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A lei da oferta e da demanda 
Vamos entender agora o que é oferta e demanda, abordando os seus conceitos. Antes, 
porém, cabe deixar aqui uma informação relevante: todas as vezes que eu tratar de 
demanda, estarei me referindo à procura. 
A interação entre os agentes econômicos (pessoas e empresas) apresenta basicamente 
dois grupos: os que vendem as mercadorias são ofertantes, e os que compram as 
mercadorias são os demandantes. Os primeiros (ofertantes) disponibilizam no 
mercado um conjunto de mercadorias que chamamos de quantidade ofertada, ao 
passo que, o conjunto de mercadorias que os compradores têm desejo de adquirir é 
chamado de quantidade demandada. Vou enfatizar outra coisa muito importante: 
demanda não é consumo, mas sim o desejo de adquirir determinado bem ou serviço. 
“BEM” no sentido econômico é “tudo o que tem utilidade, podendo satisfazer uma 
necessidade ou suprir uma carência”. Voltando à questão da oferta e da procura, cabe 
lembrar que a quantidade ofertada e a quantidade demandada estão sujeitas a uma 
série de fatores, sendo um dos mais importantes o preço. Quando o preço de uma 
mercadoria sobe, a quantidade procurada da mesma tende a diminuir. Vejamos a 
equação a seguir: 
QD = QD (P) 
Em que; 
QD é a quantidade demandada; e, 
P é o preço. 
Observe que a quantidade demandada é em função do preço, ou seja, cada vez que o 
preço da mercadoria subir, o consumidor será inibido a comprar e acabará estimulado 
a economizar o uso desta mercadoria. 
Por sua vez, a quantidade ofertada aumenta quando o preço da mercadoria sobe, pois 
com o preço elevado, os produtores/vendedores se sentem estimulados para 
aumentarem a produção porque sabem que poderão lucrar mais com as vendas da 
mercadoria a preços maiores. 
A interação entre o preço e a quantidade ofertada, bem como a interação entre o 
preço e a quantidade demandada são apresentadas pelas curvas da oferta e demanda 
representadas no gráfico a seguir: 
 
 
 
Em que; 
P = preço 
P1= preço de equilíbrio 
Q = quantidade demandada 
Q1= quantidade de equilíbrio 
O = oferta 
D = demanda 
E = ponto de equilíbrio 
No gráfico, que analisaremos a partir de agora, a linha da letra “O” (oferta) é 
crescente. A oferta diz respeito ao produtor. Imagine que você é administrador de uma 
empresa que fabrica calçados. Para você, quanto maior for o preço dos calçados que 
ela fabrica maior também será o seu lucro. 
Mas agora imagine que você não é um ofertante, mas sim consumidor de. Já vimos na 
explicação anterior que quanto menor o preço, mas unidades de produtos você 
demandará. O que é isso? É simplesmente o que chamamos de Lei da Oferta e da 
Procura de mercado. 
Veja as setas que partem do eixo do preço e relacione-as sempre com o da 
quantidade. Observe que “O” (ofertante) tem a seta para cima, ou seja, para o 
ofertante, quanto mais o preço subir, melhor. 
Mas para o consumidor que deseja adquirir mercadorias (demandante), a seta está 
para baixo, ou seja, quanto mais o preço desce, melhor. Por isso a necessidade do 
ponto de equilíbrio, pois o ofertante quer uma coisa (preço alto), mas o demandante 
quer outra. No gráfico 1, o ponto “E” representa o PONTO DE EQUILÍBRIO. Neste 
ponto, o preço P1 e a quantidade Q1 informam que tanto o ofertante quanto o 
demandante encontraram o preço e a quantidade que satisfaça a ambos. 
Se ocorrer dos preços ficarem abaixo do ponto de equilíbrio (P1), significa que há uma 
tendência à escassez de produtos no mercado. Por quê? Para explicar isso você deverá 
pensar mais uma vez como um empresário do setor calçadista, ok? Raciocine comigo: 
O demandante está disposto a pagar o preço de equilíbrio (P1) e você como ofertante 
de calçados está disposto a vender também pelo preço de equilíbrio (P1). Mas a partir 
do momento em que o preço fica abaixo do preço de equilíbrio, já não é interessante 
para você vender os seus calçados, pois o lucro não é satisfatório e você não ofertará 
mais calçados, parando de fabricá-lo, ou reduzindo a produção ou ainda não colocando 
o produto no mercado, deixando-o estocado para forçar o aumento do preço. 
 Preço de equilíbrio 
(P1) 
A este preço os ofertantes estão dispostos a vender 
demandantes estão dispostos a pagar pelo calçados. 
Quantidade de 
equilíbrio (Q1) 
Esta quantidade contenta tanto aos ofertastes quanto aos 
demandantes. 
Abaixo de P1 
Escassez de produtos no mercado. Insatisfação por parte dos 
ofertantes de calçados. 
Acima de P1 
Excedente de produtos no mercado. Insatisfação por parte dos 
demandantes calçados. 
Qualquer uma destas decisões que você tomar fará com que a quantidade de sapatos 
no mercado fique escassa e fará com que os demandantes se disponham a pagar um 
preço maior pelo produto. Por outro lado, se os preços ficarem acima do preço de 
equilíbrio (P1), a tendência é que haja um excesso de oferta. Você saberia explicar o 
porquê? O raciocínio é o mesmo, mas agora analise a situação não mais como 
fabricante de calçados, mas sim como parte do conjunto de consumidores que 
desejam adquirir este produto. 
