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Empresa II Resumo P1 – Fábio Ulhoa Coelho Sociedade anônima
A sociedade anônima (também chamada de “companhia”) sujeita-se às regras da Lei nº 6404/76 (LSA). O CC/02 seria aplicável somente nas omissões desta (art. 1089).
- Características gerais:
A SA é uma sociedade de capital. Os títulos representativos da participação societária (ação) são livremente negociáveis. Será sempre possível a penhora da ação em execução promovida contra o acionista.
Em falecendo o titular de uma ação, não poderá ser impedido o ingresso de seus sucessores no quadro associativo. O herdeiro ou legatário de uma ação transforma-se, queira ou não, em acionista da sociedade anônima.
O capital social deste tipo societário é fracionado em unidades representadas por ações. Os seus sócios, por isso, são chamados de acionistas, e eles respondem pelas obrigações sociais até o limite do que falta para a integralização das ações de que sejam titulares.
A ação de uma sociedade anônima vale diferentemente de acordo com os objetivos da avaliação. Assim tem-se:
Valor nominal: o resultante da operação matemática de divisão do valor do capital social pelo número de ações é o valor nominal. O estatuto da sociedade pode expressar este valor ou não; no primeiro caso, ter-se-á ação com valor nominal, no segundo, ação sem valor nominal.
Valor patrimonial: o valor da participação do titular da ação no patrimônio líquido da companhia. Resulta da operação matemática de divisão do patrimônio líquido pelo número de ações em que se divide o capital social. É o valor devido ao acionista em caso de liquidação da sociedade ou amortização da ação.
Valor de negociação: é o preço que o titular da ação consegue obter na sua alienação. O valor pago pelo adquirente é definido por uma série de fatores econômicos.
Valor econômico: é o calculado, por avaliadores de ativos, através de técnicas específicas, e representa o montante que é racional pagar por uma ação, tendo em vista as perspectivas de rentabilidade da companhia emissora.
Preço de emissão: é o preço pago por quem subscreve a ação, à vista ou parceladamente. Destina-se a mensurar a contribuição que o acionista dá para o capital social da companhia, bem como o limite de sua responsabilidade subsidiária.
O preço de emissão é fixado pelos fundadores, quando da constituição da companhia, e pela assembléia geral ou pelo conselho de administração, quando do aumento do capital social com emissão de novas ações. Se a companhia tem o seu capital social representado por ações com valor nominal, o preço de emissão não poderá ser inferior ao seu valor nominal. E se for superior, a diferença, chamada ágio, constituirá reserva de capital, que poderá, posteriormente, ser capitalizada (arts. 13 e 200, IV, LSA).
A fixação do preço de emissão de ações emitidas por força de aumento do capital social deve obedecer a determinados critérios previstos em lei (art. 170, §1º), dos quais se ressalta o seguinte: não se poderá impingir aos antigos acionistas uma diluição injustificada do valor patrimonial de suas ações. Com efeito, sempre que as novas ações forem subscritas por preço inferior ao valor patrimonial das existentes, este sofrerá uma redução (diluição). Tal redução poderá ser justificada ou não. Se a companhia efetivamente necessita dos recursos provenientes da emissão das novas ações, os acionistas antigos devem suportar a diluição do valor patrimonial de seus títulos. Já, se não existe tal necessidade ou se os recursos de que carece a sociedade poderiam ser obtidos por outros meios, não se justifica a diluição. Essa regra vigora para a sociedade por ações com ou sem valor nominal. Contudo, o acionista de sociedade por ações com valor nominal encontra-se mais protegido contra essa diluição, mesmo justificada, do que o acionista de sociedade por ações exclusivamente sem valor nominal.
Em razão da proibição de fixação do preço de emissão de novas ações abaixo do valor nominal, terá aquele acionista uma relativa garantia contra a diluição do valor patrimonial de suas ações.
A sociedade anônima é sempre empresária, mesmo que seu objeto seja atividade econômica civil (CC, art. 982, § único; LSA, art. 2º, §1º).
A companhia adota denominação, obrigatoriamente. Desta constará ao tipo societário, pelas expressões “sociedade anônima” ou “companhia”, por extenso ou abreviadamente (S/A ou Cia.), sendo que esta última expressão somente poderá ser utilizada no início ou no meio do nome empresarial. A menção ao ramo do comércio na denominação é essencial (art. 1160, CC).
- Classificação:
As sociedades anônimas se classificam em abertas ou fechadas, conforme tenham, ou não, admitidos à negociação, na Bolsa ou no mercado de balcão, os valores mobiliários de sua emissão. Basta que a companhia tenha seus valores mobiliários admitidos à negociação na Bolsa ou mercado de balcão, para ser considerada aberta. É irrelevante se os valores mobiliários de sua emissão efetivamente são negociados nessas instituições.
Para que uma companhia tenha seus valores mobiliários admitidos à negociação na Bolsa ou mercado de balcão – o que permitirá maior liquidez do investimento representado por tais títulos – necessita obter do governo federal a respectiva autorização. O órgão do governo federal encarregado pela lei de conceder tal autorização é uma autarquia denominada Comissão de Valores Mobiliários – CVM. Essa autarquia juntamente com o Banco Central exerce a supervisão e o controle do mercado de capitais, de acordo com as diretrizes traçadas pelo Conselho Monetário Nacional – CMN.
