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DIREITO ADMINISTRATIVO 2 Resumo - Parte 2 (Este material destina-se EXCLUSIVAMENTE ao acompanhamento em sala de aula, para melhor compreensão é necessária a utilização do texto constitucional, a legislação em vigor, além da doutrina indicada e da jurisprudência.) RESUMOS – PLANOS DE AULA 2/7 INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA Introdução: Base: Art. 5º, XXII ao XXV da C.F./1988 e Art. 1228, §1º do Cód. Civil (Lei 10406/2002) Ver também DECRETO-LEI nº 3.365/41. C.F./1988 Art. 5º... XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvada os casos previstos nesta Constituição; XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;... Código Civil (Lei 10406/2002) Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. § 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.... - A Propriedade consiste no atributo que alguém tem sobre a coisa, garantindo-lhe o direito de USAR, GOZAR e DISPOR do bem e o direito de exigi-la de quem quer injustamente a possua ou detenha. - A Constituição Federal garante o direito de propriedade, mas estabelece que este direito deverá cumprir a sua função social. - É importante observar os artigos 182 e 186 da CF/1988 1. Propriedade Urbana: Art. 182. § 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. 2. Propriedade Rural: Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I - aproveitamento racional e adequado; II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. FUNDAMENTOS DA INTERVENÇÃO DO ESTADO: 1.Supremacia do Interesse Público & 2. Função Social da Propriedade MODALIDADES: 1. Servidão Administrativa / 2. Requisição Administrativa / 3. Ocupação Temporária / 4. Limitações Administrativas / 5. Tombamento / 6. Desapropriação. 1. Servidão Administrativa: - É a modalidade de intervenção do Estado na propriedade que tem por objeto a restrição aos direitos de uso e gozo em favor de um interesse coletivo ou do bem público. - A servidão administrativa tem natureza perpétua. - É instituída por lei ou por declaração de utilidade pública. - inexistência de autoexecutoriedade (decorre de acordo ou sentença judicial) - Regra geral: indenização. Ex. : Uso do imóvel (coisa serviente) para a construção de rede elétrica (coisa dominante). Atenção: Art. 40. O expropriante poderá constituir servidões, mediante indenização na forma desta lei. (DL 3365/41) - A expressão “expropriante” usada no DL3365/41 não é apropriada, eis que, não há desapropriação. - A Servidão administrativa é um ônus real que permite à Administração usar um bem para a prestação de um serviço público ou para uma obra pública, a servidão não afeta o caráter absoluto do direito de propriedade. 2. Requisição Administrativa: - É o atributo de que dispõe o Poder Público para requisitar bens móveis ou imóveis, inclusive serviços de particulares em situações especiais, conforme disciplina a Constituição Federal. - A Requisição Administrativa pode ser: A) Civil – no caso de iminente perigo público; B) Militar – no caso de guerra. - A Requisição Administrativa tem sempre natureza transitória. - É possível a indenização, desde que ULTERIOR, se comprovada a existência de danos. Ex.: Uso compulsório de uma escola particular para abrigar pessoas que ficaram sem casa por conta de um grande temporal numa dada localidade. Atenção: Art. 5º...XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;...(CF/88) - Compete à União legislar sobre a requisição administrativa civil e militar (Art. 22, III da CF/88). - A Requisição Administrativa se confunde com a Ocupação Temporária quando recai sobre bens imóveis. A diferença está na qualidade do uso. Na ocupação temporária o uso é para prover uma utilidade pública ( um canteiro de obras, sede provisória de órgão governamental) 3. Ocupação Temporária: - É o poder de que dispõe a Administração Pública para utilizar a propriedade particular, destinando o seu uso no caso de utilidade pública. - A Ocupação Temporária recai sobre o bem imóvel e é sempre por tempo certo. - É uma restrição temporária aos poderes de usar e gozar relativos ao direito de propriedade. Ex.: A Administração Pública do Município ocupa durante período determinado a propriedade imóvel de um particular com o objetivo de instalar provisoriamente