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Resumo Sistema Digestório

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FELIX, Fernando Álison M. D. 
 
 225 
Sistema Digestório 
 
 
 
 
 
trato digestório e os órgãos anexos 
constituem o sistema digestório. O trato 
digestório é um tubo oco que se estende da 
cavidade bucal ao ânus, sendo também chamado de canal 
alimentar ou trato gastrintestinal. As estruturas do canal 
alimentar incluem: boca, faringe, esôfago, estômago, 
intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus. 
 O trato gastrintestinal é um tubo longo e sinuoso de 
10 a 12 metros de comprimento desde a extremidade 
cefálica (cavidade oral) até a caudal (ânus). Na pessoa viva 
é menor porque os músculos ao longo das paredes dos 
órgãos do trato gastrintestinal mantêm o tônus. 
Os órgãos digestórios acessórios são os dentes, a 
língua, as glândulas salivares, o fígado, vesícula biliar e o 
pâncreas. Os dentes auxiliam no rompimento físico do 
alimento e a língua auxilia na mastigação e na deglutição. 
Os outros órgãos digestórios acessórios, nunca entram em 
contato direto com o alimento. Produzem ou armazenam 
secreções que passam para o trato gastrintestinal e 
auxiliam na decomposição química do alimento. 
FUNÇÕES 
Destina-se ao aproveitamento pelo organismo, de substâncias estranhas ditas 
alimentares, que asseguram a manutenção de seus processos vitais. 
Transformação mecânica e química das macromóléculas alimentares ingeridas 
(proteínas, carboidratos, etc.) em moléculas de tamanhos e formas adequadas para 
serem absorvidas pelo intestino. 
Transporte de alimentos digeridos, água e sais minerais da luz intestinal para os 
capilares sanguíneos da mucosa do intestino. 
Eliminação de resíduos alimentares não digeridos e não absorvidos juntamente com 
restos de células descamadas da parte do trato gastrintestinal e substâncias secretadas 
na luz do intestino. 
Resumidamente temos os seguintes processos: 
o Mastigação: Desintegração parcial dos alimentos, processo mecânico e 
químico. 
O 
Figura 92: Trato digestório. 
Resumo de Anatomia Humana 
 226 
o Deglutição: Condução dos alimentos através da faringe para o esôfago. 
o Ingestão: Introdução do alimento no estômago. 
o Digestão: Desdobramento do alimento em moléculas mais simples. 
o Absorção: Processo realizado pelos intestinos. 
o Defecação: Eliminação de substâncias não digeridas do trato gastro intestinal. 
BOCA E CAVIDADE ORAL 
A boca também referida como cavidade oral ou bucal é limitada: 
o pelas bochechas (formam as paredes laterais da face e são constituídas 
externamente por pele e internamente por mucosa); 
o pelo palato; 
o pelos músculos que constituem assoalho da boca. 
A cavidade da boca é onde o alimento é ingerido e preparado para a digestão no 
estômago e intestino delgado. O alimento é mastigado pelos dentes, e a saliva, 
proveniente das glândulas salivares, facilita a formação de um bolo alimentar 
controlável. A deglutição é iniciada voluntariamente na cavidade da boca. A fase 
voluntária do processo empurra o bolo da cavidade da boca para a faringe – a parte 
expandida do trato digestório – onde ocorre a fase automática da deglutição. 
Divisão da Cavidade Oral 
A cavidade da boca consiste em duas partes: o vestíbulo da boca e a cavidade 
própria da boca. 
O vestíbulo da boca é o espaço semelhante a uma fenda entre os dentes e a gengiva 
e os lábios e as bochechas. 
A cavidade própria da boca é o espaço entre os arcos dentais superior e inferior. É 
limitada lateral e anteriormente pelos arcos alveolares maxilares e mandibulares que 
alojam os dentes. O teto da cavidade da boca é formado pelo palato. Posteriormente, a 
cavidade da boca se comunica com a orofaringe. Quando a boca está fechada e em 
repouso, a cavidade da boca é completamente ocupada pela língua. 
Limites e Constituintes Anatômicos da Boca 
Parede Anterior 
Lábios: superior e inferior. A abertura entre eles é a rima bucal. 
o Ângulos e comissuras da boca; 
o Sulcos nasolabiais; 
o Sulco mentolabial; 
o Filtro; 
o Tubérculos labiais; 
o M. orbicular da boca; 
o Estratificação Cútis (pele); 
Tecido celular subcutâneo; 
Músculos; 
Submucosa (com as gll. labiais – salivares menores); 
Mucosa. 
FELIX, Fernando Álison M. D. 
 
 227 
o Frênulos dos lábios: se estendem da gengiva vestibular até a mucosa dos 
lábios superior e inferior; o inferior é menor; 
o Aa. labiais superiores e inferiores: ramos das aa. faciais; 
o Vv. labiais superiores e inferiores: drenam p/ vv. faciais; 
o Nn. Labiais superiores: ramos dos nn. infra-orbitais (NC V2); 
o Nn. labiais inferiores: ramos dos nn. mentuais (NC V3). 
Paredes Laterais 
Bochechas 
o Limites: 
� Superior: região zigomática (sulco infrapalpebral); 
� Inferior: margem inferior da mandíbula; 
� Anterior: regiões oral e mentual (sulcos nasolabial + nasogeniano); 
� Posterior: região parotídea (margem posterior do m. masseter). 
o Arcabouço das bochechas: 
� M. bucinador; 
� Estratificação Cútis; 
Tecido celular subcutâneo (possui fibras do m. risório, 
gll. parótidas, corpo adiposo da bochecha, m. 
bucinador, a. e v. facial transversa e fibras do n. facial); 
 Mucosa. 
Teto 
Palato duro processo palatino da maxila; 
 lâmina horizontal do palatino. 
o Canal incisivo: medianamente, posterior aos dentes incisivos; os nervos e 
vasos nasopalatinos o atravessam; 
o Papila incisiva: proeminência mucosa sobre o canal incisivo; 
o Pregas palatinas transversas: prendem o alimento conta a língua durante a 
mastigação; nesse local não possui gll. palatinas; 
o Forames palatinos maiores: emergem os nervos e vasos palatinos maiores; 
o Forames palatinos menores: emergem os nervos e vasos palatinos menores; 
o Mucoperiósteo: revestimento inferior do palado duro; contém vasos 
sanguíneos, nervos e gll. palatinas, do tipo mucoso; situado entre mucosa e 
periósteo. 
o Rafe do palato: linha longitudinal medianamente na mucosa. 
Palato mole: estende-se posteriormente na cavidade bucal como a úvula, que é uma 
estrutura com forma de letra V e que está suspensa na região superior e posterior da 
cavidade bucal. 
Assoalho 
Língua: tem por função a mastigação, o paladar, a deglutição, a articulação das 
palavras e a limpeza oral. Partes: 
o Raiz ou base: é o terço posterior da língua, fixa, onde se localizam as tonsilas 
linguais (conjunto de nódulos linfóides); 
o Corpo: é formado pelos dois terços anteriores, extremamente móvel; 
o Ápice: é a extremidade anterior do corpo da língua. 
Resumo de Anatomia Humana 
 228 
A superfície dorsal (dorso) da língua é caracterizada por um sulco em forma de V, o 
sulco terminal, cujo ângulo aponta para o forame cego (remanescente embriológico 
não-funcional do ducto tireoglosso). Posteriormente ao sulco terminal está a raiz da 
língua com as tonsilas linguais; anteriormente, temos o corpo e o ápice da língua onde 
encontramos as papilas linguais: 
o Papilas circunvaladas: grandes, situam-se diretamente anteriores ao sulco 
terminal e são organizadas em uma fileira em V; 
o Papilas folhadas: formam pregas laterais e são pouco desenvolvidas nos 
humanos; 
o Papilas filiformes: longas e numerosas, não possuem botões gustativos; 
o Papilas fungiformes: formato de cogumelo, estão dispersas entre as papilas 
filiformes. 
 
Figura 93: Língua. 
 
Entre a raiz da língua e a epiglote temos as pregas glosso-epiglóticas mediana e 
laterais e, entre elas, as valéculas epiglóticas. 
A superfície inferior da língua é coberta por uma mucosa fina e transparente. A 
língua está unida ao assoalho da boca pelo frênulo da língua, no qual há, de cada lado, 
uma carúncula (papila) sublingual que inclui o óstio do ducto submandibular da gl. 
salivar submandibular. 
Músculos extrínsecos da língua: modificam a posição da língua. 
o M. genioglosso: deprime a língua; 
o M. hioglosso: deprime e retrai a língua;o M. estiloglosso: retrai e encurva as margens para cima; 
FELIX, Fernando Álison M. D. 
 
 229 
o M. palatoglosso: eleva a parte posterior da língua. 
Músculos intrínsecos da língua: modificam a forma da língua. 
o M. longitudinal superior da língua 
o M. longitudinal inferior da língua 
o M. transverso da língua 
o M. vertical da língua 
Inervação da língua: 
o Motora: n. hipoglosso (NC XII), exceto o m. palatoglosso que é inervado pelo 
plexo faríngeo. 
o Sensitiva: 
� Dois terços anteriores: o n. lingual (ramo do NC V3) é responsável pela 
sensibilidade geral, e n. corda do tímpano (ramo do NC VII) pela 
sensibilidade gustativa; Obs.: o nervo trigêmeo chega à língua através do 
ramo lingual do nervo mandibular. O nervo corda do tímpano, ramo do 
facial, anastomosa-se com o nervo lingual e chega, assim, à língua. 
� Terço posterior: ramo lingual do n. glossofaríngeo (NC IX) é responsável 
pela sensibilidade geral e gustativa. 
 