O interesse do governo federal no acompanhamento das sociedades anônimas abertas está relacionado com a proteção ao investidor popular em especial, e com o papel que tais entidades desempenham na economia em geral.
A Bolsa de Valores é uma entidade privada, resultante da associação de sociedades corretoras, que exerce um serviço público, com monopólio territorial; sua criação depende de autorização do Banco Central e seu funcionamento é controlado pela CVM. Mercado de balcão compreende toda a operação relativa a valores mobiliários realizada fora da Bolsa de Valores, por sociedade corretora e instituição financeira ou sociedade intermediária autorizadas.
A Bolsa só opera com o mercado secundário, ou seja, para venda e aquisição de valores mobiliários, ao passo que o mercado de balcão opera com o mercado primário também, ou seja, para a subscrição de valores mobiliários. A emissão de novas ações, por exemplo, não poderá ser feita na Bolsa, mas poderá ser feita no mercado de balcão.
Outro critério de classificação das companhias tem em vista a sua nacionalidade. Art. 300, LSA. Considera-se nacional a companhia constituída de acordo coma legislação brasileira e com sede de administração localizada no Brasil, sendo irrelevante a nacionalidade do capital ou dos acionistas.
- Constituição:
O tema da constituição da companhia encontra-se fracionado em três níveis distintos: I) requisitos preliminares (arts. 80 e 81); II) modalidades de constituição (arts. 82 a 93); III) providências preliminares (arts. 94 a 99). Não se trata, rigorosamente, de etapas da constituição.
Qualquer companhia, para constituir-se, deve atender aos seguintes três requisitos preliminares:
Subscrição de todo o capital social por, pelo menos, duas pessoas. Necessário, no entanto, é que todas as ações representativas do capital social estejam subscritas. A subscrição é contrato plurilateral complexo pelo qual uma pessoa se torna titular de ação emitida por uma sociedade anônima. A subscrição é irretratável.
Realização, como entrada, de, no mínimo, 10% do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro. Na subscrição a prazo em dinheiro, pelo menos 1/10 do preço da ação deve ser integralizado como entrada.
Depósito das entradas em dinheiro no Banco do Brasil ou estabelecimento bancário autorizado pela CVM. Este depósito deverá ser feito pelo fundador, até 5 dias do recebimento das quantias, em nome do subscritor e em favor da companhia emconstituição. Concluído o processo de constituição, a companhia levantará o montante depositado; se este processo não se concluir em 6 meses do depósito, o subscritor é que levantará a quantia por ele paga.
A lei prevê duas modalidades de constituição de sociedade anônima, de acordo com a existência ou não de apelo ao público investidor: a constituição por subscrição pública, em que os fundadores buscam recursos para a constituição da sociedade junto aos investidores; e a constituição por subscrição particular, em que inexiste esta preocupação por parte dos fundadores.
A caracterização de emissão pública de ações encontra-se definida no art. 19, §3º da Lei 6385/76. Sempre que o fundador de uma companhia pretender lançar mão de expedientes como os referidos por este dispositivo, deverá observar as normas relativas à constituição por subscrição pública, também denominada, doutrinariamente, constituição sucessiva posto compreender várias etapas ou fases. Caso não pretenda lançar mão destes expedientes, deverá o fundador optar pela constituição por subscrição particular, também conhecida por constituição simultânea
Fases da constituição por subscrição pública (constituição sucessiva):
1ª fase: tem início com o registro na CVM, cujo pedido deve estar instruído com o estudo de viabilidade econômica e financeira do empreendimento, o projeto dos estatutos e o prospecto. Aquela autarquia poderá condicionar a concessão do registro a alterações no prospecto ou no projeto de estatuto que não se revelarem satisfatórios. Se o estudo de viabilidade econômica e financeira do empreendimento, no entanto, não satisfizer aos critérios técnicos da CVM. Nesta hipótese, o único caminho a seguir é o indeferimento do registro. A CVM poderá, também, negar o registro baseada na inidoneidade dos fundadores.
Para requerer o registro junto à CVM, o fundador da companhia deverá, necessariamente, contratar uma instituição financeira para intermediar a colocação das ações no mercado. O prospecto deverá, inclusive, conter a assinatura dela.
Após concedido o registro da emissão e da sociedade, na CVM, passa-se à segunda fase da constituição sucessiva.
2ª fase: compreende a subscrição das ações representativas do capital social. O investimento é oferecido ao público pela instituição financeira intermediária. Quem pretender subscrever ações dessa companhia deve procurar a instituição financeira para assinar o boletim ou a lista de subscrição, que instrumentalizam o negócio jurídico. Sendo em dinheiro a integralização, o subscritor pagará a entrada.
3ª fase: quando todo o capital social estiver subscrito, os fundadores convocarão a assembléia de fundação para avaliar os bens oferecidos para a integralização, se for o caso, e deliberar sobre a constituição da companhia. Nesta assembléia, todas as ações, de qualquer espécie ou forma, conferirão ao seu titular o direito de voto. Confirmada a observância de todas as formalidades legais e não se opondo subscritores representativos de mais da metade do capital social, será proclamada a sua constituição, elegendo-se, em seguida, os administradores e fiscais. O projeto de estatuto somente poderá ser alterado por deliberação unânime dos subscritores.