Ora, se o preço que os consumidores estão dispostos a pagar é (P1) e o sapato passa a 
custar (P3), já não se torna interessante para eles comprar o calçado. Esta decisão dos 
agentes consumidores desencadeará uma queda no consumo de calçados, fazendo 
com que os ofertantes não consigam vender calçados, gerando um excedente do 
produto nas fábricas. Esta situação fará com que os ofertantes de calçados se 
disponham a vendê-los por um preço abaixo de (P3) e assim por diante. 
Você pode observar que nas duas situações se apresenta uma tendência para que o 
preço de equilíbrio seja sempre alcançado, pois neste preço, a quantidade demandada 
é igual à quantidade ofertada que é, na verdade, a quantidade de equilíbrio como 
mostra a equação a seguir: 
ESTRUTURAS DE MERCADO 
A Concorrência Perfeita 
A concorrência perfeita, concorrência pura, ou mercado perfeitamente competitivo é 
uma estrutura de mercado cujas características dificilmente serão identificadas na 
realidade das firmas. No máximo, o que podemos achar são aproximações, mas 
nenhuma apresenta todas as características exigidas por esta estrutura. Veja quais são 
estas características: 
• Existência de grande número de vendedores, incapazes de forçar a baixa nos 
preços por não poder fornecer uma quantidade maior de produtos do que os 
demais; 
• Existência de muitos compradores, nenhum deles capaz de variar o volume de 
suas compras a ponto de influir nos preços. Diante de tamanha quantidade de 
compradores e vendedores este mercado é chamado de atomizado; 
• Informação completa sobre preços e locais de venda; 
• Todos os compradores e vendedores possuem total conhecimento dos preços e 
disponibilidades do mercado local e de outras praças. Destaque-se que o preço 
é totalmente estabelecido pela interação das forças de mercado (oferta e 
procura) isentas de quaisquer manobras e influências. 
• Inexistência de significativas economias de escala, de modo a nenhum 
vendedor poder crescer a ponto de dominar o mercado; 
• Inexistência de barreiras à livre movimentação dos fatores de produção e dos 
empresários, por isso não há possibilidades de haver coalizão entre produtores 
e compradores; 
• Nenhum problema de locomoção; 
• Homogeneidade do produto, ou seja, é indiferente comprar de um ou de outro 
vendedor. Entenda o produto homogêneo como um produto que é 
perfeitamente substituível por outro a ponto de nenhum produtor ou vendedor 
poder diferenciá-lo em relação aos dos seus concorrentes. 
Nesta estrutura de mercado, todo o produtor atuaria com o mais alto grau de 
eficiência, seu produto teria o mais baixo custo e seu lucro seria o mínimo necessário 
para manter o mínimo de produtores. A maioria dos economistas aceita a concorrência 
perfeitaapenas como referência para analisar as demais estruturas de mercado, pois 
ela não existe na realidade. 
O caso mais próximo, aceito por alguns economistas, por causa da proximidade das 
condições requeridas pela concorrência perfeita, seria o das feiras livres como, por 
exemplo, a de São Joaquim. A Teoria Neoclássica da Economia rejeita também 
intervenção do Estado, portanto, neste mercado de concorrência perfeita não há 
influências por parte do governo. 
A concorrência perfeita serve para mostrar a condição ideal na qual um mercado 
deveria operar. Ela harmoniza os interesses privados dos produtores e vendedores 
com os dos consumidores; concilia os interesses privados e os benefícios sociais; 
efetua a ótima alocação dos recursos escassos da economia, fazendo com que as 
firmas funcionem com eficiência e com nível máximo de desempenho, alcançando 
total eficácia. O gráfico a seguir ilustra a formação do preço, demanda e oferta do 
mercado de concorrência perfeita. A interação das forças de mercado estabelece o 
preço ideal que é o preço de equilíbrio. 
 
 
O Monopólio 
O monopólio é a estrutura de mercado que seria o extremo oposto da concorrência 
perfeita. Nesta estrutura, como seu próprio prefixo sugere apenas uma única firma 
domina a oferta de determinado produto ou serviço, logo, estes produtos e serviços 
não apresentam substitutos. Você deve ter lembrança de algumas situações 
semelhantes a esta. Basta se lembrar da COELBA e da EMABSA.. 
Quando o mercado é dominado por uma firma monopolista, a entrada de outras no 
setor é barrada (barreiras à entrada) por causa da dificuldade dos novos entrantes em 
obter custos de produção competitivos como o da empresa que detém o monopólio e 
também pela dificuldade de colocarem os seus produtos no mercado consumidor. Em 
razão da sua posição a firma monopolista pode adotar práticas que restrinjam a 
concorrência, pois detém o poder para fixar preços que lhe dêem maiores lucros. A 
este tipo de preço os economistas chamam de preços de monopólio. 
A firma monopolista pode aumentar seus preços a seu bel-prazer infinitamente? A 
resposta é Não! Embora tenha maior margem para aumentar os seus preços e pelo 
fato da elasticidade da demandade uma firma monopolista ser muito baixa - quase 
inelástica - pelo fato dos agentes não terem alternativas, o monopolista tem um limite 
para aumentos de preços, pois caso contrário os agentes compradores, simplesmente, 
não suportariam pagar mais e mais indefinidamente, levando a uma queda na receita. 
Os monopólios são, caracteristicamente, detentores de grande poder de mercado, o 
que lhes permite decidir, por exemplo, as quantidades de produtos a serem vendidas, 
bem como, o seu preço de venda. 
