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Classificação das Obrigações Civis e Naturais

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DIREITO 
OBRIGACIONAL 
AULA 2 
OBRIGAÇÃO CIVIL E NATURAL 
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 
Prof. THIAGO SERRANO 
 
OBRIGAÇÃO CIVIL 
►A Obrigação Civil é aquela em que se 
apresentam os fatores ou elementos 
fundamentais, quais sejam: elementos 
subjetivos nas figuras do reus credendi e 
do reus debendi; a prestação e o 
vínculo jurídico. 
►A obrigação civil (completa) deve ser 
visualizada sob o prisma dual. Assim, 
inicialmente haverá o débito (shuld), e, 
caso ocorra o inadimplemento, surgirá 
a responsabilidade (haftung). 
OBRIGAÇÃO NATURAL 
►A Obrigação Natural é um tertium genus, ou 
seja, falta-lhe o elemento jurídico, que 
possibilite ao credor exigir o seu crédito através 
de ação competente. 
►Shuld sem haftung: ocorre na obrigação 
natural, que mesmo existente não pode ser 
exigida, pois é uma obrigação incompleta. 
Exemplo é a dívida prescrita, que pode ser 
paga (já que existe), mas não pode ser 
exigida. Tanto isso é verdade que, paga uma 
dívida prescrita, não caberá ação de 
repetição de indébito, ou seja, aquele que 
efetuou o pagamento não poderá reaver o 
montante (art. 882, CC). 
CARACTERÍSTICAS DA 
OBRIGAÇÃO NATURAL 
►A obrigação natural comporta duas espécies: a das 
que sempre existiram como obrigações naturais (por 
exemplo, as decorrentes de jogo ou aposta – 
Decreto-Lei 9.215/46 c/c arts. 814/817 do Código 
Civil) e a das obrigações civis degeneradas, por 
terem perdido sua força cogente (por exemplo, as 
dívidas prescritas). 
►Não devemos confundir obrigação natural com o 
pagamento indevido. No pagamento indevido 
caberá ação de repetição de indébito, conforme 
art. 876. Dentro do direito civil, diante da boa fé 
daquele que recebeu, não cabe o pagamento em 
dobro da quantia, mas apenas o seu valor 
atualizado. Diante da má fé, cabe o pagamento da 
quantia mais perdas e danos. No direito do 
consumidor, caberá o pagamento em dobro, de 
acordo dispõe o parágrafo único do art. 42, CDC. 
NÃO SE CONSIDERA 
PAGAMENTO INDEVIDO 
 Art. 882: Não se pode repetir o que se pagou para solver 
dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente 
inexigível. 
 Art. 814: As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a 
pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que 
voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se 
o perdente é menor ou interdito. 
 Art. 588: O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia 
autorização daquele sob cuja guarda estiver, não pode ser 
reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores. 
 Art. 883: Não terá direito à repetição aquele que deu alguma 
coisa para obter fim ilícito, imoral, ou proibido por lei. 
 Parágrafo único. No caso deste artigo, o que se deu reverterá 
em favor de estabelecimento local de beneficência, a 
critério do juiz. 
 
 
INFORMATIVO 579, STJ (2016) 
 
 Não há dano moral in re ipsa quando a causa de pedir da 
ação se constitui unicamente na inclusão de valor indevido na 
fatura de cartão de crédito de consumidor. Assim como o 
saque indevido, também o simples recebimento de fatura de 
cartão de crédito na qual incluída cobrança indevida não 
constitui ofensa a direito da personalidade (honra, imagem, 
privacidade, integridade física). 
 Aliás, o STJ já se pronunciou no sentido de que a cobrança 
indevida de serviço não contratado, da qual não resultara 
inscrição nos órgãos de proteção ao crédito, ou até mesmo a 
simples prática de ato ilícito não têm por consequência a 
ocorrência de dano moral. Além disso, em outras 
oportunidades, entendeu o STJ que certas falhas na prestação 
de serviço bancário, como a recusa na aprovação de crédito 
e bloqueio de cartão, não geram dano moral in re ipsa. 
 
