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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Sistema de Informação Gerencial Aula 2 Prof. Luciano Frontino de Medeiros CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Muitas vezes, quando falamos algo relacionado com dado e informação, tendemos a utilizar estes dois termos indiscriminadamente. Algumas vezes podemos dizer: “não tenho informação suficiente para tomar esta decisão” ou “não tenho dados suficientes para decidir sobre isto”. Porém, quando falamos em SIG, é importante definir de maneira distinta cada um destes conceitos. Na interação com sistemas organizacionais, os dados podem se transformar em informação, caracterizado pelo valor que proporcionam. Também há muitas situações em que apesar de termos uma grande quantidade de informações, elas são insuficientes para avaliar uma situação. Desta forma, tanto os aspectos quantitativos e qualitativos devem ser considerados. Assim, dados e informação relacionam-se entre si, pois fazem parte de uma estrutura comunicacional que abrange desde os níveis mais básicos até os mais complexos. Contextualizando Atualmente, o universo digital já é tão vasto quanto o real e continua se expandindo. De acordo com o estudo da EMC, empresa líder do mercado internacional de armazenamento de dados, já existem disponíveis quase um septilhão de bits de informação no mundo (ou seja, o número 1 seguido de 24 zeros), total similar ao de estrelas conhecidas no céu, segundo a Agência Espacial Europeia. A estimativa é que, até 2020, o número de dados armazenados em computadores, servidores, smarphones e tablets seja, no mínimo, multiplicado por seis; um volume tão gigantesco que os especialistas passaram a medi-lo em termos de distância da Terra à Lua. Hoje, as informações disponíveis em formato digital equivaleriam a uma pilha de iPads Air (aqueles mais finos) de nada menos que 256 mil quilômetros ou dois terços da distância do nosso planeta até o satélite. No fim da década, no entanto, seriam seis pilhas e meia: 1,6 milhões de quilômetros. Se todas essas informações fossem divididas pela população conectada em CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 2020, haveria quase 6 mil gigabytes de carga por pessoa. Uma família comum hoje preenche com informações 65 iPhones de 32GB por ano; daqui a seis anos, preencherá 318 smartphones. E se hoje os profissionais de TI já têm um pesado fardo sobre seus ombros, lidando com aproximadamente 230GB de dados, em 2020, a carga dessa turma especializada em tech será de 1.200GB. Fonte: Adaptado de MACHADO, André. Estudo da EMC prevê que volume de dados virtuais armazenados será seis vezes maior em 2020. O Globo Online, 10/04/2014. Problematização Tema 1: Dado e Informação, qual é a diferença? A diferença entre dado e informação não é tão evidente. Tendemos a utilizar estes dois termos de forma sobreposta no dia a dia. Mesmo na literatura especializada, eles são frequentemente usados de maneira inadequada. Um exemplo é a frase: “A era digital gera uma sobrecarga de informações sobre as pessoas”. Interpretando de forma correta, não se trata de sobrecarga de informações, e sim de sobrecarga de dados. Mas qual é a diferença entre dado e informação? Dado: dados são sinais desprovidos de interpretação ou significado. São números, palavras, figuras, sons, textos, gráficos, datas, fotos ou qualquer sinal desprovido de contexto. Quando uma pessoa vê um cadastro em uma tela de computador ou olha para um relatório pela primeira vez, ela entra em contato com dados. Dados são entendidos então como estruturas sem significado. Informação: informação refere-se, portanto, ao dado dotado de significado, que o torna compreensível. Para terem significado, os dados devem conter algum tipo de estrutura ou contexto associado. À medida que as informações em um cadastro são assimiladas, analisadas e percebidas, os dados se tornam informações. Portanto, dados são símbolos ou signos que representam objetos ou fatos. Podem ser expressos de maneira numérica, textual ou visual, por exemplo um valor, uma imagem ou uma data. Os dados constituem-se registros de algo que foi observado e então mensurado. Quando um dado é interpretado e Asus Realce Asus Realce CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 analisado, ele ganha