Dentes: são estruturas cônicas, duras, fixadas nos alvéolos da mandíbula e maxila 
que são usados na mastigação e na assistência à fala. 
Crianças têm 20 dentes decíduos (primários ou de leite). Adultos normalmente 
possuem 32 dentes secundários. 
Partes de um dente: 
o Coroa; 
o Colo: recoberto pela gengiva; 
o Raiz: fixada ao alvéolo pelo periodonto. 
Camadas de um dente: 
o Esmalte e cemento: parte mais externa; 
o Dentina: parte intermédia; 
o Polpa: parte vascular do dente. 
Glândulas Salivares 
As glândulas salivares maiores são: parótida, submandibular e sublingual. Produzem 
e secretam a saliva. Funções da saliva: umidifica a mucosa oral, lubrifica o alimento 
durante a mastigação, inicia a digestão de amidos (por causa da enzima ptialina), serve 
como “colutório” intrínseco, e tem importante papel na prevenção de cáries e bactérias. 
Além das glândulas salivares principais, há pequenas glândulas salivares acessórias 
dispersas sobre o palato (gll. salivares palatinas), os lábios (gll. salivares labiais), as 
bochechas, as tonsilas e a língua (gll. salivares linguais). 
Glândula Parótida 
A maior dos três pares de gll. salivares principais. Aloja-se no espaço entre a margem 
posterior do ramo da mandíbula e as margens anteriores do processo mastóide e m. 
esternocleidomastóideo, sobre o m. masséter. É ântero-inferior ao meato acústico 
externo também. 
É envolvida por uma cápsula fascial resistente, a bainha parotídea derivada da fáscia 
cervical profunda. 
Encurta, engrossa e retrai a língua 
Alonga e estreita, e protrai a língua. 
Resumo de Anatomia Humana 
 230 
O ducto parotídeo segue horizontalmente a partir da margem anterior da glândula. 
Na margem anterior do masséter, o ducto volta-se medialmente, perfura o m. bucinador 
e o corpo adiposo da bochecha e entra na cavidade oral na papila parotídea (oposta ao 
2º dente molar superior). 
A glândula parotídea é perfurada pelo n. facial (NC VII), que se ramifica em seu 
interior emitindo 6 ramos principais, os quais constituem o plexo intraparotídeo. 
A a. e v. auricular posterior situam-se na margem posterior da glândula. 
Dentro da gl. parótida, da superfície para a profundidade, encontramos: o plexo 
intraparotídeo do n. facial, a v. retromandibular e a a. carótida externa. 
A inflamação virótica da gl. parótida se configura clinicamente como a parotidite (ou 
caxumba ou “papeira”). 
 
Plexo Nervoso Intraparotídeo: os ramos terminais do n. facial (NC VII) originam-se 
do plexo intraparotídeo, apesar do n. facial não fornecer infervação a nenhuma das 
glândulas salivares. Os ramos são os seguintes: 
o Temporal; 
o Zigomático; 
o Bucal; 
o Marginal da mandíbula; 
o Cervical; 
o Auricular posterior. 
Dica: eles podem ser facilmente lembrados ao se colocar a palma da mão sobre a 
hemiface contra-lateral, onde cada dedo representa um dos ramos e seu local e a palma 
da mão representa o ramo auricular posterior. 
Glândula Submandibular 
Situa-se ao longo do corpo da mandíbula e está constituída de um corpo e um 
processo profundo que se continuam em torno da margem posterior do m. milo-
hióideo. 
A gl. submandibular de cada lado é perfurada pela a. facial, e a v. facial passa sobre a 
glândula. 
O ducto submandibular (~ 5 cm) segue da região lateral para a região medial sendo 
contornado inferiormente pelo n. lingual; abre-se por meio de um a três orifícios sobre 
uma pequena papila sublingual (carúncula) ao lado do frênulo da língua. 
Glândulas Sublinguais 
São as menores e mais profundas gll. salivares. 
Situam-se no assoalho da boca entre a mandíbula e o m. genioglosso. Muitos 
pequenos ductos sublinguais (20 a 30) abrem-se no assoalho da boca ao longo das 
pregas sublinguais. 
Músculos da Mastigação 
São eles: masséter, temporal, pterigóideo medial e pterigóideo lateral. 
Todos são inervados pelo n. mandibular (NC V3). 
Agem sobre a mandíbula, na articulação temporomandibular (ATM): 
o M. temporal: elevação e retração da mandíbula; 
o M. masséter: elevação da mandíbula; 
FELIX, Fernando Álison M. D. 
 
 231 
o M. pterigóideo medial: elevação e protrusão da mandíbula; 
o M. pterigóideo lateral: protrusão e lateralização da mandíbula; 
PS.: O m. digástrico ajuda a abrir a boca e não deve ser desprezada a ação da 
gravidade neste movimento. 
FARINGE 
A faringe é um tubo que se estende da boca até o esôfago. 
A faringe apresenta suas paredes muito espessas devido ao volume dos músculos 
que a revestem externamente, por dentro, o órgão é forrado pela mucosa faríngea, um 
epitélio liso, que facilita a rápida passagem do alimento. 
O movimento do alimento, da boca para o estômago, é realizado pelo ato da 
deglutição. A deglutição é facilitada pela saliva e muco e envolve a boca, a faringe e o 
esôfago. 
Limites da faringe: 
o Superior: corpo do esfenóide e proção basilar do osso occipital ; 
o Inferior: esôfago; 
o Posterior: coluna vertebral e fáscia pré-vertebral; 
o Anterior: processo pterigóideo, mandíbula, língua, osso hióide e cartilagens 
tireóide e cricóide; 
o Lateral: processo estilóide e seus músculos. 
A faringe pode ainda ser dividida em três partes: nasal (nasofaringe), oral 
(orofaringe) e laríngea (laringofaringe). 
Nasofaringe 
Situa-se posteriormente ao nariz e acima do palato mole e se diferencia das outras 
duas partes por sua cavidade permanecer sempre aberta. Comunica-se anteriormente 
com as cavidades nasais através dos cóanos. Na parede posterior encontra-se a tonsila 
faríngea (adenóide em crianças). 
Mais informações: ver em Sistema Respiratório. 
Orofaringe 
Estende-se do palato mole até a margem superior da epiglote, posteriormente à 
cavidade oral. Em sua parede lateral encontra-se a tonsila palatina. 
Comunica-se com a cavidade oral através do istmo das fauces. 
Limites da orofaringe: 
o Superior: palato mole; 
o Inferior: base da língua; 
o Laterais: arcos palatoglosso e palatofaríngeo; 
o Anterior: istmo das fauces; 
o Posterior: parede posterior da faringe. 
Úvula é a porção distal do palato mole. Músculos do palato mole: 
o M. tensor do véu palatino; 
o M. levantador do véu palatino; 
o M. palatoglosso; 
o M. palatofaríngeo; 
A ação conjunta desses músculos impede o 
regurgitamento do alimento para a cavidade nasal. 
Resumo de Anatomia Humana 
 232 
o M. da úvula. 
Inervação motora do palato mole: com exceção do m. tensor do véu palatino suprido 
pelo n. maxilar (NC V2), todos os músculos do palato mole são supridos através do plexo 
faríngeo. 
Arcos palatinos: 
o Arco palatoglosso: anterior, saliência do m. palatoglosso; 
o Arco palatofaríngeo: posterior, saliência do m. palatofaríngeo. 
As tonsilas palatinas localizam-se na fossa tonsilar (espaço entre os arcos 
palatoglosso e palatofaríngeo). 
 
A inflamação das tonsilas palatinas pode obstruir o istmo das fauces.Frequentemente se faz necessário, nesses casos, a remoção cirúrgica das 
tonsilas palatinas. Durante a tonsilectomia deve-se ter cuidado com estruturas 
que passam pela fossa tonsilar: ramos tonsilares das aa. palatina ascendente e 
facial, n. glossofaríngeo (NC IX) e v. tonsilar. 
Laringofaringe 
Situa-se posterior à laringe, estendendo-se da margem superior da epiglote à 
margem inferior da cartilagem cricóidea, onde estreita-se e torna-se contínua com o 
esôfago. 
De cada lado do ádito da laringe encontra-se uma depressão denominada recesso 
piriforme. Este recesso revestido por mucosa é separado do adito da laringe pela prega 
ariepiglótica. O ramo interno do n. laríngeo superior e o n. laríngeo recorrente situam-se 
profundamente à mucosa (prega do n. laríngeo superior) do recesso piriforme e são 
vulneráveis à lesão, que causam perda da capacidade motora da epiglote de obstruir a 
laringe durante a deglutição, levando a uma aspiração do alimento que acarreta em 
morte por asfixia. 
Músculos da Faringe 
Duas camadas de musculatura estriada esquelética (voluntárias) na sua parede, 
dispostas em uma camada circular externa e outra longitudinal interna. 
Camada Circular Interna 
Músculos constritores da faringe: 
o M. constritor superior da faringe; 
o M. constritor médio da faringe; 
o M. constritor inferior da faringe. 
Os constritores da faringe possuem um revestimento fascial interno forte, a fáscia 
faringobasilar, e um revestimento fascial externo fino, a fáscia bucofaríngea. 
A superposição dos mm. constritores da faringe deixa quatro aberturas na 
musculatura para a entrada ou saída de estruturas da faringe: 
o Abertura entre o crânio e o m. constritor superior: 
� M. levantador do véu palatino; 
� Tuba auditiva; 
� A. palatina ascendente. 
o Abertura entre os mm. constritores superior e médio: 
� M. estilofaríngeo; 
FELIX, Fernando Álison M. D. 
 
 233 
� N. glossofaríngeo (NC IX); 
� Lig. estilo-hióideo. 
o Abertura entre os mm. constritores médio e inferior: 
� Ramo interno do n. laríngeo superior; 
� Vasos laríngeos superiores. 
o Abertura inferior ao m. constritor inferior: 
� N. laríngeo recorrente; 
� A. laríngea inferior. 
Camada Longitudinal Interna 
o M. estilofaríngeo; 
o M. palatofaríngeo; 
o M. salpingofaríngeo. 
 
