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Direito Penal aula 11 v1

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Aula 11
Direito Penal p/ Procurador da Fazenda Nacional (PGFN) - 2015 (com videoaulas)
Professor: Renan Araujo
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 11 
 
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AULA 11: LAVAGEM DE CAPITAIS 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Apresentação da aula e sumário 01 
I ± Lavagem de capitais 02 
Questões jurisprudenciais relevantes 18 
Questões para praticar 20 
Questões comentadas 28 
Gabarito 48 
 
Olá, meus amigos concurseiros! 
 
Hoje vamos estudar o crime de Lavagem de Capitais. 
Como vocês irão perceber, a Lei 9.613/98 sofreu MUITAS 
alterações com a publicação da Lei 12.683/12. Em razão disso, 
muitas de nossas questões estão parcialmente desatualizadas. 
E porque eu mantenho as questões na aula? Por dois motivos: 
1) Como se trata de alteração relativamente recente, temos 
poucas questões aplicadas depois da alteração; 
2) As questões, ainda quando parcialmente desatualizadas, 
são bastante úteis, pois servem para vocês fixarem as alterações 
(já que eu explico que está desatualizada e porquê). 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
 
 
 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
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I ± LAVAGEM DE CAPITAIS (LEI 9.613/98) 
 
A Lei de lavagem de capitais surgiu para ajudar a combater a 
FULPLQDOLGDGH� GR� ³FRODULQKR� EUDQFR´�� FRPSRVWD� JHUDOPHQWH� SRU�
³ILJXU}HV´� TXH�� SDUD� HVFRQGHU� D� RULJHP� LOtFLWD� GH� VHXV� EHQV��
promovem o que se chaPD� GH� ³/DYDJHP´� GH� FDSLWDLV�� WDPEpP�
FRQKHFLGD�FRPR�³EUDQTXHDPHQWR´�GH�FDSLWDLV� 
O crime de lavagem de capitais pode ser praticado das mais diversas 
IRUPDV��HLV�TXH�VXD�IXQomR�p�WUDQVIRUPDU�HP�³DSDUHQWHPHQWH�OtFLWR´��DOJR�
de origem ilícita. Para tanto, a mente humana é capaz de inventar 
inúmeras artimanhas. 
Assim, podemos conceituar a lavagem de capitais como: 
 
A conduta através da qual uma pessoa ou um grupo de pessoas 
emprega bens, valores ou quaisquer ativos financeiros de origem 
ilegal em alguma atividade, com a finalidade de dar-lhes 
aparência de bens lícitos. 
 
Alguns autores afirmam ainda (com razão), que o processo de 
lavagem de capitais implica quase que necessariamente em perdas já 
FDOFXODGDV�FRPR�³FXVWRV�GD�RSHUDomR´��O que é isso? Explico: 
As operações cuja finalidade é a lavagem de capitais não se 
orientam pela perspectiva econômica, ou seja, o camarada não quer 
lucro, ele apenas quer que o dinheiro entre sujo e saia limpo 
(,QFOXVLYH� R� QRPH� ³ODYDJHP� GH� FDSLWDLV´� VXUJLX� GR� LQJOrV� ³0RQH\�
ODXQGULQJ´� que por sua vez tem origem no fato de que os criminosos 
costumavam lavar o dinheiro abrindo lavanderias, vez que o controle é 
difícil). 
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Sendo assim, muitas vezes não entendemos como um negócio pode 
não dar lucro e continuar ativo. Provavelmente tem algo estranho 
acontecendo naquele negócio. São as chamadas operações (ou negócios) 
non sense (sem sentido). 
 
A) Fases da Lavagem de Capitais 
 
A lavagem de capitais é composta, em rega, por três fases: 
x Conversão (Ou ocultação, ou colocação, ou placement) ± 
É a primeira fase, na qual o dinheiro sujo é aplicado no sistema 
financeiro (em algum negócio) ou transferido para outro local. 
e�R�PRPHQWR�HP�TXH�R�GLQKHLUR�VH�³GHVJDUUD´�GH�VXD�RULJHP�
LOtFLWD�� *HUDOPHQWH� RV� FULPLQRVRV� ³IUDFLRQDP´� R� GLQKHLUR�� SDUD�
evitar chamar a atenção com a movimentação de grandes 
somas. 
x Dissimulação (Também chamada de controle ou 
estratificação, ou empilage) ± Aqui se busca dissociar 
completamente o dinheiro de sua origem, para dificultar 
qualquer tipo de rastreamento. Geralmente se dá através de 
múltiplas operações, ou através de aumento de lucros 
(inexistentes) em empresas, de forma que o dinheiro é 
injetado nestas como se fossem verbas oriundas de ganhos nos 
negócios. Isso implica no pagamento de impostos sobre esse 
dinheiro que já era deste proprietário, mas é interessante, pois 
HVVH� p� R� SUHoR� TXH� HOH� HVWi� SDJDQGR� SDUD� ³OLPSDU´� VHX�
dinheiro. 
x Integração (integration) ± Esta é a fase final do processo de 
lavagem do dinheiro, na qual o agente movimenta, de forma 
DEHUWD��R�GLQKHLUR�Mi�³OLPSR´� 
 
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ATENÇÃO: A Doutrina entende que o delito se consuma com o início da 
primeira fase, não sendo necessária a realização das três etapas para 
que haja a consumação do delito! 
 
Como disse, são inúmeras as formas pelas quais se realiza a lavagem 
de capitais. As principais técnicas são: 
x Mescla ± O agente mistura os recursos ilícitos com recursos 
lícitos; 
x Empresa de fachada ± É criada uma empresa que não 
funciona na prática, mas o dinheiro sujo é injetado na empresa 
na forma de lucros obtidos; 
x Compra e venda de imóveis com declarações falsas de 
valor ± O agente compra um imóvel e depois o vende, mas 
declara tê-lo vendido por valor muito mais alto (Esse valor 
H[FHGHQWH� DR� UHDO� p� ³FRPSXWDGR´� FRPR� R� GLQKHLUR� VXMR� TXH�
será lavado); 
 
Existem muitas outras técnicas, como compra e venda de obras de 
arte, pedras preciosas, etc. 
A Lei 9.613/98 tem como finalidade tutelar a Administração da 
Justiça, embora alguns doutrinadores entendam também que se busca 
tutelar a Ordem Econômica, mais precisamente a livre-concorrência, eis 
TXH�RV�QHJyFLRV�³non sense´�VmR�QHJyFLRV�TXH�SRGHP�OHYDU�j�TXHEUD�GD�
livre-concorrência. 
 
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B) Crimes em espécie 
 
A Lei só prevê uma figura típica, e ela se encontra no art. 1º da Lei. 
Vejamos: 
Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação 
ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de 
infração penal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
VI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
VII - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
VIII - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.683, 
de 2012) 
§ 1o Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, 
direitos ou valores provenientes de infração penal: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 
2012) 
I - os converte em ativos lícitos;II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em 
depósito, movimenta ou transfere; 
III - importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros. 
§ 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem: 
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores que sabe 
serem provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo; 
§ 2o Incorre, ainda, na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes 
de infração penal; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua 
atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei. 
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal. 
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§ 4º A pena será aumentada de um a dois terços, nos casos previstos nos incisos I a VI 
do caput deste artigo, se o crime for cometido de forma habitual ou por intermédio de 
organização criminosa. 
§ 5º A pena será reduzida de um a dois terços e começará a ser cumprida em regime 
aberto, podendo o juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la por pena restritiva de direitos, 
se o autor, co-autor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, 
prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais e de sua 
autoria ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime. 
§ 4o A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem 
cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa. (Redação 
dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
§ 5o A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto 
ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer 
tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar 
espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à 
apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à 
localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime. (Redação dada pela Lei nº 
12.683, de 2012) 
 
Como já disse a vocês, o posicionamento predominante é no sentido 
de que a objetividade jurídica da lei é tutelar a Administração da Justiça, 
embora alguns autores defendam que também se busca tutelar a Ordem 
Econômica. 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, sendo, portanto, um 
CRIME COMUM. 
CUIDADO: O sujeito ativo do crime de lavagem de capitais não 
necessariamente será o sujeito ativo DA INFRAÇÃO PENAL 
ANTECEDENTE. Pode ser qualquer pessoa! 
EXEMPLO: Imagine que José pratique um roubo e dê o dinheiro a Maria, 
que, para esconder a origem ilícita desta grande soma de dinheiro, abre 
uma loja de roupas (de fachada), com a finalidade de emitir notas falsas, 
simulando vendas não realizadas, com o objetivo de lavar o dinheiro sujo 
recebido. Nesse caso, José, que praticou o roubo, não tem relação 
alguma com a lavagem de capitais, que é um delito praticado 
exclusivamente por Maria. 
 