relevância e alcança a sua finalidade: torna-se uma informação. Podemos dizer então que o dado é o elemento básico, ou a “matéria prima” de uma informação. Da mesma forma, podemos dizer que a informação é o resultado da interpretação dos dados. Os dados geralmente são volumosos e capturados de forma automática ou semiautomática. Eles residem em grandes bancos de dados e são manipulados diretamente por sistemas computacionais. As informações, por outro lado, são produzidas em menor volume a partir dos dados. Elas são compreensíveis e significativas às pessoas em suas tomadas de decisão e normalmente se apresentam na forma de textos, relatórios, planilhas ou gráficos. Diferentes informações a partir dos mesmos dados O contexto em que os dados são interpretados podem originar diferentes informações. Analise os exemplos a seguir (ELEUTÉRIO, 2016). Exemplo 1. Cada vez que compramos um produto em um site de comércio eletrônico são coletados diversos dados sobre a transação. Entre eles estão o código do produto, a quantidade de itens adquiridos, a data e hora da compra e a localização geográfica do usuário. No banco de dados do sistema de e- commerce, esses dados ficam armazenados em registros individuais, por exemplo: (5423), (3), (02/12/2014), (12:53) e (192.09.87.31), indicando respectivamente o código do produto, a quantidade informada, a data, a hora e o endereço IP do computador de origem (que pode ser usado para identificar a localização geográfica do usuário). Esses registros serão apenas um conjunto de dados até que sejam interpretados e relacionados entre si. Quando isso ocorre, eles se tornam informações, ganhando utilidade e relevância. Temos como exemplos de informações: avaliação do desempenho de venda de cada produto, identificação das preferências de cada região, produtos mais visitados no site, época do ano em que cada produto vende mais, horários de maior acesso, entre outras. Asus Realce Asus Realce CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Exemplo 2. O supervisor de uma fábrica registra o volume de produção de janeiro a dezembro com os seguintes dados de produção (quantidade de itens produzidos). JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 130 200 250 300 700 800 900 250 230 220 30 240 Veja algumas informações que podem ser extraídas a partir desse mesmo conjunto de dados: Informação 1: a maior parte da produção anual concentrou-se nos meses de maio, junho e julho. Informação 2: a produção média no ano foi de aproximadamente 354 peças por mês. Informação 3: no mês de novembro houve uma queda de produção de 90% em relação à média anual. Perceba que essas informações auxiliam o gestor de produção no planejamento e reorganização da operação, ou seja, são recursos essenciais e valiosos para a organização. Leitura Obrigatória: “Sua Empresa Já é Digital? Tem Certeza?”. Essa é a pergunta-título de uma matéria interessantíssima de David Goulden. Acesse-a a seguir. http://computerworld.com.br/sua-empresa-ja-e-digital-tem-certeza O professor Luciano Frontino de Medeiros aborda as principais diferenças entre dado e informação no material online. Não perca! Tema 2: InformaçõesQuantitativas e Qualitativas As informações podem ser divididas em dois grandes grupos: informações quantitativas e qualitativas. Informações quantitativas podem ser medidas, expressas em números. Por exemplo: “A inflação subiu 3% em relação ao mesmo período do ano anterior” ou “Nossa central telefônica processa em média 60 ligações por minuto”. Por outro lado, as informações qualitativas têm natureza subjetiva e são representadas de forma descritiva, expressando julgamentos de valor ou Asus Realce Asus Realce CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 opiniões. Por exemplo: “O produto avaliado revelou desconforto na sua utilização”. Veja como esses dois tipos de informações são utilizadas no meio organizacional. Informações Quantitativas: as informações quantitativas geralmente são usadas para comparar metas e resultados, especificar recursos ou produtos finais. Informações Qualitativas: as informações qualitativas são especialmente úteis para expressar opiniões sobre produtos ou serviços. Leitura Obrigatória: Informações de qualidade são primordiais para o planejamento, a organização e a tomada de decisão das organizações, não