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Constituição: Conceitos e acepções

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Constituição
Conceitos e acepções
Ferdinand Lassale
Conferência pronunciada diante de um agrupamento de cidadãos de Berlim em abril de 1862, publicada com o título “A essência da Constituição”, pela Safe Editora e “O que é uma constituição”, pela Editora Líder.
Características da sua teoria:
Insere-se no contexto do Estado Social;
Apresenta um conceito eminentemente sociológico;
Identifica a Constituição com a realidade;
Qualifica de “folha de papel” a constituição formal que não exprime de forma verdadeira a constituição real.
Questão colocada pelo autor:
“O que é uma Constituição? Em que consiste a verdadeira essência da Constituição? ”
A Constituição é a lei fundamental do Estado considerada como uma força ativa que faz com que todas as demais leis e instituições jurídicas vigentes no país sejam o que são, de tal modo que não se possam promulgar, ainda que se quisesse, outras quaisquer.
Segundo Lassale, a força ativa, ou seja, a própria constituição, reside simplesmente no somatório dos fatores reais de poder que regem uma determinada sociedade.
 “Eis aqui o que é, em essência, a Constituição de um Estado, o somatório dos fatores reais do poder que vigoram nesse país.”
 Se na Constituição escrita existe algo que não se ajusta à Constituição real, à realidade, aos fatores reais de poder, estará ela perdida, e não haverá grito capaz de salvá-la, nem mesmo Deus.
 À constituição escrita, Lassale dá o nome de “folha de papel”.
Konrad Hesse
A FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO
 Aula inaugural na Universidade de Freiburg, em 1959, na qual Hesse contrapõe argumentos às reflexões desenvolvidas por Lassale, em 1862.
Características da sua teoria:
Ressalta o aspecto normativo da Constituição;
Situa-se, ainda, no contexto do Estado Social.
Pontos a serem esclarecidos de acordo com a teoria da força normativa:
1 – Condicionamento recíproco entre a Constituição jurídica e a realidade político-social;
2- Limites e possibilidades de atuação da Constituição;
3 – Pressupostos de eficácia da Constituição
1 – A norma constitucional não tem existência autônoma em face da realidade. A sua essência reside na sua vigência, ou seja, a situação por ela regulada pretende ser concretizada na realidade.
2- Constituição é norma, exprime um comando obrigatório (dever ser), não dependendo de forma absoluta do condicionamento com a realidade. A Constituição jurídica apresenta, nesse sentido, uma pretensão de eficácia.
 “A Constituição adquire força normativa na medida em que logra realizar sua pretensão de eficácia”.
3-Pressupostos de eficácia da Constituição:
A norma constitucional somente logra atuar se procura construir o futuro com base na natureza singular do presente.
O desenvolvimento da força normativa da Constituição depende não apenas do seu conteúdo, mas também de sua práxis.
3 - Para a consolidação e aplicação da Constituição, a interpretação exerce papel fundamental, como concretizadora das normas constitucionais. Hesse adota uma interpretação construtiva do Direito.
Hans Kelsen
Kelsen nos apresenta duas concepções de constituição em sua obra “Teoria Pura do Direito”:
Constituição lógica-jurídica;
Constituição jurídica-positiva.
Constituição lógica-jurídica: norma fundamental.
Ponto de partida do processo da criação Direito positivo;
 Não é norma posta nem positivada, mas norma pressuposta;
Não possui conteúdo, podendo fundamentar qualquer ordem constitucional positiva;
Função da norma fundamental: 
 Fundamento último da validade objetiva de uma ordem jurídica positiva, posta através de atos de vontade humanos.
Constituição jurídica-positiva
“Constituição que é efetivamente estabelecida por um ato legislativo ou pelo costume e que é eficaz”.
Carl Schmitt
Na busca pela formulação do conceito de constituição, Schmitt classificou o vocábulo em quatro grupos:
1 – sentido absoluto; 2 - sentido relativo;
3 – sentido ideal; 4 – sentido positivo.
Constituição em sentido absoluto
Constituição é o conjunto total de normas supremas da vida do Estado; é o próprio Estado reduzido à forma normativa.
(Conceito material de constituição)
Para Schmitt, a constituição NÃO designa um sistema ou série de preceitos jurídicos com base nos quais se rege a formação da vontade estatal e o exercício da atividade do Estado. A Constituição em sentido absoluto designa o próprio Estado particular e concreto, em sua concreta existência política.
O Estado é Constituição. 
A constituição é a alma do Estado, sua vida concreta e sua existência individual
Constituição em sentido relativo
Constituição em sentido formal, escrita, igual a uma série de leis constitucionais, identificada com o conceito de constituição rígida, também denominada “leis constitucionais”.
3 - Constituição em sentido ideal:
 Aquela que identifica-se com certo conteúdo político e social, tido como ideal. Só existirá constituição quando um documento escrito corresponder a certo ideal de organização política.
4 – Constituição em sentido positivo:
 Decisão política fundamental, decisão política concreta sobre o modo e forma de existência da unidade política, só sendo possível a constituição quando se distinguem constituição (constituição material) e leis constitucionais (constituição formal).
Conclusão: Para Schmitt, o único e verdadeiro conceito de constituição é o positivo, no qual revela um aspecto político.

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