Buscar

Questionário de Orientação Profissional

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Diferencie orientação profissional de vocação profissional?
A orientação vocacional pretende ajudar a pessoa a conhecer o seu perfil e, assim, perceber quais são suas áreas de interesse, o que vai bem além dos testes. Porém, apresentar apenas essa informação deixa o jovem perdido em um mar de opções. Aí que entra a orientação profissional, já que para optar por determinada carreira é preciso ter conhecimento da mesma. 
Um exemplo clássico para se notar a importância de uma análise mais ampla, é o teste vocacional apontar que determinado aluno tem aptidões para a medicina e o teste de personalidade apontar que ele não tem resistência à pressão. Neste caso, se seguisse apenas o teste vocacional, certamente não chegaria a terminar a faculdade.
A diferença entre orientação profissional e vocacional é histórica e filosófica, basicamente. Muitos profissionais acabam utilizando esses termos como sinônimos devido à popularização dos termos, mas a orientação vocacional remonta aquele primeiro momento onde procurava-se ‘’ encaixar o indivíduo no lugar certo’’ através dos testes vocacionais, que iriam apontar para o que aquela pessoa ‘’ serve.’’
A orientação profissional, independente de se a questão é orientação para vestibulandos, reescolha de curso ou a orientação de carreira, o trabalho é orientado para a escolha do próprio indivíduo, dentro de um plano maior de vida e onde também se insere o mercado profissional, as habilidades, os interesses, como são elaborados por aquela pessoa.
Então, uma seria mais ‘’ de fora pra dentro’’ e a outra seria um processo mais ‘’ de dentro pra fora’’, mas levando-se também em conta as dicas do ambiente (informação, mercado, etc).
Como se caracterizava o trabalho antes da revolução industrial?
Modo de produção feudal: Nobres, clero (famílias nobres) e camponeses. Inteligência distribuída por Deus : nobres inteligência para administrar e camponeses inteligência para trabalhar. Não existia liberdade de escolha profissional.
Como se caracterizava o trabalho durante a revolução industrial?
Organização do trabalho: Trabalho braçal e administrativo. Ideário da revolução francesa: liberdade, igualdade, fraternidade. Muitas desigualdades sociais explicadas/justificadas com base em teorias que defendiam que a inteligência era inata.
Durante a história vários modos de produção singularizaram diferentes momentos históricos. Defina-os abaixo:
- Modo de produção taylorista ou administração científica: Desenvolvido pelo engenheiro estadunidense Frederick Taylor no início do século XX. 
- Funções dos gestores e dos operários: Gestores: maximizar a produtividade através do controle do tempo que cada operário demandava para execução de cada tarefa. Operário: eram considerados prolongamento da máquina. Neste caso, o pensamento reflexivo poderia interferir de forma negativa. Por conseguinte, era defendido que os menos inteligentes se adaptariam melhor as exigências do trabalho, caracterizado como monótono, parcelado e mecânico. Caberia, portanto, selecionar e treinar “o homem certo para o lugar certo” (Psicologia Industrial). 
( Naquele período, embora existisse a escolha profissional, não era considerada a vontade/interesse do indivíduo. Este tinha sua função determinada em função dos resultados obtidos na seleção. 
- Modo de produção Fordista: termo criado por Henry Ford (em 1914) nos Estados Unidos.
O modelo taylorista é aperfeiçoado pelo empresário Henry Ford que maximizou o controle do tempo na execução das tarefas e a produção em massa criando tecnológicas específicas (semi-automatização), como por exemplo, a esteira rolante. Com esta engenhoca: “as peças desfilavam diante dos trabalhadores colocados, lado a lado, na linha de montagem, unindo tarefas individuais sucessivas, fixando uma cadência regular de trabalho e reduzindo o transporte entre as operações”. (MERLO; LAPIS, 2007, online). 
- De forma resumida é possível afirmar que: o modelo fordista se caracteriza por: Produção em massa (linha de produção) e racionalização da produção capitalista (técnicas organizacionais que articulam produção e consumo em massa).