é mesmo? Mas quais são os meios de obter essas informações? Saiba a resposta lendo o artigo indicado a seguir. http://www.devmedia.com.br/informacoes-com-qualidade/5459 Fique por dentro das principais características das informações quantitativas e qualitativas assistindo à explicação do professor Luciano Frontino de Medeiros no material online. Tema 3: O Valor e a Qualidade das Informações É possível mensurar o valor de uma informação? Embora se trate de um recurso de característica intangível, pode-se afirmar que o valor de uma informação é compatível com o quanto ela pode afetar o negócio de uma organização. Esse valor potencial pode ser estimado pelo nível de atenção que ela provoca nas pessoas ou ainda pelo quanto as empresas estão dispostas a pagar por ela. O propósito das informações Outra forma de avaliar o valor de uma informação é compreender o seu propósito em uma organização. Segundo MORESI (2000), as informações são usadas basicamente para duas finalidades: compreender o ambiente de negócio (interno e externo) e agir sobre ele. Isso significa que as informações estão Asus Realce Asus Realce Asus Realce CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 diretamente ligadas à avaliação das situações e ao processo de decisão. Com isso, a sua importância depende do nível de criticidade que ela representa na atividade gerencial. A relevância das informações Em relação ao nível de relevância (ou importância) as informações podem ser classificadas em quatro categorias: irrelevante, potencial, mínima e crítica. A figura a seguir ilustra essas categorias e o impacto que elas representam para as organizações. Informação crítica: informações críticas são aquelas que garantem a sobrevivência da organização, como os indicadores financeiros, por exemplo. Informação mínima: as informações mínimas são usadas para o gerenciamento das atividades, como os indicadores de desempenho operacionais, por exemplo. Informação potencial: as informações potenciais são aquelas que podem ter um impacto futuro, tipicamente usadas para buscar diferenciais competitivos para as empresas, como por exemplo, uma tendência de mercado. Informação irrelevante: as informações irrelevantes não causam impacto algum sobre a organização e devem ser descartadas. Asus Realce Asus Realce Asus Realce Asus Realce CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 A qualidade das informações A qualidade de uma informação é avaliada pelos seguintes atributos: relevância, precisão, confiabilidade e temporalidade. Clique nas palavras destacadas, a seguir, e conheça melhor cada um deles. Relevância: reflete a importância da informação para a tomada de decisão. Precisão: indica a proximidade (ou margem de erro) da informação em relação ao fato em si. Confiabilidade: indica o grau de confiança na fonte produtora da informação. Temporalidade: refere-se ao tempo que a informação leva para ser apresentada ao tomador de decisão; quando esse tempo é muito curto, dizemos que a informação foi produzida em tempo real, como as utilizadas por operadores de bolsas de valores. Leitura Obrigatória: A informação tornou-se amplamente valorizada nas organizações contemporâneas, sendo assim, qual é a forma ideal de administrá-la? Fique por dentro desse assunto lendo o artigo indicado a seguir. http://revista.crb8.org.br/index.php/crb8digital/article/viewFile/42/43 No material online o professor Luciano Frontino de Medeiros aborda alguns aspectos interessantes sobre o valor e a qualidade das informações. Imperdível! Tema 4: Convertendo Dados em Informações Para transformar dados em informação a partir de um sistema de informação, são utilizadas algumas operações específicas. De acordo com Davenport e Prusak (1999), podemos caracterizar as seguintes operações: contextualização, categorização, cálculo, correção e condensação. Clique nas palavras destacadas para conhecer suas funções. Contextualização: saber qual é a finalidade dos dados coletados. Categorização: conhecer os componentes essenciais dos dados. Asus Realce Asus Realce Asus Realce CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Cálculo: analisar os dados de forma matemática ou estatística. Correção: eliminar os erros dos dados. Condensação: resumir os dados de forma mais concisa. A partir disso, para transformar os dados de uma