“Todos esses músculos elevam a laringe e encurtam a faringe durante a deglutição e 
a fala.” 
Vascularização da Faringe 
Irrigação Arterial 
o Ramo tonsilar da a. facial; 
o Aa. palatinas ascendente (ramo da a. facial) e descendente (ramo da a. facial 
transversa); 
o A. lingual; 
o A. faríngea ascendente (ramo da a. carótida externa); 
o A. tireóidea superior (ramo da a. carótida externa). 
Drenagem Venosa 
Veias homônimas formam um rico plexo venoso que desemboca na v. jugular 
interna. 
Inervação da Faringe 
Motora: todos os músculos da faringe são inervados por ramos do plexo faríngeo, 
com exceção do m. estilofaríngeo que é inervado pelo n. glossofaríngeo (NC IX). 
Sensitiva: plexo faríngeo (NC IX + NC X). 
ESÔFAGO 
O esôfago é um tubo fibro-músculo-mucoso que se estende entre a faringe e o 
estômago. Localiza-se posteriomente à traquéia começando imediatamente posterior à 
margem inferior da cartilagem cricóidea no plano mediano (na altura de C6). Atravessa o 
diafragma pelo hiato esofágico e termina na parte superior do estômago (na altura de 
T11). Mede cerca de 25 centímetros de comprimento. 
Consiste em músculo estriado (voluntário) em seu terço superior, músculo liso 
(involuntário) em seu terço inferior e uma mistura de músculo estriado e liso no terço 
intermédio. 
Resumo de Anatomia Humana 
 234 
A presença de alimento no interior do esôfago estimula a atividade peristáltica, e faz 
com que o alimento mova-se para o estômago. 
Ocasionalmente, o refluxo do conteúdo do estômago para o interior do esôfago 
causa azia (ou pirose). A sensação de queimação é o resultado da alta acidez do 
conteúdo estomacal. 
O refluxo gastroesofágico se dá quando o esfíncter esofágico inferior (localizado na 
parte inferior do esôfago) não se fecha adequadamente após o alimento ter entrado no 
estômago. 
O esôfago é dividido em 3 regiões: cervical, torácica e abdominal. 
o Porção Cervical: porção que está em contato íntimo com a traquéia; o n. 
laríngeo recorrente situa-se no sulco traqueoesofágico de cada lado do 
esôfago; 
o Porção Torácica: é a porção mais importante, passa por trás do brônquio 
principal esquerdo (mediastino superior); situa-se entre o pericárdio e as 
vértebras torácicas (mediastino posterior); o ducto torácico geralmente se 
situa no lado esquerdo do esôfago, profundamente (medial) ao arco da aorta; 
o esôfago inclina-se para a esquerda, enquanto se aproxima e atravessa o 
hiato esofágico no diafragma. 
o Porção Abdominal: repousa sobre o diafragma e pressiona o fígado, 
formando nele a impressão esofágica; continua-se com o cárdia do 
estômago; essa junção esôfago-gástrica funciona como o esfíncter inferior do 
esôfago que é eficiente para evitar o refluxo do conteúdo gástrico para o 
esôfago. 
Estreitamentos (constrições) esofágicos: 
o Cervical ou crico-faríngeo: as fibras crico-faríngeas do m. constritor inferior 
da faringe atuam como um esfíncter superior do esôfago; 
o Broncoaórtico: no nível em que é cruzado pelo arco aórtico e brônquio 
principal esquerdo; 
o Diafragmática: no nível em que cruza o diafragma através do hiato esofágico. 
Vascularização do Esôfago 
Irrigação arterial: aa. tireóideas inferiores (ramos das aa. subclávias). 
Drenagem venosa: vv. tireóideas inferiores (que desembocam na vv. jugulares 
internas). 
Drenagem linfática: linfonodos paratraqueais e linfonodos cervicais profundos 
inferiores. 
Inervação da Esôfago 
Feita pelos nn. laríngeos recorrentes e pelo plexo nervoso esofágico (nn. vagos + 
fibras simpáticas do tronco simpático). 
Correlações Clínicas 
Fístula Traqueoesofágica (FTE) 
É a anomalia congênita mais comum do esôfago. Esta associada à atresia esofágica 
em 90% dos casos. As FTE resultam de anormalidades na divisão do esôfago e da 
traquéia pelo septo traqueoesofágico. 
FELIX, Fernando Álison M. D. 
 
 235 
Hérnia de Hiato 
O esôfago está fixado às margens do hiato esofágico no diafragma pelo lig. 
frenicoesofágico, uma extensão da fáscia diafragmática inferior. Este ligamento permite 
o movimento independente do diafragma e do esôfago durante a respiração e a 
deglutição. 
A hérnia de hiato é a protrusão de uma parte do estômago para o mediastino 
através do hiato esofágico do diafragma. Os dois tipos principais são a hérnia de hiato 
paraesofágica e hérnia de hiato por deslizamento. 
Hérnia de hiato paraesofágica 
Menos comum, o cárdia permanece em sua posição normal, daí geralmente não há 
regurgitação do conteúdo gástrico. 
Herniação de bolsa de peritônio contendo parte do fundo do estômago. 
Causada pelo enfraquecimento unilateral do lig. frenicoesofágico. 
Hérnia de hiato por deslizamento 
Herniação da parte abdominal do esôfago, do cárdia e de partes do fundo do 
estômago. 
É possível alguma regurgitação do conteúdo gástrico para o esôfago já que a ação 
esfincteriana é fraca. 
Causada pelo enfraquecimento bilateral do lig. frenicoesofágico. 
ESTÔMAGO 
O estômago está situado no abdome, logo abaixo do diafragma, anteriormente ao 
pâncreas, superiormente ao duodeno e a esquerda do fígado. É parcialmente coberto 
pelas costelas. O estômago está localizado no quadrante superior esquerdo do abdome 
(principalmente no hipocôndrio esquerdo), entre o fígado e o baço. 
O estômago, em forma de J, é o segmento mais dilatado do tubo digestório, em 
virtude dos alimentos permanecerem nele por algum tempo, necessita ser um 
reservatório entre o esôfago e o intestino delgado. 
Túnica muscular trilaminar:o Camada longitudinal externa; 
o Camada circular média; 
o Camada oblíqua interna. 
Partes do Estômago 
O estômago é divido em 4 áreas (regiões) principais: cárdia, fundo, corpo e parte 
pilórica. 
O cárdia recebe a porção terminal do esôfago e circunda o óstio cárdico do 
estômago, o qual funciona como controlador da passagem do alimento e evita refluxo. 
O fundo, que apesar do nome, situa-se no alto, acima do ponto onde se faz a junção 
do esôfago com o estômago. Esta parte está, geralmente, dilatada por ar, tornando-a 
responsável pelo som timpânico na percussão desta região. 
O corpo representa cerca de dois terços do volume total, situando-se entre o fundo 
e o antro pilórico. 
Resumo de Anatomia Humana 
 236 
A parte pilórica é a região afunilada de saída do estômago; sua parte larga, o antro 
pilórico, leva ao canal pilórico, sua parte estreita terminal. 
Para impedir que o bolo alimentar passe ao intestino delgado prematuramente, o 
estômago é dotado de uma poderosa válvula muscular, um esfíncter chamado piloro 
(orifício de saída do estômago: óstio pilórico). O piloro é um espessamento acentuado 
da lâmina circular de músculo liso. 
O estômago apresenta ainda duas curvaturas: a curvatura maior (margem esquerda 
do estômago - convexa) e a curvatura menor (margem direita do estômago - côncava). A 
incisura angular é uma depressão na parte inferior da curvatura menor que indica a 
junção do corpo à parte pilórica do estômago. 
 
 
Figura 94: Estômago e órgãos adjacentes. 
Interior do Estômago 
Sua mucosa protege a superfície do ácido gástrico secretado pelas gll. gástricas. A 
contração da mucosa forma as pregas gástricas. Durante a deglutição, é formado, entre 
as pregas longitudinais da mucosa ao longo da curvatura menor, o canal gástrico. 
Relações do Estômago 
Omento maior: na curvatura maior do estômago, é uma dobra de peritônio. 
Omento menor: na curvatura menor do estômago, são duas lâminas de peritônio 
envolvendo dois ligamentos: 
o Lig. hepatogástrico; 
o Lig. hepatoduodenal: tríade portal (a. hepática, ducto colédoco e v. porta). 
FELIX, Fernando Álison M. D. 
 
