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GEOMORFOLOGIA CÁRSTICA

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GEOMORFOLOGIA CÁRSTICA 
Geomorfologia das Cavernas
As cavernas desenvolvem-se em subsolos, mas nem por isso são
fenômenos isolados, pois estão submetidos a vários processos
geológicos e climáticos que modelam o relevo da superfície, mais
freqüentemente composto por rochas carbonáticas, que são rochas
solúveis representadas basicamente pelos calcários: carbonato de
cálcio (CaCO3) e dolamitos (carbonato de cálcio e carbonato duplo
de cálcio e magnésio – MgCa(CO3)2.
Nessas áreas, devido a ação da água ácida, através principalmente
do fator químico (corrosão e dissolução) e, também, física (erosão) e
com drenagem predominantemente subterrânea, se forma esse
relevo onde a paisagem característica tem aspecto ruiniforme,
esburacado, freqüentemente em vales fechados, onde são visíveis as
macro-formações (dolinas, torres, pontes, arcos de pedra, grandes
paredes verticais, cannyons, sumidouros, ressurgências, abismos,
cavernas) e as micro-formações (lápias e espeleotemas).
A esse relevo singular dá-se o nome de KARST, que em sua origem
significa “campo de pedras calcárias” e o conjunto das macro e
microformas “feições cársticas”.
Além dos fatores químicos, outros fatores influenciam o
desenvolvimento de um relevo cárstico:
Clima
Tectonismo
Pureza das rochas
Vegetação
As cavernas que podem ou não estar presentes, são uma das formas no karst, e
podemos encontrar uma vastíssima gama de macro e microformas, formadas como já nos
referimos, pela ação química, principalmente subterrânea da água ácida e erosão da
rocha carbonática que formam galerias, câmaras e outros condutos, mas também pela
ação de dissolução irregular e descontínua da água ácida que penetra pelo solo, na
rocha, por suas fendas, fraturas, laminações, formando principalmente as microformas,
como: estalactites, estalagmites, colunas, lápias etc.
O clima e a composição do solo exercem grande influência na formação do karst, pois, o
tipo de vegetação (mata tropical, liquens), clima (índice pluviométrico, temperatura,
ventos), e outros (diferentes quantidades de minérios existentes e diferentes intensidades
de ação físico-química do clima e da água), interferiram diretamente na morfologia do
karst.
Por vezes, podemos encontrar relevo semelhante, porém sem a rocha calcária. Temos
neste caso um relevo pseudo-karstico, como por exemplo, o que ocorre no solo
quartzítico em São Tomé das Letras e Ibitipoca, ou areníticos e quartzítico de Vila Velha –
PR, Chapada dos Guimarães ou, rochas eruptivas em Itatiaia.
O termo carste é oriundo da região do Carso (Eslovênia – Kars) localizado
no sudoeste da Eslovênia até o nordeste da Itália, formada de rochas
carbonáticas.
Para se ter o relevo cárstico é necessário:
a)Transporte de massa, no qual a dissolução é o processo mais
importante;
b)Morfologia caracterizada por formas de relevo típicas dos processos de
dissolução.
O relevo cárstico por ocorrer em rochas carbonáticas de origem
sedimentar (a mais abundante) e a de origem ígnea.
Dentre as rochas pseudocársticas e que desenvolvem relevo cársticos
são:
Evaporitos (sais);
Quartzitos (arenitos quartzosos);
Rochas basálticas e graníticas, que desenvolvem paleotemas de opalas;
Lateritas ferruginosos e bauxíticos.
As regiões cársticas, desenvolvidas preferencialmente sobre rochas calcárias e 
dolomíticas (mas também sobre arenitos, quartzitos, minério de ferro, entre 
outras) estão entre as mais fascinantes do planeta. 
Paredões rochosos, torres desnudas, rios que se perdem na rocha, nascentes 
de águas límpidas e misteriosas cavernas com suas formas e habitantes únicos. 
Além da sua beleza singular, o relevo cárstico possui uma notável importância 
científica, protegendo em suas sombrias reentrâncias pinturas rupestres, 
vestígios arqueológicos e fósseis. Um verdadeiro museu natural sobre a história 
da vida no planeta Terra.
As regiões cársticas também apresentam um incalculável valor em termos de As regiões cársticas também apresentam um incalculável valor em termos de 
recursos naturais. Suas imensas reservas de água subterrânea são 
imprescindíveis para a subsistência das populações que vivem sobre o carste. 
A matéria prima para o cimento, cal, ferro, são também extraídas de regiões 
cársticas.
O Brasil possui potencial para centenas de milhares de cavernas, e apenas uma 
ínfima parcela, menos de 10 mil, foram até o momento descobertas, e, um 
número muito menor adequadamente estudadas. 
O Brasil apresenta um rico acervo cárstico em quartzitos, apresentando algumas 
das mais belas paisagens nesta litologia e algumas das maiores e mais profundas 
cavernas. 
A tipologia do carste e das cavernas é variada, desde os platôs dos tepuis na 
fronteira com a Venezuela, seu congênere no Pico do Inficonado, passando por 
diversas cavernas em áreas menos montanhosas. 