 Tipos de Monopólio 
Agora que você já está craque em monopólio vou abordar aqui de maneira muito 
sucinta os tipos específicos desta estrutura de mercado. 
• Monopólio natural - Lembra o que falei sobre a COLEBA e a EMBASA 
anteriormente? Pois é! Estas duas empresas estão inseridas neste tipo 
específico de monopólio. Aqui, a instalação e produção de uma empresa seriam 
suficientes para atender a todo o mercado, havendo espaço para apenas uma 
companhia. O monopólio natural existe sempre que a demanda é pequena o 
bastante para ser totalmente coberta por apenas uma firma, com produção 
que reduza os custos através de economias de escala. 
 
• Se outra empresa entrar em concorrência por um mercado restrito, os custos 
para as duas empresas seriam muito elevados. A que já estivesse no mercado 
poderia como já foi explicado, impedir a entrada da outra através de artifícios 
monopolistas, como preços artificialmente baixos (dumping) e limitar a 
distribuição dos produtos da concorrente. 
 
• Monopólio estatal - Monopólio criado através de lei e que confere ao Estado à 
exclusividade no desenvolvimento de determinadas atividades como as do 
setor energético e telecomunicações. 
A Concorrência Monopolística 
A concorrência monopolística apresenta características comuns à concorrência 
perfeita e ao monopólio. Aliás, isso fica claro pelo próprio nome desta estrutura de 
mercado. 
Vamos começar caracterizando a concorrência monopolística. Primeiro, ela possui uma 
grande quantidade de empresas que dominam pequenas fatias do mercado. Segundo, 
os produtos das firmas são semelhantes, considerados, assim, substitutos próximos. 
Os produtos são semelhantes e não iguais. 
Digamos que você tenha um restaurante de comida italiana em uma rua, onde haja, 
pelo menos, mais cem restaurantes de comida italiana, mas o fato é que você tem cem 
concorrentes vendendo comida na mesma região. Daí vem a pergunta: como 
sobreviver a tamanha concorrência? 
É claro que você tem que bolar alguma coisa, porque senão você será apenas mais um 
comerciante nesta rua a vender comida. Então, você elabora um molho muito 
delicioso que dá um toque especial na comida do seu restaurante. Isto é, você 
diferencia o seu produto. 
É claro que você continua vendendo comida, bem como os seus concorrentes, porém, 
o fato é que embora todos vendam um produto semelhante (comida) e com 
substitutos próximos (os outros restaurantes vendem diversas) você acrescentou às 
refeições algo que só poderá ser degustado em seu restaurante. Quem quiser 
experimentar, só o poderá fazer no seu restaurante e ponto final. 
O molho é tão bom e tão especial que depois do uso dele nas refeições há fila na porta 
do seu estabelecimento. Agora uma pergunta: você vai passar a receita deste molho 
para os concorrentes? Claro que não! Cada um que faça o seu. 
Sendo assim, eu posso afirmar que, em meio a tantos concorrentes, seu restaurante é 
o único (tem o MONOPÓLIO) que vende refeição com este molho, pois só você tem a 
fórmula e só você sabe preparar da maneira certa e por isso o consumidor irá premiar 
o seu estabelecimento, ou seja, ele paga o que os economistas chamam de preço-
prêmio, que é um preço mais alto do que a média do mercado pelo produto 
diferenciado. Com base nisso, você pode estabelecer o seu próprio preço baseado na 
diferenciação do seu produto cobrando um valor acima do dos seus concorrentes. 
Uma grande vantagem da concorrência monopolística é a contínua necessidade de 
inovação e diferenciação dos produtos, mostrando que este mercado é 
significativamente dinâmico. 
O Oligopólio 
Neste tipo de estrutura, poucas empresas capturam o controle da maior parte do 
mercado. Posso afirmar para você que nenhuma outra estrutura é tão característica do 
capitalismo como o oligopólio, pois é tremendamente concentradora e a propriedade 
de vultosas quantidades de capital fica a mercê de poucas companhias de grande 
porte. 
Verifica-se também uma disposição a fusões, incorporação e até a extinção por 
compra, dumping e outros métodos de restrição às pequenas empresas. O oligopólio 
assumiu tamanha importância dentre as estruturas de mercado que grandes 
pensadores se debruçaram sobre o seu estudo. 
Por sua vez, os que defendem esta forma de estrutura de mercado aduzem que por 
causa do grande porte das corporações oligopolistas, estas apresentariam mais 
envergadura para promover investimentos em pesquisa de novos e melhores produtos 
e, por causa das economias de escala, poderia proporcionar preços mais baixos, mais 
eis aí uma das mais severas contradições a respeito deste pensamento: raramente 
nesta estrutura de mercado há reduções de preços, pois o oligopolista tem consciência 
de que será prontamente seguido pelos seus concorrentes, o que fará com que 
continue com a mesma parcela do mercado e, devido à redução dos preços dos seus 
produtos, com lucros ainda menores. Consequentemente, não interessa ao oligopólio 
estabelecer a chamada guerra de preços, embora este tipo de ação não esteja 
descartada. 
Outra característica do oligopólio são as barreiras à entrada de novosconcorrentes. 
