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www.hermespardini.com.br 1 EXPOSIÇ‹O AO ESTIRENO Dosagens do ˘cido Mandélico e ˘cido Fenilglioxílico 1. Introdução O estireno (feniletileno) é um líquido viscoso, incolor, com moderada volatilidade e pequena solubilidade em água. Pode ser sintetizado a partir do benzeno e do etileno, sendo largamente utilizado na produção de borracha sintética, polímeros plásticos e fibras de vidro (1,2). 2. Toxicocinética A absorção do estireno ocorre através da pele e pulmões. Cerca de 90% do solvente inalado é absorvido. É metabolizado no fígado, originando os metabólitos urinários ácido mandélico e ácido fenilglioxílico. Uma pequena fração do estireno é biotransformado em ácido hipúrico. Cerca de 85% da dose absorvida é excretada como ácido mandélico e 10% como ácido fenilglioxílico na urina. A excreção urinária destes metabólitos ocorre em duas fases distintas, a primeira 9 horas após a exposição e a segunda 16 horas após o término da mesma (1,3). O aumento da freqüência respiratória durante a exposição eleva a absorção e, consequentemente, a excreção dos metabólitos urinários. O consumo de etanol inibe a biotransformação do estireno (3). 3. Toxicidade O principais efeitos agudos do estireno são a depressão do SNC, irritação de pele, olhos e trato respiratório superior. Exposição crônica pode produzir fadiga, alterações cutâneas (dermatite) e oculares (conjuntivite), disfunção hepática, ototoxicidade, alterações menstruais e comportamentais (1,4,5). Alterações hematológicas tais como anemia, leucopenia e linfocitose podem ocorrer (2). Alguns estudos sugerem que o estireno seja carcinogênico (1). 4. Monitorização biológica da exposição ocupacional A legislação nacional propõe como indicadores biológicos da exposição ao estireno a determinação urinária isolada dos metabólitos ácido mandélico e ácido fenilglioxílico. 4.1. Dosagem do ácido mandélico urinário O ácido mandélico urinário é o indicador biológico de escolha. Sua concentração na urina, coletada ao final da jornada de trabalho, correlaciona-se com níveis de estireno no ar. Deve- se evitar a coleta no primeiro dia da jornada semanal e o consumo de álcool por 24 horas. A NR- 7 não indica valor de referência para o ácido mandélico e estabelece índice biológico máximo permitido (IBMP) de 0,8 g/g de creatinina. (3,6,7,8). O ácido mandélico é também indicador biológico de exposição ao etil-benzeno. O etil- benzeno é um hidrocarboneto aromático manufaturado a partir do benzeno e do etileno. É usado principalmente na produção do estireno, como tíner de tintas e na indústria química e de borrachas, apresentando baixa toxicidade aguda e crônica, embora possa causar irritação ocular e neurotoxicidade. De modo similar ao estireno, o etil-benzeno é metabolizado à ácido mandélico e ácido fenilglioxílico. A NR-7 estabelece índice biológico máximo permitido (IBMP) para exposição ao etil-benzeno de 1,5 g/g de creatinina. (8,9). 4.2. Dosagem do ácido fenilglioxílico O ácido fenilglioxílico é excretado pela urina em concentrações menores do que o ácido mandélico, e sua excreção declina mais lentamente do que a do ácido mandélico. A coleta deve ser realizada ao final da jornada de trabalho, evitando- se a coleta no primeiro dia da jornada semanal e o consumo de álcool por 24 horas. O composto é muito instável à temperatura ambiente, devendo ser imediatamente refrigerado. A NR-7 não indica valor de referência para este indicador e estabelece índice biológico máximo permitido (IBMP) de 240mg/g creatinina (2,7). A razão ácido mandélico/ácido fenilglioxílico ao final da jornada varia de 1 a 4. Esta razão parece aumentar em exposições a níveis mais elevados de estireno (3). A legislação brasileira não estabelece esta razão como indicador biológico de exposição (8). www.hermespardini.com.br 2 5. Referências bibliográficas 1. United Nations Environment Programme International Labour Organisation. WHO International Programme on Chemical Safety. Poisons Information Monograph. 509a Chemical. World Health Organization Geneva, 1996. 2. Leite EMA. Solventes Orgânicos. In: Oga S. Fundamentos de Toxicologia. 2 ed. 2003. 190- 192. 3. United Nations Environment Programme International Labour Organisation. WHO International Programme on Chemical Safety. Environmental Health Criteria 26. Styrene. World Health Organization Geneva, 1983. 4. Triebig G. Intervention study on acquired color vision deficiencies in styrene-exposed workers. J Occup Environ Med. 2001; 43: 494-500. 5. Sliwi ska-Kowalska M. Ototoxic effects of occupational exposure to styrene and co- exposure to styrene and noise. J Occup Environ Med. 2003; 45: 15-24. 6. Michel OR. Estireno. In: Michel OR. Toxicologia Ocupacional. 2000.194. 7. Ghittori S, Alessio A, Maestri L, et al. Monitoraggio biologico. G Ital Med Lav Erg. 2002; 127-130. 8. Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. Nr- 7. Quadro 1. In: Segurança e Medicina do Trabalho. 50 ed. 2002. 9. United Nations Environment Programme International Labour Organisation. WHO International Programme on Chemical Safety. Environmental Health Criteria 186. Ethylbenzene. World Health Organization Geneva, 1996. O Instituto de Patologia Clínica Hermes Pardini realiza: ˘cido mandélico Material: urina de final de jornada. (a partir do segundo dia de exposição). Método: HPLC. Valor de referência: não definido pela NR-7. IBMP para estireno: 0,8 g/g creatinina (NR-7). IBMP para etil-benzeno: 1,5 g/g creatinina (NR-7). ˘cido fenilglioxílico Material: urina de final de jornada. (a partir do segundo dia de exposição). Método: HPLC. Valor de referência: não definido pela NR-7. IBMP para estireno: 240 mg/g creatinina (NR-7). Assessoria Científica 2004. EXPOSIÇÃO AO ESTIRENO Dosagens do Ácido Mandélico e Ácido Fenilgliox�
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