- A semiautomatização das máquinas aumento a produção de mercadorias Em função desse aumento, Ford compreendeu que se o consumo dessa mercadoria fosse viável para o operário poderia aumentar o lucro, criando o consumo de massa.
(Modo de produção Toyotista/toyotismo: Criado por Taichi Ohomo (Japão, anos de 1970) para solucionar a crise do capital. Inicialmente implantado na fábrica de automóveis Toyota: estendeu-se pelo mundo inteiro. - Estratégia: Fábrica mínima= lucro máximo. Trabalhador/colaborador: gerente de si mesmo.
Fábrica mínima: no que tange aos equipamentos e aos cargos. Tal modelo acarretou na diversificação das tarefas, polivalência, pró-atividade, contratação mínima de trabalhadores em função do desenvolvimento da tecnologia, trabalhador envolvido com os objetivos da empresa. Discursos alarmantes de falência, fusão: dedicação total associada à discursos sobre o capital humano: valorização e novas formas de controle (medo 5 da demissão, o controle é exercido pelo próprio trabalhador).
Nesse contexto o tempo livre é entendido como tempo de capacitação, para o desenvolvimento de novas competências ou para ocupar novos cargos. - Inaugura o ciclo da psicologia do trabalho e da saúde do trabalhador. 
Orientação profissional no modo de produção toyotista: inserção e reinserção no mercado de trabalho. 
- Reinserção no mercado de trabalho para atender as permanentes mudanças. Neste caso Orientação profissional também apoia processos de promoção e recuperação da saúde e, portanto, de prevenção. 
Inserção no mercado: norteada por diferentes abordagens, tais como a clínica e desenvolvimentista com ênfase na participação ativa do orientando propiciando o autoconhecimento, a busca de informações profissionais e a capacidade e/ou maturidade para a escolha profissional. 
- Críticas direcionadas para as abordagens psicométricas.
Quando surge a Psicologia Organizacional?
- Com o desenvolvimento da tecnologia a produtividade não dependia apenas do controle do tempo e avaliação das aptidões exigidas para o cargo (tanto para os gestores quanto para os operários). Esta dinâmica inaugura o ciclo da Psicologia Organizacional.
Qual a função da Psicologia Organizacional?
Selecionar o homem certo para o lugar certo e propor estratégias voltadas para a eficiência e produtividade. - A psicologia organizacional, diferente do que ocorria na psicologia industrial, defendia que fatores psicossociais estão relacionados com a produtividade. Assim, os processos de orientação e seleção profissional passaram a considerar os fatores motivacionais, os processos grupais e os tipos de lideranças, além da testagem psicológica direcionada para a avaliação das aptidões. 
Emergência da escola das relações humanas: movimento em oposição ao taylorismo e consequente desumanização nas relações de trabalho, sendo veiculada a partir de 1920. - O indivíduo deixa de ser visto como uma peça da máquina e passa a ser considerado como um todo, isto é um ser humano, com os seus objetivos e inserção social própria (CHIAVENATO, 1999). 
- Defendiam que a felicidade do operário estava diretamente vinculada à sua produtividade. Neste sentido, ocorreu a valorização do treinamento e, consequente, capacitação do trabalhador para assegurar a felicidade no trabalho. Foram desenvolvidas técnicas motivacionais e de mediação para atenuar conflitos entre gestores e operários. - O processo de orientação profissional estava diretamente vinculada à “felicidade no trabalho”. - A eclosão da 1ª e 2ª Guerras mundiais: avaliação dos militares e impulsionou a criação de testes psicológicos que foram também adotados para os processos de orientação profissional.
7- A crise do capitalismo e a emergência do ‘’estado do bem estar social.’’
- Nos anos de 1930 eclodiu uma grave crise econômica nos países industrializados. Esta crise foi decorrente da superproduçãode bens de consumo que engendrava o modelo fordista de produção caracterizado por uma produção e consumo em massa (conforme já salientado). Para a superação da crise, ocorre a intervenção do estado na economia, inaugurando-se o que passou a ser conhecido como o Estado do Bem Estar Social. 