Mas por que elas existem? Há situações em que estas barreiras são naturais. Um bom 
exemplo disso é a posse de patentes de tecnologia necessária para a produção de um 
produto por parte das empresas, o amparo legal do direito autoral que permite a 
apenas uma empresa vender livros, softwares e músicas e também o regime de 
concessão estatal para serviços públicos como o de transportes, comunicações e 
energia. Todas estas características permitem que, no longo prazo, o oligopólio aufira 
Os fatores de produção 
Quadro 1 - Fatores de produção e suas respectivas remunerações 
Fatores ou recursos de produção 
Remuneração dos fatores ou 
recursos de produção 
Trabalho ou mão de obra Salário 
Capital Juros 
Recursos naturais ou Terra Aluguel 
Capacidade empresarial Lucros 
Tecnologia Royalties 
A Política Fiscal: os gastos e a arrecadação do Governo 
Esta política está ligada ao manejo orçamentário do governo, tanto do lado dos gastos 
como do lado da arrecadação. As deliberações do governo sobre o quanto gastar 
através de consumo, investimentos, subsídios e transferências de renda, sobre o 
quanto tributar e também sobre que agentes e que tipos de transações os tributos 
devem incidir, formam os instrumentos fiscais. Portanto, Política Fiscal, não trata de 
fiscalização do governo sobre isto ou aquilo, mas sim sobre os gastos do governo e a 
arrecadação de impostos que financiem estes gastos. 
Com estes instrumentos fiscais (este termo é sinônimo de fisco), os gestores da Política 
Macroeconômica podem exercer controles sobre o comportamento geral da 
economia. 
Os gastos do governo, de consumo e investimentos, são dois importantes elementos 
da demanda agregada e o aumento ou diminuição do consumo ou dos investimentos 
do governo contribuem para sustentar o PIB e as taxas de emprego no sentido 
macroeconômico. Os gastos do governo realizados através das transferências de renda 
se somam à Renda Disponível das famílias fazendo com que estas possam consumir 
mais ou poupar. 
A contrapartida dos gastos do governo é a cobrança de impostos diretos e indiretos. Se 
os gastos exercem um efeito de expansão sobre o produto, renda e emprego, o 
aumento da cobrança de impostos exerce efeitos contracionistas ou restritivos, isto é, 
há uma retração no produto, renda e emprego quando o governo aumenta os 
impostos. Por quê? Ora! Se há aumento de impostos, diminui, a Renda Disponível da 
sociedade e esta fica menos propensa a consumir e a poupar porque tem menos 
dinheiro disponível em mãos. Se a poupança diminui, consequentemente diminui o 
investimento por parte dos agentes privados que também sofrem maior tributação e o 
resultado deste efeito da tributação é a redução do emprego de mão de obra. A 
Política Fiscal pode ser realizada também através dos déficits ou superávits do 
orçamento, sobre os quais falarei ainda neste tópico. 
As transações com o resto do mundo - também podem ser atingidas pelos 
instrumentos de políticas fiscais, quando então o governo pode influir no saldo das 
exportações ao aumentar os gastos com importações de mercadorias e serviços, bem 
como cobrar mais impostos sobre bens e serviços externos quando quiser proteger o 
produtor nacional ou também diminuir os tributos para também favorecer a estes 
produtores. Portanto, a maneira como o governo aplica a sua Política Fiscal dependerá 
do momento. 
Política fiscal expansionista 
Explicadas as bases da Política Fiscal, vou voltar um pouquinho no tempo e quero que 
você me acompanhe nesta viagem para recordarmos de algumas ações que o governo 
federal tomou durante a crise econômica de 2008, para que possamos, finalmente, 
classificar a Política Fiscal. Lembra que houve uma redução do Imposto sobre Produtos 
Industrializados - IPI - para automóveis, eletrodomésticos e materiais de construção? 
Pois é. Naquela ocasião o governo aumentou os seus gastos. 
Quando o governo diminuiu o IPI, ele estava deixando mais dinheiro nas mãos das 
pessoas, não é mesmo? Se ele retira menos dinheiro das pessoas através dos 
impostos, logo, a Renda Disponível fica maior e lhes possibilita comprar mais ou 
poupar mais como já foi informado aqui. Agora olhe as coisas pelo seguinte ângulo: o 
governo está colocando um dinheiro que é dele, por direito, diretamente na economia. 
Aquela grana que deveria ir para os cofres públicos não vai mais, pois o governo está 
gastando esse dinheiro antes mesmo dele chegar aos seus cofres, é simplesmente isso. 
O governo tinha dinheiro certo para receber e ele, simplesmente, gastou antes de 
pegar este dinheiro, pois abriu mão através da redução dos impostos. 
A arrecadação era 1.000.000 e o governo, por conta própria, decidiu arrecadar 
1.000.000 – 500.000. logo, 500.000 é exatamente o que ele estava disposto, por 
exemplo, a gastar diretamente para manter a economia aquecida durante a crise 
americana que abalou o mundo em 2008. Ficou mais claro agora, não é mesmo? De 
posse de todas estas informações, posso afirmar que o governo expandiu os seus 
gastos ou executou uma Política Fiscal Expansionista. Vamos ver se realmente essa 
Política Fiscal afetou a renda, o produto e o emprego? As pessoas continuaram 
comprando carro, eletrodomésticos e materiais de construção, logo, estes setores 
continuaram produzindo e mantendo os empregos nas lojas. Ora! Se o setor terciário 
continua vendendo, logo o setor secundário também ficará aquecido em função das 
vendas do comércio e continuará fabricando mais produtos. Em consequência da 
atividade dos dois setores citados, o setor primário será estimulando e continuará a 
produzir e fornecer matéria-prima (insumos) para a fabricação de bens e serviços. 