 237 
Inferiormente ao fígado e diafragma. Posteriormente, relaciona-se com a bolsa 
omental e o pâncreas, gl. suprarrenal esquerda e parte do rim esquerdo. 
O baço está no seu lado esquerdo (curvatura maior). 
Situa-se superiormente ao colo transverso do intestino grosso, num compartimento 
supramesocólico. 
A margem direita do esôfago é contínua com a curvatura menor do estômago; 
entretanto, sua margem esquerda é separada do fundo do estômago pela incisura 
cárdica. 
Vascularização e Inervação do Estômago 
Irrigação arterial: 
o Aa. gástricas, direita e esquerda, ao longo da curvatura menor do estômago; 
o Aa. gastromentais, direita e esquerda, ao longo da curvatura maior. 
Drenagem venosa: 
o Vv. gástricas, direita e esquerda, que drenam para v. porta; 
o Vv. gastromentais, direita (drena para v. mesentérica superior) e esquerda 
(drena para v. esplênica). 
Inervação: 
o Parassimpática: troncos vagais, anterior e posterior, que inervam o músculo 
liso trilaminar do estômago e as gll. gástricas; 
o Simpática: n. esplâncnico maior (proveniente de ramos espinais anteriores de 
T6 a T9) que tem função vasoconstritora e antiperistáltica. 
INTESTINO DELGADO 
A principal parte da digestão ocorre no intestino delgado, que se estende da junção 
gastroduodenal (piloro) até a junção ileocecal, que se reúne com o intestino grosso. O 
intestino delgado é um órgão indispensável à vida. Os principais eventos da digestão e 
absorção ocorrem no intestino delgado, portanto sua estrutura é especialmente 
adaptada para essa função. Sua extensão fornece grande área de superfície para a 
digestão e absorção, sendo ainda muito aumentada pelas pregas circulares, vilosidades 
e microvilosidades. 
O intestino delgado removido é de cerca de 7 metros de comprimento, podendo 
variar entre 5 e 8 metros (o comprimento de intestino delgado e grosso em conjunto 
após a morte é de 9 metros). 
O intestino delgado consiste em duodeno, jejuno e íleo. 
Duodeno 
É a primeira porção do intestino delgado, 
mais curta (25 cm) e mais larga. É a única porção 
do intestino delgado que é fixa (pois é quase 
inteiramente retroperitoneal). A parte pilórica do 
estômago esvazia-se no duodeno, sendo a 
admissão duodenal controlada pelo piloro. Não 
possui mesentério (exceto nos 2 cm iniciais). 
Forma um C ao redor da cabeça do pâncreas. 
Figura 95: Partes do duodeno. 
Resumo de Anatomia Humana 
 238 
Inicia-se no piloro e termina da junção duodenojejunal, que assume a forma de um 
ângulo agudo, a flexura duodenojejunal. 
A mucosa duodenal apresenta pregas circulares de mucosa (válvulas de Kerckring), 
exceto no bulbo duodenal, cuja mucosa é lisa. 
Apresenta 4 partes: 
o Parte superior (primeira): 5 cm; 
o Parte descendente (segunda): 7 a 10 cm; 
o Parte horizontal (terceira): 6 a 8 cm; 
o Parte ascendente (quarta): 5 cm. 
Parte Superior do Duodeno 
Origina-se no piloro e estende-se até o colo da vesícula biliar. Seus primeiros 2 cm, o 
bulbo ou ampola do duodeno, são móveis devido a estarem fixados por mesentério; o 
restante é fixo pois é retroperitoneal. 
A parte proximal tem o lig. hepatoduodenal (parte do omento menor) fixado 
superiormente e o omento maior fixado inferiormente. 
Relações: 
o Anterior: vesícula biliar e lobo quadrado do fígado; 
o Posterior: ducto colédoco, pâncreas e v. porta. 
Parte Descendente do Duodeno 
Curva-se ao redor da cabeça do pâncreas. 
Os ductos colédoco e pancreático principal se unem para formar a ampola 
hepatopancreática (ou de Vater), que se abre na parede póstero-medial da segunda 
parte do duodeno, no cume de uma eminência, denominada papila maior do duodeno. 
A ampola hepatopancreática regula a entrada de bile e de suco pancreático através 
de um dispositivo muscular esfinctérico que circunda a ampola na sua porção final, 
denominado esfíncter da ampola hepatopancreática (ou de Oddi). 
O ducto pancreático acessório, quando existe, desemboca na papila duodenal 
menor, situada superiormente (~ 2 cm) à papila duodenal maior. 
Esta parte é totalmente retroperitoneal. 
Relações: 
o Anterior: colo transverso e alças do intestino delgado; 
o Posterior: rim direito, ureter direito e m. psoas maior direito. 
Parte Inferior ou Horizontal do Duodeno 
Passa sobre a veia cava inferior e a aorta; cruzado anteriormente pelos vasos 
mesentéricos superiores. 
Relações: 
o Anterior: vasos mesentérico superiores e alças intestinais; 
o Posterior: m. psoas maior direito, veia cava inferior, aorta e ureter direito; 
o Superior: cabeça e processo uncinado do pâncreas e vasos mesentéricos 
superiores. 
Parte Ascendente do Duodeno 
Alcança a margem inferior do corpo do pâncreas e aí ela se curva anteriormente 
para se unir ao jejuno na junção duodenojejunal, sustentada pela fixação do músculo 
FELIX, Fernando Álison M. D. 
 
 239 
suspensor do duodeno (ou ligamento de Treitz), o qual alarga o ângulo da flexura 
duodenojejunal, facilitando o movimento do conteúdo intestinal. 
Relações: 
o Anterior: alças do jejuno; 
o Posterior: m. psoas maior esquerdo e margem esquerda da aorta; 
o Medial e superior: cabeça e corpo do pâncreas, respectivamente. 
Jejuno e Íleo 
As duas últimas porções do intestino delgado constituem um tubo longo e convoluto 
formando as alças intestinais, que são extremamente móveis pois estão envolvidas por 
peritônio: o mesentério. 
É praticamente impossível distinguir o jejuno do íleo no ponto de transição, porém 
existem algumas características peculiares a cada um. 
 
Características Jejuno Íleo 
Cor Vermelho-vivo Rosa-claro 
Calibre 2-4 cm 2-3 cm 
Parede Espessa e pesada Fina e leve 
Vascularização Maior Menor 
Gordurano mesentério Menor Maior 
Pregas circulares Grandes, altas e bem 
próximas 
Baixas e esparsas; ausentes 
na parte distal 
Placas de Peyer (nódulos 
linfóides) 
Poucas Muitas 
Tabela 5: Características distintivas entre o jejuno e o íleo no corpo vivo. (MOORE, 2007) 
 
Juntos, o jejuno e o íleo medem 6 a 7 metros de comprimento, sendo jejuno os dois 
quintos proximais, e íleo os três quintos distais. A maior parte do jejuno situa-se no 
quadrante superior esquerdo, enquanto a maior parte do íleo situa-se no quadrante 
inferior direito. 
O jejuno inicia-se na flexura duodenojejunal e o íleo termina na junção ileocecal. 
Ambos estão fixados à parede posterior do abdome pelo mesentério. A raiz do 
mesentério (~ 15 cm) estende-se obliquamente da flexura duodenojejunal à articulação 
sacroilíaca direita. Vasos mesentéricos superiores e nervos autônomos correm entre as 
duas lâminas do mesentério. 
Nessa região se encontram muitas vilosidades intestinais, daí concluímos que esta é 
a região onde mais se absorve nutrientes. 
As placas de Peyer (massas de tecido linfóide) são abundantes no íleo. 
Vascularização e Inervação do Intestino Delgado 
Irrigação arterial: 
o Aa. pancreaticoduodenais, superior (ramo da a. gastroduodenal) e inferior 
(ramo da a. mesentérica inferior), suprem o duodeno; 
o Aa. mesentéricas superiores (e alguns de seus ramos) suprem o jejuno e o 
íleo. 
Drenagem venosa: 
o Vv. do duodeno, que drenam para v. porta; 
o Vv. mesentéricas superiores, drenam o jejuno e o íleo para a v. esplênica. 
Resumo de Anatomia Humana 
 240 
Inervação: 
o A inervação provém de plexos que acompanham as artérias que irrigam o 
duodeno, o jejuno e o íleo, e recebem o mesmo nome da artéria que 
acompanham. Estes derivam do plexo solar (união do plexo celíaco e plexo 
mesentérico superior). 
Correlação Clínica: Hérnias Paraduodenais 
Existem duas ou três pregas e recessos inconstantes ao redor da junção 
duodenojejunal. A prega e o recesso paraduodenal são grandes e estão à 
esquerda da parte ascendente do duodeno. Se uma alça intestinal entrar nesse recesso, 
pode sofrer estrangulamento. 
Durante o reparo, deve-se ter cuidado com os vasos mesentéricos inferiores, que 
estão relacionados à prega e ao recesso paraduodenais. 
INTESTINO GROSSO 
É o local de absorção da água dos resíduos indigeríveis do quimo líquido, 
convertendo-o em fezes semi-sólidas que são temporariamente armazenadas até que 
haja a defecação. O intestino grosso absorve a água com tanta rapidez que, em cerca de 
14 horas, o material alimentar toma a consistência típica do bolo fecal. 
Mede cerca de 6,5 centímetros de diâmetro e 1,5 metros de comprimento. Ele se 
estende do íleo até o ânus e está fixo à parede posterior do abdome pelo mesocolo. 
O intestino grosso apresenta algumas diferenças em relação ao intestino delgado: o 
calibre (maior), o comprimento (menor), as tênias, os haustros e os apêndices epiplóicos. 
As tênias são o resultado de um condensamento da musculatura longitudinal da 
parede do intestino grosso em três faixas. Elas iniciam-se no ponto de implantação do 
apêndice vermiforme, no ceco e correm ao longo de todo o cólon até a porção proximal 
do reto onde deixam de existir. São três: tênias livre, omental e mesocólica. 
Os haustros do cólon (saculações) são abaulamentos ampulares separados por 
sulcos transversais. 
Os apêndices epiplóicos (ou apêndices omentais do colo) são pequenos pingentes 
amarelados constituídos por tecido conjuntivo rico em gordura. Aparecem 
principalmente no colo sigmóide. 
O intestino grosso é formado pelo ceco, apêndice vermiforme, colo ascendente, colo 
transverso, colo descendente, colo sigmóide, reto e canal anal. 
Ceco e Apêndice 
Ceco é a primeira parte do intestino grosso, 
inferiormente à sua junção com o íleo terminal. 
O ceco está quase totalmente envolvido pelo 
peritônio, dando-lhe liberdade de movimentação. 
Entretando, o ceco não possui mesentério. 
Frequentemente o ceco está ligado à parede lateral do 
abdome por uma ou mais pregas cecais do peritônio. 
A entrada do íleo terminal no ceco produz os lábios 
ileocólico (superior) e ileocecal (inferior) no óstio ileal, que 
FELIX, Fernando Álison M. D. 
 