A constituição por subscrição particular (constituição simultânea) é significativamente mais simples. Poderá processar-se por deliberação dos subscritores reunidos em assembléia de fundação ou por escritura pública. Na primeira hipótese, todos os subscritores deverão assinar o projeto de estatuto; na segunda, todos eles assinarão a escritura pública, que conterá os requisitos fixados em lei (art. 88, §2º, LSA).
Regras gerais e comuns em relação à constituição: arts. 89 a 93 da LSA.
Na seção referente às providências complementares, fixa a lei a necessidade de registro e publicação dos atos constitutivos da companhia. Somente após estas providências é que a companhia poderá dar início à exploração de suas atividades comerciais, de forma regular. Além disso, se houver incorporação de bem ao capital social, deverá ser providenciada, por seus primeiros administradores, a transferência da titularidade desse bem para a companhia, por transcrição no registro público competente.
- Valores Mobiliários:
São títulos de investimento que a sociedade anônima emite para obtenção dos recursos que necessita. Além da ação (valor mobiliário representativo de unidade do capital social), a companhia poderá emitir os seguintes principais valores imobiliários:
→ Debêntures (arts. 52 a 74)
As debêntures são títulos representativos de um contrato de mútuo, em que a companhia é a mutuária e o debenturista o mutuante. Os titulares de debêntures têm direito de crédito, perante a companhia, nas condições fixadas por um instrumento elaborado por esta, que se chama “escritura de emissão”. Tal instrumento estabelece se o crédito é monetariamente corrigido ou não, as garantias desfrutadas pelos debenturistas, as épocas de vencimento da obrigação e demais requisitos determinados por lei (art. 59, LSA).
A comunidade de interesses dos debenturistas pode ser representada por um agente fiduciário, nomeado pela escritura de emissão. Sempre que as debêntures forem distribuídas, ou admitidas no mercado, a nomeação de agente fiduciário é obrigatória. Se a negociação das debêntures não se fizer no mercado, será facultativa a sua intervenção. Pode exercer a função de agente fiduciário dos debenturistas a pessoa física que preencher os requisitos que a lei estabelece para os administradores e a instituição financeira especialmente autorizada pelo Banco Central do Brasil, observados os impedimentos que a lei contempla no art. 66, §3º.
As debêntures, de acordo com a garantia oferecida aos seus titulares, podem ser de quatro espécies:
Com garantia real: um bem, pertencente ou não à companhia, é onerado (hipoteca de um imóvel, por exemplo);
Com garantia flutuante: confere aos debenturistas um privilégio geral sobre o ativo da companhia, pelo qual terão preferência sobre os credores quirografários, em caso de falência da companhia emissora;
Quirografária: cujo titular concorre com os demais credores sem garantia, na massa falida;
Subordinada ou subquirografária: o titular tem preferência apenas sobre os acionistas, em caso de falência da sociedade devedora.
As debêntures podem ter a cláusula de conversibilidade em ações e podem ser nominativas ou escriturais.
→ Partes beneficiárias (arts. 46 a 51):
As partes beneficiárias são títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital social, que conferem aos seus titulares direito de crédito eventual, consistente na participação nos lucros da companhia emissora (art. 46, §1º, LSA).
Dos lucros da sociedade anônima não poderá ser destinado às partes beneficiárias mais do que 10%. Esses títulos poderão ser alienados ou atribuídos. A atribuição, por sua vez, poderá ser onerosa, em pagamento a prestação de serviços, ou gratuita. A companhia Berta não poderá emitir partes beneficiárias.
As partes beneficiárias terão a duração estabelecida pelos estatutos, nunca superior a 10 anos no caso de títulos de atribuição gratuita, salvo se emitidos em favor de sociedade ou fundação beneficente de empregados da companhia, hipótese em que os estatutos poderão fixar a duração do título livremente.
As partes beneficiárias podem conter, também, a cláusula de conversibilidade em ações, devendo, neste caso, ser constituída uma reserva especial para capitalização.
A alteração dos estatutos que importe em modificação ou redução das vantagens conferidas aos titulares das partes beneficiárias somente terá eficácia após sua aprovação pela metade, no mínimo, dos titulares das partes beneficiárias, reunidos em assembléia.
→ Bônus de subscrição (arts. 75 a 79):
Os bônus de subscrição conferem aos seus titulares o direito de subscreverem ações da companhia emissora, quando de futuro aumento de capital social desta. O titular de um bônus não estará dispensado do pagamento do respectivo preço de emissão. São títulos criados pela sociedade anônimapara alienação onerosa ou atribuição como vantagem adicional aos subscritores de suas ações ou debêntures.
→ Ações (arts. 11 a 45, LSA):
As ações são valores mobiliários representativos de unidade do capital social de uma sociedade anônima, que conferem aos seus titulares um complexo de direitos e deveres.
Classificam-se as ações segundo três critérios distintos: Quanto à espécie:
- Ordinárias: aquelas que conferem aos seus titulares os direitos que a lei reserva ao acionista comum. São ações de emissão obrigatória. O estatuto não precisará disciplinar esta espécie de ação, uma vez que dela decorrem, apenas, os direitos normalmente concedidos ao sócio da sociedade anônima.
- Preferenciais: ações que conferem aos seus titulares um complexo de direitos diferenciado (como por exemplo, a prioridade na distribuição de dividendos). As ações preferenciais podem ou não conferir o direito de voto aos seus titulares. Para serem negociadas no mercado de capitais, os direitos diferenciados das preferenciais devem ser pelo menos um de três definidos na LSA (art. 17, §1º).
