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[ BACHARELADO EM ENFERMAGEM] [ DIFERENTE, COMO TEM QUE SER!] Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação: Métodos de Desinfecção e Esterilização Prof. Fernanda Donida Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Micro-organismos podem ser transmitidos de pessoa para pessoa através de superfícies de qualquer equipamento de uso comum • Feridas abertas • Inalação de substâncias contaminadas • Contato direto com mucosas O fenômeno de contaminação de uma pessoa para outra ou de uma pessoa por um objeto inanimado contaminado é chamado de contaminação cruzada. Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação A descontaminação de arquivos médicos envolve a destruição ou remoção de qualquer micro-organismo, a fim de prevenir a contaminação cruzada entre pacientes ou das pessoas que trabalham em contato com superfícies contaminadas. Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Cada instrumento, equipamento ou superfície do ambiente de saúde que entra em contato com um paciente é um disseminador em potencial de infecção Baseado no risco de infecção relacionado ao tipo e uso de cada item, foi desenvolvida uma classificação que divide os artigos médicos- hospitalares e odontológicos em 3 categorias distintas Categoria A Categoria B Categoria C Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Categoria A Artigos Críticos Envolvem riscos potencial de infecção ao paciente. Penetram na pele e mucosas atingindo os tecido subepiteliais, entram em contato direto com sistemas vasculares ou tecidos estéreis Obrigatoriamente estéreis Instrumentos cirúrgicos, implantes, agulhas, cateter cardíaco e urinário Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Categoria B Artigos Semicríticos Entram em contato com membranas ou tecidos corporais lesados Devem ser submetidos a procedimentos rígidos de limpeza, desinfecção ou esterilização Moldeiras, espelhos, instrumentais para restauração Secreções orgânicas (saliva) sem invadir o sistema vascular (inserção de material restaurador, aparelho ortodôntico) Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Categoria C Artigos Não-Críticos Itens não invasivos, que entram em contato direto com pele intacta do paciente Exige desinfecção de médio ou baixo nível Maioria desses itens são reutilizáveis Aparelhos de aferir pressão, máscaras faciais, (pinça perfuradora de lençol de borracha, arco de Young, mufla Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação O método de descontaminação do artigo considerado depende da finalidade de seu emprego e das características físicas dos mesmos, prevendo compatibilidade do material aos produtos químicos de limpeza e de desinfecção escolhidos. Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 1. Limpeza 2. Desinfecção 3. Esterilização Descontaminação: É o conjunto de operações de limpeza, de desinfecção e/ou esterilização de superfícies contaminadas por agentes potencialmente patogênicos, de forma a tornar estas superfícies barreiras efetivas que minimizem qualquer tipo de contaminação cruzada. Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 1. Limpeza É o conjunto de ações que visa à remoção de sujeiras e detritos, com a finalidade de manter em estado de asseio objetos e superfícies. o primeiro passo nos procedimentos técnicos de desinfecção e esterilização o cuidados de higiene de objetos e superfícies o pó, terra, grande número de micro- organismos, matéria inorgânica (sais), orgânica (vômitos, sangue, soro, detrito de alimentos) Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 1. Limpeza Recomendações às operações de limpeza: Lavagem com água e sabão Escovação, fricção ou esfregação Uso de pano úmido A varredura e espanação secas são proibidas Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 1. Limpeza Recomendações às operações de limpeza: Pré-requisito indispensável Determina o sucesso da desinfecção e esterilização Objetivo principal é a eliminação da matéria orgânica Programas de treinamento específicos Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 2. Desinfecção Visa a eliminação de micro-organismos na forma vegetativa, excetuando os esporos bacterianos, existentes em superfícies inertes, como pisos cerâmicos, fórmica, granito, aço inox e outros, através de procedimentos físicos ou químicos. 