 241 
formam a papila ileal. As pregas encontram-se lateralmente formando o frênulo do óstio 
ileal. As duas pregas ou lábios formam a válvula ileocecal, que impede/limita o refluxo 
do material proveniente do intestino delgado (mecanismo esfincteriano não muito 
eficiente). 
No fundo do ceco, encontramos o apêndice (tradicionalmente, o apêndice 
vermiforme). É um divertículo intestinal cego (6-10 cm) que contém massas de tecido 
linfóide (placas de Peyer). 
O apêndice origina-se na parede póstero-medial do ceco, inferiormente à junção 
ileocecal. 
Possui um mesentério triangular curto, o mesoapêndice, que se estende entre o 
apêndice e o ceco. A posição do apêndice é variável, mas geralmente é retrocecal. 
A melhor maneira de localizar o apêndice é acompanhar uma das tênias, uma vez 
que ele está implantado no ceco no ponto de convergências das tênias. 
O ceco e o apêndice são irrigados por ramos da a. ileocecal (proveniente da a. 
mesentérica superior). 
Apendicite: sinal de Murphy positivo (dor à descompressão súbita) sobre o 
ponto de McBurney é patognomônico e fecha o diagnóstico de apendicite. 
 
 
Figura 96: Intestino grosso. 
Cólon 
É dividido em quatro partes: ascendente, transverso, descendente e sigmóide. 
Colo Ascendente 
É a segunda parte do intestino grosso, continuação do ceco. 
Resumo de Anatomia Humana 
 242 
Estende-se desde a junção ileocecal até a flexura cólica direita (ou flexura hepática), 
anteriormente ao rim direito e em contato com o lobo direito do fígado. 
É coberto por peritônio anteriormente e nas suas laterais, sendo, desta forma, 
praticamente imóvel (retroperitoneal). 
Situado posterior ao omento maior. 
Entre o contorno lateral do colo ascendente e a parede abdominal, situa-se um sulco 
vertical profundo revestido por peritônio parietal, o sulco paracólico direito. 
Colo Transverso 
É a terceira, mais longa (~ 45 cm) e mais móvel, parte do intestino grosso. Ele cruza o 
abdome a partir da flexura cólica direita até a flexura cólica esquerda (ou flexura 
esplênica), onde se curva inferiormente para tornar-se colo descendente. A flexura 
esquerda do colo, normalmente mais superior, é mais aguda e menos móvel do que a 
flexura direita do colo. 
Apresenta relações extremamente variáveis. 
Uma larga prega peritoneal, o mesocolo transverso, confere ao colo transverso 
extrema mobilidade. Sua parte superior está livre ou fundida com o omento maior. 
Colo Descendente 
Passa retroperitonealmente a partir da flexura cólica esquerda para a fossa ilíaca 
esquerda, onde ele é contínuo com o colo sigmóide. O sulco paracólico esquerdo situa-
se entre o seu contorno lateral e a parede abdominal. 
Passa anteriormente à margem lateral do rim esquerdo. 
Colo Sigmóide 
É caracterizado pela sua alça longa em forma de “S”, de comprimento variável (em 
média 40 cm). O colo sigmóide une o colo descendente ao reto. A terminação das tênias 
do colo, aproximadamente a 15 cm do ânus, indica a junção retossigmóide. 
É bastante móvel em virtude de um mesossigmóide. Seus apêndices omentais são 
longos. 
Reto e Canal Anal 
O reto recebe este nome por ser quase retilíneo. É a parte terminal fixa (retro e 
subperitoneal) do intestino grosso. Este segmento do intestino grosso termina ao 
perfurar o diafragma pélvico (músculos levantadores do ânus) passando a se chamar de 
canal anal. A linha pectínea (ou pectinada) separa internamente o reto do canal anal. 
A parte mais dilatada do reto, a ampola do reto, é imediatamente superior ao 
diafragma pélvico. 
Relações: 
o Anterior - sexo feminino:alças intestinais, útero e vagina; 
o Anterior - sexo masculino: alças intestinais, bexiga, gll. seminais, próstata, 
ureteres e ductos deferentes; 
o Posterior - ambos os sexos: aa. glúteas superior e inferior, plexo sacral, m. 
piriforme e m. coccígeo. 
o Laterais - ambos os sexos: tecido adiposo. 
PS.: lembrar que na região do reto, o peritônio forma as escavações retovesical, no 
sexo masculino, e retouterina (ou fundo-de-saco de Douglas), no feminino. 
FELIX, Fernando Álison M. D. 
 
 243 
O canal anal se estende do diafragma pélvico até o ânus (limite real: linha pectínea, 
internamente). 
Apresenta pregas cutâneas. A mucosa na parte superior é semelhante à do reto, 
enquanto na parte inferior é pele (epitélio estratificado pavimentoso), pois apresentam 
origens embriológicas distintas. Na junção destes dois tipos de revestimento observa-se 
a base de cinco a dez pregas verticais da mucosa, as colunas anais (ou de Morgagni), que 
contêm ramos terminais dos vasos retais superiores. As extremidades inferiores das 
colunas reúnem-se por uma prega da mucosa em forma de pente, as válvulas anais. 
Entre as bases das colunas unidas pelas válvulas estão pequenas bolsas, os seios anais, 
nos quais se abrem os ductos de gll. rudimentares, que liberam um muco que ajuda na 
evacuação de fezes. 
O limite inferior das válvulas, semelhante a um pente, forma a linha pectínea, que 
indica a junção as parte superior do canal com a parte inferior. 
Apesar de bastante curto (3 cm de comprimento) é importante por apresentar 
algumas formações essenciais para o funcionamento intestinal, das quais citamos os 
esfíncteres anais. 
O esfíncter anal interno é o mais profundo, e resulta de um espessamento de fibras 
musculares lisas circulares, sendo consequentemente involuntário. 
O esfíncter anal externo é constituído por fibras musculares estriadas que se 
dispõem circularmente em torno do esfíncter anal interno, sendo este voluntário. Possui 
partes subcutânea, superficial e profunda, contudo elas são indistinguíveis. A alça do m. 
puborretal também exerce alguma atividade esfinctérica sobre o canal anal. 
Ambos os esfíncteres devem relaxar antes que a defecação possa ocorrer. 
 
 
Figura 97: Reto e canal anal. (Vista interna) 
Resumo de Anatomia Humana 
 244 
Funções do Intestino Grosso 
o Absorção de água e de certos eletrólitos; 
o Síntese de determinadas vitaminas pelas bactérias intestinais; 
o Armazenagem temporária dos resíduos (fezes); 
o Eliminação de resíduos do corpo (defecação). 
Peristaltismo: Constipação e Diarréia 
Ondas peristálticas intermitentes e bem espaçadas movem o material fecal 
do ceco para o interior do colo ascendente, transverso e descendente. Á medida 
que se move através do colo, a água é continuamente reabsorvida das fezes, pelas 
paredes do intestino, para o interior dos capilares. As fezes que ficam no intestino 
grosso por um período maior perdem o excesso de água, desenvolvendo a chamada 
constipação. Ao contrário, movimentos rápidos do intestino não permitem tempo 
suficiente para que ocorra a reabsorção de água, causando diarréia. 
Vascularização e Inervação do Reto e Canal Anal 
A irrigação do reto é dada por quatro artérias: artéria sacral mediana e artérias 
retais superior, média e inferior. A primeira é um ramo direto da aorta; a segunda, ramo 
da artéria mesentérica inferior; a terceira, da artéria pudenda interna e a quarta, da 
pudenda externa. 
A drenagem venosa é feita por veias que acompanham as artérias e recebem o 
mesmo nome. 
O reto e o canal anal são inervados pelos plexos retais superior e médio, e pelos 
nervos pudendos através dos nervos retais inferiores. 
ÓRGÃOS ANEXOS À DIGESTÃO 
O aparelho digestório é considerado um tubo que recebe o líquido secretado por 
diversas glândulas, a maioria situada em suas paredes como as da boca, esôfago, 
estômago e intestinos. 
Algumas glândulas constituem formações bem individualizadas, localizando nas 
proximidades do tubo, com o qual se comunicam através de ductos, que servem para o 
escoamento de seus produtos de elaboração. 
Fígado 
O fígado é a maior glândula do organismo, e é também a mais volumosa víscera 
abdominal. 
Sua localização é na região superior do abdômen, logo abaixo do diafragma, 
ocupando quase todo o hipocôndrio direito e o epigástrio. Pesa aproximadamente 1,5 kg 
e responde por aproximadamente 2,5% do peso do corpo adulto. É um órgão friável (por 
possuir pouco tecido conjuntivo) e regenerativo. Um terço do fígado é suficiente para 
manter uma função hepática normal: alta margem de segurança. 
Todos os nutrientes (exceto as gorduras) absorvidas pelo trato gastrointestinal (TGI) 
são inicialmente levados para o fígado pelo sistema venoso porta. 
FELIX, Fernando Álison M. D. 
 
 245 
O fígado armazena glicogênio e secreta bile continuamente, a qual é armazenada na 
vesícula biliar. 
Aparelho excretor do fígado: é formado pelos ductos hepáticos, vesícula biliar, ducto 
cístico e ducto colédoco. 
O fígado apresenta duas faces: diafragmática e visceral, separadas pela margem 
inferior do fígado. 
Face Diafragmática 
A face diafragmática (ântero-superior) é convexa e lisa relacionando-se com a 
cúpula diafragmática. 
O fígado é dividido em lobos. A face diafragmática apresenta um lobo direito e um 
lobo esquerdo, sendo o direito pelo menos duas vezes maior que o esquerdo. A divisão 
dos lobos é estabelecida pelo ligamento falciforme. Na margem livre desse ligamento 
encontramos um cordão fibroso resultante da obliteração da veia umbilical, conhecido 
como ligamento redondo do fígado. 
Os lobos hepáticos estão ligados superiormente ao diafragma pelo ligamento 
coronário e ligamentos triangulares, direito e esquerdo. Os dois últimos são formados 
lateralmente pela união das duas lâminas do lig. coronário. A área entre as reflexões das 
lâminas anterior e posterior do lig. coronário é a área nua do fígado, destituída de 
peritônio. 
Os recessos subfrênicos (entre o diafragma e as partes anterior e superior da face 
diafragmática do fígado) são separados em recessos direito e esquerdo pelo lig. 
falciforme, que se estende entre o fígado e a parede anterior do abdome. 
 
 
Figura 98: Fígado; face diafragmática. 
 