O máximo de ações preferenciais sem direito a voto, ou com restrições a esse direito, tolerado por lei é de 50% das ações emitidas (art. 15, §2º).
- De fruição: são aquelas atribuídas aos acionistas cujas ações foram totalmente amortizadas. O seu titular estará sujeito às mesmas restrições ou desfrutará das mesmas vantagens da ação ordinária ou preferencial amortizada, salvo se os estatutos ou a assembléia geral que autorizar a amortização dispuserem em outro sentido.
Quanto à classe:
- As ações preferenciais se dividem em classes de acordo com o complexo de direitos ou restrições que, nos termos dos estatutos, forem conferidos aos seus titulares.
- As ações ordinárias, em tese, não deveriam ser divisíveis em classes, na medida em que se conceituam justamente por conferirem um mesmo conjunto de direitos aos seus titulares. No entanto, a lei possibilita aos estatutos da companhia fechada a previsão de classes de ações ordinárias. As ações ordinárias das companhias abertas não poderão ser divididas em classes (art. 15, §1º).
Quanto à forma (art. 20, LSA): leva em conta o ato jurídico que opera a transferência de titularidade:
- Nominativas: circulam mediante registro no livro próprio da sociedade emissora.
- Escriturais: são mantidas, por autorização ou determinação dos estatutos, em contas de depósito em nome de seu titular. Essas ações são desprovidas de certificado e sua circulação se opera por lançamento da operação nos registros próprios da instituição financeira depositária, a débito da conta de depósito do alienante e a crédito da conta de depósito do adquirente.
Os estatutos da companhia fechada podem estabelecer limites à livre circulação das ações representativas de seu capital social, desde que, dispõe a lei (art. 36), não impeçam a sua negociação nem sujeitem o acionista ao arbítrio dos órgãos de administração ou à maioria dos acionistas. O exemplo mais corrente de aproveitamento dessa faculdade do legislador encontra-se na previsão do direito de preferência para a compra de ações reconhecido aos demais acionistas da companhia. Nesse caso, aquele que pretender alienar suas ações estará obrigado a oferecê-las, inicialmente, aos demais integrantes do quadro associativo da sociedade anônima. A circulação das ações da companhia aberta, no entanto, não poderá sofrer qualquer restrição por parte dos estatutos.
- Capital Social:
O capital social de uma SA pode ser integralizado pelo acionista em dinheiro, bens ou créditos.
Para a integralização do capital social em bens é necessário realizar-se a avaliação desses bens, que deve ser feita com observância de determinadas regras fixadas em lei (art. 8º, LSA). Se o valor obtido por laudo pericial for aprovado pelo órgão social e aceito elo subscritor, perfaz-se a integralização do capital social pelo bem avaliado. Qualquer bem, corpóreo ou incorpóreo, móvel ou imóvel, pode ser usado para a integralização do capital social da companhia. O bem transfere-se a título de propriedade, salvo estipulação diversa, e a responsabilidade do subscritor equipara-se, outrossim, à do vendedor.
No tocante à integralização por créditos de que seja titular o subscritor, há de se observar a responsabilidade deste pela existência do crédito e pela solvência do devedor. Mesmo em se tratando de cessão civil, será sempre possível demandar o subscritor quando o devedor não honrar o título junto à companhia cessionária (art. 10, § único, LSA). O certificado de ação integralizada por transferência de crédito somente poderá ser expedido após a sua realização (art. 23, §2º, LSA).
O capital social pode – e, em certos casos, deve – ser aumentado. O aumento do capital social, no entanto, nem sempre decorre de ingresso de novos recursos na companhia.
→ Aumento de capital social:
Emissão de ações: hipótese em que há efetivo ingresso de novos recursos no patrimônio social. O aumento será deliberado em assembléia geral extraordinária (art. 166, IV, LSA) e tem por pressuposto a realização de, pelo menos, ¾ do capital social então existente (art. 170, LSA).
Valores mobiliários: conversão de debêntures ou partes beneficiárias conversíveis em ações, bem como o exercício dos direitos conferidos por bônus de subscrição ou opção de compra, importam em aumento de capital social, com emissão de novas ações (art. 166, III, LSA).
Capitalização de lucros e reservas: a assembléia geral ordinária pode destinar uma parcela do lucro líquido ou de reservas para reforço do capital social, emitindo-se, ou não, novas ações (art. 169, LSA), mas sempre sem o ingresso de novos recursos.
O estatuto da companhia pode autorizar aumento do capital social, dentro de certo limite, sem necessidade de sua alteração. A medida visa a agilizar o processo de decisão e emissão de novas ações. O estatuto deverá, quando fixar o capital autorizado, definir qual o órgão competente para decidir a emissão das novas ações, se a assembléia geral ou o conselho de administração (art. 168, LSA).
O capital social da companhia pode, também, ser reduzido.
→ Redução de capital social:
Duas são as causas que a lei considera para permitir esta redução:
Excesso do capital social, quando se constata o seu superdimensionamento;
Irrealidade do capital social, quando houver prejuízo patrimonial (art. 173, LSA).
