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CC III Aula 03 Contrapiso E.O. 53

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Contrapiso 
Para que cumpra sua função de regularizar a base, o contrapiso precisa ter o nível bem 
definido e ser bem compactado 
Reportagem: Juliana Martins 
Edição 53 - Novembro/2012 
 
O acabamento em contrapiso é necessário tanto para ambientes que serão 
revestidos com cerâmica, quanto para aqueles cujo acabamento final será o piso cimentado. Nesses 
casos, no entanto, o espaço não pode ser destinado ao trânsito de veículos. A argamassa 
empregada precisa ser do tipo semisseca, conhecida como farofa. Essa camada é usada para 
regularizar a base, que pode ser laje estrutural ou lastro de concreto, e sua espessura varia de 2 cm 
a 6 cm, dependendo da função. 
As instalações elétricas e hidráulicas do piso devem ter sido executadas e testadas antes de iniciar 
o contrapiso. Confira os procedimentos corretos. 
EPIs E FERRAMENTAS 
Desempenadeiras de madeira e de aço, mangueira de pedreiro, vassoura, balde com água, 
impermeabilizante, broxa, martelo, vanga ou ponteira, régua de alumínio, enxada, pá e soquete de 
madeira. Além de capacete, luvas e óculos de proteção. 
 
1. Prepare a base, limpando o local. Retire entulhos, restos de argamassa ou outros materiais aderidos. 
Use marreta e a vanga ou ponteira. 
 
DICA 
Se existirem manchas de óleo, graxa, cola, tinta ou produtos químicos, lave para retirar completamente. 
 
2. Com a broxa e um balde com 
água, umedeça o chão para ficar 
mais fácil retirar o pó. 
 
3. Use a vassoura para limpar a área e remover qualquer material 
que possa atrapalhar a aderência da massa. 
 
4. Se perceber que a areia tem muita pedra, peneire-a para que não atrapalhe o acabamento. 
 
5. Em geral, o traço usado para o contrapiso é de 1:4, ou seja, uma parte de cimento para quatro partes 
iguais de areia média. No entanto, essa proporção pode variar conforme o tipo de acabamento final do 
ambiente. 
6. Acrescente a água na proporção indicada pelo projetista. A argamassa deve ter baixa umidade, de tal 
forma que o cimento se misture com a areia sem empastar, resultando em consistência de farofa. 
 
7. Marque os níveis do contrapiso a partir da cota de referência, utilizando nível alemão, aparelho de nível 
a laser ou mangueira de pedreiro. 
 
DICA 
Em áreas molhadas com previsão de ralo para escoamento de água, prever caimento mínimo de 1%. 
 
8. Prepare a chamada ponte de aderência entre o 
contrapiso e a base. Para tanto, umedeça a área, 
polvilhando cimento em seguida. 
 9. Com a broxa, espalhe também o impermeabilizante. 
 
10. Espalhe e misture o cimento com a água e o 
impermeabilizante, formando uma fina camada 
de ligação entre a base de concreto e a 
argamassa. 
 
11. Agora é o momento de assentar as taliscas, que 
servirão de referência de altura para todo o restante do 
contrapiso. Para que a argamassa não endureça antes 
da hora, polvilhe o cimento apenas nas áreas em que 
serão executadas as taliscas. Depois que terminar, 
polvilhe nas outras áreas que serão trabalhadas. 
 
12. Para definir o nível das taliscas, tome como parâmetro as marcas realizadas anteriormente na parede 
com auxílio da mangueira de pedreiro. Observe sempre o distanciamento máximo de 2 m entre elas. 
 
ATENÇÃO! 
O assentamento das taliscas deve ser feito com argamassa idêntica à do contrapiso e com antecedência 
mínima de dois dias em relação à execução do contrapiso em si. Confira com a trena e, em seguida, faça 
as outras taliscas. 
 
13. Espalhe a argamassa entre duas taliscas, em 
quantidade suficiente para ultrapassar seu nível. 
14. Com ajuda do soquete de madeira, promova a 
compactação da argamassa na região da mestra. O 
ideal é que o contrapiso fique bastante compacto. 
15. Apoie a régua de alumínio sobre as 
taliscas e vá tirando o excesso de argamassa. 
Com as mestras executadas, as taliscas devem 
ser retiradas, preenchendo-se com argamassa 
o espaço deixado e nivelando-o com a régua 
metálica. 
 
16. Com a enxada, espalhe argamassa em mais um 
trecho do piso. 
 
 
Se a espessura do contrapiso superar 50 mm, o espalhamento da argamassa deve ser 
feito em duas ou mais etapas. Ou seja, em duas operações de espalhamento e 
compactação. 
 
17. Novamente, compacte a argamassa com o 
soquete de madeira. Se, após a compactação, a 
camada ficar mais baixa do que o nível das 
mestras, deve-se acrescentar mais argamassa, 
compactando-a novamente. 
 
18. Sarrafeie a área até atingir o nível 
das mestras. Após esse processo, o 
deslocamento de pessoas sobre a 
argamassa fresca deve ser feito sobre 
pranchas. 
 
19. Desempene a argamassa com a 
desempenadeira de madeira. 
20. Para facilitar, jogue um pouco de água com a 
broxa, tomando cuidado para não encharcar. 
 
21. Nas áreas em que será aplicado revestimento de pequena espessura, conclua o 
serviço alisando a superfície com desempenadeira de aço. O sentido do movimento deve 
ser sempre o mesmo nesses casos. 
 
22. Com o serviço finalizado, a área deve ser isolada do trânsito de pessoas e 
equipamentos por dois ou três dias. Após isso, o trânsito de equipamentos deve ser 
cuidadoso, principalmente os mais pesados ou com rodas metálicas de pequeno 
diâmetro, de maneira a preservar a regularidade da superfície. O prazo de cura do 
contrapiso é de no mínimo 28 dias antes da colocação dos revestimentos. 
Apoio técnico: Allan Santiago de Souza, engenheiro civil da MBigucci.

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