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Prof. Carlos Márcio - Roteiro das Aulas - Direito Penal II - 2013-2

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Prévia do material em texto

Roteiro das Aulas - Direito Penal II - 2013-2.docx2 
 1 
 
UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA 
CAMPUS GOIÂNIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ROTEIRO DAS AULAS 
 
 
DIREITO PENAL II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. MS. Carlos Márcio Rissi Macedo 
 
 
 
 
 
 
 
 
2013 
2º Semestre 
 
 
Roteiro das Aulas - Direito Penal II - 2013-2.docx2 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nota do Professor 
 
 
O presente roteiro tem o objetivo único de facilitar a 
dinamização das aulas, evitando-se o dispêndio de tempo 
com anotações no quadro ou ditados. 
Este material não é suficiente ao aprendizado da disciplina 
sendo indispensável a leitura da doutrina e da legislação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Roteiro das Aulas - Direito Penal II - 2013-2.docx2 
 3 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
Unidade 1 – Medidas de Segurança ..................................................................................................... 4 
 
Unidade 2- Ação Penal ....................................................................................................................... 9 
 
Unidade 3- Extinção da Punibilidade .................................................................................................... 12 
 
Unidade 4 – Crimes contra a pessoa .................................................................................................... 25 
 
Unidade 5- Crimes contra o patrimônio ............................................................................................... 44 
 
Orientações para apresentação de seminário (atividade de VT) .............................................................. 64 
 
Orientações para realização de Júri Simulado (atividade complementar) ................................................. 66 
 
Programa da Disciplina ....................................................................................................................... 67 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Roteiro das Aulas - Direito Penal II - 2013-2.docx2 
 4 
 
UNIDADE 01 - DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA 
 
1- Conceito 
 
 Trata-se a medida de segurança de sanção imposta ao indivíduo inimputável 
que comete crime, nos termos do artigo 26 e parágrafo único do Código Penal. O inimputável fica isento de 
pena; no entanto, prevê o ordenamento penal pátrio a imposição de medida de segurança. É o meio 
empregado para a defesa social e o tratamento do indivíduo que comete crime e é considerado inimputável”. 
(Jair Leonardo Lopes) ou “É um instituto de caráter puramente assistencial e curativo” (Luiz Vicente 
Cernichiaro e Assis Toledo). 
 
 A sentença que aplica a medida de segurança não é condenatória, mas 
absolutória imprópria. 
 
 Os requisitos para sua aplicação são: 
	
  
i) prática	
  de	
  fato	
  criminoso;	
  
ii) submissão	
  a	
  devido	
  processo	
  legal;	
  
iii) constatação	
  da	
  periculosidade	
  (art.	
  26,	
  CP);	
  
iv) trânsito	
  em	
  julgado	
  da	
  sentença	
  que	
  aplica	
  a	
  medida	
  segurança;	
  
v) inocorrência	
  de	
  causa	
  de	
  extinção	
  da	
  punibilidade	
  (art.	
  96,	
  §	
  único).	
  
 
2- Sistemas de aplicação 
 
2.1- Duplo-Binário: 
 
 Revogado com a reforma penal de 1984. Admitia a aplicação cumulativa de pena 
e medida de segurança. 
 
2.2- Vicariante: 
 
 É o sistema atual do CP. Aplica-se pena ou medida de segurança. No caso de 
semi-imputabilidade, aplica-se pena, reduzida de 1/3 a 2/3 nos termos do § único do artigo 26 do CP, 
admitindo-se, para fins curativos, a substituição desta pena por Medida de Segurança, nos termos do artigo 
98 do CP. 
 
3- Espécies: 
 
 Pela inteligência literal do artigo 97, teríamos a seguinte dicotomia: 
 
 3.1- Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico: 
 
Aplica-se aos crimes apenados com reclusão, podendo, excepcionalmente, ser 
aplicada aos crimes apenados com detenção. Deveria ser aplicada, em regra, em 
hospitais de custódia. Como estes são raros, admite-se o cumprimento desta 
Medida de Segurança em estabelecimentos como Casas de Repouso e outros 
estabelecimentos particulares. 
 
3.2- Tratamento ambulatorial: 
 
 Aplica-se apenas aos crimes apenados com detenção. Implica na submissão do 
agente a tratamento médico em ambulatório, não ensejando sua internação.
 
 
 
 
Roteiro das Aulas - Direito Penal II - 2013-2.docx2 
 5 
 
 No entanto, há precedentes no sentido de que o relevante para definição de qual 
medida de segurança aplicável não é o tipo de crime, mas a recomendação médica para tratamento do 
inimputável ou semi/imputável. É a recomendação que nos parece mais acertada. 
 
 Neste sentido, o precedente do Supremo Tribunal Federal: 
 
“AÇÃO PENAL. Execução. Condenação a pena de reclusão, em regime aberto. 
Semi-imputabilidade. Medida de segurança. Internação. Alteração para tratamento 
ambulatorial. Possibilidade. Recomendação do laudo médico. Inteligência do art. 
26, caput e § 1º do Código Penal. Necessidade de consideração do propósito 
terapêutico da medida no contexto da reforma psiquiátrica. Ordem 
concedida. Em casos excepcionais, admite-se a substituição da internação 
por medida de tratamento ambulatorial quando a pena estabelecida para 
o tipo é a reclusão, notadamente quando manifesta a desnecessidade da 
internação.”1 
 
 
 Por outro lado, o Superior Tribunal de Justiça, em recente julgado 
manifestou-se em sentido oposto, consignando ser inviável a aplicação de tratamento ambulatorial a agentes 
que cometeram crime punido com reclusão: 
 
“CRIMINAL. AMEAÇA E INCÊNDIO. SEMI-IMPUTÁVEL. SUBSTITUIÇÃO DA PENA 
PRIVATIVA DE LIBERDADE POR MEDIDA DE SEGURANÇA. INTERNAÇÃO. 
ALTERAÇÃO PARA TRATAMENTO AMBULATORIAL OPERADA PELO TRIBUNAL A QUO. 
IMPOSSIBILIDADE. REU CONDENADO A PENA DE RECLUSÃO. RECURSO PROVIDO. 
I - Hipótese de réu semi-imputável condenado à pena de reclusão, para o qual o Tribunal 
a quo determinou, de ofício, a substituição da medida de internação anteriormente 
imposta pelo tratamento ambulatorial. 
II - O art. 98 do Código Penal, aplicando as regras do artigo 97 do mesmo estatuto 
repressor, prevê, para os casos de semi-imputabilidade, a substituição da pena privativa 
de liberdade pela medida de segurança de internação (nos casos de réus apenados com 
reclusão) ou de tratamento ambulatorial (para apenados com detenção). Precedentes. 
III - Recurso provido, nos termos do voto do Relator.” 2 
 
4- Prazo 
 
 A medida de segurança é aplicada por tempo indeterminado, ou seja, perdura 
enquanto não cessar a periculosidade do agente, podendo, pela interpretação literal da lei, perdurar 
indefinidamente. 
4.1- Prazo mínimo 
 Como já ressaltado a medida de segurança dá-se por prazo indeterminado, 
perdurando enquanto não cessada a periculosidade do agente. 
 Quanto ao prazo mínimo a questão envolve uma interpretação sistemática do 
Código Penal e da Lei de Execução Penal - LEP. A leitura desavisada do § 1º do artigo 97 do CP pode nos 
induzir a falsa ideia de que a Medida de Segurança deverá perdurar, no mínimo, entre 1 e 3 anos. Ocorre que 
o artigo 176 da LEP prevê que o exame de verificação da cessação da periculosidade poderá ser realizado a 
qualquer tempo, ainda que não decorrido o prazo mínimo de duração da medida de segurança. 
 Nesse sentido, o prazo a que se refere o § 1º do artigo 97 diz respeito a 
realização do primeiro exame obrigatório após o início do cumprimento da medida de segurança.1 HC 85401, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Segunda Turma, julgado em 04/12/2009, DJe-027. 
 
2 REsp 1235511/SC, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 24/05/2011, DJe 15/06/2011 
 
 
 
Roteiro das Aulas - Direito Penal II - 2013-2.docx2 
 6 
 
4.2-Prazo máximo 
 Atualmente parte representativa da doutrina vem considerando que a Medida 
de Segurança, não obstante seja hipótese de tratamento médico, tem natureza de pena, razão pela qual 
deve ter seu prazo limitado a 30 anos, devendo após este prazo o agente ser desinternado 
incondicionalmente. 
 Comungam deste entendimento César Roberto Bitencourt, Luis Flávio Gomes e 
Zaffaroni, que em seu Manual de Direito Penal Brasileiro assim se posicionou: 
“É uma forma de execução da pena, pois sempre que se tira a liberdade do homem por 
uma conduta por ele praticada, na verdade o que existe é uma pena. Toda privação da 
liberdade, por mais terapêutica que seja, para quem sofre não deixa de ter um conteúdo 
penoso. Assim, pouco importa o nome dado e sim o efeito gerado.” (Zaffaroni e 
Pierangelli) 
 
 No mesmo sentido, a posição do Supremo Tribunal Federal: 
MEDIDA DE SEGURANÇA - PROJEÇÃO NO TEMPO - LIMITE. A interpretação sistemática e 
teleológica dos artigos 75, 97 e 183, os dois primeiros do Código Penal e o último da Lei 
de Execuções Penais, deve fazer-se considerada a garantia constitucional abolidora das 
prisões perpétuas. A medida de segurança fica jungida ao período máximo de trinta 
anos.3 
 
 Em sentido contrário, posicionam-se Damásio, Rogério Greco, dentre outros. 
 O Superior Tribunal de Justiça tem posição ainda mais liberal, decidindo que 
a Medida de Segurança não pode perdurar mais do que o período correspondente a pena máxima cominada 
ao crime cometido: 
“Prevalece, na Sexta Turma desta Corte, a compreensão de que o tempo de 
duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena 
abstratamente cominada ao delito praticado, com fundamento nos princípios da 
isonomia e da proporcionalidade”4 
 
5- Desinternação: 
 
 Ocorrerá com a cessação da periculosidade (que significa necessariamente a 
cura), nos termos do que dispõe o artigo 175 e seguintes da LEP e § 3º do art. 97 do CP (desinternação 
condicional). 
 