Além disso, não se pode desconsiderar que o governo também é um agente ofertante 
e demandante de bens e serviços cujo impacto é relevante na demanda e oferta 
agregadas. Não se esqueça que o governo é, na maioria das vezes, o ofertante de 
serviços de educação, segurança e saúde, além de demandar por bens de consumo 
como veículos, material de escritório dentre outros. Assim, vemos que a Política Fiscal 
Expansionista do governo ajuda a gerar emprego, aumentar a renda e a expandir o 
produto (PIB). 
Política Fiscal contracionista ou restritiva 
Muito bem! Você já sabe o que é a Política Fiscal Expansionista e não é difícil então 
deduzir do que trata a Política Fiscal Contracionista também chamada de Restritiva. 
Esta diz respeito à redução dos gastos do governo e do aumento dos tributos cobrados 
pelo mesmo, e como a expansionista, tem reflexos no emprego, renda e produto. 
Uma vez que o governo reduz os seus gastos, ele acaba diminuindo a demanda 
agregada, impactando no setor produtivo como um todo. No caso do aumento de 
tributos, ele diminui a Renda Disponível fazendo com que a sociedade retenha menos 
dinheiro para poupar o que ajuda a reduzir os investimentos, além de fazer com que a 
mesma reduza o consumo. Agora, imagine o efeito cascata na economia: as famílias 
consomem menos, desestimulando o comércio que, passando a vender menos, 
diminui a quantidade de pedidos ao setor industrial. Este último, por sua vez, diminui a 
produção e requer menos do setor primário. 
Perceba que a Política Fiscal Contracionista tem um impacto significativo na economia 
e por isso se constitui num mecanismo poderoso para combater o boom de consumo e 
também para amenizar os gastos do governo que, se forem exagerados, poderão 
trazer sérios desequilíbrios para a economia, e é o que veremos no subtópico a seguir. 
O Equilíbrio Fiscal 
Como exemplo, imagine a seguinte situação: 
 Um pai de família que ganha um salário mínimo, gasta exatamente este salário para 
pagar todas as suas contas e despesas. 
No final do mês, ele pode ficar zerado, contudo, não fica devendo nada para ninguém. 
Porém, por algum motivo, este pai de família, em um determinado mês,acaba 
efetuando despesas maiores do que a sua capacidade de pagar com o que ganha 
mensalmente. O que ele fará então? Há três possibilidades que vou apresentar agora: 
ou ele dá um calote, ou corta os gastos necessários para honrar os compromissos 
adquiridos ou simplesmente procura tomar dinheiro emprestado. 
Caso ele dê um calote, cai em descrédito na praça e, dificilmente, obterá confiança 
novamente para comprar a prazo, crediário e outros. Então, o ideal é que ele corte os 
gastos, ainda que tenha que se empenhar em um tremendo sacrifício, mas que consiga 
pagar o que deve. Entretanto, há a terceira possibilidade que é o empréstimo, o que 
fará com que ele honre uma dívida agora e adquira outra para ser paga no futuro, com 
um agravante: ele terá que pagar juros por causa da aquisição desta dívida. 
Esta situação também ocorre com o governo. Quando este gasta somente o que 
arrecada dizemos que há um equilíbrio fiscal, se a arrecadação for maior que as 
despesas (arrecadação maior que despesas) dizemos que há superávit nas contas do 
setor público. Isso significa que há poupança para efetuar investimentos nas diversas 
áreas sob a responsabilidade do setor público. 
Mas, quando nos casos em que o governo acaba gastando mais do que arrecada 
(despesas maiores que arrecadação) chamamos de déficit público, que pode ser 
equacionado de três formas: o governo deve cortar gastos para chegar ao equilíbrio 
fiscal, emitir moeda, porém sob o risco de gerar inflação ou, simplesmente, tomar 
dinheiro emprestado junto à sociedade e junto ao resto do mundo. 
Digamos que a arrecadação de impostos pelo governo foi de R$1 trilhão, mas as 
despesas foram da ordem de 1,5 trilhões. O que foi que houve aqui? Um déficit público 
(gasto do governo maior que arrecadação de impostos) de R$500 bilhões. Para fechar 
as contas, ele toma dinheiro emprestado através da emissão de títulos públicos que 
são “ativos de renda fixa que possuem a finalidade primordial de captar recursos para 
o financiamento da dívida pública, bem como para financiar atividades do governo”. 
Com esses títulos, o governo apresenta para os seus possíveis compradores o seguinte 
argumento: emprestem-me R$500 bilhões. Tomem como garantia deste empréstimo 
este título do Tesouro Nacional que é muito seguro. Daqui a algum tempo 
eu recompro este título de vocês e devolvo o dinheiro acrescido de uma taxa de juros 
que pode chegar a 10%. Você sabe que pode confiar em mim, porque eu sou o 
governo, não dou calote. Então, a sociedade e também o resto do mundo emprestam 
dinheiro ao governo, ou seja, financiam o déficit público. Mas veja bem a que preço. 
No nosso exemplo, para convencer os agentes econômicos a comprarem os títulos do 
Tesouro Nacional, o governo teve que propor pagar uma taxa de juros 
significativamente elevada de 10%, ou seja, para honrar os seus compromissos de 
hoje, o governo adquiriu uma dívida para ser paga no futuro com juros altos. 