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$�FRQGXWD�p�D�GH�³RFXOWDU´�RX�³GLVVLPXODU´��TXH�VmR�GRLV�YHUERV�TXH�
podem ser traduzidos por esconder ou disfarçar a natureza, a 
origem, a localização e a propriedade de determinado bem, valor, 
etc. 
O crime de lavagem de capitais pressupõe uma infração penal 
antecedente, semelhantemente ao que ocorre no crime de receptação. 
Atualmente, com a nova redação trazida pela Lei 12.683/12, haverá 
FULPH�GH� ODYDJHP�GH� FDSLWDLV� TXDQGR� R� DJHQWH� ³Rcultar ou dissimular a 
natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade 
de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de 
infração penal´�� 9HMDP� TXH� a Lei agora permite que o delito de 
lavagem de capitais fique caracterizado independentemente do 
fato criminoso que deu origem ao dinheiro ilícito que será lavado. 
3HUFHEDP�TXH�D�/HL�XVD�R�WHUPR�³LQIUDomR�SHQDO´��RX�VHMD��p�SRVVtYHO�
que o delito de lavagem de capitais se caracterize, ainda, quando o 
agente pratique a conduta prevista no tipo penal para ³ODYDU�GLQKHLUR´�
proveniente de CONTRAVENÇÃO PENAL (Como nós sabemos, o termo 
infração penal é um gênero que abrange duas espécies: crimes e 
contravenções penais). 
 
Antes das alterações promovidas pela Lei 12.683/12 no crime de 
lavagem de capitais, os crimes antecedentes somente podem ser aqueles 
que estavam previstos no art. 1º da Lei. Caso o agente praticasse a 
conduta para lavar dinheiro ou bens obtidos através da prática de 
OUTROS CRIMES, que não estivessem previstos naquele rol, NÃO 
HAVERIA CRIME DE LAVAGEM DE CAPITAIS (O rol era taxativo, não 
cabia ampliação). 
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EXEMPLO: se o agente praticasse a conduta de lavar dinheiro 
proveniente de um crime de furto, NÃO RESPONDERIA PELO CRIME 
DE LAVAGEM DE CAPITAIS, pois o delito de furto não era considerado 
como um dos possíveis crimes antecedentes que permitiam a 
caracterização da lavagem de capitais. 
ISSO ACABOU!! 
 
O ELEMENTO SUBJETIVO É O DOLO, pois o agente deve agir 
voluntariamente com a intenção de dissimular ou ocultar a natureza, a 
origem, etc. Não se admite na forma culposa. 
CUIDADO! Já vi Banca entender que no que se refere ao tipo 
previsto no §1º, há dolo específico (especial fim de agir), pois não basta 
que o agente pratique uma das condutas previstas nos três incisos, mas 
ele deve praticá-ODV� FRP�R� ILP�GH� ³RFXOWDU� RX�GLVVLPXODU� D�XWLOL]DomR de 
EHQV��YDORUHV��HWF�´�9HMDPRV�R�TXH�GL]�R�†�ž� 
§ 1o Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a 
utilização de bens, direitos ou valores provenientes de infração 
penal: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
I - os converte em ativos lícitos; 
II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, 
tem em depósito, movimenta ou transfere; 
III - importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos 
verdadeiros. 
 
Vejam que a parte em negrito significa o que se chama de elemento 
subjetivo específico, ou dolo específico, que consiste numa finalidade 
especial. Desta forma, não bastaria que alguém importasse ou exportasse 
bens com valores diversos dos verdadeiros para que praticasse lavagem 
de capitais. A pessoa deverá fazer isso com a intenção descrita no 
§1º. 
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Com relação à conduta do caput, não há consenso doutrinário, pois 
DOJXQV� HQWHQGHP� TXH� EDVWD� R� GROR� ³JHQpULFR´�� RXWURV� entendem 
que é necessário o dolo específico (elemento subjetivo especial). 
Como já vimos, o crime se consuma com aprática de qualquer dos 
atos da PRIMEIRA FASE. Ou seja, não é necessário que a lavagem de 
capitais complete seu ciclo. 
Com relação à tentativa, é plenamente admissível, aplicando-
se normalmente a regra do art. 14, II do CP. 
A COMPETÊNCIA para o processo e julgamento deste crime é, em 
rega, da Justiça Estadual, mas será da Justiça Federal quando: 
x Quando o crime for praticado contra o Sistema Financeiro 
ou a Ordem Econômica; 
x Quando o crime for praticado em detrimento de bens, 
serviços ou interesses da União, ou de suas autarquias 
ou empresas públicas; 
x Quando a INFRAÇÃO PENAL ANTECEDENTE for da 
competência da Justiça Federal. 
 
C) Questões processuais 
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: 
I ± obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes 
punidos com reclusão, da competência do juiz singular; 
II - independem do processo e julgamento dos crimes antecedentes referidos 
no artigo anterior, ainda que praticados em outro país; 
II - independem do processo e julgamento das infrações penais 
antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz 
competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de 
processo e julgamento; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
III - são da competência da Justiça Federal: 
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-
financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de 
suas entidades autárquicas ou empresas públicas; 
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b) quando o crime antecedente for de competência da Justiça Federal. 
b) quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça 
Federal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
§ 1º A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência do crime 
antecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que 
desconhecido ou isento de pena o autor daquele crime. 
§ 2º No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no 
art. 366 do Código de Processo Penal. 
§ 1o A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da 
infração penal antecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda 
que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta a punibilidade da 
infração penal antecedente. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 
2012) 
§ 2o No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no 
art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 
(Código de Processo Penal), devendo o acusado que não comparecer 
nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o 
julgamento, com a nomeação de defensor dativo. (Redação dada pela Lei 
nº 12.683, de 2012) 
 
Muito importante que vocês saibam estas questões processuais. O 
crime de lavagem de capitais será processado pelo rito ordinário, do 
procedimento comum, que é o procedimento por excelência, o mais 
completo, e está regulamentado no CPP. 
 
É muito comum pensar que o crime de lavagem de capitais só poderá ser 
julgado se ficar comprovada a existência da infração penal antecedente. 
ERRADO! A lei não exige sequer que tenha sido ajuizada ação penal 
relativa à infração penal antecedente, DESDE QUE haja INDÍCIOS 
SUFICIENTES da existência da infração penal antecedente 
(Gravem isso!). 
Vejamos o que diz o art. 2º, II da Lei 9.613/98: 
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Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: 
(...) 
II - independem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, 
ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes 
previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de processo e julgamento; (Redação 
dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
 
Para corroborar isto, vejam o que diz o §1º do art. 2º: 
Art. 2º (...) 
§ 1o A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal 
antecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido 
ou isento de pena o autor, ou extinta a punibilidade da infração penal 
antecedente. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
 
Ficou claro? 
 