planilha de produção em informações, é preciso seguir os seguintes passos: Contextualizar a planilha e de acordo com o seu setor específico. Verificar os diferentes tipos de produtos e categorizar aqueles que atingiram a meta ou não. Calcular o atingimento geral em um prazo maior (uma semana ou um mês). Informar a correção de algum dado que esteja com erro explícito na planilha. Condensar os dados para um nível de informação mais resumido (como a produção do dia ao invés da produção de hora em hora). Porém, na prática os dados geralmente são coletados em grandes volumes e em formatos inadequados, impossíveis de serem utilizados pelas pessoas. Para que se tornem úteis, é preciso convertê-los por meio de um tipo de formatação ou configuração que permita sua interpretação. Esse tipo de conversão de dados em informações envolve três fases: filtragem, processamento e apresentação. Analise esses processos na figura a seguir.[ Asus Realce Asus Realce Asus Realce CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Filtragem dos dados A primeira etapa da conversão de dados em informações é a filtragem, na qual são selecionados apenas aqueles dados que interessam à nossa análise. Por exemplo, se pretendemos avaliar o desempenho de vendas de um determinado produto em uma determinada região serão descartados todos os dados que não atendem essas condições. Essa tarefa é desempenhada com muita eficiência pelos bancos de dados e seus mecanismos de filtragem. Processamento dos dados Depois de filtrados, os dados passam pela etapa de processamento onde são inter-relacionados, interpretados e manipulados para que se transformem em informações. Um relatório financeiro que agrupa receitas e despesas e calcula a margem de lucro de cada período é um bom exemplo de processamento. O processamento dos dados é realizado por rotinas de software e normalmente envolve operações aritméticas eestatísticas, como o cálculo de médias, frequências, percentuais, totalizações e sumarizações. Tecnicamente falando, os dados se tornam informações ao final do processamento. É nessa etapa que eles são inter-relacionados e se tornam significativos para fins de análise. Mas na prática, para que as informações sejam interpretadas pelos usuários, é necessário que elas sejam exibidas de forma adequada, o que é realizado na etapa de apresentação. Apresentação das informações Dados coletados e processados com qualidade terão pouca utilidade se não forem apresentados de maneira apropriada aos seus destinatários. A etapa de apresentação cumpre essa função, transformando as informações em um formato compreensível e útil ao usuário. Nessa transformação, as técnicas de comunicação usadas para apresentar as informações determinam, em grande parte, a forma com que as pessoas se apropriam das informações. Asus Realce Asus Realce Asus Realce Asus Realce Asus Realce CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Uma comunicação eficiente deve garantir que as informações apresentadas sejam significativas e encaminhadas às pessoas certas. Para isso, identificamos dois importantes processos: a sumarização e o roteamento. A sumarização é o processo que reduz o volume de informações levadas aos destinatários, para que apenas as mais relevantes sejam apresentadas. Com a sumarização, evitamos apresentar excesso de informações que podem confundir o público. O roteamento garante que as informações cheguem até as pessoas certas, isto é, aquelas que efetivamente fazem parte do processo decisório ou que poderão contribuir com ele. Os softwares realizam o roteamento das informações com muita eficiência, permitindo a criação de grupos de usuários por departamento, projeto ou nível funcional, por exemplo. Na prática, o roteamento é feito por meio de mensagens de grupo ou arquivos em diretórios compartilhados nos servidores corporativos com as devidas permissões de acesso. Em relação ao formato, as informações podem ser apresentadas de forma textual, tabular ou gráfica por meio de relatórios, tabelas, planilhas e gráficos. A disposição gráfica das informações também facilita a interpretação dos dados pelo usuário, destacando os elementos relevantes da análise. Algumas técnicas especiais são utilizadas na apresentação de informações mais complexas com múltiplas dimensões de análise e dados em grande