A gênese e evolução deste tipo de carste têm recebido relativamente pouca 
atenção. O Brasil concentra, provavelmente, as melhores possibilidades de estudo 
de cavernas e feições cársticas superficiais neste tipo de rocha. Alguns projetos 
pretendem elaborar um abrangente estudo sobre a distribuição, morfometria e pretendem elaborar um abrangente estudo sobre a distribuição, morfometria e 
dinâmica de cavernas e carste em quartzitos no Brasil.
Ainda não existe uma obra que descreva em detalhe as várias áreas cársticas 
brasileiras e suas cavernas. Muitas destas áreas ainda são desconhecidas ou 
apresentam informações dispersas em vários locais
Definição das cavidades
Caverna – a SBE, em 1975, através de orientação de Clayton F. Lino, definiu
caverna como: “qualquer cavidade natural penetrável pelo homem, com uma ou
mais entradas, seja seca, total ou parcialmente tomada por água, com
predominância horizontal ou não, com ou sem região afótica, englobando seu
ambiente interno, os ecossistemas ali existentes, seu conteúdo mineralógico,
arqueológico e paleontológico, bem como a rocha na qual se insere. O termo
provém do latim “cavus” que significa buraco.
Podem ser divididas quanto ao tamanho e profundidade em:
Abrigo sob rocha – são as cavidades poucos profundas abertas largamente
em paredes rochosas que servem de abrigo contra intempéries.em paredes rochosas que servem de abrigo contra intempéries.
Tocas – são as cavidades cujo desenvolvimento horizontal não atinja os 20
metros.
Gruta – são as cavernas com desenvolvimento predominante horizontal, maior
que 20 metros de desenvolvimento.
Fosso – caverna predominantemente vertical, com desnível inferior a 10 metros.
Abismo – caverna predominantemente vertical, com desnível igual ou superior a
10 metros e diâmetro de entrada menor que seu desnível.
Montanha do Inficcionado - Venezuela
Gruta da Cruz – Parque 
Estadual Ibitipoca - MG
Gruta dos Brejões – Morro do Chapéu - BA
Lapa da Pinga – Arraias - TO
Relevo Cárstico em 
Quartizto na Bahia
Água (H2O) da chuva capta gás carbônico (CO3) da atmosfera ou do 
solo, formando uma solução ácida – ácido carbônico (H2CO3);
[HO + CO3 = H2CO3] 
Água ácida (H2CO3), escorre pela rocha calcária – carbonato de cálcio 
(CaCO3), por sua superfície ou por fendas, ranhuras, lâminas, juntas, 
fraturas, ataca e modifica a rocha formando o bicarbonato de cálcio (CO fraturas, ataca e modifica a rocha formando o bicarbonato de cálcio (CO 
(HCO3)2) solúvel, que dissolve-se e é transportado pela água.
[H2CO3 + CaCO3 = Ca (H CO3)2]
CaCO3 + CO2 + H2O = Ca(HCO3)2
H2O + CO2 = H2CO3 
CaCO3 + H2CO3 = Ca(HCO3)2 
Água ácida
Bicarbonato de cálcio 
Calcita
• Feições cársticas: relevos ativos elaborados por 
processos químicos (corrosão) e processos físicos 
(abatimentos).
Têm-se as formas do relevo negativo (predominante) 
e de relevo positivo
Dolina
• Feições paleocársticas: relevos não mais ativos, 
elaborados por processosquímicos e físicos. 
Ex.: sumidouros e ressurgências inativas, dolinas 
inativas e parcialmente assoreadas. 
Sumidouro
Diamantino - MG
Sumidouro
Muqui - ES
• Feições pseudocársticas: feições não elaboradas por 
processos químicos e/ou físicos. 
Ex.: cavernas de origem vulcânica, depressões 
fechadas de origem glacial. 
Caverna de origem vulcânica Kazumura
Havaí- EUA
• Classificação morfológica
-Lapiás: caneluras que sulcam a superfície da rocha. 
Grandes blocos de variados tamanhos se estendem 
lado a lado formando campos de lapiás. 
Campo de lapiás 
Malham Cove - Yorkshire
CAVERNA DO ANJO - IPORANGA 
LÁPIAS ALVEOLARES
Lembrando uma caixa de ovo 
Marmita - Caverna Casa de Pedra -
PETAR
Relevos Negativos
• Poliés: depressões fechadas de grande extensão, 
cercada por paredões, caracterizada por terem o 
fundo plano e atravessado por um fluxo contínuo de 
água. 
Poliés alojando uma lagoa temporária -
Canadá 
• Dolinas: depressões fechadas no solo. Formato 
circular ou elíptico, com contornos sinuosos e não 
angulosos. Podem dar origem a um sumidouro.
- Dolinas de subsidência lenta
- Dolinas de colapso- Dolinas de colapso
- Dolinas de dissolução
Principais tipos de Dolinas
a) Dolina de 
abatimento
b) Dolina de 
dissolução
c) Dolina de 
subsidência
d) Dolina de 
abatimento devido a 
carste subjacente
e) Dolina em 
sumidouro aluvial
• Uvalas: depressões em forma de flor, formadas pela 
união de duas ou mais dolinas.