- Estado do Bem Estar Social: Políticas públicas voltadas para a garantia do emprego, habitação, educação, ganhos em função da produtividade, a previdência social e o seguro desemprego (no Brasil, embora estivesse previsto na Constituição de 1946, foi introduzido em 1986 e aperfeiçoado em 1990). Implicava na intervenção máxima do Estado para a garantia da produção e do consumo de massa (até mesmo do desempregado em função do seguro desemprego). - A partir de 1970: falência do Estado + lutas sindicais diante do trabalho parcelado, repetitivo com rígida disciplina e controle do ritmo. = inviabilizando o compromisso fordista entre Estado e empregado, inaugurando o modo de produção toyotista.
8- Qual é o significado de trabalho?
Um rápido exame do uso do termo trabalho na nossa linguagem cotidiana deixa explícitos dois grandes eixos de significados com componentes avaliativos claramente antagônicos. Tais eixos refletem, certamente, as grandes tradições (histórico-filosófico-religiosas) que modelaram a dimensão avaliativa/ afetiva com que nos reportamos ao "trabalho" na atualidade. 
O primeiro eixo (trabalho: esforço incomum (dar trabalho) e/ou sacrifício ( termo latino: tripalium (instrumento para torturar; tripaliare (martirizar com o tripalium) , Vincula o trabalho à noção de sacrifício, de esforço incomum, de carga, fardo, algo esgotante para quem o realiza. Trabalho como sinônimo de luta, lida, lide. "Dar trabalho" significa algo que implica esforço, atenção, que causa transtorno ou preocupação. Nesse eixo, trabalho associa-se, também, à noção de punição, como está no Antigo Testamento (punição pelo pecado original), de onde decorre o sentido de obrigação, dever, responsabilidade.
Há um segundo eixo avaliativo, com uma clara valorização positiva, que vê o trabalho como a aplicação das capacidades humanas para propiciar o domínio da natureza, sendo responsável pela própria condição humana. Acompanha a noção de empenho, esforço para atingir determinado objetivo. Trabalhar algo, significa, também, fazer com cuidado, esmerar-se na execução de uma ação, de uma tarefa.
9- Qual é o ponto de vista psicológico a respeito do trabalho?
Em uma perspectiva psicológica admite-se que a experiência cotidiana dos indivíduos constitui a base sobre a qual eles constroem suas percepções e conhecimentos acerca do mundo que os cerca. Tal construção, embora de base individual, é um processo eminentemente social, por se dar no interior de um conjunto partilhado de crenças, valores e significados que definem o contexto cultural no qual as interações entre indivíduos e grupos ocorrem. De uma maneira ampla, o trabalho pode ser compreendido como todo esforço do ser humano, físico ou psíquico com a finalidade de transformar, incluindo atividades como lazer e outras de natureza não remunerada. É por meio do trabalho que o ser humano medeia sua relação com a natureza, transformando-a e sendo transformado por ela.
10 – Qual é a diferença entre trabalho e emprego?
* Não são sinônimos: muitos têm trabalho, mas não tem emprego. 
Como vimos anteriormente, o trabalho exerce uma capacidade transformadora. O trabalho é mais antigo que o emprego. Ele existe desde o momento em que o homem começou a transformar a natureza e o ambiente ao seu redor. Por outro lado, o emprego é algo recente na História da Humanidade. O emprego é um conceito que surgiu com o capitalismo, e se ampliou no período da Revolução Industrial. Com o emprego, surge a liberdade de escolha entre “ser empregado”, ou não, diferentemente do que acontecia com os servos, escravos ou soldados.
Em outros períodos da História, o trabalho era realizado de maneira diferente, como a escravidão e a servidão. Na Grécia, o trabalho era feito pelos escravos, já na Idade Média, os servos trabalhavam para um determinado senhor feudal. Nesse caso, eles apenas trabalhavam, mas não tinham um emprego. O emprego só se propaga com o capitalismo, quando o trabalhador passa a vender sua força de trabalho (Física ou Mental) em troca de um salário. Na sociedade atual, somos reconhecidos a partir do trabalho que realizamos. Não há como sobreviver sem nossa força de trabalho. 