Detalhe importante é o §2º, que exclui a aplicação do art. 366 do 
CPP aos processos dos crimes de lavagem de capitais. Mas que diabos 
quer dizer isso? Vejamos o art. 366 do CPP: 
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem 
constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso 
do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção 
antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, 
decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. 
(Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) 
 
Assim, se o acusado, citado por edital, não comparecer nem 
FRQVWLWXLU� DGYRJDGR�� ³YLGD� TXH� VHJXH´�� RX� VHMD�� o processo não se 
suspende, nem se suspende o prazo prescricional, sendo nomeado 
defensor dativo para a defesa do acusado no processo. 
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Na verdade, atualmente, com a expansão da Defensoria 
Pública, ocorrendo esta situação (réu citado por edital que não 
constitui advogado), os autos serão remetidos à Defensoria 
Pública, para que promova a defesa do acusado. 
O art. 4º prevê que o Juiz poderá, de ofício ou a requerimento do MP, 
ou representação da autoridade policial (ouvido o MP), determinar o 
sequestro ou apreensão de bens do acusado, ou outras medidas 
assecuratórias, com a finalidade de impedir que o acusado (ou seus 
³ODUDQMDV´�� VXPDP� FRP� RV� EHQV� RX� YDORUHV�� ,VVR� SRGHUi� VHU� IHLWR� em 
qualquer fase da AÇÃO PENAL OU DO INQUÉRITO POLICIAL. 
Vejamos: 
Art. 4o O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante 
representação do delegado de polícia, ouvido o Ministério Público em 24 
(vinte e quatro) horas, havendo indícios suficientes de infração penal, poderá 
decretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado 
ou acusado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam 
instrumento, produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das 
infrações penais antecedentes. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 
2012) 
§ 1o Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos 
bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou 
depreciação, ou quando houver dificuldade para sua manutenção. (Redação 
dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
§ 2o O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e 
valores quando comprovada a licitude de sua origem, mantendo-se a 
constrição dos bens, direitos e valores necessários e suficientes à reparação 
dos danos e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas 
decorrentes da infração penal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 
2012) 
§ 3o Nenhum pedido de liberação será conhecido sem o comparecimento 
pessoal do acusado ou de interposta pessoa a que se refere o caput deste 
artigo, podendo o juiz determinar a prática de atos necessáriosà conservação 
de bens, direitos ou valores, sem prejuízo do disposto no § 1o. (Redação 
dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
§ 4o Poderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou 
valores para reparação do dano decorrente da infração penal antecedente ou 
da prevista nesta Lei ou para pagamento de prestação pecuniária, multa e 
custas. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
 
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Esta medida tem por finalidade garantir a reparação do dano 
decorrente da lavagem de capitais (ou da infração penal 
antecedente) ou, ainda, garantir o pagamento de prestação 
pecuniária, multa e custas judiciais. 
O art. 3º, por sua vez, VEDAVA A APLICAÇÃO DE FIANÇA OU 
LIBERDADE PROVISÓRIA. No entanto, o art. 3º foi INTEGRALMENTE 
REVOGADO. Desta forma, atualmente se admite a concessão de 
liberdade provisória e fiança nestes crimes. 
O §5º do art. 1º traz a chamada DELAÇÃO PREMIADA, que nada 
PDLV� p� TXH� XPD� ³UHFRPSHQVD´� DR� DFXVDGR� TXH� FRODERUDU� FRP� DV�
investigações. Essa recompensa pode ser uma redução de 1/3 a 2/3 na 
pena, com início do cumprimento em regime aberto, ou, facultativamente, 
pode o Juiz até mesmo DEIXAR DE APLICAR A PENA OU SUBSTITUÍ-
LA POR RESTRITIVAS DE DIREITOS. Vejamos: 
§ 5o A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em 
regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou 
substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, 
coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, 
prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à 
identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à localização dos bens, 
direitos ou valores objeto do crime. (Redação dada pela Lei nº 12.683, 
de 2012) 
 
Assim, pela redação da Lei, se o camarada ajuda nas investigações, 
colaborando com as autoridades: 
x Obrigatoriamente o Juiz deverá, no mínimo, reduzir a pena 
de um a dois terços e fixar o regime semiaberto ou aberto 
como o regime inicial de cumprimento; 
x Caso o Magistrado ache que ainda é muito para o pobre 
coitado, poderá converter a pena em restritiva de direitos ou 
até mesmo DEIXAR DE APLICÁ-LA. 
 
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&RPR�YRFrV�HVWmR�YHQGR��TXDQGR�R�FULPH�p�³FULPH�GH�ULFR´��D� OHL�p�
BASTANTE BRANDA. 
Para não dizer que é branda demais, o §4º do art. 1º estabelece que 
a pena será aumentada de um a dois terços se o crime, nos casos 
dos incisos I a VI, for praticado de forma REITERADA OU ATRAVÉS DE 
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA: 
§ 4o A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos 
nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por intermédio de 
organização criminosa. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
 
Mas o que seria organização criminosa? Ela está conceituada no 
art. 2º da Lei 12.850/13: 
Art. 2o Para os efeitos desta Lei, considera-se organização criminosa a 
associação, de 3 (três) ou mais pessoas, estruturalmente ordenada e 
caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com 
objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer 
natureza, mediante a prática de crimes cuja pena máxima seja igual 
ou superior a 4 (quatro) anos ou que sejam de caráter transnacional. 
 
O art. 4º-B trouxe um regramento interessante, referente à 
possibilidade de se retardar a ação policial para que não sejam 
comprometidas as investigações. Vejamos: 
Art. 4o-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de 
bens, direitos ou valores poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério 
Público, quando a sua execução imediata puder comprometer as 
investigações. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) 
 
Isso é o que se chama de ³DomR� FRQWURODGD´, e consiste, em 
síntese, em postergar a execução de determinada medida para 
evitar que o alarde causado acabe por despertar a atenção dos 
demais criminosos e isso prejudique a continuidade das 
investigações. 
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D) COAF 
 
A Lei 9.613/98, além de tipificar o crime de lavagem de capitais, 
criou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras ± COAF, 
vinculado ao Ministério da Fazenda. Vejamos: 
Art. 14. É criado, no âmbito do Ministério da Fazenda, o Conselho de Controle 
de Atividades Financeiras - COAF, com a finalidade de disciplinar, aplicar 
penas administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências 
suspeitas de atividades ilícitas previstas nesta Lei, sem prejuízo da 
competência de outros órgãos e entidades. 
 
Trata-se de um órgão de deliberação coletiva, com jurisdição em 
todo o território nacional, sediado no Distrito Federal, autorizado a manter 
núcleos descentralizados que lhe assegurem uma atuação mais eficiente 
em todo o país. 
O COAF tem como principais finalidades: disciplinar, aplicar 
penas administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências 
suspeitas de atividades ilícitas previstas na sua Lei de criação, sem 
prejuízo da competência de outros órgãos e entidades. 
Na falta de órgão/entidade reguladora ou fiscalizadora para tornar 
exequíveis as determinações constantes do art. 10 da Lei 9.613/1998 - 
identificação de clientes e manutenção de registros - compete ao COAF 
expedir as normas e aplicar as penalidades. 
Além disso, o COAF tem a atribuição de coordenar e propor 
mecanismos de cooperação e de troca de informações que viabilizem 
ações rápidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de 
bens, direitos e valores. Para alcançar este objetivo, possui competência 
para requerer aos órgãos da Administração Pública as informações 
cadastrais bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em atividades 
VXVSHLWDV� H�� FDVR� FRQFOXD� SHOD� H[LVWrQFLD� GH� FULPH� SUHYLVWR� QD� ³/HL� GH�
/DYDJHP� GH� 'LQKHLUR´�� ou de fundados indícios de sua prática, ou de 
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qualquer outro ilícito, deve dar ciência às autoridades competentes para 
que elas instaurem os procedimentos cabíveis. 
6HXV� FRPSRQHQWHV�� GHQRPLQDGRV� ³FRQVHOKHLURV´� são servidores 
públicos efetivos da Administração Federal, de reputação ilibada e 
reconhecida competência, designados pelo Ministro da Fazenda, que deve 
escolher um representante de cada órgão estratégico da Administração 
Federal. Assim, compõem o COAF: 
x 01 membro do BCB 
x 01 membro da CVM 
x 01 membro da SUSEP 
x 01 membro da PGFN 
x 01 membro da SRF 
x 01 membro do Ministério da Previdência Social 
x 01 membro da ABIN 
x 01 membro da CGU 
x 01 membro da Polícia Federal 
x 01 membro do Ministério da Justiça 
x 01 membro do Ministério das Relações Exteriores 
 