Resumo de Anatomia Humana 
 246 
Face Visceral 
A face visceral (póstero-inferior) é irregularmente côncava pela presença de 
impressões viscerais. 
A face visceral é subdividida em 4 lobos (direito, esquerdo, quadrado e caudado) pela 
presença de depressões em sua área central, que no conjunto se compõem formando 
um "H", com 2 ramos verticais e um transversal que os une. 
o A barra central horizontal é o hilo do fígado, por onde entram ou saem 
estruturas vasculares (v. porta, a. hepática própria e vasos linfáticos), 
nervosas (plexo nervoso hepático) e ductos hepáticos (biliares). 
o A haste vertical esquerda está constituída pela fissura para o lig. redondo, 
anteriormente, e pela fissura para o lig. venoso, posteriormente. 
o A haste vertical direita está constituída pela fossa para a vesícula biliar, 
anteriormente, e pelo sulco para a v. cava inferior, posteriormente. 
A face visceral é coberta por peritônio exceto na fossa da vesícula biliar e no hilo do 
fígado. 
A face visceral possui ainda três grandes impressões deixadas por órgãos: impressão 
gástrica, pelo estômago no lobo esquerdo; impressão cólica, pelo colo transverso do 
intestino grosso; impressão renal, pelo rim direito no lobo direito. Outras três 
impressões menores são: impressão duodenal, impressão pilórica e impressão esofágica. 
 Embora o lobo direito seja considerado por muitos anatomistas como incluindo o 
lobo quadrado (inferior) e o lobo caudado (posterior), com base na morfologia interna, 
os lobos quadrado e caudado pertencem mais apropriadamente aolobo esquerdo. O 
lobo caudado possui ainda um processo papilar e um processo caudado. 
 
 
Figura 99: Fígado; face visceral. 
 
FELIX, Fernando Álison M. D. 
 
 247 
Subdivisão Funcional do Fígado 
São 8 segmentos hepáticos divididos de acordo com os principais ramos da a. 
hepática própria e da v. porta. Sua importância é apenas cirúrgica, pois possibilita aos 
cirurgiões a remoção de apenas alguns segmentos com um mínimo de lesão. 
Relações Anatômicas do Fígado 
A face visceral do fígado está em contado com vários órgãos: 
o Lobo esquerdo: com o esôfago, o estômago e omento menor; 
o Lobo quadrado: com a primeira parte do duodeno; 
o Lobo direito: com o rim direito e a flexura cólica direita, deles separado 
apenas pelo recesso hepatorrenal. 
Relações peritoneais: omento menor: 
o Lig. hapatoduodenal: margem livre e espessa, encerra as estruturas que 
atravessam o hilo do fígado, inclusive a tríade portal (ducto colédoco, a. 
hepática prórpia e v. porta); 
o Lig. hepatogástrico: lâmina delgada, estende-se entre o sulco do lig. venoso 
do fígado e a curvatura menor do esômago. 
Funções do Fígado 
o Produz bile que auxilia na digestão e absorção das gorduras, logo, a bile é um 
emulsificador de gorduras; 
o Síntese de proteínas; 
o Metabolismo intermediário (carboidratos, lipídios e proteínas); 
o Desintoxicação (fármacos, hormônios, etc.); 
o Armazenamento de ferro, cobre, vitaminas e glicogênio; 
o Ativação da vitamina D; 
o Forma células sanguíneas (hematopoiese) no feto. 
Vascularização e Inervação do Fígado 
Para descrevermos a irrigação e drenagem venosa do fígado, é importante 
lembrarmo-nos das peculiaridades que este órgão possui com relação a mesma. 
O sangue arterial chega até o fígado através da artéria hepática própria, proveniente 
indiretamente do tronco celíaco. Essa pode penetra no pedículo hepático ou dividir-se 
antes em artéria hepática direita e artéria hepática esquerda. Menos frequentemente, 
além das duas últimas, podemos ter ramos para o lobo quadrado e/ou caudado. 
Além da artéria hepática, também penetra no pedículo hepático, a veia porta. Esta é 
proveniente da união da artéria mesentérica superior e esplênica. Esta, mesmo 
contendo sangue venoso, trás para o fígado os nutrientes há pouco absorvidos nos 
intestinos. Desta forma, os nutrientes podem ser rapidamente processados. Dentro do 
fígado, a veia porta se ramifica dando os capilares sinusóides. Estes se reuniram 
formando as veias hepáticas que drenam todo o sangue proveniente do fígado (tanto da 
veia porta como da artéria hepática) para a veia cava inferior. 
A drenagem linfática do fígado é feita por linfonodos celíacos que, assim, atingem a 
cisterna do quilo e ducto torácico. 
A inervação do fígado é feita por fibras do plexo hepático provenientes do plexo 
celíaco. 
Resumo de Anatomia Humana 
 248 
Vesícula Biliar 
A função digestiva do fígado é produzir a bile, uma secreção verde amarelada, para 
passar para o duodeno. A bile é produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar, que 
a concentra por meio da absorção de água e sais. A vesícula libera bile quando gorduras 
entram no duodeno (pois as gorduras estimulam o duodeno a secretar colecistoquinina, 
a qual induz a contração da vesícula biliar). A bile emulsiona a gordura e a distribui para 
a parte distal do intestino para a digestão e absorção. 
A vesícula biliar (7–10 cm de comprimento) situa-se na fossa da vesícula biliar na 
face visceral do fígado. A relação da vesícula biliar com o duodeno é tão íntima que a 
parte superior do duodeno normalmente é manchada com bile no cadáver. A vesícula 
biliar possui três partes: fundo, corpo (anterior ao duodeno) e colo (superior ao duodeno 
e contínuo com o ducto cístico). A face hepática da vesícula biliar fixa-se ao fígado pelo 
tecido conjuntivo da cápsula fibrosa do fígado (ou de Glisson). O restante de sua 
superfície é revestido por peirtônio, fixando a vesícula contra o fígado. A vesícula biliar 
tem capacidade para até 50 ml de bile. 
A mucosa do ducto cístico e do colo da vesícula apresenta pregas em espiral que 
podem facilitar o fluxo e o refluxo da bile. 
Ductos Biliares 
Os ductos biliares podem ser classificados em intra-hepáticos e extra-hepáticos, mas 
ambos conduzem bile do fígado para o duodeno. Os ductos e canalículos biliares intra-
hepáticos drenam para os ductos hepáticos direito e esquerdo que, ao atravessarem o 
hilo, unem-se para formar o ducto hepático comum. O ducto cístico (4 cm de 
comprimento) liga a vesícula biliar ao ducto hepático comum formando o ducto 
colédoco (5-15 cm), que conduz a bile para o duodeno. 
 
 
Figura 100: Vesícula biliar e ductos biliares. 
FELIX, Fernando Álison M. D. 
 
 249 
O ducto colédoco desce posterior a parte superior do duodeno e situa-se em um 
sulco na face posterior da cabeça do pâncreas. No lado esquerdo da parte descendente 
do duodeno, o ducto colédoco encontra e se une ao ducto pancreático principal para 
formar a ampola hepatopancreática (ou de Vater). A extremindade distal desta ampola 
abre-se na parte descendente do duodeno através da papila duodenal maior. 
Vascularização e Inervação da Vesícula Biliar 
A vesícula biliar possui sua irrigação feita pela artéria cística, ramo da artéria 
hepática comum. A drenagem venosa é feita por pequenas veias que drenam 
diretamente para o fígado. Os vasos linfáticos anastomosam-se com os do fígado e os do 
pâncreas. A inervação é dada por fibras provenientes do plexo hepático. 
Pâncreas 
O pâncreas é achatado no sentido ântero-posterior, ele apresenta uma face anterior 
e outra posterior, com margens superior, anterior e inferior e sua localização é posterior 
ao estômago. 
O pâncreas produz através de uma 
o Secreção exócrina: suco pancreático (produzido pelo ácinos serosos) que 
entra no duodeno através dos ductos pancreáticos. O pâncreas produz 
diariamente 1200-1500 ml de suco pancreático; 
o Secreção endócrina: glucagon e insulina (produzidos pelas ilhotas 
pancreáticas de langerhans) que entram no sangue. 
O comprimento varia de 12-15 cm e seu peso na mulher é de 15 g e no homem 16 g. 
 
 
Figura 101: Pâncreas e suas relações anatômicas. Alguns órgãos foram seccionados. (Vista anterior) 
Resumo de Anatomia Humana 
 250 
Estende-se do duodeno ao baço, colado à parede abdominal posterior 
(retroperitoneal, exceto a cauda). 
O pâncreas divide-se em cabeça, colo, corpo e cauda. 
A cabeça do pâncreas é “abraçada” pela concavidade do duodeno e 
inferomedialmente aos vasos mesentéricos superiores. A cabeça do pâncreas está 
apoiada posteriormente na veia cava superior, vasos renais direito e veia renal 
esquerda. O ducto colédoco situa-se posterior à cabeça do pâncreas. 
O colo do pâncreas está situado sobre os vasos mesentéricos superiores. A veia 
mesentérica superior une-se à veia esplênica, posteriormente ao colo, para formar a 
veia porta. 
O corpo do pâncreas cruza a aorta e a vértebra L2, posteriormente à bolsa omental. 
Relaciona-se com a aorta e a glândula suprarrenal, vasos renais e rim esquerdos. 
A cauda do pâncreas situa-se anteriormente ao rim esquerdo, onde está 
intimamente relacionada ao hilo esplênico e à flexura cólica esquerda. É relativamente 
móvel e passa dentro do lig. esplenorrenal com os vasos esplênicos. Logo a cauda do 
pâncreas não é retroperitoneal. 
Os vasos esplênicos, tortuosos, correm na margem superior do corpo do pâncreas. O 
mesocolo transverso fixa-se horizontalmente na margem anterior do pâncreas. 
Ductos Pancreáticos 
O ducto pancreático principal (ou de Virsung) começa na cauda do pâncreas e corre 
em direção à sua cabeça, recebendo durante seu trajeto ductos interlobulares; na 
cabeça se curva inferiormente para unir-se com o ducto colédoco e formar a ampola 
hepatopancreática (ou de Vater) quese abre na papila duodenal maior. 
Frequentemente (60%) a parte superior da cabeça do pâncreas é drenada por um 
ducto pancreático acessório (ou de Santorini) que se abre na paila duodenal menor, um 
pouco acima da desembocadura da ampola hepatopancreática. 
 