11- Como se caracteriza a orientação profissional?
A Orientação Profissional é uma intervenção psicológica, cujo objetivo é abordar a relação homem-trabalho, nas suas mais diferentes concepções, seja no que diz respeito à escolha dos estudos a seguir, aos conflitos que surgem no desempenho do papel profissional ou ainda à reorientação ou ao planejamento de carreira.
12- O que é orientação profissional?
No contexto brasileiro, a Orientação Profissional é compreendida como a ajuda para a tomada de decisão em momentos específicos, tais como: a passagem de um ciclo educativo a outro; a transição dos estudos ao mundo do trabalho; mudança de ocupação ou emprego ou preparação e adaptação para a aposentadoria. A intervenção ocorre, portanto, em momentos críticos da trajetória profissional de pessoas e grupos (MELOSILVA; LASSNCELL; SOARES, 2004). Nestes contextos, o processo poderá ser coordenado por Psicólogos e Pedagogos. 
Atualmente, a Orientação Profissional tem como desafio a melhor maneira de preparar o Orientando para suas opções de vida num mundo em mudanças. Prepará-lo melhor significa aguçar a percepção sobre suas próprias facilidades e dificuldades pessoais e sobre as circunstâncias externas a ele. Desta forma, a Orientação Profissional não se limita apenas à escolha profissional, vai muito mais além. Deve mostrar as novas tendências do mercado de trabalho tendo em vista a empregabilidade do Orientando.
13- Quais são os objetivos da orientação profissional?
- Sensibilizar o Orientando para a necessidade de conhecer os fatores básicos de uma boa escolha profissional, que são: autoconhecimento, informação ocupacional e levantamento de dados sobre o mercado de trabalho. 
 -Estimular o autoconhecimento, com foco no reconhecimento de aspectos da personalidade e no conjunto de talentos, habilidades e capacidades.
 -Conscientizar o Orientando de todos os fatores que interferem na escolha de sua profissão. -Facilitar o acesso às informações sobre profissão e esclarecer as exigências do mercado de trabalho, como a empregabilidade. 
-Ajudar o Orientando na resolução de conflitos inerentes ao seu momento de vida, podendo ter um caráter terapêutico de acordo com a necessidade do caso.
 -Desmistificar falsas imagens e preconceitos relacionados aos papéis profissionais e possibilitar ao Orientando adquirir uma visão realista da díade formação profissional-ocupação funcional. 
-Auxiliar o Orientando a fazer opções, possibilitando decisões através da discussão e análise das várias alternativas viáveis a ele.
14- Quais são os fatores que interferem na escolha profissional?
- Fatores Políticos: Referem-se especialmente à política governamental e seu posicionamento perante a educação, em especial o ensino médio, ensino profissionalizante e superior. (EX.: Prouni, fies).
 - Fatores Econômicos: Referem-se ao mercado de trabalho, à globalização e à informatização das profissões, à falta de oportunidades, ao desemprego, à dificuldade de tornar-se empregável, à falta de planejamento econômico, à queda do poder aquisitivo da classe média e todas as consequências do sistema capitalista neoliberal no qual vivemos. (Ex.: querer fazer Medicina e não ter dinheiro).
- Fatores Sociais: Dizem respeito à divisão da sociedade em classes sociais, à busca da ascensão social por meio do estudo (curso superior), à influência da sociedade na família e aos efeitos da globalização na cultura e na família. (Ex.: Quero fazer música mas meus pais querem que eu seja engenheiro).
 - Fatores Educacionais: Compreendemo sistema de ensino brasileiro, a falta de investimento do poder público na educação, a necessidade e os prejuízos do vestibular e a questão da universidade pública e privada em uma forma mais geral. (Ex.: Sistema de ensino).