O grande problema deste tipo de desequilíbrio fiscal é que a solução de hoje se torna o 
problema de amanhã, pois a continuidade do déficit público favorece, em longo prazo, 
o endividamento do país e a necessidade contínua do pagamento de juros para os 
agentes que compram títulos públicos. A partir daí, o governo é obrigado, ano após 
ano, a fazer uma poupança que infelizmente não será usada para investir na 
construção e melhoria de estradas, ferrovias, portos, aeroportos, segurança nacional 
educação e saúde, mas sim para honrar os compromissos da dívida pública. A 
poupança feita para este fim chama-se de Superávit Primário, que é o resultado 
alcançado sem considerar os juros da dívida pública de períodos anteriores. Aliás, o 
superávit primário é perseguido, justamente para pagar os juros da dívida pública. 
Os Instrumentos de Política Monetária e a Taxa de Juros 
O alvo desta Política Macroeconômica é o controle da oferta de moeda que determina 
o grau de liquidez da economia como um todo. Ao lado do controle da oferta 
monetária, efetua-se também a imposição de limites às operações de crédito para os 
agentes econômicos, cujos efeitos se propagam sobre a quantidade de moeda. Todos 
estes elementos, por sua vez, sofrem os efeitos da taxa de juros. 
Certamente, todos os objetivos de Políticas Macroeconômicas sofrem os efeitos da 
provisão de moeda, da oferta de crédito e do patamar em que se encontra a taxa de 
juros. A diminuição do quantitativo de moeda circulando na economia pode provocar a 
redução do consumo e dos investimentos por parte dos agentes privados, impactando 
diretamente nos preços. No sentido contrário, o aumento da quantidade de moeda 
circulando na economia estimula o aumento do crédito, e consequentemente, eleva o 
consumo agregado interno e externo dos agentes econômicos privados trazendo 
impactos significativos sobre o produto (PIB) e agindo também sobre os níveis do 
emprego agregado. Portanto, a Política Monetária deve atuar sobre a composição da 
base monetária, regulação da liquidez real, do controle de crédito e da administração 
da taxa de juros. 
A Taxa de Juros 
A taxa de juros está presente em todas as operações de controle monetário e, num 
sentido abrangente, juro é o preço do dinheiro. Quando os bancos ou demais agentes 
do sistema financeiro emprestam dinheiro, eles cobram juros, pois, o dinheiro é o lado 
visível da moeda sendo ela mesma uma mercadoria e, como tal, pode ser negociada. 
É com base na taxa de juros que o governo remunera alguns dos seus títulos públicos, 
regula a quantidade de moeda a ser ofertada na economia, dentre outras coisas. 
Enfim, a taxa de juros é um instrumento poderoso usado na Política Monetária, 
atuando diretamente no grau de liquidez da economia e costumamos subdividí-la em 
taxa de juros real e nominal. 
A taxa de juros real é obtida pela subtração da taxa de inflação da taxa de juros 
nominal, portanto na elaboração da taxa de juros nominal não se desconsidera as 
perdas resultantes da inflação. 
A Política Monetária Expansionista e Contracionista /Restritiva 
Uma Política Monetária será considerada Expansionista quando houver um aumento 
na quantidade de moeda no meio circulante e uma Política Monetária será 
considerada Contracionista ou Restritiva quando ocorrer uma redução na quantidade 
de moeda no meio circulante. 
Com este efeito, o BACEN também influencia o consumo e investimento e, 
consequentemente, a demanda agregada, o produto agregado (PIB) e as taxas de 
emprego. 
A taxa de juros atua juntamente com os instrumentos de controle monetário 
aumentando ou diminuindo os custos dos empréstimos bancários, o valor da 
remuneração dos títulos públicos do governo e de títulos privados do sistema 
financeiro representados por papéis vendidos pelos bancos como o CDB. Ela é um 
instrumento poderoso que influencia no crescimento econômico de um país, pois 
quando está muito elevada encarece o crédito no sistema financeiro, inviabilizando o 
investimento e o consumo por parte dos agentes privados. 
Inflação 
A inflação é um fenômeno universal, comum a todos os países e, entre as principais 
categorias de variação do valor da moeda, a inflação é a predominante. 
Observe bem a adjetivação e a ênfase que apliquei a três características da inflação: 
continuidade, persistência e generalidade. O aumento contínuo de preços nos 
processos inflacionários mostra que se trata de um fenômeno dinâmico de preços em 
alta e não uma condição estática de preços altos, ou seja, os preços não sobem e se 
estabilizam, mas sobem ininterruptamente. Aliás, em situações de inflação, os índices 
de preços variam em algumas situações, quase que diariamente. 
 
Se você comprou cinco pães por $ 1 unidade monetária hoje, amanha terá que ter, por 
exemplo, $ 1,5 unidade monetária para comprar a mesma quantidade de pães, e assim 
sucessivamente. 
 Já a persistência do processoinflacionário se explica pelo fato de que, embora se 
tomem muitas medidas para freá-lo, os preços prosseguem em sua trajetória de alta, 
mostrando que conter tal processo é extremamente difícil se tais medidas não forem 
adotadas com muito critério. Quanto à generalidade, o processo inflacionário nunca é 
um aumento de preços isolados de bens e serviços. Uma vez instalada, a inflação 
atinge todos os produtos e serviços, ainda que seja com intensidades variadas. Para 
alguns economistas, se a inflação chegar a um patamar de 50% ao mês e com viés de 
crescimento, ela passa a ser chamada de hiperinflação. 
