiração é baixa, aumentando proporcionalmente com a continuidade do aumento da taxa de fluência de fótons. Contudo, com o aumento da intensidade luminosa a fotossíntese bruta passa a aumentar mais rápido em comparação com a fotorrespiração e a respiração. Fisiologia Vegetal •Quando as temperaturas são inferiores a 30º C as plantas C3 apresentam maior eficiência quântica, que relaciona a quantidade de CO2 assimilado com a quantidade de fótons absorvidos: No de moles de CO2 fixado Eficiência quântica = _________________________ No de moles de fótons absorvido •A fixação de CO2 através da via C4 tem um custo energético superior ao da via C3, em temperaturas abaixo de 30º C e intensidade luminosa abaixo de 200 a 500 µmol fótons m-2 s-1. Valores de irradiância superiores a 1000 µmol fótons m-2 s-1 não acarretam em taxas de fotossíntese mais altas para as plantas C3. A partir do momento em que o valor da intensidade luminosa permance estável é conhecido como ponto de saturação de luz: PSL- Ponto de Saturação de Luz Respostas fotossintéticas à luz cont. Fisiologia Vegetal A fotossíntese das plantas C4 pode assumir valores crescentes com taxas máximas de fluência de fótons da ordem de 2000 µmol fótons m-2 s-1 Plantas C3 podem apresentar ainda rendimento fotossintético elevado semelhante ao das plantas C4 em condições de alta irradiância, quando a atmosfera apresenta reduzida concentração de O2 (2%) ou elevada concentração de CO2 (0,07%). A fotorrespiração* diminui o rendimento fotossintético nas plantas C3 através da competição entre O2 e CO2 pelo mesmo sítio ativo da RUBISCO. Respostas fotossintéticas à luz cont. *Fotorrespiração- Enquanto a respiração ocorre no citoplasma e nas mitocôndrias a fotorrespiração ocorre apenas durante o período luminoso através dos cloroplastos, peroxisomos e mitocondria. A enzima rubisco, que na fotossíntese possui a função de incoporar CO2, também é uma oxigenase. Desta maneira, pode também descarboxilar (liberar CO2). Isto ocorrerá de acordo com a quantidade de luz disponível. Fisiologia Vegetal Resposta fotossintética à temperatura foliar •Altas temperaturas foliares possuem correlação direta com elevados níveis de de irradiância. •Folhas de plantas C4 apresentam temperaturas ótimas na faixa de 30 a 40 oC •Em folhas deplantas C3 a assimilação de CO2 atinge valores máximos na faixa de 20 a 30 oC •Temperaturas inferiores a 30oC as plantas C3 superam o desempenho fotossintético das plantas C4, e abaixo de 20oC as plantas C4 diminuem ainda mais. •Em temperaturas superiores a 30-35º C a assimilação de CO2 de plantas C3 decresce muito rapidamente em contraste com plantas C4. Estas por sua vez podem suportar temperaturas foliares de até 40 a 50º C sem danos à fotossíntese. Plantas C4 costumam apresentar temperaturas mais elevadas para a realização da fotossíntese do que as plantas C3 Fisiologia Vegetal Unidades de quantificação da luz Taiz & Zeiger, 2003 Fisiologia Vegetal Luzes colimada e difusa em 45º Taiz & Zeiger, 2003 Fisiologia Vegetal Taiz & Zeiger, 2003 Fisiologia Vegetal Taiz & Zeiger, 2003 Fisiologia Vegetal Taiz & Zeiger, 2003 Fisiologia Vegetal Folha dicotiledônea Difusão luminosa- fenômeno de reflexão e refratação da luz, tornando-a aleatória quanto a sua direção de movimento Bucher, 1999 Bucher, 1999 Fisiologia Vegetal Taiz & Zeiger, 2003 Fisiologia Vegetal Taiz & Zeiger, 2003 Fisiologia Vegetal Taiz & Zeiger, 2003 Fisiologia Vegetal Taiz & Zeiger, 2003 Bibliografia • Kerbauy, G.B. Fisiologia Vegetal. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro. 2003. • Lehninger, A. L.; Nelson, D.L. & Cox, M.M. Princípios de bioquímica. 4ª ed., Ed. Sarvier. 2005. • Raven, P.H.; Evert, R.F. & Eichhorn, S. Biologia Vegetal. 6ª ed. Guanabara Koogan. 2001. • Salisbury, F.B. & Ross, C. Plant physiology. 4a. ed. Wadsworth, Belmont. 1992. • Taiz, L. & Zeiger, E. Fisiologia Vegetal. Benjamin Cummings, Redwood City. 2003. Kerbauy, 2003Taiz & Zeiger, 2003 Fisiologia Vegetal Lehninger et al., 2005