 - Fatores Familiares: Impõem à família uma parte importante no processo de impregnação da ideologia vigente. A busca da realização das expectativas familiares em detrimento dos interesses pessoais influencia na decisão e na fabricação dos diferentes papéis profissionais. (Ex.: Herança profissional, o pai tem um consultório de dentista a anos e é você que tem que continuar esse legado).
 - Fatores Psicológicos: Dizem respeito aos interesses, às motivações, às habilidades e às competências pessoais, à compreensão e conscientização dos fatores determinantes. 
15- Quais são os referenciais teóricos que utilizamos em orientação profissional?
PARA O DESENVOLVIMENTO DA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL utilizamos como pilares três referenciais teóricos: Parsons, Bohoslavsky e Moreno. A seguir são descritos, de forma resumida, os principais aspectos abordados por cada teórico.
O PRIMEIRO é Frank Parsons (1854-1908) que no início do século passado, apontava que o profundo autoconhecimento era a chave que abriria as portas do mercado de trabalho para aqueles que se prepararam para escolher uma profissão. Parsons é conhecido como o Pai da Orientação Profissional. Engenheiro e advogado lecionou história, matemática e francês em escolas públicas. Foi professor de direito na Universidade de Boston e criou o primeiro serviço de Orientação Profissional de que se tem notícia. Entre 1905 e 1908, desenvolveu sua teoria, organizou um curso e treinou professores para serem conselheiros em Orientação Vocacional.
Segundo Parsons, a Orientação Profissional deve levar o Orientando a:
• Olhar para dentro de si, à sua volta e para a família. Pesquisar o próprio nome. Perceber seu lugar na família e melhorar a autoestima.
 •Observar os outros e respeitá-los. Perceber, aceitar e valorizar as diferenças. 
• Perceber o grupo e trabalhar em equipe, sendo solidário e cooperativo. Aprender a falar e a ouvir dando espaço e voz para que todos se manifestem. 
• Observar os pais ou responsáveis com atenção ao papel que estes representam na sua vida, percebendo a função complementar, além de pedir ajuda para continuar a amadurecer até atingir a idade adulta.
 • Relembrar suas características pessoais, suas habilidade, seus gostos e descobrir que estes são fatores importantes para a escolha da profissão.
O SEGUNDO é Rodolfo Bohoslavsky, que afirma que é preciso conhecer a fundo as várias profissões. Para o autor, é preciso conhecer: qual é o objetivo com que as várias profissões realizam sua tarefa; qual é a finalidade social destas; qual é o papel dos diferentes profissionais dentro do contexto socioeconômico e quais são as técnicas e instrumentos empregados. 
E também essencial conhecer a demanda do trabalho existente na comunidade, quanto a esses especialistas e, ao mesmo tempo, distinguindo-a da demanda, qual a real necessidade da comunidade em relação a esses especialistas; quais são os lugares em que se realizam tais trabalhos, dentre outras possibilidades.
Segundo Bohoslavsky, a Orientação Profissional deve levar o Orientando a: 
• Tomar contato com as profissões mais relevantes na região em que se vive e saber por que elas são importantes naquela comunidade/sociedade.
• Saber a diferença entre profissão, função e ocupação, de maneira a procurar se preparar profissionalmente, segundo a demanda do mercado de trabalho. 
• Conhecer todas as possibilidades de cursos profissionalizantes e superiores existentes na região, incluindo como é o curso, para que serve e como é a profissão a que ele se refere. 
• Entender que há um longo caminho a ser percorrido até tornar-se profissional.
 • Considerar a ideia de que vale a pena batalhar para ter uma profissão.
O TERCEIRO é Jacob Levy Moreno, que propõe o adestramento da espontaneidade, onde o aprender a ser espontâneo pressupõe um organismo apto a manter um estado flexível, de um modo mais ou menos permanente, de forma que o sujeito possa usar esse recurso para ampliar as suas possibilidades ao desejar assumir novos papéis.
16- Os referenciais teóricos podem ser alocados em duas categorias quais são elas?