O mandato de Conselheiro tem duração de três anos, sendo 
permitida a recondução.A nomeação do Presidente do Conselho é de competência do 
Presidente da República e se dá por indicação do Ministro da 
Fazenda. 
O COAF conta com o apoio de uma Secretaria-Executiva, dirigida por 
um Secretário-Executivo, que é nomeado pelo Ministro da Fazenda. 
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Conta, ainda, com o apoio da Advocacia-Geral da União e com a 
parceria da Secretaria Nacional Antidrogas ± SENAD. 
É vedado a qualquer integrante do Conselho participar, como 
controlador, administrador, gerente preposto ou mandatário, de 
pessoas jurídicas que exerçam, ainda que em caráter eventual, 
DWLYLGDGHV�FRQKHFLGDPHQWH�YLVDGDV�SDUD�D�SUiWLFD�GH�³ODYDJHP�GH�
GLQKHLUR´��VHJXQGR�R�GLVSRVWR�QR�DUW���ƒ�GD�/HL������������ Além 
disso, os membros do COAF estão impedidos de, fora da sua função, 
emitir opiniões ou prestar consultorias às referidas pessoas jurídicas, bem 
como opinar sobre processos ainda em tramitação no COAF. 
O descumprimento de alguma das vedações citadas gera a 
perda do cargo no COAF. O mesmo ocorre nos seguintes casos: 
x Incapacidade civil absoluta 
x Condenação criminal em sentença transitada em julgado 
x Improbidade administrativa comprovada 
x Perda do cargo efetivo ou aposentadoria 
x Falta injustificada a três reuniões ordinárias consecutivas, ou 
dez intercaladas. 
 
Ao Presidente do Conselho incumbe: presidir as reuniões do 
Plenário, inclusive com direito a voto de qualidade; editar atos normativos 
e regulamentares; convocar reuniões; assinar os atos oficiais do órgão; 
determinar as intimações; orientar, coordenar e supervisionar as 
atividades administrativas do órgão; oficiar as autoridades competentes, 
quando for o caso; designar perito, quando for o caso e convidar 
representante de outros órgãos ou entidades pública ou privada para 
participar das reuniões. 
São atribuições dos Conselheiros: emitir votos nos processos e 
questões submetidas ao Plenário; despachar e decidir os processos em 
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que forem relatores; submeter ao Plenário a requisição de informações e 
documentos pertinentes ao processo e determinar diligências. 
As informações solicitadas pelo COAF aos órgãos e entidades 
que o compõem têm prioridade de atendimento, bem como têm 
prioridade de atendimento as solicitações de informações feitas por estes 
órgãos ao COAF (art. 11, §3º do Decreto 2.799/98). 
Os recursos contra as decisões proferidas pelo COAF são 
dirigidos ao Ministro da Fazenda, no prazo de 15 dias contados da 
ciência da decisão. 
Por fim, atuará junto ao COAF um Advogado da União indicado pelo 
Advogado-Geral da União. 
 
x COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL - ³e�GD�FRPSHWrQFLD�GD�-XVWLoD�
Federal os casos em que as infrações penais referentes à lavagem de capitais 
são praticadas contra o sistema financeiro e ordem econômico-financeira ou em 
detrimento de bens, serviços ou interesses da União, suas entidades autárquicas 
ou empresas públicas, bem como nos casos em que o crime antecedente for 
afeito à competência da Justiça Federal. �����´. CC 96.678-MG, Rel. Min. Maria 
Thereza de Assis Moura, julgado em 11/2/2009. ± Informativo 383 do 
STJ 
x SUJEITO ATIVO ± ? ? ? ? ? ?�WŽƌ�ƷůƚŝŵŽ ?�não prospera a alegação dos impetrantes de que o 
delito de lavagem de capitais, quando praticado pelo próprio agente do delito antecedente, é 
mero exaurimento deste. O tipo previsto no art. 1º da Lei 9.613/98 é autônomo, não havendo 
qualquer restrição nesse sentido. Afirma GUILHERME DE SOUZA NUCCI que o sujeito ativo do delito 
de lavagem de capitais pode ser qualquer pessoa, inclusive o autor, coautor ou partícipe da infração 
penal antecedente (in Nucci, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Comentadas. 6ª ed. rev. 
atual. e ref. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012 (volume 2), p. 485). Habeas corpus não 
conhecido. (HC 190.677/SP, Rel. Ministra MARILZA MAYNARD (DESEMBARGADORA CONVOCADA 
DO TJ/SE), SEXTA TURMA, julgado em 01/04/2014, DJe 14/04/2014) 
x NATUREZA DA CONDUTA ± Mera ocultação do proveito do crime, 
QUESTÕES JURISPRUDENCIAIS RELEVANTES 
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com o intuito de evitar a descoberta da prática criminosa, não 
caracteriza o delito, que exige que a ocultação, neste caso, se dê 
por meio de uma tentativa de inserir o proveito do crime na 
HFRQRPLD� IRUPDO�� GH� IRUPD� D� GDU� FRQWRUQRV� GH� ³GLQKHLUR� OLPSR´��
Vejamos: ³������ R� UHFHELPHQWR� SRU� PRGR� FODQGHVWLQR� H� FDSD]� GH� RFXOWDU� R�
destinatário da propina, além de esperado, integraria a materialidade da 
corrupção passiva, e não constituiria ação autônoma de lavagem de capitais. 
Consignou que, para se caracterizar esse delito, seria necessário 
identificar atos posteriores, destinados a colocar a vantagem indevida 
na economia formal. Registrou que os atos supostamente configuradores do 
crime de lavagem, consistentes no saque de valores em espécie por interposta 
pessoa, seriam componentes consumativos da corrupção passiva. Acresceu, 
ainda, que o embargante não teria ciência da origem ilícita dos recursos, pois 
não teria sido denunciado pelo crime de quadrilha, e sequer teria integrado o 
denominado núcleo político. AP 470 EI-Sextos/MG, rel. orig. Min. Luiz Fux, 
red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, 13.3.2014. (AP-470) ± 
Informativo 738 do STF 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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01 - (CESPE - 2008 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - 1 - 
PRIMEIRA FASE (MAI/2008) 
Acerca do crime de lavagem de dinheiro, previsto na Lei n.º 9.613/1998, 
assinale a opção incorreta. 
A) O crime de lavagem de dinheiro pressupõe a existência de uma 
conduta antecedente, que não precisa ser, necessariamente, criminosa, 
mas que deve estar prevista no rol exemplificativo da lei acima citada. 
B) Esse crime constitui atividade complexa, que envolve três fases: a 
introdução do dinheiro ilícito no sistema financeiro, promovendo o 
distanciamento dos recursos de sua origem; a transformação, quando, 
por meio de negócios, é ocultada a procedência dos recursos; e a 
integração, quando os bens aparentemente regulares são incorporados ao 
sistema econômico. 
C) No processo por crime de lavagem de dinheiro, não se aplica o 
disposto no art. 366 do Código de Processo Penal, que estabelece que o 
processo e o curso do prazo prescricional fiquem suspensos caso o 
acusado, citado por edital, não compareça nem constitua advogado, 
situação em que o processo deve seguir à sua revelia. 
D) Esse crime admite ação controlada, pela qual a ordem de prisão de 
pessoas ou da apreensão ou sequestro de bens, direitos ou valores 
poderá ser suspensa pelo juiz, ouvidoo Ministério Público, quando a sua 
execução imediata possa comprometer as investigações. 
 