volume. Nelas, os usuários interagem com as informações e as observam seletivamente, alterando dinamicamente os dados, incluindo e excluindo variáveis e rotacionando os gráficos para observar melhor o resultado do processamento. Exemplos disso são as tabelas dinâmicas e os gráficos tridimensionais usados pelos executivos na análise de situações complexas. O fenômeno do big data impulsionou a criação de novos métodos de apresentação das informações (Taurion, 2013) por meio do uso intensivo de técnicas tridimensionais interativas para manipular dados heterogêneos em larga escala. Asus Realce Asus Realce Asus Realce Asus Realce CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Leitura Obrigatória: Quer saber mais sobre esse conteúdo? Então leia o artigo “Turbilhão de ideias: a dificuldade em converter dados em informação” disponível a seguir! http://www.ideiademarketing.com.br/2012/08/02/turbilhao-de-ideias-a- dificuldade-em-converter-dados-em-informacao/ Fique por dentro dos principais aspectos da conversão de dados em informações assistindo à explicação do professor Luciano Frontino de Medeiros no material online. Tema 5: A Pirâmide do Conhecimento Agora que compreendemos a relação entre dado e informação, ampliaremos nosso estudo introduzindo dois outros níveis informacionais: o conhecimento e a inteligência. Conhecimento é o conjunto completo de informações, dados e relações que levam as pessoas à tomada de decisão, à realização de tarefas e à criação de novas informações. O conhecimento não é apenas uma informação conhecida, é a informação no contexto. É o valor adicionado à informação pelas pessoas que tem experiência para compreender seu real potencial. O conhecimento é uma mistura fluída de experiência condensada, valores, informação contextual e insight experimentado que proporciona uma estrutura para a avaliação e incorporação de novas experiências e informações. Ele tem origem e é aplicado na mente dos conhecedores. Apesar das definições, não existem limites bem definidos entre dado, informação e conhecimento. Existe uma dependência do contexto e da interpretação do agente (ou seja, da pessoa que percebe e entende os dados e as informações) para atribuir o significado. Dados, informações, conhecimento e inteligência se relacionam por meio de uma estrutura de quatro camadas, denominada pirâmide do conhecimento, também conhecida como estrutura DIKW (do inglês Data-Information- Knowledge-Wisdom), como ilustra a figura a seguir. Asus Realce Asus Realce Asus Realce CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Na base da pirâmide estão os dados que são registros brutos e não interpretados, geralmente capturados em grande volume e sem um significado específico. No segundo nível estão as informações, produzidas a partir da filtragem e interpretação dos dados, portanto em menor volume e maior valor agregado. No próximo nível está o conhecimento, uma forma superior de compreensão construída a partir da análise das informações e usada para agir sobre o mundo real (Ackoff, 1989). E no nível mais alto da pirâmide está a inteligência (ou a sabedoria), que, segundo alguns autores determina como e quando usar o conhecimento. Na medida em que ascendemos na pirâmide, aumentamos nosso nível de compreensão sobre os fatos e reduzimos a quantidade de itens que manipulamos. Podemos dizer que, na pirâmide do conhecimento, volume e valor são grandezas inversamente proporcionais. A pirâmide do conhecimento é amplamente referenciada no estudo da informação e da gestão do conhecimento, embora sua estrutura verticalizada e reducionista seja criticada por alguns autores (Frické, 2007). A principal crítica está na parte superior da pirâmide, nas camadas do conhecimento e inteligência. Segundo Frické, a transformação de informações em conhecimento, e de conhecimento em inteligência, são processos cognitivos complexos, que não usam apenas as informações dos níveis inferiores da pirâmide, mas também a vivência, a experiência e os modelos mentais dos indivíduos. Asus Realce Asus Realce Asus Realce CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 A transformação de informação em conhecimento também demanda algumas operações, caracterizadas da seguinte maneira por Davenport e Prusak (1999): Comparação: De que forma as informações relativas a esta situação