2.1 Meios químicos: Germicidas ( desinfetantes) 2.2 Meio Físico : Calor Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 2. Desinfecção Apesar da grande oferta de produtos químicos no mercado, a escolha do agente químico mais adequado depende das seguintes características: o Amplo espectro de ação microbiana; o Inativar rapidamente os micro-organismos; o Não ser corrosivo para metais; o Não danificar artigos de borracha, plástico; o Não ser irritante a pele e mucosas; o Possuir baixa toxicidade; o Ser de fácil uso; o Ser inodoro ou ter odor agradável; o Ter baixo custo. Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 2. Desinfecção 2.1 Meios Químicos Escolha cuidadosa do agente químico Muitos são nocivos à saúde e ao meio ambiente EPI’s Utilizados e descartados de acordo com o fabricante Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 2. Desinfecção 2.1 Meios Químicos A. Formaldeído Atividade para bactérias gram- positivas e gram-negativas na forma vegetativa, incluindo as micobactérias, fungos, vírus lipofílicos, hidrofílicos e esporos bacterianos Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 2. Desinfecção 2.1 Meios Químicos A. Formaldeído No Brasil, o uso do formaldeído é permitido para desinfecção de alto nível de artigos críticos, semicríticos e não-críticos Utilizado para descontaminação através de fumigação das cabines de segurança biológica Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 2. Desinfecção 2.1 Meios Químicos A. Formaldeído Considerado potencialmente carcinogênico Vapores irritantes, odor característico desagradável Endurecimento e branqueamento da pele, dermatite de contato e reações de sensibilidade Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 2. Desinfecção 2.1 Meios Químicos B. Glutaraldeído Amplo e rápido espectro de atividade Desinfetante de alto nível Bactérias na forma vegetativa, incluindo as micobactérias, fungos, vírus lipofílicos, hidrofílicos e esporos bacterianos Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 2. Desinfecção 2.1 Meios Químicos B. Glutaraldeído Ativo na presença de material orgânico Pouco inativado por materiais naturais Não é corrosivo para metais e borrachas Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 2. Desinfecção 2.1 Meios Químicos B. Glutaraldeído Desinfetante de alto nível e esterilizante para artigos críticos e semicríticos termossensíveis Desinfecção de recipientes de descarte de material Não é indicado pra desinfecçãorotineira de superfícies Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 2. Desinfecção 2.1 Meios Químicos C. Álcoois Etanol ou Álcool etílico Isopropanol ou Álcool Isopropílico Atividade rápida sobre bactérias Não possuem atividade sobre esporos bacterianos e vírus hidrofílicos Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 2. Desinfecção 2.1 Meios Químicos C. Álcoois 60 a 90% Facilmente encontrado e de baixo custo Cuidados especiais na manipulação e estocagem Evaporam rapidamente – Ação Limitada Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 2. Desinfecção 2.1 Meios Químicos C. Álcoois Indicação de uso: Desinfeção e descontaminação de superfícies e bancadas CSB, estufas, geladeiras, centrífugas Anti-sepsia das mãos Desinfecção de baixo nível ou nível intermediário Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 2. Desinfecção 2.1 Meios Químicos C. Álcoois Indicação de uso: Contra-indicado em acrílicos, plásticos e borrachas Irritante aos olhos A frequente aplicação causa irritação e dessecação da pele Ineficaz contra esporos de bactérias Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 2. Desinfecção 2.1 Meios Químicos D. Hipoclorito de Sódio ( Compostos Liberadores de Cloro Ativo) Bactérias na forma vegetativa, gram-positivas e negativas, micobactérias, esporos bacterianos, fungos, vírus lipofílicos e hidrofílicos. Muito usado, baixo custo Desinfetante de baixo ou alto nível Concentração, valor de pH da solução e do tempo de exposição Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 2. Desinfecção 2.1 Meios Químicos D. Hipoclorito de Sódio ( Compostos Liberadores de Cloro Ativo) Desinfecção em geral de objetos e superfícies inanimadas Matéria Orgânica Indicações de uso: Recipientes de descarte de materiais Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 2. Desinfecção 2.1 Meios Químicos D. Hipoclorito de Sódio ( Compostos Liberadores de Cloro Ativo) Desinfecção de superfícies de laboratório e qualquer superfície contaminada Desinfecção de artigos semi-críticos Indicações de uso: Desinfecção de recipientes de descarte de material 10 minutos, com 1% (10.000 ppm); 1% por 30 min 1% por 60min Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 2. Desinfecção 2.1 Meios Químicos D. Hipoclorito de Sódio ( Compostos Liberadores de Cloro Ativo) Indicações de uso: Na desinfecção de cozinhas, depósitos de água e bebedouros deixar agir por 60 minutos, em 0,02% de cloro ativo (200ppm). Também utilizados na desinfecção de água para consumo humano, e processos industriais, águas e piscinas, alimentos e superfícies relacionadas. Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 2. Desinfecção 2.1 Meios Químicos D. Hipoclorito de Sódio ( Compostos Liberadores de Cloro Ativo) Recomendações de Uso: Não é utilizado em metais e mármore (corrosivo e descolorante) Seu efeito é limitado na presença de muita matéria orgânica Os materiais submetidos até a concentração de 0,02% não necessitam de enxágüe As soluções são estocadas em lugares fechados, frescos e em frascos escuros Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 2. Desinfecção 2.1 Meios Químicos D. Hipoclorito de Sódio ( Compostos Liberadores de Cloro Ativo) Recomendações de Uso: Irritação na pele, nos olhos e aparelho respiratório Quando ingeridos, provocam irritações na mucosa. A inalação do ácido hipocloroso provoca tosse e choque, podendo causar irritação severa do trato respiratório. Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 2. Desinfecção 2.1 Meios Químicos E. Complexo Iodo – Polivinil Pirrolidona Utilizado como anti-séptico e desinfetante Recomendado para assepsia tópica Indicado na delimitação do campo cirúrgico Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 2. Desinfecção 2.1 Meios Químicos F. Gluconato de Clorexidina 4% Utilizado na degerminação das mãos Áreas pré-cirúrgicas A imersão por 30 minutos em solução de clorexidina (0,05%) é utilizada para a desinfecção de instrumentais limpos. Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 2. Desinfecção Art. 15. A DESINFECÇÃO de artigos por meio químico deve ser realizada por uma das seguintes formas: I - Glutaraldeído a 2% em solução, mantendo-se o instrumental em imersão por 30 minutos; II - Formaldeído a 4%; III - Peróxido de Hidrogênio a 6%; IV - Hipoclorito de Sódio a 0,5%; V - Álcool Etílico a 70%, fazendo-se fricção através de técnica adequada, durante 10 minutos. Após a DESINFECÇÃO por meio químico, deve ser feito rigoroso enxague com água tratada, de acordo com a técnica adequada, com exceção dos instrumentais que tiverem sido desinfetados com álcool. Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 3. Esterilização É o processo de destruição ou eliminação total de todos os microrganismos na forma vegetativa e esporulada. Os métodos mais tradicionais de esterilização são os meios físicos através do calor, seja em suas formas secas ou úmidas. Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 3. Esterilização 3.1 Esterilização por calor úmido - Autoclavação É um processo rápido A esterilização é efetuada de 15 a 30 minutos, dependendo do material, a uma temperatura de 121°C, sob pressão Indicadas para a esterilização de materiais termo-resistentes Realizam o processo de esterilização utilizando vapor saturado, sob pressão Biossegurança e Ergonomia 1 Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 3. Esterilização 3.2 Esterilização por calor seco – Forno de Pasteur/ Estufa É um processo lento que necessita de altas temperaturas Menos penetrante do que o úmido, requer temperaturas mais elevadas (140 a 180ºC) Tempo de exposição mais prolongado 1-2 horas sob uma temperatura de 170 ± 5ºC Biossegurança e Ergonomia 1 Descontaminação Requisitos básicos de descontaminação 3. Esterilização 3.2 Esterilização por calor seco – Forno de Pasteur/ Estufa Porém, deve-se observar que esterilização a seco não é permitida pela ANVISA para esterilização de produtos para saúde, conforme a RDC Nº 15/2012. Boas condições de uso, com a manutenção preventiva “em dia”, com acondicionamento e distribuição de cargas adequadas em seu interior, e com a verificação da eficiência de esterilização por indicadores químicos e até biológicos (esporos resistentes à temperatura específicos para cada metodologia). Biossegurança e Ergonomia 1 Considerações Finais O sucesso nos processos de limpeza, desinfecção e/ou esterilização depende da correta e criteriosa escolha, aplicação e observação das características peculiares de cada agente químico e dos fatores interferentes na sua atividade Biossegurança e Ergonomia 1
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