EXERCÍCIOS PARA PRATICAR 
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02 - (FCC - 2009 - TCE-GO - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - 
DIREITO) 
&RQVWLWXL�FULPH�GH�³/DYDJHP´�RX�2FXOWDomR�GH�%HQV�H�9DORUHV�R�IDWR�GH�
alguém ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, 
movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, 
direta ou indiretamente, de crime de tráfico ilícito de substâncias 
entorpecentes. Esse delito 
A) pode ser reconhecido com indícios suficientes da existência do crime 
de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes. 
B) depende do prévio julgamento do crime de tráfico ilícito de substâncias 
entorpecentes. 
C) só é punível se houver consumação, não se admitindo a forma 
tentada. 
D) não é punível se desconhecido o autor do crime de tráfico ilícito de 
substâncias entorpecentes. 
E) só depende do prévio julgamento do crime de tráfico ilícito de 
substâncias entorpecentes, se cometido fora do país. 
 
03 - (FUMARC - 2011 - BDMG - ADVOGADO) 
Leia o texto: 
A Lei 96��������GLVS}H�VREUH�RV�FULPHV�GH�³ODYDJHP´�RX�RFXOWDomR�GH�
bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro 
para os ilícitos nela previstos; cria o Conselho de Controle de Atividades 
Financeiras - COAF, e dá outras providências. 
Dentre outros, ela tipifica como crime: ocultar ou dissimular a natureza, 
origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, 
direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime: 
I. De tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins; de 
terrorismo e seu financiamento; de contrabando ou tráfico de armas, 
munições ou material destinado à sua produção; 
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II. De extorsão mediante seqüestro; Contra a Administração Pública, 
inclusive a exigência, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, 
de qualquer vantagem, como condição ou preço para a prática ou 
omissão de atos administrativos; 
III. Contra o sistema financeiro nacional; Praticado por organização 
criminosa; Praticado por particular contra a administração pública 
estrangeira; 
IV. Contra partido político. 
Baseando-se no contexto acima, assinale a alternativa CORRETA: 
A) Todas as assertivas estão corretas. 
B) Apenas as assertivas II e III estão corretas. 
C) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas. 
D) Apenas as assertivas II, III e IV estão corretas. 
 
04 - (FGV - 2010 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - 2 - 
PRIMEIRA FASE (SET/2010) 
Relativamente à legislação sobre lavagem de capitais (Lei n. 9.613/98), 
assinale a alternativa correta. 
A) O crime de lavagem só ocorre quando os bens, direitos ou valores 
provenientes, direta ou indiretamente, de um dos crimes antecedentes 
completam todo o processo de lavagem (ocultação, dissimulação e 
integração). 
B) Não constitui lavagem de dinheiro, mas crime de descaminho, a 
importação ou exportação de bens com valores não correspondentes aos 
verdadeiros, feita com o propósito de ocultar ou dissimular a utilização de 
bens, direitos ou valores provenientes de qualquer dos crimes 
antecedentes referidos na Lei n. 9.613/98. 
C) O processo e julgamento dos crimes previstos na Lei n. 9613/98 
dependem do processo e julgamento dos crimes antecedentes. 
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D) Pratica crime de lavagem de dinheiro quem utiliza, na atividade 
econômica ou financeira, bens, direitos ou valores que sabe serem 
provenientes de qualquer dos crimes antecedentes previstos na Lei n. 
9613/98. 
 
05 - (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - 
ESPECÍFICOS) 
Se o acusado por crime de lavagem de capital, citado por edital, não 
comparecer nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o 
curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção 
antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar 
sua prisão preventiva. 
 
06 - (CESPE - 2011 - PC-ES - DELEGADO DE POLÍCIA - 
ESPECÍFICOS) 
Considere a seguinte situação hipotética. 
Lucas, penalmente responsável, comanda uma intensa e lucrativa rede 
de receptação e venda de veículos roubados. Visando ocultar valores 
provenientes da atividade ilícita, ele forjou pagamentos a um suposto 
prestador de serviços de advocacia e, após, os mesmos montantes foram 
simuladamente emprestados a empresas de sua titularidade. 
Nessa situação hipotética, Lucas responderá pelo crime de lavagem de 
dinheiro. 
 
07 - (CESPE - 2009 - PC-RN - DELEGADO DE POLÍCIA) 
A prática do crime de lavagem de dinheiro é atribuída ao agente que 
dissimula a natureza e a origem de bens, direitos ou valores 
provenientes, direta ou indiretamente, de determinados crimes. Esses 
crimes não abrangem 
A) o terrorismo. 
B) a extorsão mediante sequestro. 
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C) o crime contra a administração pública, incluindo a exigência direta ou 
indireta, para si ou para outrem, de qualquer vantagem, como condição 
ou preço para a prática ou a omissão de atos administrativos. 
D) os crimes contra a ordem tributária. 
E) o tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins. 
 
08 - (VUNESP - 2010 - MPE-SP - ANALISTA DE PROMOTORIA I) 
Nos termos do quanto determina o art. 2.º, da Lei n.º 9.613/98, no 
processo e julgamento dos crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, 
Direitos e Valores, 
I. a competência é da Justiça Federal quando a do crime antecedente 
também for; 
II. admite-se a citação por edital e, nessa hipótese, segue-se a 
suspensão do processo e do prazo prescricional; 
III. a denúncia será instruída com indícios suficientes da existência do 
crime antecedente, sendo puníveis os fatos de "lavagem" ainda que 
desconhecido ou isento de pena o autor do crime antecedente. 
É correto o que se afirma em 
A) II, apenas. 
B) III, apenas. 
C) I e III, apenas. 
D) II e III, apenas. 
E) I, II e III. 
 
09 - (CESPE - 2009 - SECONT-ES - AUDITOR DO ESTADO ± 
DIREITO) 
O delito de lavagem de dinheiro é autônomo e independente dos crimes 
antecedentes. 
 
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10 - (CESPE - 2008 - DPE-CE - DEFENSOR PÚBLICO) 
No crime de lavagem de dinheiro advindo do tráfico de entorpecentes, a 
pena será aumentada de um a dois terços, se for cometido de forma 
habitual ou por intermédiode organização criminosa. 
 
11 - (CESPE - 2009 - AGU - ADVOGADO) 
Nos crimes de lavagem de dinheiro, a pena não poderá ser cumprida 
inicialmente em regime aberto, mesmo que haja colaboração espontânea 
do coautor ou partícipe com as autoridades, na prestação de 
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais e de sua 
autoria. 
 
12 - (CESPE - 2009 - AGU - ADVOGADO) 
O processo e o julgamento dos crimes de lavagem de dinheiro 
independem do processo e do julgamento dos crimes antecedentes, 
ainda que praticados em outro país. 
 
13 - (ESAF ± 2012 ± PGFN ± PROCURADOR) 
1DV� ~OWLPDV� GpFDGDV�� D� SUiWLFD� FRQKHFLGD� FRPR� ³ODYDJHP� GH� GLQKHLUR´�
tornou-se um dos principais desafios a ser enfrentado pelos Governos. 
Esta atividade vem sendo adotada por organizações criminosas para 
diversos tipos de crimes. A criminalização desta conduta no Brasil foi 
instituída pela Lei n. 9.613/1998, que foi modificada pela Lei n. 
10.467/2002 e pela Lei n. 10.701/2003, com base nestas legislações, é 
correto afirmar que 
a) a legislação mencionada cinge-se ao direito material penal. 
b) lavagem de dinheiro é sinônimo de crime de receptação. 
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c) o Conselho de Controle de Atividades Financeiras ± COAF é órgão do 
Banco Central criado pela Lei n. 9.613/1998. 
d) os crimes capitulados na Lei n. 9.613/1998 são de ação penal pública 
condicionada. 
e) a lavagem de dinheiro pode ocorrer em crimes contra o sistema 
financeiro nacional. 
 