6- Conversão da pena em medida de segurança: 
 
 Se durante a execução da pena sobrevier perturbação mental, uma vez 
constatado seu caráter duradouro haverá conversão da pena em medida de segurança (art. 183 da LEP). 
 
 Neste caso, o prazo máximo de duração da medida de segurança corresponde 
ao restante da pena privativa de liberdade que teria o agente de cumprir. É como já se manifestou o Superior 
Tribunal de Justiça: 
 
“2. No incidente de execução, consistente na conversão de pena privativa de 
liberdade em medida de segurança, a pena imposta na sentença condenatória é 
 
3 STF. 1a Turma. Relator Ministro MARCO AURÉLIO. HC 84219/SP. DJ de 23/09/2005. 
 
4 STJ. 6a Turma. Relator Ministro OG FERNANDES.HC 143315/RS. DJ de 23/8/2010. 
 
 
 
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 7 
 
substituída por medida de segurança, sendo limitada ao tempo máximo da pena 
aplicada. 
3. Extrapolado o prazo máximo da pena privativa de liberdade, não há como 
manter o paciente no cumprimento da medida de segurança, a qual deve ser 
declarada extinta.”5 
 
 Da mesma forma, tratando-se de semi-imputabilidade, segundo a regra do 
artigo 26, § único, aplicar-se-á ao agente pena, todavia reduzida de 1/3 a 2/3. Ainda, conforme a regra do 
artigo 98, necessitando o agente de especial tratamento curativo, poderá a pena ser substituída por Medida 
de Segurança, que neste caso, por se tratar de medida de segurança substitutiva terá o prazo máximo de 
duração correspondente a pena que foi definitivamente aplicada. 
 
7- Conversão do tratamento ambulatorial em internação: 
 
 Se no curso da execução da medida de segurança de tratamento ambulatorial , o 
internado demonstrar incompatibilidade com a medida, poderá o juiz, para fins curativos, convertê-la em 
internação, nos termos do que dispõe art. 184 da LEP e § 4o do artigo 97 do CP. 
 
 
8- Medida de Segurança Cautelar 
 
 Trata-se de novidade introduzida pela Lei n° 12.403/10 , que alterou o artigo 
319 do Código de Processo Penal estabelecendo que: 
 
“Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: 
 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados 
com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser 
inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco re 
reiteração; 
 
9- Legislação aplicável 
 
i) Código Penal: arts. 96/99 
ii) LEP: arts. 171/175 e art. 183 
 
 
10- Previsão no Anteprojeto de Código Penal 
 
TÍTULO V 
MEDIDAS DE SEGURANÇA 
Espécies de medidas de segurança 
Art. 95. As medidas de segurança são: 
I – Internação compulsória em estabelecimento adequado; 
II – sujeição a tratamento ambulatorial. 
§ 1º Na aplicação das medidas de segurança deverão ser observados os direitos das pessoas com deficiência, 
inclusive os previstos na legislação específica. 
§ 2º Extinta a puniblidade, não se impõe medida de segurança, nem subsiste a que tenha sido imposta. 
 
Imposição da medida de segurança para inimputável 
Art. 96. Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação compulsória ou o tratamento 
ambulatorial. 
Prazo 
§ 1º O prazo mínimo da medida de segurança deverá ser de um a três anos. 
§ 2º Cumprido o prazo mínimo, a medida de segurança perdurará enquanto não for averiguada, mediante perícia 
médica, a cessação da periculosidade, desde que não ultrapasse o limite máximo: 
a) da pena cominada ao fato criminoso praticado; ou 
 
5 STJ. 5a Turma. Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA. HC 130160/SP. DJ de 14/12/2009. 
 
 
Roteiro das Aulas - Direito Penal II - 2013-2.docx2 
 8 
 
b) de trinta anos, nos fatos criminosos praticados com violência ou grave ameaça à pessoa, salvo se a infração 
for de menor potencial ofensivo. 
§ 3º Atingido o limite máximo a que se refere o parágrafo anterior, poderá o Ministério Público ou o responsável 
legal pela pessoa, requerer, no juízo cível, o prosseguimento da internação. 
Perícia médica 
§ 4º A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a 
qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução. 
Desinternação ou liberação condicional 
§ 5º A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se o 
agente, antes do decurso de um ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade. 
§ 6º Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação do agente, se essa 
providência for necessária para fins curativos. 
 
Substituição da pena por medida de segurança para o semi-imputável 
Art. 97. Na hipótese do parágrafo único do art. 32 deste Código e necessitando o condenado de especial 
tratamento curativo, a prisão pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo tempo da 
pena de prisão, observado o § 3º do art. 96. 
 
Direitos do internado 
Art. 98. O internado será recolhido a estabelecimento dotado de características hospitalares e será submetido a 
tratamento, observados os direitos das pessoas com deficiência. 
 
 
 
 
UNIDADE 02 - DA AÇÃO PENAL 
 
1- Conceito 
É o direito de exercitar a intenção punitiva, movimentando a máquina 
judiciária com o mister de apurar as responsabilidades pela eventual ocorrência de fato típico. É o meio 
adequado a perseguição da verdade real, obedecidas desde o início as garantias fundamentais como 
instrumento de limitaçãodo poder punitivo estatal. 
 
2- Espécies 
 
2.1- Ação Penal Pública: 
 
 É iniciada por intermédio de petição denominada denúncia cujos requisitos 
estão expressos no artigo 41 do CPP. 
 
 A titularidade é do Ministério Público (dominus litis). 
 
2.1.1- Ação Penal Pública Incondicionada: 
 
 É a regra geral prevista no CP (art. 100). Basta que o Ministério Público tenha 
ciência de eventual fato criminoso para que possa manejar a ação penal. Independe da vontade do ofendido. 
 
 Não está sujeita ao prazo decadencial previsto no artigo 103 do CP. 
 
2.1.2- Ação Penal Pública Condicionada: 
 
 Deve ser manejada pelo Ministério Público, mas depende de condição especial de 
procedibilidade, que pode ser a Representação ou a Requisição do Ministro da Justiça: 
 
2.1.2.1- Representação: 
 
i) Conceito 
 É a demonstração inequívoca da vontade do ofendido e que seja iniciada a 
ação penal. Acaso o ofendido não seja capaz, a representação deverá ser oferecida pelo seu representante 
 
 
Roteiro das Aulas - Direito Penal II - 2013-2.docx2 
 9 
 
legal (CCADI - Cônjuge/Companheiro6; Ascendente; Descendente; Irmão - art. 24, § 1o do CPP) ou 
procurador com poderes especiais (art. 39, CPP). 
 
 Na ausência de representante legal, nomeia-se Curador Especial nos termos do 
artigo 33 do CPP. 
 
ii) Prazo 
 
 De natureza decadencial e deve ser apresentada em até 6 meses após o 
conhecimento da autoria do crime, nos termos do que prevê o artigo 103 do CP. Em relação aos incapazes 
diz a Súmula nº 594 do STF: "Os direitos de queixa e representação podem ser exercidos, 
independentemente, pelo ofendido ou seu representante legal". 
 
iii) Forma 
 
 Prescinde de maiores formalidades, bastando o ofendido ou seu representante 
manifestarem de maneira induvidosa o desejo de promoção da ação penal. 
 
 É o que ensina Guilherme de Souza Nucci: 
 
A representação não exige rigorismo formal, ou seja, um termo específico em que 
a vítima declare expressamente o desejo de representar contra o autor da infração 
penal. Basta que, nas declarações prestadas no inquérito, por exemplo, fique bem 
claro o seu objetivo de dar início à ação penal, legitimando o Ministério Público a 
agir. Outra situação possível: o ofendido pode comparecer à delegacia, registrar a 
ocorrência e manifestar expressamente, no próprio boletim, o seu desejo de ver o 
agressor processado. Entretanto, para que dúvida não paire, o ideal é colher a 
expressa intenção do ofendido por termo, como deixa claro o § 1.º do art. 39 do 
CPP.7 
 
 No mesmo sentido, o recente precedente do Superior Tribunal de Justiça: 
 
A representação, condição de procedibilidade exigida nos crimes de ação penal 
pública condicionada, prescinde de rigores formais, bastando a inequívoca 
manifestação de vontade da vítima ou de seu representante legal no sentido de 
que se promova a responsabilidade penal do agente, como evidenciado, in casu, 
com a notitia criminis levada à autoridade policial, materializada no boletim de 
ocorrência.8 
 
iv) Retratabilidade 
 
 A manifestação da vontade poderá ser retratada até o oferecimento da 
denúncia, nos termos do artigo 102 do CP. 
 