se comparam a outras situações conhecidas? Consequências: Quais implicações estas informações trazem para as decisões e tomadas de ação? Conexão: Quais as relações deste novo conhecimento com o já acumulado? Conversação: O que as outras pessoas pensam desta informação? Com relação ao exemplo da transformação de dados em informação, podemos: Comparar os resultados da planilha com os as anteriores; Identificar as consequências do não atingimento da meta ou problemas de qualidade para a produção e o custo; Fazer conexões com problemas que aconteceram anteriormente; Conversar com os pares para alinhar os objetivos e articular as ações necessárias para manter a produção nos níveis previstos.Outra forma de visualizar a tríade dado-informação-conhecimento é em um contexto maior, do qual faz parte a estrutura hierárquica que se inicia desde o bit, até a aplicação da inteligência para a resolução de problemas. Do ponto de vista puramente físico, um arquivo nada mais é do que uma sequência de 0s e 1s gravada em um meio de armazenamento estático. A sequência de bits é ininteligível do ponto de vista do tratamento com os dados, considerado assim o primeiro nível ou o mais baixo de tratamento de dados na hierarquia do conhecimento. Asus Realce Asus Realce CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Num segundo nível, quando consideramos uma sequência de 8 bits, podemos identificar um dígito ou caractere ASCII (American Standard Code for Information Interchange) e a informação começa a fazer um certo sentido. Em vez de 0s e 1s, temos uma sequência de caracteres padrões codificados de 8 em 8 bits. No exemplo, a sequência de bits 01100001 corresponde ao número 61 hexadecimal, ou 97 decimal. Pela tabela ASCII, 97 corresponde ao caractere “a”. As sequências de dígitos ou caracteres agrupados, num terceiro nível, formam os dados. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Caso esse agrupamento seja quebrado, perde-se o sentido do mesmo. Assim, os dados podem ser caracterizados como átomos em termos de indivisibilidade. O nome próprio de uma pessoa (digamos, MARIA) não fará nenhum sentido se for separado em duas partes (por exemplo, MAR e IA). Porém, dados isolados não identificam bem os elementos ou entidades da vida cotidiana. Dados de diferentes naturezas precisam ser armazenados, como o endereço de um cliente (nome, endereço, complemento, cidade, estado, CEP), o saldo de uma conta bancária (cliente, conta, débito, crédito) ou a quantidade fabricada em uma linha de produção (produto, código, quantidade, custo). Arquivos com a característica de um banco de dados referem-se a uma sequência de dados de diferentes naturezas, armazenados numa disposição predefinida muitas vezes denominada de cabeçalho ou estrutura. Dessa forma, num quarto nível, os dados são agrupados no que chamamos de grupos de dados ou moléculas, que possibilitam (em conjunto ou confrontação com outros conjuntos de dados) a transformação dos mesmos em informação. A informação diz respeito a algo novo inserido num certo contexto. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Especificamos a informação como o quinto nível da hierarquia. Exemplos práticos de geração de informação são as consultas a banco de dados, onde uma ferramenta de consulta baseada em linguagem SQL (Standard Query Language) extrai os dados de um grupo (uma tabela ou um conjunto de tabelas) gerando relatórios que atendam a um critério específico de consulta. Desta forma, várias operações de transformação de dados em informação são feitas, tornando-os com significado no seu devido contexto. O acervo formado pela geração de informações nos processos de gestão, devidamente filtradas e sistematizadas ao longo do tempo, tal como um sistema de informação de uma empresa, irá constituir o conhecimento que compõe o sexto nível da pirâmide. Para que algo seja considerado conhecimento é necessário haver pessoas que atribuam valor às informações geradas por um CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 sistema de informação. Assim, são as pessoas que colocam as informações em contextos e fazem suas interpretações, ou seja, dão significado a elas. Ainda podemos elaborar um sétimo nível onde o conhecimento gerado pelas informações, sendo manipulado por pessoas ou sistemas, irá constituir a inteligência. Nele, o processo de tomada de decisão faz uso de todo o edifício elaborado, desde a estrutura simplificada dos bits até a ponte com o pensamento (humano ou de um agente de software). Dessa forma, dentro dessa pirâmide, os sistemas de informação desempenham um papel essencial nos procedimentos de nível mais alto, necessários para os negócios das organizações. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 Leitura Obrigatória: Que tal aprofundar os seus conhecimentos sobre esse conteúdo? Não perca tempo e leia o artigo “Inteligência Competitiva em Organizações: dado, informação e conhecimento” disponível a seguir. http://www.dgz.org.br/ago02/Art_02.htm O que será que o professor Luciano Frontino de Medeiros tem a dizer sobre a pirâmide do conhecimento? Assista no seu material digital. Trocando Ideias Agora é com você! Qual é a sua opinião em relação ao papel do gerente na percepção do valor da informação nos processos de tomada de decisão? Reflita a respeito e posicione-se nessa questão. Na Prática Estudo de caso: transformando dados em informação Patrícia faz análises de giro de estoque de matérias-primas no setor de PCP de uma fábrica, acessando os dados necessários no Sistema Integrado de Gestão. Ela mantém em sua estação de trabalho uma planilha de fornecimento de matérias-primas a partir das notas fiscais de entrada, o que dá mais segurança quanto à situação real dos estoques. O cálculo é feito dividindo a variação da quantidade consumida pela média de estoque em um determinado período. Por exemplo, se a quantidade de matéria-prima do estoque inicial do mês era de 400 unidades e no final era de 800 unidades, a média de estoque será de (800+ 400) /2 = 600 unidades. No caso de serem consumidas 1200 unidades de matéria-prima no mês, o cálculo do giro de estoque será o consumo (1200) dividido pelo valor médio em estoque (600), ou seja, 1200/600 = 2. Assim o giro de estoque é “2”, ou seja, o estoque teve de ser renovado duas vezes neste período. Na planilha, Patrícia consegue classificar em ordem decrescente (do maior para o menor) o valor de giro de estoque. Isto permite indicar quais CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 matérias-primas giram mais e quais permanecem mais tempo no estoque. Patrícia faz também a classificação ABC, indicando na classe A os primeiros 20% das matérias ordenadas, na classe B os 30% seguintes e o restante (50%) para a classe C. Dessa forma, ela pode otimizar a compra de matérias-primas, evitando comprar aquelas que não giram muito em um determinado período. Como a informação que ela atualiza na planilha tem um atraso de dois dias devido à digitação das notas fiscais de entrada no ERP, algumas informações sobre o giro podem estar equivocadas. Dessa forma, ela sempre precisa corrigir os valores de entrada para deixar a planilha mais atualizada possível. Diante desse cenário, quais formas de conversão de dados em informação são utilizadas por Patrícia faz diariamente para controlar o giro do estoque da empresa? Depois de formular a sua resposta, veja no material online o feedback do professor Luciano Frontino de Medeiros. Síntese Nesta aula foram vistos os conceitos de dado e informação, mostrando a diferença entre eles no contexto de sistemas de informação gerencial. Também foi estudado os tipos de informação (quantitativas ou qualitativas) e o valor da informação a partir do seu propósito, relevância e qualidade. Além disso, vimos as formas de conversão de dados em informação e a hierarquia da informação e do conhecimento, por meio da pirâmide do conhecimento. Assista às considerações finais do professor Luciano Frontino de Medeiros sobre os temas abordados nesta aula no material digital. Referências ELEUTÉRIO, M. Sistemas de Informação Gerencial. Curitiba:Intersaberes, 2016. LAUDON, K; LAUDON, J. Sistemas de Informação Gerenciais, 9ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 MEDEIROS, L. F. Banco de Dados – Princípios e Prática. Curitiba: IBPEX, 2007. REZENDE, D. Planejamento de Sistemas de Informação e Informática. Atlas, 2003. p. 65. TURBAN, E. et al. Administração de Tecnologia da Informação. Campus, 2005, p. 100. DAVENPORT, T.; PRUSAK, L. Conhecimento Empresarial. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
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