Os referenciais teóricos referentes à Orientação profissional/vocacional podem ser alocados em duas categorias: o método Estatístico/Psicométrico e o método Clínico. 
MÉTODO ESTATÍSTICO (OU PSICOMÉTRICO OU MÉTODO CENTRADO NO RESULATADO): 
 Tal modalidade de intervenção recebe influência da psicotécnica norte-americana e da psicologia diferencial de princípios do século XX, que concebem a inteligência como inata, estável e passível de ser medida. Impulsionada pela psicometria , esse método perdurou por muitos anos (até, aproximadamente os anos de 1970 do século XX), com exclusividade, fundamentando todos os trabalhos de orientação vocacional realizados na época. 
 Os princípios teóricos da abordagem psicométrica refletem a concepção de que o sujeito que procura a orientação vocacional, dada a dimensão e o tipo de conflito que enfrenta, não tem condições de tomar decisão sozinho sobre a carreira a seguir, necessitando da assistência do psicólogo.
Nessa perspectiva, os psicólogos adotam papel ativo, realizando intervenções de aconselhamento e decisão, a fim de diminuir a ansiedade do cliente. Para isso, o psicólogo investiga/avalia as aptidões e os interesses do orientando com o objetivo de encontrar, entre as diversas carreiras, aquelas mais indicadas (com base nas habilidades/competências e nos interesses) 
A modalidade psicométrica concebe que as diversas carreiras requerem aptidões específicas, passíveis de mensuração e constantes ao longo do tempo. Desse modo, as aptidões do cliente podem ser investigadas e medidas através do instrumento fundamental, que é o teste psicométrico. 
O teste psicométrico permite a investigação rigorosa das qualidades do sujeito. De posse dessas informações, cabe ao psicólogo buscar "encaixar" as habilidades do sujeito na carreira que tenha como exigências aquelas habilidades mensuradas no teste.
 De acordo com essa modalidade, os interesses do orientando são específicos e desconhecidos pelo mesmo, e podem ser mensurados por meio de testes desenvolvidos para estes fins. A satisfação na carreira dependerá do interesse que se tenha pela mesma, interesse este que caberá ao psicólogo "esclarecer." O psicólogo, dentro dessa perspectiva, tem como papel principal elucidar o cliente sobre os seus interesses e aptidões, para então formular-lhe um conselho, que se constitui numa indicação precisa do caminho que cabe ao jovem seguir para obter sucesso profissional.
MÉTODO CLÍNICO EM ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL (OU MÉTÓDO CENTRADO NO PROCESSO): principais especificidades
 O método clínico de atuação em orientação vocacional recebe, desde sua origem, influência significativa da psicanálise (Escola Inglesa e da Psicologia do Ego), da teoria de Donald Super e das técnicas de cunho não diretivo preconizadas por Carl Rogers. 
A premissa central desse método parte da ideia de que o sujeito pode e deve chegar a uma decisão sobre a sua escolha, se conseguir resolver os conflitos e ansiedades relacionados com seu futuro profissional.
 O sujeito deve conseguir assumir e compreender a situação de crise que enfrenta, para poder chegar a uma decisão autônoma e responsável sobre seu futuro profissional. Nesta modalidade, o psicólogo assume uma postura não diretiva e se apoia na premissa de que a escolha é uma responsabilidade e direito do cliente, que não cabe a ninguém usurpar-lhe.
Dentro dessa perspectiva, o psicólogo atua no sentido de esclarecer e informar ao sujeito, colaborando para que o mesmo possa elaborar os conflitos que enfrenta, a fim de estabelecer uma imagem não conflituosa de sua identidade profissional, e chegar a uma decisão pessoal e responsável sobre seu futuro profissional.O objetivo do psicólogo é, portanto, o de instrumentalizar a escolha e a construção da identidade profissional pela via do autoconhecimento e da articulação entre aspectos do mundo do trabalho e o universo subjetivo do orientando. Trata-se de uma modalidade cujo principal instrumento é a entrevista.
Ela permitirá ao psicólogo a compreensão da problemática do sujeito, e facilitará o seu acesso a uma melhor compreensão de si. 