2.1.2.2- Requisição do Ministro da Justiça: 
 
i) Conceito 
 É um juízo de conveniência política. Aplicável aos crimes praticados contra 
brasileiros no exterior (art. 7o, parágrafo 3o, “b”) e nos crimes contra a honra do Presidente ou de chefe de 
Estado estrangeiro (art. 145, parágrafo único). 
 
 
 
6 Muito embora a lei não trate da legitimidade do companheiro, por força do disposto no artigo 3° do CPP, admite-se que a 
representação e a queixa sejam manejadas por este. 
7 NUCCI, Guilherme de Souza. Código penal comentado. 10. ed. rev, atual. e ampl. São Paulo: RT, 2010, p. 649. 
 
8 STJ. 5a Turma. Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO. RHC 23.786/DF. DJ de 18/10/2010. 
 
 
 
Roteiro das Aulas - Direito Penal II - 2013-2.docx2 
 10 
 
ii) Prazo 
 
 Não há prazo decadencial, podendo ser oferecida enquanto não extinta a 
punibilidade. 
 
iii) Forma 
 
 Não tem forma prescrita em lei e não vincula ou obriga o Ministério Público ao 
oferecimento da denúncia. 
 
 
iv) Retratabilidade 
 
 Há divergência doutrinária. De um lado, há aqueles que entendem que a 
representação é retratável, constituindo-se juízo de conveniência e oportunidade da administração a 
revogação do ato de requisição (Rogério Greco). Doutra banda há aqueles que entendem que por ausência 
de previsão legal, não poderia ocorrer a retratação. Outro argumento é que o Ministro da Justiça dispõe de 
tempo e condições técnicas para avaliar a necessidade de requisição da ação penal, não sendo necessária, 
portanto, a possibilidade de retratação (Capez). 
 
 
 
 
2.2- Ação Penal Privada: 
 
 É iniciada por intermédio da queixa9. Trata-se de uma exceção ao princípio 
publicístico do Processo Penal (a regra é que ação seja pública - art. 100 do CP) e por isso vem 
expressamente consignada nos crimes onde é cabível. 
 
 
2.2.1- Ação Penal exclusivamente privada: 
 
 É a regra geral dos crimes de ação penal privada. Pode ser intentada pelo 
ofendido, e na hipótese de incapacidade, pelo seu representante legal (CADI - Cônjuge; Ascendente; 
Descendente; Irmão - art. 24, § 1o do CPP) ou procurador com poderes especiais (art. 39, CPP). 
 
 
2.2.2- Ação Penal privada subsidiária da pública: 
 
 Nas hipóteses de ação penal pública, caso o Ministério Público não ofereça a 
denúncia no prazo legal (Réu preso: 05 dias; Réu solto: 15 dias - art. 46 do CPP) o ofendido ou seu 
representante legal pode intentar a ação penal privada subsidiária da Pública (art. 100, § 3o do CP e art. 5o, 
LIX da CF/88). 
 
 Não pode ser promovida na hipótese em que o Ministério Público pede o 
arquivamento do Inquérito Policial. 
 
2.2.3- Ação Penal privada personalíssima: 
 
 Só pode ser intentada pelo ofendido, jamais pelo seu representante legal. Em 
sendo o ofendido incapaz, aguarda-se a cessação da incapacidade, sendo que somente à partir se inicia a 
contagem do prazo. Na legislação vigente só se aplica no art. 236 do CP (Induzimento a erro essencial). 
 
 
9 Popularmente diz “queixa” o ato de quem vai à Delegacia de Polícia noticiar algum fato criminoso. Este uso da expressão 
“queixa”, contudo, é equivocado. A “queixa”, processualmente falando, é ato de postulação perante o Poder Judiciário, só 
podendo ser exercitada pelo ofendido ou representante legal, representados por advogado que detenha capacidade 
postulatória. O ato de ir a delegacia noticiar fato criminoso deve ser chamado de notitia criminis ou delatio criminis. 
 
 
Roteiro das Aulas - Direito Penal II - 2013-2.docx2 
 11 
 
2.2.4- Prazo: 
 
 De natureza decadencial e deve ser apresentada em até 6 meses após o 
conhecimento da autoria do crime, nos termos do que prevê o artigo 103 do CP. Em relação aos incapazes 
diz a Súmula nº 594 do Supremo Tribunal Federal: "Os direitos de queixa e representação podem 
ser exercidos, independentemente, pelo ofendido ou seu representante legal". 
 
3- A Renúncia ao direito de queixa: 
 
Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa 
ou tacitamente. 
Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato 
incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de 
receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime. 
 
4- O Perdão do ofendido: 
Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede 
mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ação. 
Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito:I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; 
II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; 
III - se o querelado o recusa, não produz efeito. 
 
5- Quadro Sinótico: 
 Incondicionada 
 Pública Representação do Ofendido ou Representante Legal 
 Condicionada 
Ação Penal Requisição do Ministro da Justiça 
 Exclusivamente Privada 
Privada Personalíssima 
 Subsidiária da Pública 
6- Legislação aplicável: 
i) Código Penal: arts. 100/106 
ii) Código de Processo Penal: arts. 24/62 
iii) Constituição Federal: art. 5o, LIX 
7- Previsão no Anteprojeto de Código Penal 
 
TÍTULO VI 
AÇÃO PENAL 
Ação pública e de iniciativa privada 
 
 
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 12 
 
Art. 99. A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. 
§ 1º A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do 
ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. 
§ 2º A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para 
representá-lo. 
§ 3º A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministrio Público não oferece 
denúncia no prazo legal. 
§ 4º No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer 
queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, companheiro,ascendente, descendente ou irmão. 
Irretratabilidade da representação 
Art. 100. A representação é irretratável depois de recebida a denúncia. 
Decadência 
Art. 101. Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se 
não o exerce dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, 
no caso do § 3º do art. 99 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia. 
Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa 
Art. 102. O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente. 
Parágrafo único. Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a vontade de 
exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime. 
Perdão do ofendido 
Art. 103. O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao 
prosseguimento da ação. 
Art. 104. O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: 
I – se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; 
II – se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; 
III – se o querelado o recusa, não produz efeito. 
§ 1º Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na ação. 
§ 2º Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória. 
 
UNIDADE 03 - DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
 
1- Conceito 
 
 É a perda, pelo Estado, do direito de exercitar a intenção punitiva. Faz com que 
se perca a possibilidade jurídica do Estado aplicar sanção penal ao autor de sanção penal (Masson). A 
ocorrência da extinção da punibilidade, em suas várias modalidades, faz com que o agente, mesmo tendo 
praticado conduta criminosa não possa por ela ser punido. Em regra, a ocorrência da extinção da punibilidade 
não faz extinguir a ocorrência do crime, mas tão somente a possibilidade do estado cominar pena ao agente. 
Exceção da abolitio criminis e da anistia que fazem desaparecer o fato criminoso e por consequência a 
punibilidade. 
 
 As causas de extinção da punibilidade que ocorrerem antes da condenação 
(atingirem a pretensão punitiva) afastarão todos os efeitos da condenação. As que ocorrerem depois o 
trânsito em julgado da condenação (atingirem a pretensão executória), afastarão somente os efeitos penais, 
permanecendo os civis ou secundários (arts. 91 e 92 do CP). 
 
 
2- Espécies previstas no Código Penal: 
 
2.1- Morte do agente: 
 
 É a mais óbvia das causas de extinção da punibilidade. Com a morte do autor do 
fato criminoso, extingui-se a possibilidade de aplicação de sanção penal. 
 
 Questão controversa surge quando se examina a hipótese da extinção da 
punibilidade ter sido declarada com base em uma certidão de óbito falsa. A solução, contudo, já é tranquila 
na jurisprudência: 
 
 
 
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 13 
 
É como já se manifestou o Supremo Tribunal Federal: 
 
PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. EXTINÇÃO 
DA PUNIBILIDADEAMPARADA EM CERTIDÃO DE ÓBITO FALSA. DECRETO QUE 
DETERMINA O DESARQUIVAMENTO DA AÇÃO PENAL. INOCORRÊNCIA DE 
REVISÃO PRO SOCIETATE E DE OFENSA À COISA JULGADA. FUNDAMENTAÇÃO. 
ART. 93, IX, DA CF. I. - A decisão que, com base em certidão de óbito falsa, julga 
extinta a punibilidade do réu pode ser revogada, dado que não gera coisa julgada 
em sentido estrito. II. - Nos colegiados, os votos que acompanham o 
posicionamento do relator, sem tecer novas considerações, entendem-se terem 
adotado a mesma fundamentação. III. - Acórdão devidamente fundamentado. IV. 
- H.C. indeferido.
10
 
 
 E o Superior Tribunal de Justiça: 
 
PENAL. HABEAS CORPUS. DECISÃO QUE EXTINGUIU A PUNIBILIDADE DO RÉU 
PELA MORTE. CERTIDÃO DE ÓBITO FALSA. VIOLAÇÃO À COISA JULGADA. 
INOCORRÊNCIA. “O desfazimento da decisão que, admitindo por equívoco a morte 
do agente, declarou a punibilidade, não constitui ofensa à coisa julgada.” (STF, HC 
60095/RJ, Rel. Min. Rafael Mayer). Ordem denegada. 11 
 
2.2- Anistia: 
 
 É a declaração pelo Poder Público de que determinados fatos se tornem 
impuníveis por motivo de utilidade social. Pode ser própria quando concedida antes do trânsito em julgado da 
sentença condenatória ou após a condenação. 
 