 
Figura 102: Pâncreas e ductos pancreáticos. 
 
O pâncreas tem as seguintes funções: 
o Dissolver carboidrato (amilase pancreática); 
o Dissolver proteínas (tripsina, quimotripsina, carboxipeptidase e elastase); 
o Dissolver triglicerídeos nos adultos (lipase pancreática); 
o Dissolver ácidos nucléicos (ribonuclease e desoxirribonuclease). 
FELIX, Fernando Álison M. D. 
 
 251 
Vascularização e Inervação do Pâncreas 
A irrigação do pâncreas é feita de acordo com as porções do pâncreas. A cabeça é 
irrigada pelas artérias pancreaticoduodenais superior e inferior. A primeira é um ramo 
terminal da artéria gastroduodenal. A segunda é ramo da artéria mesentérica superior. 
As artérias pancreaticoduodenais se dividem em dois ramos, um anterior e outro, 
posterior. Os ramos anteriores se anastomosam formando a arcada anterior da cabeça 
do pâncreas. Da mesma forma, os ramos posteriores também se anastomosam 
formando a arcada posterior da cabeça do pâncreas. A irrigação do colo do pâncreas é 
dada pela artéria dorsal do pâncreas. O corpo é irrigado pela artéria magna do pâncreas. 
A cauda é irrigada pela artéria caudal do pâncreas. Os últimos três ramos são 
provenientes da artéria esplênica. 
A drenagem venosa é feita por veias que acompanham as artérias e recebem o 
mesmo nome. A drenagem linfática é feita por linfonodos adjacentes: lienais, hepáticos, 
mesentéricos e celíacos. 
A inervação é dada por fibras provenientes dos plexos celíaco e mesentéricos. Estas 
fibras atingem o pâncreas através das artérias. Entretanto, a resposta deste órgão a 
estímulos é principalmente química. 
BAÇO 
O baço está situado na região do hipocôndrio esquerdo, entre o fundo do estômago 
e o diafragma, onde recebe proteção das costelas IX, X e XI. Ele é mole, de consistência 
muito friável, altamente vascularizado e de uma coloração púrpura escura. O tamanho e 
peso do baço varia muito, no adulto tem cerca de 12 cm de comprimento, 7 cm de 
largura e 3 cm de espessura. Pesando cerca de 150 g. 
O baço é um órgão linfóide apesar de não filtrar linfa, ou seja, é um órgão excluído 
da circulação linfática, porém interposto na circulação sanguínea e cuja drenagem 
venosa passa, obrigatoriamente, pelo fígado. Possui grande quantidade de macrófagos 
que, através da fagocitose, destroem micróbios, restos de tecidos, substâncias 
estranhas, células do sangue em circulação já desgastadas como eritrócitos, leucócitos e 
plaquetas. Dessa forma, o baço filtra o sangue. O baço também tem participação na 
resposta imune, reagindo a agentes infecciosos (produz linfócitos e anticorpos). 
Inclusive, é considerado por alguns cientistas, um grande nódulo linfático. 
Não é um órgão vital, porém uma laceração do baço pode causar uma hemorragia 
fatal. 
O baço possui uma cápsula fibroelástica fina. É totalmente circundado por peritônio, 
exceto no hilo esplênico. É móvel e está apoiado sobre a flexura cólica esquerda. 
A face diafragmática do baço é convexa e se encaixa na concavidade do diafragma. 
A margem superior apresenta chanfraduras. 
A extremidade posterior é arredondada. A extremidade anterior é aguda. 
Na face visceral pode-se identificar as impressões gástrica, cólica e renal, 
relacionadas, respectivamente com o estômago (anteriormente), flexura cólica esquerda 
(inferiormente) e rim esquerdo (medialmente). 
Através do hilo do baço na face visceral entram e saem os ramos esplênicos dos 
vasos esplênicos. 
Resumo de Anatomia Humana 
 252 
O baço está ligado à curvatura maior do estômago pelo lig. gastroesplênico e ao rim 
esquerdo pelo lig. esplenorrenal (este último acomoda a cauda do pâncreas). Esses 
ligamentos, contendo vasos esplênicos, estão fixados ao hilo do baço. 
Suas principais funções são as de reserva de sangue, para o caso de uma hemorragia 
intensa, destruição dos glóbulos vermelhos do sangue e preparação de uma nova 
hemoglobina a partir do ferro liberado da destruição dos glóbulos vermelhos. 
 
 
Figura 103: Baço. 
VASCULARIZAÇÃO GERAL DAS VÍSCERAS ABDOMINAIS 
Artéria Aorta – Porção Abdominal 
Ao atravessar o hiato aórtico do diafragma até a altura da quarta vértebra lombar, 
onde termina, a aorta é representada pela porção abdominal. 
Nesta porção a aorta fornece vários ramos colaterais e dois terminais. 
Ramos da aorta abdominal: 
o Parietais: 
� Aa. frênicas inferiores; 
� Aa. lombares; 
� A. sacral mediana. 
o Viscerais: 
� Aa. suprarrenais médias; 
� Aa. renais; 
� Aa. gonadais; 
FELIX, Fernando Álison M. D. 
 
 253 
� Tronco celíaco; 
� A. mesentérica superior; 
� A. mesentérica inferior. 
Os ramos terminais da artéria aorta são artéria ilíaca comum direita e artéria ilíaca 
comum esquerda. 
Tronco Celíaco 
Vaso curto e calibroso que se origina imediatamente abaixo do hiato aórtico do 
diafragma, anteriormente do contorno da aorta. Dá origem às: 
o A. gástrica esquerda; 
o A. hepática comum; 
o A. esplênica. 
A. gástrica esquerda 
Acompanha a curvatura menor do estômago. Fornece ramos esofágicos. Pode 
originais a a. hepática esquerda. Termina anastomosando-se com a a. gástrica direita. 
A. esplênica 
Dirige-se para a esquerda com trajeto tortuoso ao longo da margem superior do 
corpo do pâncreas. Ramos mais importantes: 
o Aa. gástricas curtas; 
o A. gastromental esquerda – acompanha a curvatura maior do estômago e 
termina anastomosando-se com a a. gastromental direita. 
o A. pancreática dorsal; 
o A. pancreática magna; 
o Aa. pancreáticas caudais; 
o A. pancreática inferior. 
A. hepática comum 
Bastante variável. Divide-se em: 
o A. hepática própria – ascende no lig. hepatoduodenal para o fígado onde se 
divide em aa. hepáticas direita e esquerda, que penetram no fígado para 
irrigá-lo; usualmente origina a a. cística para a vesícula biliar; origina a a. 
gástrica direita, que corre ao longo da curvatura menor do estômago e 
anastomosam-se com a a. gástrica esquerda. 
o A. gastroduodenal – desce posteriormente à primeira porção do duodeno, 
emite ramos duodenais, mas os principais ramos são os seguitnes: 
� Aa. pancreaticoduodenais superiores: anastomosam-se com as aa. 
pancreaticoduodenais inferiores que irrigam, juntas, a cabeça do 
pâncreas; 
� A. gastromental direita: na curvatura maior do estômago anastomosa-se 
com a a. gastromental esquerda. 
Artéria Mesentérica Superior 
Origina-se do contorno anterior da aorta, inferiormente ao tronco celíaco. Irriga: 
parte do pâncreas, todo o intestino delgado (exceto parte do duodeno), e o intestino 
grosso (desde o ceco até a flexura cólica esquerda). Nasce posteriormente ao pâncreas e 
Resumo de Anatomia Humana 
 254 
desce na frente do seu processo uncinado e da terceira porção do duodeno. A seguir 
entra na raiz do mesentério. Principais ramos: 
o Aa. pancreaticoduodenais inferiores – anastomosam-se com as aa. 
pancreaticoduodenais superiores para irrigarem a cabeça do pâncreas; 
o Aa. jejunais e ileais; 
o A. cólica média; 
o A. cólica direita; 
o A. ileocólica. 
Aa. jejunais e ileais 
Número variável, pois formam uma rede vascular repleta de arcadas. Nascem do 
contorno esquerdo da a. mesentérica superior. Irrigam as alças intestinais (jejuno e íleo). 
A. cólica média 
É o ramo mais superior. Divide-se em ramos direito e esquerdo. Irriga colo 
transverso. 
A. cólica direita 
Irriga colo ascendende. 
A. ileocólica 
O mais inferior dos ramos; irriga a parte terminal do íleo, o ceco (aa. cecais anterior 
e posterior) e o apêndice vermiforme (a. apendicular). 
Artéria Mesentérica Inferior 
Origina-seno terço inferior da aorta abdominal. Emite ramos para o colo 
descendente, sigmóide e parte superior do reto (até a ampola). Principais ramos: 
o A. cólica esquerda; 
o Aa. sigmóideas; 
o A. retal superior. 
Veias Abdominais 
A maioria acompanha as artérias correspondentes e não há, portanto, necessidade 
de descrevê-las. 
A drenagem das vísceras abdominais é feita para o sistema porta do fígado, e daí 
para a veia cava inferior. 
A v. porta resulta da fusão das vv. mesentérica superior e esplênica, posteriormete 
ao colo do pâncreas, de onde dirige-se para o fígado. 
A v. esplênica recebe a v. mesentérica inferior antes de se unir à v. mesentérica 
superior. 
Três shunts porta-sistêmicos importantes: 
vv. retais – produzem hemorróidas externas; 
vv. paraumbilicais – produzem a cabeça de medusa na hipertensão portal; 
vv. gástricas com esofageanas – pode produzir varizes esofágicas na hipertensão 
portal. 
Esses shunts ocorrem entre os vasos citados com os vasos superficiais que 
comunicam a v. femoral com a v. subclávia. 
FELIX, Fernando Álison M. D. 
 