Quando ocorre redução do capital social com restituição aos acionistas de parte do valor das ações ou diminuição do valor destas, se não-integralizadas, à importância das entradas já feitas, a lei busca proteger os interesses dos credores da companhia, sujeitando a eficácia da deliberação da assembléia geral ao transcurso do prazo de 60 dias após a publicação de sua correspondente ata. Durante este lapso temporal, os credores quirografários existentes à data da publicação terão direito de manifestar oposição à redução deliberada, hipótese em que o arquivamento da ata da assembléia geral fica condicionado ao pagamento ou ao depósito judicial do crédito do opoente. Outrossim, nesta mesma hipótese, será necessária, para a pretendida redução, a aprovação da maioria de seus debenturistas, reunidos em assembléia especial (art. 174, LSA).
- O Acionista:
O dever principal do acionista é o de pagar o preço de emissão das ações que subscrever (art. 106, LSA). O vencimento das prestações será o definido pelo estatuto ou pelo boletim de subscrição.
O acionista que deixar de pagar a prestação devida, no prazo assim fixado, estará constituído em mora independentemente de qualquer interpelação. Nesta situação, deverá pagar o principal de seu débito, acrescido de juros, correção monetária e multa estatutária de, no máximo, 10%. Estas três parcelas são devidas apenas se existir previsão estatutária.
A companhia poderá promover, contra o acionista em mora (chamado pela lei de “remisso”), a cobrança judicial do devido, por ação de execução, servindo o boletim de subscrição como título executivo extrajudicial. Poderá, também, optar pela venda das ações subscritaspelo acionista remisso em Bolsa. Esta regra, porque a venda referida se faz mediante leilão especial, também se aplica às companhias fechadas. Do produto arrecadado nessa venda serão descontadas as despesas com a operação e os juros, correção monetária e multa previstos em estatuto, ficando o saldo à disposição do ex-acionista.
A lei faculta à companhia promover a venda em Bolsa mesmo após o ajuizamento da execução judicial, assim como promover esta em caso de se revelar frustrada a venda em leilão especial da Bolsa.
Baldadas no entanto, ambas as providências, a companhia pode declarar a caducidade das ações, apropriando-se das entradas porventura já realizadas. Se, então, possuir fundos ou reservas disponíveis, poderá integralizar a ação, para vendê-la, se e quando desejar. Se não possuir fundos ou reservas suficientes para a integralização, terá a companhia o prazo de 1 ano para conseguir um comprador para as ações em questão, findo o qual, o capital social deverá ser reduzido, por decisão da assembléia geral, em importância correspondente.
O art. 109 da LSA elenca os direitos essenciais do acionista, a saber:
Participação nos resultados sociais: o acionista tem direito de receber o dividendo, que é a parcela dos lucros sociais que lhe cabe, bem como participar do acervo da companhia, em caso de liquidação (art. 109, I e II).
Fiscalização da gestão dos negócios sociais: a legislação prevê formas de fiscalização direta e indireta dos negócios sociais. Do primeiro caso é exemplo a exibição dos livros sociais aos acionistas que representem 5% ou mais do capital social, nos casos de violação da lei ou do estatuto ou fundada suspeita de grave irregularidade (art. 105); do segundo, é exemplo o conselho fiscal.
Direito de preferência: os acionistas têm direito de preferência na subscrição de ações e de valor mobiliário conversível em ação, segundo os critérios do art. 171, §1º da LSA. Trata-se de um direito cedível.
Direito de retirada: o acionista dissidente de determinadas deliberações da assembléia geral ou de companhia cujo controle foi desapropriado tem o direito de se retirar da sociedade, recebendo o reembolso de suas ações (art. 45). A base para o cálculo do reembolso é o valor patrimonial das ações do acionista dissidente. Assim, o acionista que se retira terá direito de receber da sociedade, por cada ação que titulariza, a importância equivalente à divisão do patrimônio líquido da companhia pelo número de ações.
Deve-se anotar que, para boa parte da doutrina, o reembolso do acionista dissidente pode ser feito também pelo valor econômico das ações, quando assim previsto em estatuto.
O direito de voto não é direito essencial, posto existirem ações que não o conferem a seus titulares. A lei disciplina o exercício do direito de voto, e coíbe o voto abusivo e o conflitante.
Voto abusivo é aquele em que o acionista tem em vista causar dano à companhia ou a outro acionista, ou obter, para si ou para outrem, vantagem indevida e da qual resulte ou possa resultar prejuízo para a sociedade ou outro acionista. O acionista responde, civilmente, pelos danos que causar com o voto abusivo.
Já o voto conflitante, cuja caracterização dispensa qualquer elemento subjetivo, vem elencado em lei. O acionista não pode votar nas deliberações sobre o laudo de avaliação de bens com os quais pretende integralizar suas ações, nem na aprovação das suas contas como administrador, nem nas questões que possam beneficiá-lo de modo particular ou nas que tiver interesse conflitante com o da companhia (art. 115, §1º). A decisão tomada em função de voto conflitante é anulável, sem prejuízo da responsabilidade civil do acionista por eventuais danos causados.
- Acordo de acionistas:
Os acionistas podem, livremente, compor seus interesses por acordo que celebrem entre si. Terão, em decorrência, a proteção que a lei dispensa aos contratos em geral.
Se o acordo tem em vista o poder de controle, exercício do direito de voto, a compra e venda de ações ou a preferência de sua aquisição, o seu registro junto à companhia importará nas seguintes modalidades de tutela: a) a sociedade anônima não poderá praticar atos que contrariem o conteúdo próprio do acordo; b) poderá ser obtida a execução específica do avençado, mediante ação judicial.