 A competência para sua concessão, em matéria penal, é exclusiva da União, por 
intermédio de Lei Ordinária, aprovada pelo Congresso Nacional. 
 
 São exemplos de Anistia, a Lei n° 12.191/2010: 
 
Art. 1o É concedida anistia a policiais e bombeiros militares do Rio Grande do Norte, Bahia, 
Roraima, Tocantins, Pernambuco, Mato Grosso, Ceará, Santa Catarina e Distrito Federal 
punidos por participar de movimentos reivindicatórios. 
Art. 2o É concedida anistia aos policiais e bombeiros militares do Rio Grande do Norte, 
Bahia, Roraima, Tocantins, Pernambuco, Mato Grosso, Ceará, Santa Catarina e Distrito 
Federal punidos por participar de movimentos reivindicatórios por melhorias de 
vencimentos e de condições de trabalho ocorridos entre o primeiro semestre de 1997 e a 
publicação desta Lei. 
Art. 3o A anistia de que trata esta Lei abrange os crimes definidos no Decreto-Lei 
no 1.001, de 21 de outubro de 1969 (Código Penal Militar), e as infrações disciplinares 
conexas, não incluindo os crimes definidos no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 (Código Penal), e nas leis penais especiais. 
Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
É o artigo 32 da Lei 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento): 
 
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la, 
espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na 
forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual posse irregular da 
referida arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) 
 
 
 Uma vez concedida a Anistia, o Juiz, de ofício, ou a requerimento da parte, 
declarará extinta a punibilidade, nos termos do que prevê o artigo 184 da LEP, afastando todos os efeitos da 
condenação. 
 
10 STF. 2a Turma. Relator Ministro CARLOS VELLOSO. HC 84525/MG. J. 16/11/2004. 
 
11 STJ. 5a Turma. Relator Ministro FELIX FISCHER. HC 31234/MG. J. 16/12/2003.Roteiro das Aulas - Direito Penal II - 2013-2.docx2 
 14 
 
 
 Há vedação constitucional constante do art. 5º, XLIII, regulamentado pelos art. 
2o, I da Lei dos Crimes Hediondos, art. 1o, § 6o da Lei de Tortura e art. 44 da Lei de Drogas. 
 
 A respeito do instituto, já se manifestou o Supremo Tribunal Federal: 
 
CONSTITUCIONAL. ANISTIA: LEI CONCESSIVA. Lei 8.985, de 07.02.95. CF, art. 
48, VIII, art. 21, XVII. LEI DE ANISTIA: NORMA GERAL. I. - Lei 8.985/95, que 
concede anistia aos candidatos às eleições gerais de 1994, tem caráter geral, 
mesmo porque é da natureza da anistia beneficiar alguém ou a um grupo de 
pessoas. Cabimento da ação direta de inconstitucionalidade. II. - A anistia, que 
depende de lei, é para os crimes políticos. Essa é a regra. Consubstancia ela ato 
político, com natureza política. Excepcionalmente, estende-se a crimes comuns, 
certo que, para estes, há o indulto e a graça, institutos distintos da anistia (CF, 
art. 84, XII). Pode abranger, também, qualquer sanção imposta por lei. III. - A 
anistia é ato político, concedido mediante lei, assim da competência do Congresso 
e do Chefe do Executivo, correndo por conta destes a avaliação dos critérios de 
conveniência e oportunidade do ato, sem dispensa, entretanto, do controle 
judicial, porque pode ocorrer, por exemplo, desvio do poder de legislar ou afronta 
ao devido processo legal substancial (CF, art. 5º, LIV). IV. - Constitucionalidade 
da Lei 8.985, de 1995. V. - ADI julgada improcedente.
12
 
 
2.3- Graça ou indulto individual: 
 
 É a concessão, por intermédio de Decreto do Presidente da República, de perdão 
pelos fatos praticados por pessoa ou grupo de pessoas específico. 
 
 É concedido a pessoa específica. Pode ser requerido pelo condenado, pelo 
Conselho Penitenciário ou pelo MP, nos termos do que prevê o artigo 188 da LEP. Só pode ser concedida após 
o trânsito em julgado da sentença penal condenatória e só afasta os efeitos primários ou penais da 
condenação, mantendo os secundários ou civis. A competência é privativa do Presidente da República, que 
pode entretanto, delegá-la a Ministro de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da 
União (CF/88, art. 84, § único). 
 
2.4- Indulto coletivo 
 
 É a clemência destinada a um grupo de sentenciados que preencham certos 
requisitos – subjetivos (relacionados ao condenado como, por exemplo, bom comportamento) e objetivos 
(relacionados a pena, como por exemplo, o cumprimento de determinada quantidade de pena) - 
estabelecidos no Decreto Presidencial. 
 
 O indulto pode ser parcial quando determina a redução da quantidade da pena 
ou modifica a sanção imposta, recebendo nestas hipóteses o nome de comutação. 
 
 Não poderá ser concedido nos crimes hediondos, nos termos do que prevê o 
artigo 2o, I da Lei dos Crimes Hediondos. 
 
 Só pode ser concedida após o trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória e só afasta os efeitos primários ou penais da condenação, mantendo os secundários ou civis. 
 
 A constitucionalidade deste art. 2o , I da Lei 8.072/90 foi questionada, mas 
refutada pelo Supremo Tribunal Federal: 
 
Crime hediondo: vedação de graça: inteligência. I. Não pode, em tese, a lei 
ordinária restringir o poder constitucional do Presidente da República de "conceder 
indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em 
 
12 STF. Pleno. Relator Ministro CARLOS VELLOSO. ADI 1231/DF. J. 15/12/2005. 
 
 
 
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 15 
 
lei" (CF, art. 84, XII), opondo-lhe vedações materiais não decorrentes da 
Constituição. II. Não obstante, é constitucional o art. 2º, I, da L. 8.072/90, 
porque, nele, a menção ao indulto é meramente expletiva da proibição de graça 
aos condenados por crimes hediondos ditada pelo art. 5º, XLIII, da Constituição. 
III. Na Constituição, a graça individual e o indulto coletivo - que ambos, tanto 
podem ser totais ou parciais, substantivando, nessa última hipótese, a comutação 
de pena - são modalidades do poder de graça do Presidente da República (art. 84, 
XII) - que, no entanto, sofre a restrição do art. 5º, XLIII, para excluir a 
possibilidade de sua concessão, quando se trata de condenação por crime 
hediondo. IV. Proibida a comutação de pena, na hipótese do crime hediondo, pela 
Constituição, é irrelevante que a vedação tenha sido omitida no D. 3.226/99.
13
 
 
2.4.1- Decreto 7.873/2012 – Decreto de Indulto atualmente vigente 
 
DECRETO Nº 7.873, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2012 
 
Concede indulto natalino e comutação de penas, e dá outras providências. 
 
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no exercício da competência privativa que lhe confere o art. 84, caput, inciso XII, da 
Constituição, tendo em vista a manifestação do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, acolhida pelo Ministro de 
Estado da Justiça, e considerando a tradição, por ocasião das festividades comemorativas do Natal, de conceder indulto às 
pessoas condenadas ou submetidas a medida de segurança e comutar penas de pessoas condenadas, 
 
DECRETA: 
 