a sede da Prefeitura, que foi completamente destruída por um incêndio produzido por uma inundação na Cidade. - Observe a existência da utilidade pública e do bem imóvel. Atenção: - A Ocupação Temporária tem como base o mesmo Art. 5º, inciso XXV da CF/88, usado para a Requisição Administrativa. - É importante também ver o art. 36 do DL3365/41: Art. 36. É permitida a ocupação temporária, que será indenizada, afinal, por ação própria, de terrenos não edificados, vizinhos às obras e necessários à sua realização. O expropriante prestará caução, quando exigida. - A expressão “expropriante” usada no DL3365/41 não é apropriada, eis que, não há desapropriação. 4. Limitações Administrativas - São restrições impostas a propriedades indeterminadas, alcança todas que estiverem na situação comum. - As Limitações Administrativas constituem medidas previstas em lei com fundamento no poder de polícia do Estado, gerando para os proprietários obrigações positivas ou negativas, com o fim de condicionar o exercício do direito de propriedade ao bem-estar social. Por se tratar de uma imposição geral (atinge a todos que estão em dada situação). - A Limitação Administrativa não gera o direito de indenizar; um exemplo de limitação administrativa é a lei de trânsito, que condiciona nossa liberdade e nossa propriedade para resguardar o bem-estar social: Ex.: A proibição para não construir um edifício além de determinada altura (gabarito imobiliário). Atenção: - Na limitação administrativa o proprietário não perde nenhum dos poderes inrentes ao domínio (usar, gozar e dispor). - Na limitação administrativa as restrições impostas dizem respeito ao fazer ou não fazer alguma coisa. - Não gera indenização. - Sempre são establecidas em face do interesse coletivo. 5. Tombamento: - É a modalidade de intervenção do estado na propriedade particular cujo objetivo é a proteção do patrimônio histórico e artísitico. Art. 1º do DL 25/1937 Art. 1º Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico. - Ocorre em propriedades determinadas. -finalidade: proteger o patrimônio. - em regra, não há indenização. - Espécies: a) voluntário: acordo com o proprietário do bem. b) “ex ofício” : sobre bens públicos. c) involuntário (compulsório): sobre propriedade particular quando não há acordo. - Livro do Tombo: onde fica registrado o Tombamento. 6. Desapropriação: - É a modalidade de intervenção no qual o Estado, através de procedimento administrativo retira definitivamente o bem de seu proprietário. Base Legal: - Art. 5º, Inciso XXIV, Art. 182, § 4º, III, Art. 183 e Art. 243 da CF/88. - Lei Complementar nº 76/93, in verbis: Art. 3º. A ação de desapropriação deverá ser proposta dentro do prazo de dois anos, contado da publicação do decreto declaratório. Ver também: * Súmula 164 - STF No processo de desapropriação, são devidos juros compensatórios desde a antecipada imissão de posse, ordenada pelo juiz, por motivo de urgência. * Súmula 69 – STJ Na desapropriação direta, os juros compensatórios são devidos desde a antecipada imissão na posse e, na desapropriação indireta, a partir da efetiva ocupação do imóvel. * Lei 8629/93 Reforma agrária * Lei 3365/41 - Utilidade Pública * Lei 4132/62 – Interesse social * Lei 10257/01 – Função social do imóvel urbano (estatuto da cidade) - Espécies: a) Desapropriação sem causa: Por necessidade ou utilidade pública com justa e prévia indenização em dinheiro. b) Desapropriação sanção: b.1.) Imóvel rural – reforma agrária, realizada pela União. - REFORMA AGRÁRIA: art. 184, caput. - COMPETÊNCIA: UNIÃO - INDENIZAÇÃO: T.D.A. (títulos dívida agrária) b.2) Imóvel urbano – descumprir a função social - DESAPROPRIAÇÃO-SANÇÃO: art. 182, § 4º,III. - COMPETÊNCIA: MUNICÍPIO - INDENIZAÇÃO: T.D.P. (títulos dívida pública) b.3) Confisco Expropriatório: Art. 243 da CF/88 - COMPETÊNCIA: UNIÃO - NÃO HÁ INDENIZAÇÃO BIBLIOGRAFIA: 1. Meirelles, Hely L. – Curso de Direito Administrativo – Ed. Malheiros. 2. Knoplock, Gustavo M. – Manual de Direito Administrativo – Ed. Campus 3. Di Pietro , Maria S.Z.– Direito Administrativo – Ed. Atlas. 4. Mello, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 22. Ed.Malheiros, 2007. INTERNET: 1. www.stf.jus.br 2. www.planalto.gov.br �PAGE \* MERGEFORMAT�3�
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