14 - (CESPE ± 2012 ± DPE-ES ± DEFENSOR PÚBLICO) 
A caracterização do crime de lavagem de dinheiro, de acordo com o que 
preconiza a lei de regência, depende da natureza patrimonial dos crimes 
antecedentes e da presença do animus lucrandi. 
 
15 - (CESPE ± 2013 ± POLÍCIA FEDERAL ± DELEGADO DE 
POLÍCIA) 
O crime de lavagem de capitais, delito autônomo em relação aos delitos 
que o antecedam, não está inserido no rol dos crimes hediondos. 
 
16 - (CESPE ± 2013 ± POLÍCIA FEDERAL ± DELEGADO DE 
POLÍCIA) 
O crime de lavagem de capitais, consoante entendimento consolidado na 
doutrina e na jurisprudência, divide - se em três etapas independentes: 
colocação (placement), dissimulação (layering) e integração 
(integration), não se exigindo, para a consumação do delito, a ocorrência 
dessas três fases. 
 
17 - (FMP-RS ± 2013 ± MPE-AC ± ANALISTA-DIREITO) 
Assinale a alternativa correta. 
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a) O crime de lavagem de dinheiro somente se configura, se a infração 
antecedente constituir crime. 
b) Os crimes contra a ordem tributária são passíveis de constituírem 
crime antecedente do crime de lavagem de dinheiro. 
c) O crime de lavagem de dinheiro possui modalidades dolosas e 
culposas. 
d) A ocultação de propriedade de bens, direitos ou valores somente 
configura crime de lavagem de dinheiro, quando for proveniente de 
crime de forma direta. 
e) O crime de lavagem de dinheiro somente será possível, quando o 
crime anterior tiver pena igual ou superior à pena do crime de lavagem. 
 
18 - (MPE-SC ± 2013 ± MPE-SC ± PROMOTOR DE JUSTIÇA) 
Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, 
movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, 
direta ou indiretamente, de contravenção penal não caracteriza crime de 
lavagem, na forma descrita na Lei n. 9.613/98. 
 
19 - (CESPE ± 2013 ± BACEN ± PROCURADOR - ADAPTADA) 
A respeito do crime de lavagem de dinheiro e dos crimes contra o 
sistema financeiro nacional e contra a fé pública, assinale a opção 
correta à luz do entendimento do STF. 
Para a configuração do crime de lavagem ou ocultação de valores, é 
imprescindível o especial elemento subjetivo, sob pena de exclusão da 
tipicidade. 
 
20 - (CESPE ± 2013 ± BACEN ± PROCURADOR - ADAPTADA) 
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A respeito do crime de lavagem de dinheiro e dos crimes contra o 
sistema financeiro nacional e contra a fé pública, assinale a opção 
correta à luz do entendimento do STF. 
Para a instauração da ação penal ou para o ato de recebimento da 
denúncia de crime de lavagem de dinheiro, faz-se necessária a certeza 
quanto aos crimes antecedentes, uma vez que a tipificação está atrelada 
aos bens, direitos ou valores ocultados provenientes, direta ou 
indiretamente, de um dos crimes antecedentes previstos em lei. 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
 
01 - (CESPE - 2008 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - 1 - 
PRIMEIRA FASE (MAI/2008) 
Acerca do crime de lavagem de dinheiro, previsto na Lei n.º 
9.613/1998, assinale a opção incorreta. 
A) O crime de lavagem de dinheiro pressupõe a existência de uma 
conduta antecedente, que não precisa ser, necessariamente, 
criminosa, mas que deve estar prevista no rol exemplificativo da 
lei acima citada. 
B) Esse crime constitui atividade complexa, que envolve três 
fases: a introdução do dinheiro ilícito no sistema financeiro, 
promovendo o distanciamento dos recursos de sua origem; a 
transformação, quando, por meio de negócios, é ocultada a 
procedência dos recursos; e a integração, quando os bens 
aparentemente regulares são incorporados ao sistema econômico. 
C) No processo por crime de lavagem de dinheiro, não se aplica o 
disposto no art. 366 do Código de Processo Penal, que estabelece 
que o processo e o curso do prazo prescricional fiquem suspensos 
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caso o acusado, citado por edital, não compareça nem constitua 
advogado, situação em que o processo deve seguir à sua revelia. 
D) Esse crime admite ação controlada, pela qual a ordem de prisão 
de pessoas ou da apreensão ou seqüestro de bens, direitos ou 
valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público, 
quando a sua execução imediata possa comprometer as 
investigações. 
COMENTÁRIOS: Como a questão é anterior à Lei 12.683/12, a 
alternativa incorreta é a letra A, pois, na redação antiga da Lei, o crime 
de lavagem de capitais exigia, necessariamente, a existência de um 
CRIME ANTECEDENTE, e que só poderia ser um dos crimes previstos no 
art. 1º da Lei (ISSO ACABOU!). No mais, de fato a lavagem de capitais 
se divide em três fases, conforme preceitua a letra B. Também não se 
aplica o art. 366 do CPP, nos termos do art. 2, §2º da Lei 9.613/98. Por 
fim, o crime de lavagem de capitais admite ação controlada, eis que é 
possível protelar a execução de alguma medida como forma de não 
comprometer as investigações, nos termos do art. 4º, § 4º da Lei: 
§ 4º A ordem de prisão de pessoas ou da apreensão ou seqüestro de bens, 
direitos ou valores, poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público, 
quando a sua execução imediata possa comprometeras investigações. 
 
Portanto, a alternativa ERRADA É A LETRA A. (PARCIALMENTE 
DESATUALIZADA) 
 
02 - (FCC - 2009 - TCE-GO - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - 
DIREITO) 
&RQVWLWXL�FULPH�GH�³/DYDJHP´�RX�2FXOWDomR�GH�%HQV�H�9DORUHV�R�
fato de alguém ocultar ou dissimular a natureza, origem, 
localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, 
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direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de 
crime de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes. Esse delito 
A) pode ser reconhecido com indícios suficientes da existência do 
crime de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes. 
B) depende do prévio julgamento do crime de tráfico ilícito de 
substâncias entorpecentes. 
C) só é punível se houver consumação, não se admitindo a forma 
tentada. 
D) não é punível se desconhecido o autor do crime de tráfico ilícito 
de substâncias entorpecentes. 
E) só depende do prévio julgamento do crime de tráfico ilícito de 
substâncias entorpecentes, se cometido fora do país. 
COMENTÁRIOS: A questão se resume em saber se o crime de lavagem 
de capitais é dependente do crime antecedente, e a resposta é negativa: 
O crime de lavagem de capitais pode ser reconhecido apenas com a 
existência de indícios suficientes da existência da infração penal 
antecedente. É o que preceitua o art. 2º, §1º da Lei 9.613/98: 
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: 
(...) 
§ 1o A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da 
infração penal antecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda 
que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta a punibilidade da 
infração penal antecedente. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
É de se ressaltar que, atualmente, qualquer INFRAÇÃO PENAL pode 
ser conVLGHUDGD� FRPR� ³LQIUDomR� DQWHFHGHQWH´� DR� FULPH� GH� ODYDJHP� GH�
capitais, e não mais apenas aqueles crimes especificamente delimitados 
no art. 1º da Lei, cuja redação fora completamente alterada. 
Portanto, a alternativa CORRETA É A LETRA A. 
 