Art. 1º É concedido o indulto coletivo às pessoas, nacionais e estrangeiras: 
I - condenadas a pena privativa de liberdade não superior a oito anos, não substituída por restritivas de direitos ou 
multa, e não beneficiadas com a suspensão condicional da pena que, até 25 de dezembro de 2012, tenham cumprido um terço 
da pena, se não reincidentes, ou metade, se reincidentes; 
II - condenadas a pena privativa de liberdade superior a oito anos e não superior a doze anos, por crime praticado sem 
grave ameaça ou violência a pessoa, que, até 25 de dezembro de 2012, tenham cumprido um terço da pena, se não 
reincidentes, ou metade, se reincidentes; 
III - condenadas a pena privativa de liberdade superior a oito anos que, até 25 de dezembro de 2012, tenham 
completado sessenta anos de idade e cumprido um terço da pena, se não reincidentes, ou metade, se reincidentes; 
IV - condenadas a pena privativa de liberdade que, até 25 de dezembro de 2012, tenham completado setenta anos de 
idade e cumprido um quarto da pena, se não reincidentes, ou um terço, se reincidentes; 
V - condenadas a pena privativa de liberdade que, até 25 de dezembro de 2012, tenham cumprido, ininterruptamente, 
quinze anos da pena, se não reincidentes, ou vinte anos, se reincidentes; 
VI - condenadas a pena privativa de liberdade superior a oito anos que tenham filho ou filha menor de dezoito anos ou 
com deficiência que necessite de seus cuidados e que, até 25 de dezembro de 2012, tenham cumprido: 
a) se homens não reincidentes, um terço da pena, ou metade, se reincidentes; ou 
b) se mulheres não reincidentes, um quarto da pena, ou um terço, se reincidentes. 
VII - condenadas a pena privativa de liberdade não superior a doze anos, desde que já tenham cumprido um terço da 
pena, se não reincidentes, ou metade, se reincidentes, estejam cumprindo pena no regime semiaberto ou aberto e já tenham 
usufruído, até 25 de dezembro de 2012, no mínimo, de cinco saídas temporárias previstas no art. 122, combinado com o art. 
124, caput, da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 - Lei de Execução Penal, ou tenham exercido trabalho externo, no mínimo, 
por doze meses nos três anos contados retroativamente a 25 de dezembro de 2012; 
VIII - condenadas a pena privativa de liberdade não superior a doze anos, desde que já tenham cumprido um terço da 
pena, se não reincidentes, ou metade, se reincidentes, estejam cumprindo pena no regime semiaberto ou aberto e tenham 
frequentado curso de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, superior, ou ainda de requalificação profissional, 
na forma do art. 126 da Lei de Execução Penal, no mínimo por doze meses nos três anos contados retroativamente a 25 dedezembro de 2012; 
IX - condenadas a pena de multa, ainda que não quitada, independentemente da fase executória ou juízo em que se 
encontre, aplicada cumulativamente com pena privativa de liberdade cumprida até 25 de dezembro de 2012; 
X - condenadas: 
a) com paraplegia, tetraplegia ou cegueira, desde que tais condições não sejam anteriores à prática do delito e se 
comprovem por laudo médico oficial ou, na falta deste, por médico designado pelo juízo da execução; 
b) com paraplegia, tetraplegia ou cegueira, ainda que tais condições sejam anteriores a prática do delito e se 
comprovem por laudo médico oficial ou, na falta deste, por médico designado pelo juízo da execução, caso resultem em grave 
limitação de atividade e restrição de participação prevista na alínea “c”; ou 
c) acometidas de doença grave e permanente que apresentem grave limitação de atividade e restrição de participação 
ou exijam cuidados contínuos que não possam ser prestados no estabelecimento penal, desde que comprovada a hipótese por 
laudo médico oficial ou, na falta deste, por médico designado pelo juízo da execução, constando o histórico da doença, caso não 
haja oposição da pessoa condenada; 
XI - submetidas a medida de segurança, que, até 25 de dezembro de 2012, independentemente da cessação da 
periculosidade, tenham suportado privação da liberdade, internação ou tratamento ambulatorial por período igual ou superior 
ao máximo da pena cominada à infração penal correspondente à conduta praticada ou, nos casos de substituição prevista no 
 
13 STF. 1a Turma. Relator Ministro SEPULVEDA PERTENCE. HC 81565/SC. 
 
 
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 16 
 
art. 183 da Lei de Execução Penal, por período igual ao tempo da condenação; 
XII - condenadas a pena privativa de liberdade, desde que substituída por pena restritiva de direitos, na forma do art. 
44 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, ou ainda beneficiadas com a suspensão condicional da 
pena, que, de qualquer forma, tenham cumprido, até 25 de dezembro de 2012, um quarto da pena, se não reincidentes, ou um 
terço, se reincidentes; 
XIII - condenadas a pena privativa de liberdade sob o regime aberto ou substituída por pena restritiva de direitos, na 
forma do art. 44 do Código Penal, ou ainda beneficiadas com a suspensão condicional da pena, que tenham cumprido, presas 
provisoriamente, até 25 de dezembro de 2012, um sexto da pena, se não reincidentes, ou um quinto, se reincidentes; 
XIV - condenadas a pena privativa de liberdade, que estejam cumprindo pena em regime aberto ou em livramento 
condicional, cujas penas remanescentes, em 25 de dezembro de 2012, não sejam superiores a oito anos, se não reincidentes, e 
a seis anos, se reincidentes, desde que tenham cumprido um quarto da pena, se não reincidentes, ou um terço, se 
reincidentes; 
XV - condenadas por crime contra o patrimônio, cometido sem grave ameaça ou violência à pessoa, desde que tenham 
cumprido um sexto da pena, se não reincidentes, ou um quarto, se reincidentes, e reparado o dano até 25 de dezembro de 
2012, salvo comprovada incapacidade econômica para repará-lo; ou 
XVI - condenadas a pena privativa de liberdade superior a dezoito meses e não superior a quatro anos, por crime contra 
o patrimônio, cometido sem grave ameaça ou violência à pessoa, com prejuízo ao ofendido em valor estimado não superior a 
um salário mínimo, desde que tenham, até 25 de dezembro de 2012, cumprido três meses de pena privativa de liberdade e 
comprovem o depósito em juízo do valor correspondente ao prejuízo causado à vítima, salvo comprovada incapacidade 
econômica para depositá-lo. 
§ 1o O indulto de que cuida este Decreto não se estende às penas acessórias previstas no Decreto-Lei no 1.001, de 21 
de outubro de 1969 - Código Penal Militar, e aos efeitos da condenação. 
§ 2o O indulto previsto no inciso VI do caput não alcança as pessoas condenadas por crime praticado com violência ou 
grave ameaça contra o filho ou a filha. 
Art. 2o As pessoas condenadas à pena privativa de liberdade, não beneficiadas com a suspensão condicional da pena, 
ainda que substituída por pena restritiva de direitos, na forma do art. 44 do Código Penal, que, até 25 de dezembro de 2012, 
tenham cumprido um quarto da pena, se não reincidentes, ou um terço, se reincidentes, e não preencham os requisitos deste 
Decreto para receber indulto, terão comutada a pena remanescente de um quarto, se não reincidentes, e de um quinto, se 
reincidentes, aferida em 25 de dezembro de 2012. 
§ 1o O cálculo será feito sobre o período de pena já cumprido até 25 de dezembro de 2012, se o período de pena já 
cumprido, descontadas as comutações anteriores, for superior ao remanescente. 
§ 2o A pessoa que teve a pena anteriormente comutada terá a nova comutação calculada sobre o remanescente da pena 
ou sobre o período de pena já cumprido, nos termos do caput e § 1o, sem necessidade de novo requisito temporal e sem 
prejuízo da remição prevista no art. 126 da Lei de Execução Penal. 
Art. 3o Na declaração do indulto ou da comutação de penas deverá, para efeitos da integralização do requisito temporal, 
ser computada a detração de que trata o art. 42 do Código Penal e, quando for o caso, o art. 67 do Código Penal Militar, sem 
prejuízo da remição prevista no art. 126 da Lei de Execução Penal. 
Parágrafo único. A aplicação de sanção por falta disciplinar de natureza grave, prevista na Lei de Execução Penal, não 
interrompe a contagem do lapso temporal para a obtenção do indulto ou da comutação de penas previstos neste Decreto. 
Art. 4o A declaração do indulto e da comutação de penas previstos neste Decreto fica condicionada à inexistência de 
aplicação de sanção, homologada pelo juízo competente, em audiência de justificação, garantido o direito ao contraditório e à 
ampla defesa, por falta disciplinar de natureza grave, prevista na Lei de Execução Penal, cometida nos doze meses de 
cumprimento da pena, contados retroativamente à data de publicação deste Decreto. 
§ 1o A prática de falta grave após a publicação deste Decreto ou sem a devida apuração nos termos do caput não 
impede a obtenção do indulto ou comutação de penas previstos neste Decreto. 
§ 2o As restrições deste artigo não se aplicam às hipóteses previstas nos incisos X e XI do caput do art. 1o. 
Art. 5o O indulto e a comutação de penas de que trata este Decreto são cabíveis, ainda que: 
I - a sentença tenha transitado em julgado para a acusação, sem prejuízo do julgamento de recurso da defesa na 
instância superior; 
II - haja recurso da acusação que não vise a majorar a quantidade da pena ou as condições exigidas para a declaração 
do indulto ou da comutação de penas; 
III - a pessoa condenada esteja em livramento condicional; ou 
IV - a pessoa condenada responda a outro processo criminal, mesmo que tenha por objeto um dos crimes previstos no 
art. 8o. 
Art. 6o O indulto ou a comutação da pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos alcança a pena de multa 
aplicada cumulativamente. 
Parágrafo único. A inadimplência da pena de multa cumulada com pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos 
não impede a declaração do indulto ou da comutação de penas. 
Art. 7o As penas correspondentes a infrações diversas devem somar-se, para efeito do indulto e da comutação de 
penas, até 25 de dezembro de 2012. 
Parágrafo único. Na hipótese de haver concurso com crime descrito no art. 8o, não será declarado o indulto ou a 
comutação da pena correspondente ao crime não impeditivo, enquanto a pessoa condenada não cumprir, no mínimo, dois 
terços da pena, correspondente ao crime impeditivo dos benefícios. 
Art. 8o O disposto neste Decreto não alcança as pessoas condenadas por: 
I - crime de tortura ou terrorismo; 
II - crime de tráficoilícito de droga, nos termos do caput e § 1º do art. 33 e dos arts. 34 a 37 da Lei nº 11.343, de 23 
de agosto de 2006; 
III - crime hediondo, praticado após a publicação das Leis no 8.072, de 25 de julho de 1990; no 8.930, de 6 de 
setembro de 1994; no 9.695, de 20 de agosto de 1998; no 11.464, de 28 de março de 2007; e no 12.015, de 7 de agosto de 
2009, observadas, ainda, as alterações posteriores; ou 
IV - crimes definidos no Código Penal Militar que correspondam aos delitos previstos nos incisos I e II, exceto quando 
 