Se um acionista acordou em conceder direito de preferência a outro, mas vendeu suas ações a um terceiro, descumprindo o acordo, a companhia não poderá registrar a transferência de titularidade das ações, caso o acordo se encontre averbado. Não há, no entanto, como tornar efetivo o direito de preferência, por parte do acionista prejudicado, se não com recurso ao Poder Judiciário que, substituindo a vontade do acionista alienante, conceda a preferência àquele.
No tocante ao acordo de acionista que tenha por objeto o exercício do direito de voto, há duas observações a fazer:
Não pode ocorrer a venda de voto, fato tipificado como crime. O que as partes acordam é a uniformização da política administrativa.
O chamado voto “de verdade” é insuscetível de ser objeto de acordo. Nesta categoria se incluem os votos do acionista em matéria não propriamente deliberativa, mas homologatória, como é o caso da votação das contas dos administradores, ou do laudo de avaliação de bens para integralização do capital social etc.
- Poder de controle:
O acionista (ou grupo de acionistas vinculados por acordo de voto) titular de direitos dos sócios que lhe assegurem, de modo permanente, a maioria de votos na assembléia geral e o poder de eleger a maioria dos administradores e usa, efetivamente, desse poder para dirigir as atividades sociais e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia é considerado, pelo art. 116, LSA, acionista controlador.
Para a sua configuração, é necessária a convergência de dois elementos:
Ser maioria societária (não no sentido de, necessariamente, titularizar a maior parte do capital social, mas no de possuir ações que lhe garantam a maioria nas decisões tomadas pelas três últimas assembléias).
Fazer uso dos direitos decorrentes desta situação para dirigir a sociedade.
O acionista controlador responde pelos danos que causar por abuso de poder. Se de qualquer ato que configure abuso de poder, decorrer dano à companhia, seus acionistas e empregados, ou à comunidade em que atua, o controlador responderá pela respectiva composição.
As ações que dão sustentação ao poder de controle costumam ser negociadas por valor substancialmente maior que o das demais, inclusive ordinárias emitidas pela mesma sociedade. A diferença é chamada, no mercado, de “prêmio de controle”. Quando alguém adquire ações que lhe possibilitam passar a controlar a SA, não está apenas acrescendo ao seu patrimônio o direito de participar dos seus dividendos e resultados, mas também vários outros, como o de eleger os administradores, definir a estratégia geral da empresa, reestruturar a sociedade, aumentar o capital social, estabelecer a destinação não vinculada dos resultados etc. É racional e justo que, em razão disso, pague mais pelas ações de sustentação do controle.
http://pt.slideshare.net/marilopes91/aula-sociedade-anonima-acrescentada
SOCIEDADE ANÔNIMA
38) Conceito: é a sociedade em que o capital é dividido em ações, limitando-se a responsabilidade do sócio ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.
39) Características e natureza: a divisão do capital social em partes, em regra, de igual valor nominal (ações); responsabilidades dos sócios limitada apenas ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas, não respondendo, assim, os mesmos, perante terceiros, pelas obrigações assumidas pela sociedade; livre cessibilidade das ações por parte dos sócios, não afetando à estrutura da sociedade a entrada ou retirada de qualquer sócio; a possibilidade da subscrição do capital social mediante apelo ao público; uso de uma denominação ou nome de fantasia para nome comercial, devendo, contudo, a essa denominação serão sempre acrescidas as palavras sociedadeanônima; a possibilidade de pertencerem à sociedade menores ou incapazes, sem que esse fato acarrete nulidade para a mesma. São consideradas sociedade de capital, pois vivem em função deste, não merecendo atenção especial a pessoa dos sócios.
40) Objeto social: podem possuir qualquer objeto, desde que este tenha um fim lucrativo e não seja contrário a lei, à ordem pública e os bons costumes; será sempre considerada comercial; não se admite mais que se inscrevam do registro civil, conforme estabelecia o CC, art. 1.364; o objeto deve ser definido no estatuto de modo preciso e completo; o poder estatal interfere na organização e funcionamento dessas sociedades, tendo em vista a defesa dos interesses nacionais ou da coletividade.
41) Denominação: usam em vez de firma, uma denominação particular; esta deverá ser acrescida das palavras sociedade anônima, por extenso ou abreviadamente, ou antecipada da palavra companhia que, por igualmente, poderá ser abreviada.
42) Responsabilidade dos acionistas: sua responsabilidade, em princípio, é absolutamente limitada, restringindo-se à integralização das ações por ele subscritas; os acionistas controladores, porém, que são majoritários e que usam efetivamente seu poder, bem como os administradores, poderão responder pessoalmente pelos danos causados por atos praticados com culpa ou dolo ou com abuso de poder.
43) Companhia “aberta” e “fechada”: as sociedade que têm as sua ações negociadas na Bolsa de Valores, são chamadas sociedades abertas; quando as ações das sociedades não são negociadas por intermédio dessas instituições especiais, a sociedade é denominada de sociedade fechada.
44) Fixação e formação do capital: o capital social deve ser fixado pelo estatuto e expresso em moeda nacional; quando o sócio ou acionista contribui para a formação do capital com dinheiro, será apenas obrigado a integralizar o número de ações que subscreveu na formação da sociedade, ou adquiriu depois dessa constituída, dentro do prazo determinado para tal. 