Inflação de Demanda - Causada pelo aumento da demanda agregada por bens e 
serviços e diante da incapacidade do setor produtivo de atender a essa procura. Na 
verdade, ela aponta para um desequilíbrio na Lei da Oferta e da Demanda. Se a oferta 
é maior que a demanda, os preços tendem a cair e se a demanda é maior do que a 
oferta, os preços tendem a subir. Mas este não é o único motivo. Colabora para isso 
também o aumento da quantidade de moeda circulando na economia e é muitíssimo 
fácil entender o porquê! 
Ora! Se há muito dinheiro na economia, logo haverá facilidades para se aumentar a 
demanda agregada, só que a oferta agregada não acompanha o crescimento rápido da 
demanda, porque o empresário teria que investir em máquinas e equipamentos, 
contratar e treinar a mão de obra, importar, em alguns casos, insumos para serem 
usados na produção, dentre outras coisas. Enquanto isso, o dinheiro à disposição da 
população estimula a demanda por parte de agentes prontos para consumir. Mas, sem 
a contrapartida do lado da oferta, os preços sobem. 
Inflação de Custos - Um dos motivos que causa esse tipo de inflação é o aumento dos 
custos dos ofertantes por causa da elevação dos custos dos fatores de produção. Ou 
seja, os aumentos salariais, por exemplo, representam um aumento dos custos das 
empresas. Se uma cultura como a do trigo sofrer impactos negativos do clima, fará 
com que o preço desse produto suba por causa das perdas dos produtores e, 
consequentemente, todos os derivados do trigo na indústria de alimentos sofrerão um 
aumento. 
Outras fontes para o surgimento da inflação de custos são os aumentos dos lucros de 
empresas que compõem determinadas estruturas de mercado como os monopólios e 
oligopólios. De uma maneira geral, o aumento dos custos dos fatores de produção será 
repassado para os preços dos bens e serviços, gerando inflação. 
Inflação Inercial - É uma inflação tipicamente brasileira. Ela é causada pela 
permanência da memória inflacionária oriunda da indexação, que é quando as 
obrigações monetárias têm seus valores corrigidos com base em índices oficializados 
pelo governo, isto é, o governo usa índices de preços (índices que medem a inflação de 
um determinado período) para reajustar todos os preços da economia. 
Neste tipo, a inflação passada é usada para corrigir os preços presentes e continua 
sendo lançada para o futuro. Vamos ver um exemplo: 
O preço de uma cesta de mercadoria com 50 itens em um determinado período é de $ 
100,00, sendo a correção monetária autorizada pelo governo feita pelo IPCA (Índice 
de Preços ao Consumidor Amplo), ou seja, a correção dos preços dessa cesta (por 
causa das perdas com a inflação) está INDEXADA pelo IPCA. Para facilitar o cálculo, 
façamos com percentuais de 10%. 
Período 1 - $ 100,00 + IPCA de 10% do período = $ 110,00 
Período 2 - $ 110,00 + IPCA de 10% do período = $ 121,00 
Período 3 - $ 121,00 + IPCA de 10% do período = $ 133,10 
Período 4 - $ 133,10 + IPCA de 10% do período = $ 146,41 
Período 5 - $ 146,41 + IPCA de 10% do período = $ 161,05 
O que aconteceu aqui? Observe que no primeiro período o ofertante teve perda de 
10% com a inflação, por isso ele corrige os preços da sua cesta de produtos com 10% 
sobre $ 100,00, que era o valor da cesta, que passa a ser de $ 110,00. Entretanto, no 
período seguinte, o ofertante não retira o aumento dos 10% anteriores ($ 121 - $ 10). 
Ele usa o preço do período anterior, já inflacionado, e joga sobre este preço mais 10% 
de inflação. No período 3, ele usa os preços já inflacionados do período 1 e 2 e lança 
mais 10%,,ou seja, ele conserva a inflação passada e a lança para o futuro. Assim, a 
inflação se reproduz permanentemente. Detalhe: nos tempos do Brasil pré-Plano Real, 
essa situação era permitida e incentivada pelo governo na tentativa desesperada de 
ressarcir os setor produtivo e os trabalhadores pelas perdas causadas pela inflação 
galopante. 
Dessa forma, nunca se conseguia acabar com a inflação, pois ela se reproduzia no 
tempo e não era causada pelo excesso de demanda e nem pelo aumento dos custos 
dos fatores de produção, nem pelo lucro exacerbado das empresas (caso dos 
oligopólios), mas sim por causa da indexação. Todas as medidas usadas para conter a 
inflação não davam resultados porque sempre procuravam combater somente a 
demanda, os lucros extraordinários ou os custos das empresas. 
Os males causados pela inflação 
A inflação compromete a economia da seguinte forma: 
Se os preços sobem sempre e a renda da sociedade não acompanha esses aumentos, 
ela comprará menos bens e serviços. Se comprar menos, os empresários no médio e 
longo prazo tendem a produzir menos, ou mesmo deixam de produzir bens e serviços, 
uma vez que os consumidores não possuem renda para adquirir tais produtos por 
causa da perda do poder de compra da moeda. 
Se os empresários vendem menos, geram menos empregos ou mesmo demitem a mão 
de obra, dependendo da situação. Se houver perda de empregos pela população, 
teremos menos pessoas recebendo salários - que já era também corroído pela inflação 
- e, consequentemente, consumindo menos. Dessa forma, perceba que a geração de 
empregos, a capacidade de produção das firmas e o consumo ficam comprometidos 
por causa do fenômeno inflacionário. 