 255 
PERITÔNIO E CAVIDADE PERITONEAL 
O peritônio é uma membrana serosa (mesotélio: epitélio pacimentoso simples) de 
parede dupla que forra a parede abdominal (peritônio parietal) e dela se reflete sem 
solução de continuidade sobre as vísceras para revestí-las em variável extensão 
(peritônio visceral), a semelhança do que a pleura faz no tórax. 
A cavidade peritoneal é um espaço virtual com espessura capilar, situado entre as 
lâminas parietal e visceral do peritônio. Contém uma fina película de líquido peritoneal, 
que permite o deslizamento de uma víscera sobre outra sem atrito. Sob certas 
circunstâncias, a cavidade peritoneal torna-se real como nos derrames de ar ou líquido 
(pneumoperitônio, ascite, hemoperitônio, derrames de bile, conteúdo gástrico ou 
intestinal, etc) ou introdução artificial de ar ou líquido para fins de diagnóstico ou 
tratamento. Também a abertura cirúrgica ou traumática do peritônio, após secção dos 
planos parietais, ao permitir a entrada de ar, transforma a cavidade peritoneal de virtual 
em real. 
Em decorrência da disposição das vísceras abdominais, bem como de seu 
desenvolvimento embrionário, o peritônio apresenta algumas formações próprias: 
o Os mesos que são reflexões do peritônio parietal posterior, constituídos por 
duas lâminas, que relacionam a parede abdominal com sua respectiva 
víscera, fixando-a e ao mesmo tempo dando-lhe mobilidade. O espaço entre 
as duas lâminas do meso é preenchido por tecido extraperitoneal, pelo qual 
passam vasos, nervos e linfáticos em direção a víscera. Os mesos existentes 
são o mesentério, para o jejuno e o íleo, o mesocolo transverso, para o colo 
transverso e o mesossigmóide, para o colo sigmóide; 
o Os ligamentos que são ou reflexões peritoneais de dupla lâmina que vão do 
peritônio parietal anterior a uma víscera ou reflexões peritoneais entre uma 
víscera e outra; 
o Os omentos são reflexões peritoneais largas, amplas, que se dispõe entre 
duas vísceras. Os omentos existentes são o omento menor entre o fígado e a 
curvatura menor do estômago e a primeira porção do duodeno e o omento 
maior que vai da curvatura maior do estômago ao colo transverso e deste se 
dispõe como um “avental”, anteriormente às alças intestinais. 
Estes conceitos são generalizações e como tal, admitem exceções. Assim, existem 
ligamentos que se prendem à parede posterior, como o esplenorrenal e a lâmina 
posterior do ligamento falciforme e ligamentos denominados de mesos, sem partirem 
da parede posterior, como o mesoapêndice ou o mesossalpinge. 
As vísceras abdominais são classificadas conforme sua relação ao peritônio em 
peritonizadas, extraperitoneais e intraperitoneais. 
As peritonizadas são aquelas quase totalmente envolvidas por peritônio visceral, 
ficando sem este revestimento somente numa estreita faixa que corresponde a região 
onde o meso ou ligamento se delamina para revestir a víscera, tornando-se peritônio 
visceral. 
As extraperitoneais são aquelas situadas externamente ao peritônio parietal, o qual 
pode revestir uma ou mais faces da víscera, mas sem envolvê-la quase completamente 
(neste caso ela seria peritonizada). Como a maior parte dos órgãos extraperitoneais 
situa-se posteriormente ao peritônio parietal posterior é comum chamá-los de 
retroperitoneais. 
Resumo de Anatomia Humana 
 256 
A única víscera intraperitoneal é o ovário, pois se situa na cavidade peritoneal. Além 
disto, como a tuba uterina se abre tanto para a cavidade peritoneal quanto para o útero 
e este se comunica com a vagina, a cavidade peritoneal está, por esta via, em 
comunicação com o meio externo. Assim, enquanto no sexo masculino a cavidade 
peritoneal é fechada, no sexo feminino é uma cavidade aberta, o que justifica o fato de 
infecções dos órgãos genitais femininos alcançarem e envolverem o peritônio. 
Formações Peritoneais 
Mesentério: fixa o jejuno e o íleo à parede posterior do abdome. Sua raiz cruza a 
parede posterior do abdome em diagonal, da junção duodenojejunal à junção íleocólica. 
O omento maior é uma larga prega peritoneal que do estômago se estende como 
um avental ocultando as alças do jejuno e do íleo. 
O omento menor conecta a curvatura menor do estômago e a parte proximal do 
duodeno ao fígado. É composto por 2 ligamentos contínuos entre si: 
o Lig. hepatogástrico: porção mais delgada; 
o Lig. hepatoduodenal: margem livre espessa, que dá passagem à tríade portal. 
O fígado se conecta ainda à parede anterior do abdome pelo lig. falciforme. 
O estômago está conectado: 
o À superfície inferior do diafragma pelo lig. gastrofrênico; 
o Ao colo transverso pelo lig. gastrocólico (parte do omento maior); 
o Ao baço pelo lig. gastroesplênico (ou gastrolienal); 
O mesocolo transverso divide a cavidade abdominal em um compartimento 
supramesocólico, contendo o estômago, fígado e baço, e um compartimento 
inframesocólico, contendo o intestino delgado e os colos ascendente e descendente. 
O compartimento inframesocólico situa-se posteriormente ao omento maior e é 
dividido em espaços inframesocólicos direito e esquerdo pelo mesentério. 
Há comunicação livre entre os compartimentos supramesocólico e inframesocólico 
através dos sulcos paracólicos, entre as faces laterais dos colos ascendente e 
descendente e a parede póstero-lateral do abdome. Os sulcos paracólicos foram-se 
quando o peritônio passa sobre os colos ascendente e descendente para revestir a 
parede abdominal póstero-lateralmente. 
A bolsa omental é um espaço amplo e irregular que se situa posteriormente ao 
estômago e omento menor. Possui um recesso superior e outro inferior. Comunica-se 
com o restante da cavidade peritoneal através do forame omental (forame epiplóico ou 
de Winslow), uma abertura situada posteriormente ao lig. hepatoduodenal. 
Percurso Peritoneal 
Peritônio Parietal Anterior 
1. O peritônio (visceral) reveste superfície inferior anterior do diafragma; 
2. Reflete-se sobre o fígado (na parte superior da face diafragmática) formando a 
lâmina anterior do lig. coronário; 
3. Continua revestindo o restante anterior da face diafragmática do fígado com uma 
prega peritoneal ligada à parede anterior do abdome: o lig. falciforme; 
4. Ao chegar à margem inferior do fígado, dobra-se sobre a face visceram até a 
região do hilo do fígado; 
FELIX, Fernando Álison M. D. 
 
 257 
5. Aí se volta inferiormente em direção à curvatura menor do estômago, formando a 
lâmina anterior do omento menor; 
6. Continua revestindo a face anterior do estômago até sua curvatura maior; 
7. Daí uma longa e larga expansão peritoneal desce, dobra sobre si e sobe 
novamente até o colo transverso: formou-se a parede externa do omento maior; 
8. Continua ascendendo (cobrindo a face posterior do colo transverso)até a margem 
anterior do pâncreas, formando a lâmina posterior do mesocolo transverso; 
9. A partir daí, o peritônio segue inferiormente, passando anteriormente ao 
duodeno, e reveste separadamente as alças intestinais, dando origem ao mesentério, o 
qual tem sua raiz fixada a parede posterior do abdome até chegar ao colo sigmóide, 
onde o reveste formando o mesocolo sigmóide; 
10. Daí o peritônio, já na cavidade pélvica, difere de acordo com o sexo: 
o ♀: peritônio desce sobre a parede anterior do reto e sobe sobre a face 
posterior do útero, deixando um recesso entres estes dois órgãos, a 
escavação retouterina (ou fundo-de-saco de Douglas); o peritônio segue 
revestindo o restante do corpo e fundo do útero (já na face anterior) e sobe 
sobre a bexiga deixando outro recesso, a escavação vesicouterina; 
o ♂: peritônio desce sobre a parede anterior do reto e sobe sobre a bexiga, 
deixando um recess entre eles, a escavação retovesical; 
11. Da bexiga, o peritônio segue superiormente revestindo a parede anterior do 
abdome (peritônio parietal anterior). 
 
 
Figura 104: Revestimento peritoneal e cavidade peritoneal. (Nomenclatura inglesa) 
Peritônio Parietal Posterior 
1. O peritônio (visceral) reveste a superfície inferior posterior do diafragma; 
2. Reflete-se sobre o fígado (na parte superior do face diafragmática) formando a 
lâmina posterior da lig. coronário; 
o Entre as duas lâminas desse ligamento está a área nua do fígado 
(desperitonizada); 
o As junções laterais das duas lâminas formam os ligg. triangulares direito e 
esquerdo; 
Resumo de Anatomia Humana 
 258 
3. Continua revestindo a superfície posterior da face diafragmática; 
4. Dobra-se sobre a face visceral do fígado, revestindo a superfície posterior até a 
região do hilo do fígado; 
5. Aí se volta inferiormente em direção à curvatura menor do estômago, formando a 
lâmina posterior do omento menor; 
6. Continua revestindo a face posterior do estômago até sua curvatura maior; 
7. Daí uma longa e larga expansão peritoneal desce e sobe até o colo transverso, 
formando a parede interna do omento maior; 
8. Ascende revestindo a face anterior do colo transverso e daí até a margem anterior 
do pâncreas formando a lâmina anterior do mesocolo transverso; 
9. Daí ascende revestindo a superfície anterior do pâncreas; 
10. Chega à parede posterior do abdome (peritônio parietal posterior). 
 
Lembrando sempre que a partir do momento que o peritônio parietal reveste uma 
víscera, passa a ser denominado peritônio visceral.

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