45) Ações: ação é um título de propriedade, negociável, representativo de uma fração do capital social de uma S/A; confere a qualidade de sócio; é um título de crédito; pode ser vendida, cedida, caucionada, dada em usufruto ou em alienação fiduciária, por isso, as ações podem constituir garantia real.
46) Natureza jurídica das ações: têm a natureza jurídica de bem móvel, fungível dentro da mesma classe se de mesma natureza, desde que emitidas em massa pela sociedade anônima. 
47) Ações ordinárias: são aquelas em que normalmente se divide o capital social, e que não conferem aos titulares quaisquer privilégios nem lhes impõem restrições, concedendo-lhes tão-somente os direitos usuais de sócio, tais como o direito de voto nas assembléias. 
48) Ações preferenciais: são aquelas que conferem aos titulares determinados privilégios, em relação aos titulares das ações ordinárias, como, por exemplo, ter prioridade no reembolso de seu capital, em caso de liquidação da empresa.; dá a seu possuidor prioridade no recebimento de dividendos. 
49) Ações de fruição: são aquelas que resultam da amortização integral das ações comuns ou preferenciais, desde que assim dispuser o estatuto ou determinar a assembléia geral extraordinária, contendo restrições fixadas pelo estatuto ou pela assembléia; são destituídas de capital. e devolvem ao acionista o valor de seu investimento; a amortização das ações não impede seus titulares de participarem na vida social da empresa, podendo eles participar dos lucros, fiscalizar a sociedade e exercer demais direitos. 
50) Ações nominativas: são aquelas que inscrevem em seu texto o nome do titular, devendo constar de registro próprio, mantido pela sociedade.
51) Ações escriturais: são as que dispensam corporificação do título em certificado emitido pela sociedade, devendo ser registradas em livro especial, não sendo consideradas títulos de crédito; têm por finalidade negar direito de voto aos titulares das ações ao portador. 
52) Ações ao portador: são as que não trazem escrito o nome do titular no texto; foram abolidas pela lei 8.021/90, que modificando o art. 20 da Lei das S/A, dispôs que as ações devem ser nominativas. 
53) Partes beneficiárias: são títulos negociáveis, sem valor nominal e não representativos do capital, emitido pelas S/A, que conferem a seus titulares o direito de participação nos lucros líquidos anuais distribuídos aos acionistas; não poderá exercer 10% dos lucros, incluídos nesse valor a formação de reservas para futuro resgate; têm natureza jurídica de títulos de crédito. 
54) Debêntures: por debênture entende-se o título emitido pela sociedade anônima, representativo de uma parte de um empréstimo público lançado pela sociedade; conferem aos titulares direito de credito contra a sociedade, conforme as condições constantes do certificado; seus titulares são credores da companhia; são títulos de renda fixa; o crédito relativo à ela deve ser pago na data do vencimento, independentemente da realização de lucros pela companhia; somente podem ser emitidas debêntures nominativas; podem ser dadas em penhor; cabe à companhia emissora promover a sua extinção, quando essas forem amortizadas.
55) Constituição das sociedades anônimas (requisitos preliminares): a fim de que se possam constituir, é necessária o observância dos requisitos preliminares, que devem ser cumpridos obrigatoriamente; são esses requisitos: a) a subscrição por um número de 2 pessoas de todo o capital social; b) a realização de uma décima parte, no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro; c) o depósito, em um banco, das importâncias recebidas pelos fundadores referentes às ações subscritas em dinheiro.
56) Acionista-rendeiro: é aquele que pretende empregar recursos em ações de modo a constituir um patrimônio rentável.
57) Acionista-especulador: visa a realizar lucros a curto prazo, mediante acompanhamento constante dos pregões das bolsas, movimentando recursos com freqüência. 
58) Acionista-empresário: é aquele comprometido com o desenvolvimento e a prosperidade da empresa, razão pela qual tem interesse em dominar a sociedade. 
* segundo a percentagem de ações que detêm na companhia, os acionistas são classificados em 2 grupos: majoritários e minoritários.
59) Bônus de subscrição: são títulos emitidos pelas sociedades anônimas até o valor do aumento do capital autorizado no estatuto, que confiram ao titular o direito de subscrever ações, e que podem facilitar a captação de recursos no mercado, em determinadas conjunturas.
60) Debêntures conversíveis em ações: são debêntures que facultam a seus titulares, dentro de um prazo estipulado, a opção de serem os títulos convertidos em ações, passando assim, o debenturista de credor a participante da sociedade. 
61) Proprietário e acionista controlador: o proprietário pode dispor de bens alheios, sendo irrelevante se os bens sociais pertencem à pessoa jurídica ou aos acionistas; deve também, deter a maioria das ações; o acionista controlador não pode dispor livremente de bens alheios, e pode exercer controle sobre a companhia mesmo se não dispuser da maioria das ações; importa que detenha a maioria das ações com direito a voto. 
62) Características principais do acionista controlador: caracteriza-se por ser titular de direitos de sócio que lhe asseguram, de modo permanente, a maioria de votos na deliberações na Assembléia Geral e o poder de eleger a maior parte dos administradores da Cia., dispondo também de poder para dirigir as atividades da sociedade e orientar o funcionamento dos órgãos societários. 