Se a moeda que é o ativo de perfeita liquidez (ou seja, o meio de pagamento que pode, 
sem nenhuma dificuldade, comprar bens e serviços) perde o seu valor, toda a 
economia é prejudicada. É dessa forma que o crescimento econômico é 
comprometido. Não há nenhuma vantagem em processos inflacionários 
descontrolados. 
Agora imagine a cesta com 50 itens de produtos que hoje você pode comprar com $ 
100. No mês X1, com os mesmos $ 100, você só consegue comprar 40 itens. No mês 
X2, apenas 32. Em X3, apenas 25 itens. 
Era isso que a inflação fazia antes do Plano Real, corroia o poder de compra da moeda 
com os aumentos contínuos e generalizados dos preços. Observe que, com a mesma 
quantia em dinheiro, as pessoas não compravam as mesmas quantidades de itens da 
cesta mês a mês. Do lado do empresário, este deixava de vender por causa da 
necessidade que ele tinha de aumentar os preços dos bens da cesta de produtos, 
porque o preço subia também para ele junto aos fornecedores. Era um efeito em 
cadeia terrível para toda a sociedade. 
A Política Cambial 
A Política Cambial é um instrumento das relações comerciais e financeiras entre um 
país com o resto do mundo. É nesse tipo de política que se estabelecem os regimes 
cambiais que influenciam a economia, determinando o nível de importação e 
exportação de um país, a quantidade de reservas internacionais, dentre outras coisas. 
Basicamente, aqui falarei para você sobre os regimes cambiais, que são as formas 
como se executam as políticas estabelecidas pelas autoridades para as trocas entre as 
moedas nacionais e estrangeiras, através do que chamamos de taxa de câmbio. Esta é 
o preço, em moeda nacional, de uma unidade de moeda estrangeira. A taxa de câmbio 
é, portanto, uma variável econômica muito importante, pois faz a intermediação das 
transações entre residentes e não residentes de uma nação, ou seja, todas as contas 
do Balanço de Pagamentos sofrem influência da taxa de câmbio, cujas alteraçõesafetam as importações, exportações, entradas de capitais estrangeiros, rentabilidade 
de aplicações no exterior etc. 
Em relação aos efeitos da inflação, as taxas de câmbio podem ser: 
• Taxa de câmbio nominal: é a taxa de câmbio que tem embutida em si a inflação 
interna (do país) e externa, isto é, a inflação da moeda pela qual se quer 
realizar a troca. 
• Taxa de câmbio real: é a taxa de câmbio nominal, retirada a influência da 
inflação interna e inflação externa. 
Há, basicamente, dois tipos de arranjos cambiais: o regime cambial fixo e o flexível ou 
flutuante. No regime cambial fixo, o BACEN estabelece o preço de uma moeda 
estrangeira em relação à moeda nacional e vice-versa. Já no câmbio flexível ou 
flutuante, o BACEN permite que o mercado estabeleça o preço da moeda estrangeira, 
fazendo com que a Lei da Oferta e da Demanda determine o preço das divisas 
estrangeiras. 
Quando efetivamente o BACEN estabelece o câmbio flexível sem intervenções de 
qualquer espécie, dizemos que há flutuações cambiais limpas, mas isso geralmente 
não ocorre pelo fato de haver uma estreita ligação entre a Política Cambial e 
Monetária. Se o BACEN permitir total liberdade no câmbio flutuante, certamente 
perderá o controle da Política Monetária. Vou explicar isso para você. 
 Quando um agente estrangeiro, por exemplo, compra ações de alguma empresa na 
bolsa de valores brasileira (BOVESPA - Bolsa de Valores de São Paulo), certamente 
ele virá trazendo dólares, que é a moeda reserva mundial, ou seja, é a moeda que 
todos os países usam, normalmente, para realizar as suas transações internacionais. 
Contudo, esse agente não pode realizar dentro do território brasileiro nenhuma 
transação com moeda estrangeira, mesmo que seja com o dólar. 
É porque a moeda de curso forçado no Brasil é o Real, portanto esse agente 
interessado em adquirir papéis na bolsa de valores terá que deixar seus dólares no 
Banco Central, que lhe dará o equivalente em reais para que possa comprar ações na 
BOVESPA. 
Mas observe o seguinte: o BACEN terá que disponibilizar mais moeda brasileira no 
meio circulante para atender à demanda por reais do aplicador estrangeiro e, 
quando isso ocorre, automaticamente, afeta a Política Monetária brasileira. 
Por isso, é comum que os bancos centrais intervenham no mercado cambial quando o 
preço da moeda estrangeira se afasta muito do valor que o governo ache conveniente 
para a economia nacional. Se em um regime de câmbio abertamente flutuante houver 
uma intervenção da autoridade monetária, ele passa a ser chamado de regime cambial 
de flutuações sujas. 
Há, ainda dentro do câmbio flutuante, o regime de bandas cambiais, em que o governo 
estabelece um valor mínimo e um valor máximo entre os quais o preço da moeda 
nacional pode flutuar. Por exemplo: o preço de US$ 1,00 dólar pode variar entre R$ 
1,50 e R$ 2,50, em que R$ 1,50 é o preço mínimo e R$ 2,50 é o preço máximo. Se a 
taxa de câmbio ficar fora de um desses dois limites, a autoridade monetária intervém 
no mercado comprando, caso o preço da moeda estrangeira caia muito (abaixo do 
valor mínimo), ou vendendo, caso o preço da moeda estrangeira suba muito (acima do 
valor mínimo), mantendo, assim, o equilíbrio no mercado de câmbio.

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