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03 - (FUMARC - 2011 - BDMG - ADVOGADO) 
Leia o texto: 
$� /HL� ���������� GLVS}H� VREUH� RV� FULPHV� GH� ³ODYDJHP´� RX�
ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização 
do sistema financeiro para os ilícitos nela previstos; cria o 
Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá 
outras providências. 
Dentre outros, ela tipifica como crime: ocultar ou dissimular a 
natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou 
propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou 
indiretamente, de crime: 
I. De tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins; 
de terrorismo e seu financiamento; de contrabando ou tráfico de 
armas, munições ou material destinado à sua produção; 
II. De extorsão mediante seqüestro; Contra a Administração 
Pública, inclusive a exigência, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, de qualquer vantagem, como condição ou preço 
para a prática ou omissão de atos administrativos; 
III. Contra o sistema financeiro nacional; Praticado por 
organização criminosa; Praticado por particular contra a 
administração pública estrangeira; 
IV. Contra partido político. 
Baseando-se no contexto acima, assinale a alternativa CORRETA: 
A) Todas as assertivas estão corretas. 
B) Apenas as assertivas II e III estão corretas. 
C) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas. 
D) Apenas as assertivas II, III e IV estão corretas. 
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COMENTÁRIOS: Para resolvermos esta questão precisamos saber quais 
os crimes que integravam (passado!) o rol de possíveis crimes 
antecedentes ao crime de lavagem de capitais. Eles se encontravam 
no art. 1º da Lei 9.613/98. Vejamos: 
Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, 
movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, 
direta ou indiretamente, de crime: 
I - de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins; 
II - de terrorismo; 
II ± de terrorismo e seu financiamento; (Redação dada pela Lei nº 10.701, de 9.7.2003) 
III - de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado à 
sua produção; 
IV - de extorsão mediante seqüestro; 
V - contra a Administração Pública, inclusive a exigência, para si ou para 
outrem, direta ou indiretamente, de qualquer vantagem, como condição ou 
preço para a prática ou omissão de atos administrativos; 
VI - contra o sistema financeiro nacional; 
VII - praticado por organização criminosa. 
VIII ± praticado por particular contra a administração pública estrangeira (arts. 
337-B, 337-C e 337-D do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 ± Código Penal). 
(Inciso incluído pela Lei nº 10.467, de 11.6.2002) 
Pena: reclusão de três a dez anos e multa. 
 
Assim, vemos que somente a assertiva IV está incorreta, eis que o crime 
praticado contra partido político não é um crime antecedente ao crime de 
lavagem de capitais. 
Atualmente, o delito de lavagem de capitais irá se caracterizar 
qualquer que seja a infração penal antecedente. 
Portanto, a alternativa CORRETA É A LETRA C. (DESATUALIZADA) 
 
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04 - (FGV - 2010 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - 2 - 
PRIMEIRA FASE (SET/2010) 
Relativamente à legislação sobre lavagem de capitais (Lei n. 
9.613/98), assinale a alternativa correta. 
A) O crime de lavagem só ocorre quando os bens, direitos ou 
valores provenientes, direta ou indiretamente, de um dos crimes 
antecedentes completam todo o processo de lavagem (ocultação, 
dissimulação e integração). 
ERRADA: O crime de lavagem se consuma com a primeira das três fases, 
RX� VHMD�� EDVWD� D� LQWURGXomR� GR� ³GLQKHLUR� VXMR´� QR� PHUFDGR�� FRP� D�
finalidade de dar-lhe aparência lícita; 
B) Não constitui lavagem de dinheiro, mas crime de descaminho, a 
importação ou exportação de bens com valores não 
correspondentes aos verdadeiros, feita com o propósito de ocultar 
ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores 
provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos na 
Lei n. 9.613/98. 
ERRADA: Trata-se de crime de lavagem de capitais quando houver o 
propósito específico (especial fim de agir) narrado, conforme preceitua o 
art. 1º, §1º, III da Lei: 
§ 1o Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de 
bens, direitos ou valores provenientes de infração penal: (Redação dada pela 
Lei nº 12.683, de 2012) 
(...) 
III - importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos 
verdadeiros. 
 
C) O processo e julgamento dos crimesprevistos na Lei n. 
9613/98 dependem do processo e julgamento dos crimes 
antecedentes. 
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ERRADA: O crime de lavagem de capitais pode ser reconhecido apenas 
com a existência de indícios suficientes da existência DA INFRAÇÃO 
PENAL antecedente. É o que preceitua o art. 2º, §1º da Lei 9.613/98: 
Art. 2º (...) 
§ 1o A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da 
infração penal antecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda 
que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta a punibilidade da 
infração penal antecedente. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
 
Além disso, o art. 2º, II da lei diz que: 
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: 
(...) 
II - independem do processo e julgamento das infrações penais 
antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz 
competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de 
processo e julgamento; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
 
D) Pratica crime de lavagem de dinheiro quem utiliza, na atividade 
econômica ou financeira, bens, direitos ou valores que sabe serem 
provenientes de qualquer dos crimes antecedentes previstos na 
Lei n. 9613/98. 
CORRETA: Esta é a previsão contida no art. 1º, §2, I da Lei de Lavagem 
de Capitais: 
§ 2o Incorre, ainda, na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº 
12.683, de 2012) 
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores 
provenientes de infração penal; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
Apenas lembrando que, atualmente, qualquer INFRAÇÃO PENAL (crime 
ou contravenção penal) pode ser considerada infração antecedente ao 
delito de lavagem de capitais. 
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Portanto, a alternativa CORRETA É A LETRA D. 
 
05 - (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - 
ESPECÍFICOS) 
Se o acusado por crime de lavagem de capital, citado por edital, 
não comparecer nem constituir advogado, ficarão suspensos o 
processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz 
determinar a produção antecipada das provas consideradas 
urgentes e, se for o caso, decretar sua prisão preventiva. 
COMENTÁRIOS: A afirmativa está errada, eis que não se aplica o art. 
366 do CPP (que trata da suspensão do processo nestes casos) aos 
processos dos crimes de lavagem de capitais, nos termos do art. 2º, §2º 
da Lei: 
Art. 2º (...) 
§ 2o No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no 
art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de 
Processo Penal), devendo o acusado que não comparecer nem constituir 
advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a 
nomeação de defensor dativo. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
 
Portanto, a afirmativa está ERRADA. 
 
06 - (CESPE - 2011 - PC-ES - DELEGADO DE POLÍCIA - 
ESPECÍFICOS) 
Considere a seguinte situação hipotética. 
Lucas, penalmente responsável, comanda uma intensa e lucrativa 
rede de receptação e venda de veículos roubados. Visando 
ocultar valores provenientes da atividade ilícita, ele forjou 
pagamentos a um suposto prestador de serviços de advocacia e, 
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após, os mesmos montantes foram simuladamente emprestados 
a empresas de sua titularidade. 
Nessa situação hipotética, Lucas responderá pelo crime de 
lavagem de dinheiro. 
COMENTÁRIOS: A afirmativa descreve perfeitamente uma conduta de 
lavagem de capitais. No entanto, o crime antecedente (receptação) não 
constava (antes da alteração promovida pela Lei 12.683/12) no rol do 
art. 1º da Lei 9.613/98, que era taxativo (Não admite ampliação). Assim, 
a conduta do agente não era (quando da aplicação da prova) 
considerada crime de lavagem de capitais. 
(ATUALMENTE A QUESTÃO ESTARIA CORRETA) 
Portanto, a afirmativa está ERRADA. (DESATUALIZADA) 
 
07 - (CESPE - 2009 - PC-RN - DELEGADO DE POLÍCIA) 
A prática do crime de lavagem de dinheiro é atribuída ao agente 
que dissimula a natureza e a origem de bens, direitos ou valores 
provenientes, direta ou indiretamente, de determinados crimes. 
Esses crimes não abrangem 
A) o terrorismo. 
B) a extorsão mediante sequestro. 
C) o crime contra a administração pública, incluindo a exigência 
direta ou indireta, para si ou para outrem, de qualquer vantagem, 
como condição ou preço para a prática ou a omissão de atos 
administrativos. 
D) os crimes contra a ordem tributária. 
E) o tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins. 
COMENTÁRIOS: Para resolvermos esta questão precisamos saber quais 
os crimes que INTEGRAVAM o rol de possíveis crimes antecedentes ao 
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crime de lavagem de capitais. Eles se encontravam no art. 1º da Lei 
9.613/98. Vejamos: 
Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, 
movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, 
direta ou indiretamente, de crime: 
I - de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins; 
II - de terrorismo; 
II ± de terrorismo e seu financiamento; (Redação dada pela Lei nº 10.701, de 9.7.2003) 
III - de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado à 
sua produção; 
IV - de extorsão mediante seqüestro; 
V - contra a Administração Pública, inclusive a exigência, para si ou para 
outrem, direta ou indiretamente, de qualquer vantagem, como condição ou 
preço para a prática ou omissão de atos administrativos; 
VI - contra o sistema financeiro nacional; 
VII - praticado por organização criminosa. 
VIII ± praticado por particular contra a administração pública estrangeira (arts. 
337-B, 337-C e 337-D do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 ± Código Penal). 
(Inciso incluído pela Lei nº 10.467, de 11.6.2002) 
Pena: reclusão de três a dez anos e multa. 
 