63) Obrigações dos acionistas: a principal obrigação do acionista é pagar a sociedade as ações subscritas ou adquiridas; a esse pagamento se dá o nome de integralização.
64) Chamada de acionistas: consiste na convocação formal dos acionistas, para que adquiram novas ações da companhia.
65) Assembléia Geral: é a reunião de acionistas para a deliberação de matéria de interesse para a sociedade; deve ser convocada e instalada na forma da leie do estatuto. 
66) Assembléia Geral Ordinária: deve reunir-se pelo menos uma vez por ano, nos 4 primeiros meses após o encerramento do exercício social; deve receber a prestação de contas dos administradores, analisar as demonstrações financeiras, deliberar a destinação do lucro líquido e distribuir os dividendos, eleger ou destituir os administradores e os membros do Conselho Fiscal e aprovar a correção da expressão monetária. 
67) Assembléia Geral Extraordinária: pode ser convocada e instalada a qualquer tempo, sempre que houver necessidade de deliberação sobre assuntos fora da rotina da cia., que não sejam de competência da Assembléia Ordinária. 
68) Assembléias Especiais: tratam dos interesses dos titulares de ações preferenciais, de debêntures e de partes beneficiárias, para deliberar sobre temas referentes à comunidade de direitos e interesses específicos de cada grupo. 
69) Conselho de Administração: compõe-se de no mínimo 3 acionistas e funciona como órgão de fixação das diretrizes e dos negócios da companhia; elege e destitui diretores e determina suas atribuições. 
70) Diretoria: os diretores atuam segundo suas atribuições, de forma isolada, mas em harmonia, embora o estatuto possa determinar que as decisões sejam tomadas de forma colegiada; é o órgão executivo da cia., que é representada pelos diretores. 
71) Administradores: devem exercer suas atribuições segundo a lei e o estatuto, de forma a perseguir os fins e interesses da cia., levando em conta as exigências do bem público e a função social da empresa; são deveres éticos e morais; além disso, têm o dever de diligência (consiste em desenvolver suas atividades com competência e probidade, não privilegiando interesses de grupos ainda que por eles eleitos), de lealdade, de sigilo e o dever de informar. 
72) Responsabilidade dos administradores: é solidária em relação à pratica ou à omissão de atos irregulares, exceto se contar de ata seu dissenso; no caso de atos ilícitos, praticados por um administrador, a responsabilidade será somente daquele que o praticou, exceto de houver conivência ou negligência. 
73) Conselho Fiscal: têm por atribuições a fiscalização de contas e a fiscalização dos atos da administração, além de ser o órgão que presta informações à Assembléia Geral.
74) Lucro líquido no exercício: é o resultado positivo periódico, que resta depois de deduzidos os prejuízos acumulados em exercícios anteriores, a provisão do imposto sobre a renda e as participações estatutárias de empregados, administradores a partes beneficiárias. 
75) Reserva legal: é o montante que assegura a integridade do capital social, podendo ser utilizado para aumentá-lo ou para compensar prejuízos; é fixada entre os limites de 5% e 20% do capital social. 
76) Transformação da sociedade: transformação é a operação pela qual a sociedade passa, independentemente de dissolução ou liquidação de um tipo para outro; é necessário proceder a alteração do ato constitutivo, obedecendo-se aos preceitos que regulam a constituição e o registro do tipo a ser adotado pela sociedade; havendo a transformação, os direitos dos credores não serão prejudicados. 
77) Incorporação de sociedades: significa a absorção de uma ou mais sociedades, de mesmo tipo ou de tipos diversos, por uma outra, que lhe sucede em todos os direitos e obrigações. 
78) Fusão de sociedades: é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar um sociedade nove, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações; desaparecem, no caso, as sociedades que se fundem; os credores das sociedades poderão discordar da fusão e pleitear a sua anulação. 
79) Cisão de sociedades: é a transferência de parcelas do patrimônio de uma sociedade para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes.
80) Cissiparidade: é a divisão do patrimônio social em duas ou mais partes, transferindo-se as porções em sua totalidade, para diversas sociedades, que já existiam anteriormente ou para outras especialmente criadas, com a extinção da sociedade primitiva. 
81) Sociedades coligadas: são aquelas em que uma participa no capital de outra, com 10% ou mais, sem contudo, controlá-la; não há relação de subordinação entre as empresas coligadas.
82) Sociedades controladoras e controladas: controladora é a sociedade que, diretamente ou por intermédio de outras, é titular de direitos de sócio que assegurem de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o direito de eleger a maioria dos administradores; controlada é a sociedade em que outra, diretamente ou por meio de outras, tenha os direitos acima mencionados. 
83) Subsidiária integral: é a forma societária, permitida pela legislação brasileira, mediante a qual a companhia é controlada por um único acionista, que é uma outra sociedade brasileira, que lhe subsidia o capital e a constitui. 
84) Consórcio: é contrato feito pela cia. e outras sociedades com a finalidade de executar determinado empreendimento; visa à realização conjunta de um empreendimento específico, definindo as responsabilidades de cada uma, sem presunção de solidariedade; o consórcio não tem personalidade jurídica própria, embora seja sujeito de direitos e deveres, podendo ingressar em juízo; a falência de uma empresa consorciada não se estende as demais, permanecendo o consórcio com as outras empresas contratantes.

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