Dolinas e Uvalas
Relevos Positivos
• Maciços:
- planaltos cársticos
- paredões recobertos por campos de lapiás
- atravessados por vales cegos- atravessados por vales cegos
• Mogotes:
- carste tropical
- morros residuais
Mogotes – Porto Rico
Mogotes de Guilin - China
Formas Fluviocársticas
• Fluviocarste: curso de água com trechos em 
superfície e subterrâneos.
- Ativo: cavernas, vales suspensos e abrigos. 
• Vale cego: fluxo aflora por uma ressurgência e 
desaparece por um sumidouro.
Formas encontradas dentro das cavernas
Estalactites são formações rochosas sedimentares que se originam no 
teto de uma gruta ou caverna, crescendo para baixo, em direção ao chão 
da gruta ou caverna, pela deposição (precipitação) de carbonato de cálcio 
arrastado pela água que goteja do teto. Apresentam frequentemente uma 
forma tubular ou cónica.
Estalagmites são formações que crescem a partir do chão de uma gruta 
ou caverna que vão em direção ao teto, formadas pela deposição 
(precipitação) de carbonato de cálcio arrastado pela água que goteja do (precipitação) de carbonato de cálcio arrastado pela água que goteja do 
teto.
Espeleologia é a ciência que estuda as cavidades naturais e outros 
fenômenos cársticos, nas vertentes da sua formação, constituição, 
características físicas, formas de vida, e sua evolução ao longo do 
tempo.
Estalactite – formada na Caverva Treak Cliff - Inglaterra
Estalactites da gruta de Ispinigoli na Sardenha, Itália.
Estalagmite com 200 anos de 
formação
Carste Brasileiro
• Províncias de rochas carbonáticas
- Cráton de São Francisco: maior província do país, 
MG, GO e BA ( Calcário Bambuí e Una)
- Grupos Cuiabá e Corumbá (Bodoquena): MS e MT 
- Vale do Ribeira, Cajamar, Triângulo Mineiro: 
ocorrências menores de rochas carbonáticas
Também existem formas cársticas pontuais no RN e SE
Lagoa Santa – MG
Gruta da Lapinha 
Peruaçu - MG
Gruta do Janelão
Bonito - MS
Gruta do Lago Azul
Lajedo de Soledade – RN Carste calcária
Estrutura do parque
Lajedo da Soledade
para visitação pública 
orientada
O Lajedo de Soledade, um dos sítios arqueológicos mais importantes do Brasil,
está localizado na região Oeste do Rio Grande do Norte, no município de Apodi.
Localizado numa área de um quilômetro quadrado de rocha calcária, do período
paleolítico, o Lajedo de Soledade quase foi destruído pelos produtores de cal da
região.
No lajedo, pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
encontraram fósseis de animais pré-histórico, como o bicho-preguiça e tatus
gigantes, mastodontes e tigres de dentes de sabre que viviam no Nordeste no
período Glacial, além de pinturas rupestres.
São vários os painéis dessas pinturas ainda preservadas que se encontram no leitoSão vários os painéis dessas pinturas ainda preservadas que se encontram no leito
de um rio seco, que podem ser observadas em visitas acompanhadas por guias.
Segundo pesquisadores, os desenhos dessas pinturas teriam sido feitos por índios
que habitavam essa região no período pré-histórico.
Segundo os geólogos da Petrobras, há 90 milhões de anos, toda a área era coberta
por um mar raso que, ao recuar, relevou uma grande extensão de rocha calcária.
O lajedo é constituído por uma área de rocha calcária que sofreu a erosão da água
das chuvas, abrindo um mini cânion com cavernas e fendas onde estão gravadas as
pinturas rupestres, representando figuras de espécies que seriam araras,
papagaios, garças, lagartos e formas geométricas.
Postojnska Jama - Eslovênia
Carste no sul da China
O ambiente cárstico, que abrange uma significativa parcela do território
nacional, é altamente vulnerável à degradação, apresentando facilidade para a
ocorrência de contaminação dos recursos hídricos, abatimentos de terra e
erosão.
Apesar de sua fragilidade natural, esse ambiente é intensamente visado pela
exploração agrícola, mineral e turística, que provocam e intensificam os danos
ambientais.
Com o aumento da atividade agrícola, as rochas carbonáticas são cada vez
mais exploradas com o propósito de gerar insumos minerais para a agricultura,mais exploradas com o propósito de gerar insumos minerais para a agricultura,
fertilizantes e corretivos.
As jazidas de rochas carbonáticas são também exploradas para suprir a
indústria de cimento, metalurgia, siderurgia e ração animal.
Por esse motivos é necessário estudos para identificar as zonas físicas e
bióticas do ambiente cárstico para estabelecer os graus de degradação,
preservação e conservação, que permitam prever cenários futuros para criar
políticas públicas que possam redirecionar o uso da terra, não se limitando a
planos emergenciais.

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