Portanto, podemos perceber que a alternativa D é incorreta, eis que os 
crimes contra a ordem tributária não eram possíveis crimes 
antecedentes ao de lavagem de capitais. 
Apenas lembrando que, atualmente, qualquer INFRAÇÃO PENAL (crime 
ou contravenção penal) pode ser considerada infração antecedente ao 
delito de lavagem de capitais. 
Desta forma, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. (QUESTÃO 
DESATUALIZADA) 
 
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08 - (VUNESP - 2010 - MPE-SP - ANALISTA DE PROMOTORIA I)Nos termos do quanto determina o art. 2.º, da Lei n.º 9.613/98, 
no processo e julgamento dos crimes de "Lavagem" ou Ocultação 
de Bens, Direitos e Valores, 
I. a competência é da Justiça Federal quando a do crime 
antecedente também for; 
CORRETA: É o que prevê o art. 2º, III, b da Lei de Lavagem de Capitais. 
Apenas ressaltando que, atualmente, este dispositivo da Lei fala em 
³LQIUDomR� SHQDO� DQWHFHGHQWH´�� SDUD� PDQWHU� D� FRHUrQFLD� FRP� D� QRYD�
redação do art. 1º; 
II. admite-se a citação por edital e, nessa hipótese, segue-se a 
suspensão do processo e do prazo prescricional; 
ERRADA: Havendo citação por edital, ainda que o réu não apresente 
defesa ou não constitua advogado, não se suspenderá o processo nem o 
prazo prescricional, eis que o art. 2º, §2º da Lei veda a aplicação do art. 
366 do CPP ao caso; 
III. a denúncia será instruída com indícios suficientes da 
existência do crime antecedente, sendo puníveis os fatos de 
"lavagem" ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do 
crime antecedente. 
CORRETA: O crime de lavagem de capitais é independente DA 
INFRAÇÃO PENAL antecedente, de forma que pode ser ajuizada a 
denúncia apenas com indícios da existência daquela. Além disso, o autor 
do crime de lavagem de capitais pode ser condenado e punido ainda que 
não sejam puníveis os autores da infração penal antecedente, nos 
termos do art. 2º, §1º da Lei 9.613/98: 
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: 
(...) 
§ 1o A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da 
infração penal antecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda 
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que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta a punibilidade da 
infração penal antecedente. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
 
É correto o que se afirma em 
A) II, apenas. 
B) III, apenas. 
C) I e III, apenas. 
D) II e III, apenas. 
E) I, II e III. 
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
 
09 - (CESPE - 2009 - SECONT-ES - AUDITOR DO ESTADO ± 
DIREITO) 
O delito de lavagem de dinheiro é autônomo e independente dos 
crimes antecedentes. 
COMENTÁRIOS: A afirmativa está perfeita, pois está de acordo com o 
previsto no art. 2º, II da Lei de Lavagem de Capitais: 
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: 
(...) 
II - independem do processo e julgamento das infrações penais 
antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz 
competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de 
processo e julgamento; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
 
Apenas deve ser feita menção ao fato de que, atualmente, não se fala 
HP� ³FULPHV� DQWHFHGHQWHV´�� PDV� HP� LQIUDomR� SHQDO� DQWHFHGHQWH�� GH�
acordo com as alterações promovidas pela Lei 12.683/12. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
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10 - (CESPE - 2008 - DPE-CE - DEFENSOR PÚBLICO) 
No crime de lavagem de dinheiro advindo do tráfico de 
entorpecentes, a pena será aumentada de um a dois terços, se 
for cometido de forma habitual ou por intermédio de organização 
criminosa. 
COMENTÁRIOS: A afirmativa está CORRETA, eis que de acordo com o 
art. 1º, §4º, a pena deve ser aumentada no caso de o crime ser 
praticado de forma reiterada ou através de organização criminosa. 
Vejamos: 
§ 4o A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos 
nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por intermédio de 
organização criminosa. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
 
Portanto, a afirmativa está CORRETA. 
 
11 - (CESPE - 2009 - AGU - ADVOGADO) 
Nos crimes de lavagem de dinheiro, a pena não poderá ser 
cumprida inicialmente em regime aberto, mesmo que haja 
colaboração espontânea do coautor ou partícipe com as 
autoridades, na prestação de esclarecimentos que conduzam à 
apuração das infrações penais e de sua autoria. 
ERRADA: De acordo com o art. 1º, §5º da Lei de Lavagem de capitais, 
no caso da chamada delação premiada (colaboração do autor do crime 
com as investigações), a lei determina a diminuição de pena e o 
cumprimento desta em regime inicial semiaberto ou aberto. Vejamos: 
§ 5o A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em 
regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou 
substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, 
coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, 
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prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à 
identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à localização dos bens, 
direitos ou valores objeto do crime. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 
2012) 
Logo, é possível que a pena seja cumprida em regime inicialmente 
aberto. 
Portanto, a afirmativa está ERRADA. 
 
12 - (CESPE - 2009 - AGU - ADVOGADO) 
O processo e o julgamento dos crimes de lavagem de dinheiro 
independem do processo e do julgamento dos crimes 
antecedentes, ainda que praticados em outro país. 
COMENTÁRIOS: A afirmativa está correta, pois está de acordo com o 
previsto no art. 2º, II da Lei de Lavagem de Capitais: 
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: 
(...) 
II - independem do processo e julgamento das infrações penais 
antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz 
competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de 
processo e julgamento; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
Apenas deve ser feita menção ao fato de que, atualmente, não se 
IDOD� HP� ³FULPHV� DQWHFHGHQWHV´�� PDV� HP� LQIUDomR� SHQDO�
antecedente, de acordo com as alterações promovidas pela Lei 
12.683/12. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
13 - (ESAF ± 2012 ± PGFN ± PROCURADOR) 
1DV� ~OWLPDV� GpFDGDV�� D� SUiWLFD� FRQKHFLGD� FRPR� ³ODYDJHP� GH�
GLQKHLUR´�WRUQRX-se um dos principais desafios a ser enfrentado 
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pelos Governos. Esta atividade vem sendo adotada por 
organizações criminosas para diversos tipos de crimes. A 
criminalização desta conduta no Brasil foi instituída pela Lei n. 
9.613/1998, que foi modificada pela Lei n. 10.467/2002 e pela 
Lei n. 10.701/2003, com base nestas legislações, é correto 
afirmar que 
a) a legislação mencionada cinge-se ao direito material penal. 
b) lavagem de dinheiro é sinônimo de crime de receptação. 
c) o Conselho de Controle de Atividades Financeiras ± COAF é 
órgão do Banco Central criado pela Lei n. 9.613/1998. 
d) os crimes capitulados na Lei n. 9.613/1998 são de ação penal 
pública condicionada. 
e) a lavagem

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