 
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 17 
 
configurada situação do uso de drogas disposto no art. 290 do Código Penal Militar. 
Parágrafo único. As restrições deste artigo e dos incisos I e II do caput do art. 1o não se aplicam às hipóteses previstas 
nos incisos IX, X, XI e XII do caput do art. 1o. 
Art. 9o Para a declaração do indulto e comutação das penas é suficiente o preenchimento dos requisitos previstos neste 
Decreto. 
Art. 10. A autoridade que custodiar a pessoa condenada e os órgãos da execução previstos nos incisos III a VIII do 
caput do art. 61 da Lei de Execução Penal encaminharão, de ofício, ao juízo da execução, inclusive por meio digital, a lista 
daqueles que satisfaçam os requisitos necessários para a declaração do indulto e da comutação de penas previstos neste 
Decreto. 
§ 1o As ouvidorias do Sistema Penitenciário e a Ordem dos Advogados do Brasil poderão encaminhar ao juízo da 
execução a lista de trata o caput. 
§ 2o O procedimento previsto no caput poderá iniciar-se de ofício ou a requerimento do interessado, de quem o 
represente, ou ainda, de seu cônjuge ou companheiro, parente ou descendente, da Defensoria Pública, da Ordem dos 
Advogados do Brasil, do Ministério Público, do Conselho Penitenciário, do Conselho da Comunidade, do patronato, da autoridade 
administrativa, da Ouvidoria do Sistema Penitenciário, da Corregedoria do Sistema Penitenciário ou do médico que assiste o 
condenado que se enquadre nas situações previstas nos incisos X e XI do caput do art. 1o. 
§ 3o O juízo da execução proferirá decisão após ouvir o Conselho Penitenciário, o Ministério Público e a defesa, 
excetuado o primeiro nas hipóteses contempladas nos incisos IX, X e XI do caput do art. 1o.§ 4o A manifestação do Conselho 
Penitenciário deverá ocorrer no prazo de quinze dias, contado da data do recebimento, no protocolo do órgão, de fotocópia ou 
cópia digital dos autos do requerimento de comutação de pena ou indulto, gozando este último de prioridade na apreciação. 
§ 5o Findo o prazo previsto no § 4o, com ou sem a manifestação do Conselho Penitenciário, o juízo da execução 
determinará vista dos autos ao Ministério Público e, em seguida, à defesa, para, ao final, proferir decisão. 
§ 6o Os prazos para a manifestação do Ministério Público e da defesa serão, respectivamente, de cinco dias. 
Art. 11. Os órgãos centrais da administração penitenciária encaminharão, imediatamente, cópia deste Decreto às 
unidades penitenciárias e preencherão o quadro estatístico constante do modelo Anexo, devendo remetê-lo ao Departamento 
Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça no prazo de seis meses, contado da data de publicação deste Decreto. 
§ 1o O Departamento Penitenciário Nacional manterá publicado, no seu portal da Internet, quadro estatístico, 
discriminado por gênero e unidade federativa, contendo as informações sobre a quantidade de pessoas favorecidas por este 
Decreto. 
§ 2o O cumprimento do disposto no caput será fiscalizado pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária e 
pelo Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça, e verificado nas oportunidades de inspeção ou de estudo de 
projetos lastreados em recursos do Fundo Penitenciário Nacional - Funpen. 
Art. 12. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Brasília, 26 de dezembro de 2012; 191º da Independência e 124º da República. 
 
DILMA ROUSSEFF 
 
José Eduardo Cardozo 
 
2.5- Abolito criminis: 
 
 Ocorre a abolitio criminis quando a lei nova já não incrimina fato que 
anteriormente era considerado como ilícito penal. A nova lei, que se presume ser mais perfeita que a anterior, 
demonstrando não haver mais, por parte do estado, interesse na punição do autor de determinado fato, 
retroage para alcançá-lo. 
 
 Não há abolitio criminis se a conduta praticada pelo acusado é prevista na lei 
revogada e ainda submissível a outra lei penal em vigor (caso do estupro e do atentado violento ao pudor). 
 
 
2.6- Retratação: 
 
 É o ato pelo qual o agente reconhece o erro que cometeu e o denúncia a 
autoridade, retirando o que havia anteriormente dito. 
 
 Poderá ocorrer até o julgamento da sentença no 1º grau de jurisdição. Dá-se nas 
seguintes hipóteses: 
 
i) nos crimes de calúnia (art. 138) ou difamação (art. 139), cuja previsão da 
retratação se encontra no artigo 143; 
 
 ii) crime de falso testemunho e falsa perícia (art. 342, § 2o). 
 
 
 
 
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 18 
 
2.7- Perdão judicial: 
 
 Caracteriza-se como a clemência do Estado-Juiz para determinadas situações 
previstas em lei. Ocorrerá sempre que o legislador consignar a expressão: “O juiz pode deixar de aplicar a 
pena (...)”. 
 
 Muito embora o texto legal atribua a expressão “o juiz pode”, trata-se na 
verdade de direito subjetivo do réu. Uma vez presentes os requisitos necessários é direito do réu receber o 
perdão. A discricionariedade do magistrado se limita a verificação da presença dos requisitos necessários à 
concessão do perdão. 
 
 Algumas hipóteses legais: 
 
 - art. 121, § 5º 
 - art. 129, § 8º 
 - art. 140, § 1º, I e II 
 - art. 168-A, § 2° 
 - art. 176, § único 
 - art. 180, § 3º, todos do CP. 
 
 
 Sua natureza jurídica é, segundo a Súmula 18 do Superior Tribunal de 
Justiça: 
 
“A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da 
punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.” 
 
 
2.8- Decadência: 
 
 É causa de extinção da punibilidade decorrente da inércia do ofendido em 
deflagrar a ação penal (protocolizar a queixa) ou oferecer a representação. Ocorrerá somente na ação penal 
privada e na pública acaso o ofendido não apresente a representação no prazo legal. Jamais ocorrerá na 
ação penal pública incondicionada. 
 
 
2.9- Perempção: 
 
 Causa de extinção da punibilidade, exclusiva das ações penais privadas, e que 
ocorrerá na hipótese de desídia do querelante na condução da ação penal, nos termos do que prevê o artigo 
60 do CPP: 
 
Art. 60- Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á 
perempta a ação penal: 
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo 
durante 30 (trinta) dias seguidos; 
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer 
em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer 
das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no Art. 36; 
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato 
do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação 
nas alegações finais; 
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. 
 
 
 
 
 
 
 
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 19 
 
2.10- Prescrição 
 
2.10.1- Conceito: 
 
 É a perda da pretensão de punir do Estado, ou de executar a punição imposta, 
face à sua inércia em satisfazê-la dentro dos prazos legais. Funda-se no combate à desídia do Estado e na 
inconveniência de se punir o infrator muito tempo depois do crime. 
 
 A prescriçãopoderá ser da pretensão punitiva do estado ou da pretensão 
executória. 
 A prescrição, em regra, alcança todas as infrações penais; porém, a 
Constituição Federal traz duas infrações imprescritíveis: crimes de racismo (artigo 5.º, inciso XLII); 
crimes referentes a ações de grupos armados, civis ou militares, contra ordem constitucional e o 
Estado democrático, como por exemplo, ações de terrorismo (artigo 5.º, inciso XLIV). 
 
2.10.2- Espécies: 
 
 
2.10.2.1- Prescrição da Pretensão Punitiva 
 
 É a perda do direito de punir decorrente do decurso do tempo. Poderá ocorrer 
antes do início da ação penal ou durante o seu trâmite. 
 
 Sua ocorrência tem como o termo o trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória, poderá ser declarada de ofício pelo juiz (art. 61 do CPP) e afastará todos os eventuais efeitos 
da condenação. 
 
2.10.2.2- Prescrição da Pretensão Executória 
 
 É a perda do poder-dever de executar a sanção imposta, em face da inércia do 
Estado, durante determinado lapso. 
 
 Esta espécie de prescrição diferentemente da prescrição da pretensão punitiva 
extingue tão somente a execução da pena privativa de liberdade, mas não dos efeitos secundários da 
condenação. 
 
 É calculada com base na condenação transitada em julgado. 
 
2.10.3- Pena para cálculo 
 
 O cálculo da prescrição, sempre se fará com base na pior pena aplicável 
ao agente. 
 
 Tem-se aí uma divisão necessária: 
 
2.10.3.1- Pena in abstrato 
 
 É a pior pena que o sujeito pode sofrer, incluindo-se aí eventuais circunstâncias 
qualificadoras, causas de aumento ou diminuição da pena. 
 
 Sua previsão legal é a do caput do artigo 109 do Código Penal. 
 
 Neste caso, o cálculo da prescrição será feito com fundamento na pena máxima 
cominável ao crime, acrescido das circunstâncias aplicáveis ao caso. 
 