A entrevista busca investigar/analisar alternativas para que o cliente enfrente conflitos subjacentes à escolha profissional. 
O enfrentamento do conflito permitirá ao sujeito elaborar perdas, lutos e outras dificuldades, além de ajudar na compreensão da situação que enfrenta, resolvendo as ansiedades subjacentes a fim de estabelecer sua identidade profissional.
 
 17 – Como era a abordagem clínica segundo a visão de Rodolfo Bohoslavsky?
Foi concebida inicialmente para ser desenvolvida com jovens em situação de escolha profissional. Nesse sentido, concebe a decisão profissional como uma situação típica que o jovem deve enfrentar até chegar a uma opção pessoal e responsável, sendo as entrevistas os principais recursos a serem utilizados pelo psicólogo, numa posição não mais diretiva, uma vez que o indivíduo pode elaborar a própria decisão. Emerge, portanto, da crítica do autor à abordagem estatística.
A escolha é um direito do orientando.
Para tanto, o psicólogo, além das competências técnicas e sociais, necessita:
1. Ter uma visão compreensiva e ampla dos problemas da juventude.
2. Estabelecer relações causais entre os diversos fenômenos que ocorrem ao longo do processo.
3. Distinguir entre problemas vocacionais e demais problemas da personalidade.
4. Investigar/analisar preocupações e temores do orientando: “escolher uma profissão pra o adolescente é viver o futuro no presente”.
Assim sendo, o processo de orientação profissional, baseado na modalidade clínica visa facilitar ao orientando seu autoconhecimento e conscientizá-lo da responsabilidade em suas decisões, enfim, ajudá-lo na construção de uma identidade ocupacional e integração de aspectos das identificações que servem à função defensiva, tornando-as benéficas ao processo de escolha profissional e permitindo a elaboração de conflitos e ansiedades relativas ao futuro. 
É denominada de “Modelo de Avaliação Psicológica Centrado no Processo”, o qual se vale, sobretudo, de entrevistas psicológicas, facultando o uso de testes psicológicos. Estes, quando adotados, voltam-se à avaliação de aspectos como maturidade vocacional, indecisão, exploração, bem estar psicológico, influência familiar, dentre outros.
 O autor identifica três grandes momentos no processo da orientação vocacional:
1. O da eleição fantasiada que vai da infância até a adolescência. 
2. O da tentativa da escolha profissional durante a adolescência.
3. O da escolha definitiva e da eleição realista que se desdobra em exploração de uma área de realidade profissional, cristalização de um vínculo com uma área de realidade profissional e social, e da especificação do vínculo com uma área da realidade profissional. 
PRINCIPAIS ETAPAS: entrevistas abertas; elaboração de uma hipótese diagnóstica; elaboração de um prognóstico; informação ocupacional.
18- Quais são os tipos de entrevistas?
Semidiretiva, semidirigida ou semiaberta.
19- Como são realizadas as entrevistas em orientação profissional?
Inicial: Permite ao psicólogo a compreensão da problemática do sujeito e facilitará o seu acesso a uma melhor compreensão de si. Possibilita: construir um vínculo; apresentar o enquadre; construir um espaço que propicia o autoconhecimento e elaborar hipóteses diagnósticas. 
Para estas hipóteses devem ser considerados aspectos psicodinâmicos, tais como: índice de maturidade, identificações com o grupo familiar, percepções valorativas do próprio grupo profissional, a problemática vocacional da família, a identificação com determinados grupos profissionais, mecanismos de defesa utilizados (como por exemplo: negação e projeção). 
Entrevista Devolutiva: tem o objetivo de discutir e integrar todas as etapas do processo.
20- Como é feito diagnóstico em orientação profissional?
Tem o objetivo de evidenciar “os fatores intervenientes no processo de escolha, sejam eles de ordem social, educacional, familiar e/ou psicológica, conscientes e/ou inconscientes” e de elaborar um prognóstico de orientabilidade.

Continue navegando

Outros materiais