INFORMATIVO 579, STJ (2016) 
 
 A configuração do dano moral dependerá da consideração 
de peculiaridades do caso concreto, a serem alegadas e 
comprovadas nos autos. Com efeito, a jurisprudência tem 
entendido caracterizado dano moral quando evidenciado 
abuso na forma de cobrança, com publicidade negativa de 
dados do consumidor, reiteração da cobrança indevida, 
inscrição em cadastros de inadimplentes, protesto, ameaças 
descabidas, descrédito, coação, constrangimento, ou 
interferência negativa na sua vida social, por exemplo. 
 A banalização do dano moral, em caso de mera cobrança 
indevida, sem repercussão em direito da personalidade, 
aumentaria o custo da atividade econômica. Por outro lado, a 
indenização por dano moral, se comprovadas consequências 
lesivas à personalidade decorrentes da cobrança indevida, 
como, por exemplo, inscrição em cadastro de inadimplentes, 
desídia do fornecedor na solução do problema ou insistência 
em cobrança de dívida inexistente, tem a benéfica 
consequência de estimular boas práticas do empresário. 
 
RESPONSABILIDADE SEM 
DÍVIDA 
►Haftung sem shuld: ocorre na fiança, que é caracterizada 
como sendo a garantia pessoal prestada pelo fiador em 
relação a determinado credor. Com efeito, a fiança é 
obrigação acessória, assumida por terceiro, que garante ao 
credor o cumprimento total ou parcial da obrigação principal 
de outrem (o devedor) caso este não a cumpra ou não possa 
cumpri-la conforme o avençado. Esse conceito é facilmente 
extraído do art. 818 do CC/2002, que dispõe: "Pelo contrato de 
fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma 
obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra". 
A despeito disso, a relação jurídica que se estabelece entre o 
credor e o devedor do negócio jurídico principal não se 
confunde com a relação estabelecida no contrato secundário 
(de fiança), firmado entre aquele mesmo credor e o fiador, 
que se apresenta como mero garantidor do adimplemento da 
obrigação principal. Cuida-se, portanto, de contratos que, 
apesar de vinculados pela acessoriedade da fiança, dizem 
respeito a relações jurídico-materiais distintas. 
RESPONSABILIDADE CIVIL 
CONTRATUAL E 
EXTRACONTRATUAL 
►Não cumprindo o sujeito passivo a prestação, passa 
a responder pelo valor correspondente ao objeto 
obrigacional, acrescido das demais perdas e 
danos, mais juros compensatórios, cláusula penal 
(se houver), atualização monetária, custas e 
honorários de advogado. Essa é a regra do art. 389, 
CC, que trata da responsabilidade civil contratual, 
do inadimplemento de uma obrigação positiva, de 
dar ou de fazer. Vale dizer que dentro da 
concepção civil-constitucional, tratando-se de 
responsabilidade civil contratual deve-se entender 
que a expressão “perdas e danos” inclui os danos 
materiais (danos emergentes e lucros cessantes, nos 
termos dos arts. 402 a 404, CC), bem como danos 
morais (art. 5º, V e X da CF). Não confundir com a 
responsabilidade extracontratual ou aquiliana, cuja 
fundamentação encontra-se nos arts. 186 e 927, CC. 
CLASSIFICAÇÃO DAS 
OBRIGAÇÕES 
►Quanto ao conteúdo do objeto 
obrigacional: 
►1. DAR 
►1.1. Coisa Certa (arts. 233/242, CC) 
►1.2. Coisa Incerta (arts. 243/246, CC) 
►2. FAZER (arts. 247/249, CC) 
►2.1. Infungível 
►2.2. Fungível 
►3. NÃO FAZER (arts. 250/251, CC) 
►3.1. Instantânea 
►3.2. Permanente 
Quanto à presença de 
elementos obrigacionais 
►1. SIMPLES 
►2. COMPOSTA 
►2.1. Objetiva 
►2.1.1. Cumulativas 
►2.1.2. Alternativas (arts. 252/256, CC) 
►2.1.3. Facultativas 
►2.2. Subjetiva (arts. 264/285, CC) 
►2.2.1. Solidárias 
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES 
►Quanto à divisibilidade (arts. 
257/263, CC): 
►1. Divisível 
►2. Indivisível 
 
►Quanto ao conteúdo: 
►1. Meio 
►2. Resultado 
 
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES 
►Quanto à independência: 
►1. Principal 2. Acessória 
 
►Quanto ao local de pagamento: 
►1. Quesível 2. Portável 
 
►Quanto ao momento de 
cumprimento:
►1. Instantânea 
►2. Execução Diferida 
►3. Trato Sucessivo

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