 
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 20 
 
 
 Por exemplo, no caso de um furto simples (art. 155, CP), sendo a pena variável 
entre 1 e 4 anos, o cálculo prescricional será feito considerando a pena máxima que é de 4 anos. 
 
 Se este furto simples for tentado (art. 155, c/c art. 14, II, CP) devemos 
considerar a pena máxima e existindo causa de diminuição decorrente da tentativa (1/3 à 2/3), aplica-se o 
menor percentual de redução (1/3), pois esta é a maior pena aplicável ao agente nesta circunstância. 
 
 Outro exemplo. No caso de roubo simples (art. 157), sendo a pena variável 
entre 4 e 10 anos, o cálculo prescricional será feito considerando a pena máxima que é de 10 anos. 
 
 Se este roubo for circunstanciado (art. 157, § 2°), considera-se a pena máxima 
que é de 10 anos e existindo causa de aumento de pena decorrente da circunstância especial de aumento 
(1/3 à 1/2), aplica-se o maior percentual de aumento (1/2), pois esta é a maior pena aplicável ao agente 
nesta circunstância. 
 
 
2.10.3.2- Pena in concreto 
 
 É a pena da condenação, desde que haja trânsito em julgado para a acusação ou 
seu recurso foi improvido. 
 
 Sua previsão legal é o § 1° do artigo 110 do Código Penal. 
 
 Como nosso ordenamento jurídico veda a chamada reformatio in pejus, no caso 
de condenação, existindo recurso exclusivo da defesa, o cálculo da prescrição far-se-á com base na pena da 
condenação eis que esta não poderá ser majorada. 
 
 Assim, se o agente cometeu roubo (pena variável entre 4/10 anos), foi 
condenado a 5 anos e o sujeito acusação não recorreu, o cálculo da prescrição daí em diante, será feito com 
base na pena de 5 anos, eis que esta se tornou a pior pena possível. 
 
 Frise-se que para o cálculo da prescrição com fundamento na pena in concreto é 
indispensável o trânsito em julgado para a acusação. Se há recurso tanto da acusação quanto da defesa, 
continua-se a calcular a prescrição com base na pena máxima in abstrato, pois há de considerar a 
possibilidade de provimento do recurso da acusação e a majoração da pena ao máximo legal. 
 
 
2.10.4- Prazos: 
 
 São os previstos no art. 109 do CP, os quais poderão ser reduzidos pela metade 
se o autor do fato for menor de 21 anos na data do crime ou maior de 70 na data da publicação da sentença 
(art. 115 do CP) 
 
 Não há hipótese de majoração, segundo a inteligência da Súmula 220 do 
Superior Tribunal de Justiça: “A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva”. 
 
2.10.5- Termo inicial: 
 
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa 
a correr: 
I - do dia em que o crime se consumou; 
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; 
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; 
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do 
registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido. 
 
 
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 21 
 
V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos 
neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 
(dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal. 
(Redação dada pela Lei nº 12.650, de 2012) 
 
2.10.6- Causas interruptivas 
 
 Com a ocorrência da causa interruptiva, reinicia-se a contagem do prazo 
prescricional, desprezando-se qualquer prazo anterior. 
 
 Estão previstas no artigo 117 do CP: 
 
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: 
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; 
II - pela pronúncia; 
III - pela decisão confirmatória da pronúncia; 
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; 
 
 2.10.6- Suspensão da contagem do prazo prescricional 
 
 A contagem do prazo é paralisada, reiniciando-se a partir do período em que foi 
suspensa: 
 
i) questão prejudicial pendente em outro juízo (art. 116, I do CP); 
ii) período em que o agente cumpre pena no exterior (art. 116, II do CP); 
iii) deferimento de licença legislativa (art. 53, § 3º da CF/88); 
iv) acusado citado por edital que não comparece, nem constitui advogado 
(art. 366 do CPP); 
v) durante o prazo de suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 
nº 9.099/95) 
 Quanto ao período de suspensão, há controvérsia na jurisprudência: 
 
 O Supremo Tribunal Federal, já se manifestou no sentido de que a suspensão 
ocorrerá por prazo indeterminado: 
 
A Turma deu provimento a recurso extraordinário interposto pelo Ministério Público do 
Estado do Rio Grande do Sul contra acórdão do tribunal de justiça local que mantivera 
decisão que, ao declarar a revelia do ora recorrido (CPP, art. 366), suspendera o curso do 
processo, mas limitara a suspensão do prazo prescricional ao da prescrição em abstrato 
do fato delituoso. (...) No tocante à suspensão da prescrição, entendeu-se que a 
Constituição não veda que seu prazo seja indeterminado, uma vez que não se constitui 
em hipótese de imprescritibilidade e a retomada do curso da prescrição fica apenas 
condicionada a evento futuro e incerto. Além disso, aduziu-se que a Constituição se 
restringe a enumerar os crimes sujeitos à imprescritibilidade (CF, art. 5º, XLII e XLIV), 
sem proibir, em tese, que lei ordinária crie outros casos. Por fim, considerou-se 
inadmissível sujeitar-se o período de suspensão de que trata o art. 366 do CPP 
ao tempo da prescrição em abstrato, visto que, do contrário, o que se teria 
seria uma causa de interrupção e não de suspensão. RE provido para 
determinar a suspensão da prescrição por prazo indeterminado. Precedente 
citado: Ext 1042/Governo de Portugal14 
 
 
 Já o Superior Tribunal de Justiça, manifesta-se no sentido de que a 
suspensão só poderá perdurar pelo prazo que a pena máxima cominada ao crime prescreveria. Após este 
período começaria a fluir a prescrição:14 STF. Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE. RE 460971/RS. J. 13/2/2007. 
 
 
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 22 
 
 
“Consoante orientação pacificada nesta Corte, o prazo máximo de suspensão do lapso 
prescricional, na hipótese do art. 366 do CPP, não pode ultrapassar aquele previsto no 
art. 109 do Código Penal, considerada a pena máxima cominada ao delito denunciado, 
sob pena de ter-se como permanente o sobrestamento, tornando imprescritível a 
infração penal apurada”.15 
 
 Por fim a questão ensejou a edição da Súmula 415 do Superior Tribunal de 
Justiça: “O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada.” 
 
2.10.7- Modalidades 
 
2.10.7.1- Propriamente Dita 
 
 É calculada levando-se em conta a pena in abstrato e ocorrerá, portanto, antes 
do trânsito em julgado. É a regra do caput do artigo 109. 
 
2.10.7.2- Intercorrente ou Superveniente 
 
 É calculada levando-se em conta a pena in concreto e ocorrerá, portanto, após o 
trânsito em julgado para a acusação, conforme a regra do § 1° do artigo 110. Aplica-se ao lapso temporal 
ocorrido entre a publicação da sentença e o trânsito em julgado. 
 
 Há no entanto, voto do Ministro Marco Aurélio do Supremo Tribunal Federal, 
entendendo que esta hipótese ocorreria somente entre a sentença e acórdãos que a confirmassem. 
 
“A Lei 11.596/2007, ao alterar a redação do inciso IV do art. 117 do CP ("Art. 
117 - O curso da prescrição interrompe-se: ... IV - pela publicação da sentença 
ou acórdão condenatórios recorríveis;"), apenas confirmara pacífico 
posicionamento doutrinário e jurisprudencial no sentido de que o acórdão 
condenatório reveste-se de eficácia interruptiva da prescrição penal. Com base 
nesse entendimento, a Turma indeferiu habeas corpus em que pleiteada a 
declaração de extinção da punibilidade do paciente que, inicialmente condenado 
por abuso de autoridade (Lei 4.898/65, art. 4º, a), tivera sua sentença 
reformada, pelo tribunal de justiça local, para a prática do crime de extorsão, 
sendo este acórdão anulado pelo STJ no tocante à causa especial de aumento de 
pena. Inicialmente, aduziu-se ser juridicamente relevante a existência de dois 
lapsos temporais, a saber: a) entre a data do recebimento da denúncia e a 
sentença condenatória e b) entre esta última e o acórdão que reformara em 
definitivo a condenação, já que o acórdão que modifica substancialmente decisão 
monocrática representa novo julgamento e assume, assim, caráter de marco 
interruptivo da prescrição. Tendo em conta a pena máxima cominada em 
abstrato para o delito de extorsão simples ou a sanção concretamente aplicada, 
constatou-se que, no caso, a prescrição não se materializara. O Min. Marco 
Aurélio ressaltou em seu voto que a mencionada Lei 11.596/2007 inserira mais 
um fator de interrupção, pouco importando a existência de sentença 
condenatória anterior, sendo bastante que o acórdão, ao confirmar essa 
sentença, também, por isso mesmo, mostre-se condenatório. 16 
 
 
 
 
 
 
15 STJ. Relator Ministro JORGE MUSSI. REsp 1113583/MG. 
 
16 STF: HC 92340/SC, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 18.3.2008. (HC-92340) (Informativo 499 do STF). 
 
 
 
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 23 
 
2.10.7.3- Retroativa 
 
 
 É calculada levando-se em conta a pena in concreto e ocorrerá, portanto, após o 
trânsito em julgado para a acusação, conforme a regra do § 1° do artigo 110. Aplica-se aos lapsos temporais 
ocorridos da sentença. 
 
2.10.7.4- Virtual, in perspectiva ou retroativa antecipada 
 
 É calculada levando-se em conta a pena que se imagina será aplicada ao réu 
em eventual condenação. Embora aceita por muitos juízes 17 é refutada pelos Tribunais, tendo o Superior 
Tribunal de Justiça editado a Súmula 438 acerca do assunto: “É inadmissível a extinção da punibilidade 
pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência 
ou sorte do processo penal”. 
 
2.10.8- Prescrição da Pena de Multa (art. 114) 
 
 Aplicável somente na hipótese da prescrição da pretensão punitiva. No caso de 
trânsito em julgado da sentença penal condenatória, o não pagamento da pena multa aplicada isolada ou 
cumulativamente implica no envio do crédito para a Fazenda Pública que o executa nos termos da Lei de 
Execução Fiscal. 
 
 Quando cominada em conjunto com a pena privativa de liberdade prescreve em 
conjunto com esta. Quando cominada isoladamente prescreve em dois anos. 
 
 
2.10.9- Prescrição da Pretensão Executória 
 
2.10.9.1- Termo inicial 
 
Art. 112 - No caso do Art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: 
 
I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a 
acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento 
condicional; 
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da 
interrupção deva computar-se na pena. 
 
Anote-se o precedente do Superior Tribunal de Justiça: 
 
“O termo inicial da contagem do prazo prescricional da pretensão 
executória é o trânsito em julgado para ambas as partes, porquanto 
somente neste momento é que surge o título penal passível de ser 
executado pelo Estado. Desta forma, não há como se falar em início da 
prescrição a partir do trânsito em julgado para a acusação, tendo em vista 
a impossibilidade de se dar início à execução da pena, já que ainda não 
 
17 A Turma Julgadora Criminal dos Juizados Especiais Criminais de Goiânia confirmou decisão que reconheceu a chamada prescrição virtual 
ou antecipada. O processo é oriundo do 3º Juizado Especial Criminal, do Parque Atheneu. Os juízes Jesseir Coelho de Alcântara e Wilson 
Safatle Faiad votaram favoravelmente, ficando o primeiro como redator do acórdão, vencida a relatora, juíza Liliana Bittencourt. A ementa 
ficou redigida da seguinte maneira: "Fato. Lesão Corporal. Prescrição Virtual. Tendo o fato ocorrido em 3/8/2002, registrado o TCO, e a 
denúncia protocolizada em 21/11/2002, sem recebimento ainda por nunca ter sido realizada audiência de instrução e julgamento, já teria 
operado a prescrição da pretensão punitiva do Estado, pois o máximo da pena a ser imposta seria inferior a um ano, prescrevendo em dois 
anos. A prescrição virtual, perspectiva, projetada ou antecipada pode ser reconhecida antecipadamente, com base na provável pena 
concreta, que será fixada pelo juiz, no momento futuro de eventual condenação. Fundamenta-se no princípio da economia processual, que 
norteia os Juizados Criminais, muito mais importante que a falta de previsão legal, uma vez que nada adianta movimentar inutilmente a 
máquina judiciária com processos que já nascem fadados ao insucesso, nos quais, após condenar o réu, reconhecer-se que o Estado não 
tem mais o poder de puni-lo, devido à prescrição." (João Carlos de Faria) Fonte: Site do TJGO, seção notícias, dia 22/03/2005. 
 
 
 
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 24 
 
haveria uma condenação definitiva, em respeito ao disposto no artigo 5º, 
inciso LVII, da Constituição Federal.” 18 
 
 
2.10.9.2- Causas interruptivas 
 
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: 
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; 
VI - pela reincidência. 
 
2.11- Previsão no Anteprojeto do Código Penal 
 
TÍTULO VIII 
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
Extinção da punibilidade 
Art. 107. Extingue-se a punibilidade: 
I – pela morte do agente; 
II – pela anistia, graça ou indulto; 
III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; 
IV – pela prescrição, decadência ou perempção; 
V – pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; 
VI – pelaretratação do agente, nos casos em que a lei a admite; ou 
VII – pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
Art. 108. A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância 
agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não 
impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão. 
 
Prescrição antes de transitar em julgado a sentença 
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no parágrafo único do art. 
110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena de prisão cominada ao crime, verificando-se: 
I – em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; 
II – em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; 
III – em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; 
IV – em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; 
V – em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; 
VI - em três anos, se o máximo da pena é inferior a um ano. 
Prescrição das penas restritivas de direito 
Parágrafo único. Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as de prisão. 
 
Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória 
Art. 110. A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e 
verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é 
reincidente. 
Parágrafo único. A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação, ou 
depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por 
termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa. 
 
Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sentença final 
Art. 111. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: 
I – do dia em que o crime se consumou; 
II – no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; 
III – nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; 
IV – no crime de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou 
conhecido; 
V – nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código ou em legislação 
especial, da data em que a vítima completar dezoito anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação 
penal; 
VI – nos crimes falimentares, do dia da decretação da falência, da concessão da recuperação judicial ou da 
homologação do plano de recuperação extrajudicial. 
 
 
18 STJ. 5a Turma. Relator Ministro JORGE MUSSI. HC 127266/SP. DJ de 26/10/2010 
 
 
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 25 
 
Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória irrecorrível 
Art. 112. No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: 
I – do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação; ou 
II – do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena. 
 
Prescrição no caso de evasão do condenado 
Art. 113. No caso de evadir-se o condenado, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena. 
 
Prescrição da multa 
Art. 114. A prescrição da pena de multa ocorrerá: 
I – em dois anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada; 
II – no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena de prisão, quando a multa for alternativa ou 
cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. 
 
Redução dos prazos de prescrição 
Art. 115. São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor 
de vinte e um anos, ou, na data da sentença, maior de setenta anos. 
 
Causas impeditivas da prescrição 
Art. 116. Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: 
I – enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do 
crime; 
II – enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro. 
Parágrafo único. Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo 
em que o condenado está preso por outro motivo. 
 
Causas interruptivas da prescrição 
Art. 117. O curso da prescrição interrompe-se: 
I – pelo recebimento da denúncia ou da queixa; 
II – pela pronúncia; 
III – pela decisão confirmatória da pronúncia; 
IV – pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; 
V – pelo início ou continuação do cumprimento da pena; 
VI – pela reincidência. 
§ 1º Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos 
relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-
se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles. 
§ 2º Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a correr, 
novamente, do dia da interrupção. 
Art. 118. As penas mais leves prescrevem com as mais graves. 
Art. 119. No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, 
isoladamente. 
Perdão judicial 
Art. 120. A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência 
 
 
 
UNIDADE 04 - DOS CRIMES CONTRA A PESSOA 
 
Art. 121 -Homicídio 
 
 
1- Conceito 
 
 É a morte de uma pessoa provocada por outra. O bem juridicamente 
tutelado é a vida humana extrauterina (a vida intrauterina é tutelada nos tipos penais atinentes ao 
aborto - art. 124/126). 
 
 O consentimento da vítima é irrelevante, mesmo nos casos de doença fatal, 
pois que o a lei tutela não é a vitalidade ou capacidade de sobrevivência, mas a vida humana. 
 
 
 
Roteiro das Aulas - Direito Penal II - 2013-2.docx2 
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2- Núcleo do tipo 
 
 É o verbo “matar” que é significa qualquer forma de eliminação da pessoa humana, 
utilizando-se de qualquer meio. A ação nuclear poderá ser praticada por ação ou por omissão, desde que haja 
dever de agir (art. 13, § 2º, do CP). 
 
 
3- Constatação da materialidade 
 
 Constata-se a materialidade do homicídio pela realização do exame cadavérico. 
Entretanto, não sendo possível sua realização, admite-se a comprovação da morte por qualquer outro meio 
de prova admissível. 
 
4- Elemento subjetivo 
 
 É o dolo, tanto na forma direta quanto indireta. Admite-se também a forma 
culposa nos termos do § 3º do art. 121. 
 
5- Sujeito ativo 
 
 Qualquer pessoa modalidade comissiva e na omissiva, qualquer um que tenha 
dever de agir. 
 
 A Lei nº 8.930/94 que alterou o art. 1º da Lei dos Crimes Hediondos, determinou 
que a prática de homicídio como atividade típica da ação de grupos de extermínio configura-se como crime 
hediondo. 
 
6- Sujeito passivo 
 
i) Em princípio, qualquer pessoa. Todavia, matar o Presidente da República, do Senado, da Câmara dos 
Deputados ou do STF pode configurar crime contra a segurança nacional: 
 
LEI Nº 7.170, DE 14 DE DEZEMBRO DE 1983 -.Art. 26 - Caluniar ou difamar o Presidente da 
República, o do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados ou o do Supremo Tribunal 
Federal, imputando-lhes fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação.Pena: 
reclusão, de 1 a 4 anos.Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, conhecendo o 
caráter ilícito da imputação, a propala ou divulgar. Art. 29 - Matar qualquer das autoridades 
referidas no art. 26.Pena: reclusão, de 15 a 30 anos. 
 
ii) Matar com intenção de destruir, em todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso pode 
configurar crime de genocídio: 
 
LEI Nº 2.889, DE 1 DE OUTUBRO DE 1956. - Art. 1º Quem, com a intenção de destruir,

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