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ESTADOS LIMITES DE SERVIÇO SEGUNDO A NBR 6118 Universidade Federal de Santa Maria Departamento de Estruturas e Construção Civil Eng. Gerson Moacyr Sisniegas Alva MOTIVAÇÃO INICIAL Alunos de graduação – Engenharia Civil Alterações relativamente recentes na NBR 6118 Maior responsabilidade nas verificações dos Estados Limites de Serviço Tendência atual de estruturas mais esbeltas Modificação do comportamento mecânico dos concretos CONTEÚDO DAS APRESENTAÇÕES SEGURANÇA DAS ESTRUTURAS FRENTE AOS ESTADOS LIMITES ESTADOS LIMITES DE SERVIÇO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO EXEMPLOS NUMÉRICOS DE VERIFICAÇÃO DOS ESTADOS LIMITES DE SERVIÇO EM ELEMENTOS FLETIDOS Ênfase nas estruturas de concreto armado Vigas e lajes Conceitos básicos SEGURANÇA DAS ESTRUTURAS FRENTE AOS ESTADOS LIMITES ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS Esgotamento da capacidade resistente da estrutura como corpo rígido Instabilidade dinâmica como um todo ou em parte considerando efeitos de segunda ordem Ocorrência determina paralisação do uso ESTADOS LIMITES DE SERVIÇO Durabilidade Aparência Conforto do usuário Funcionalidade Projeto Estrutural Impedir que os Estados Limites sejam ultrapassados “Dia-a-dia” do funcionamento da estrutura ABNT - NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto Regulamenta os requisitos exigíveis para as estruturas de concreto ESTADOS LIMITES DE SERVIÇO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO Estado Limite de deformações excessivas (ELS-DEF) Estado Limite de abertura de fissuras (ELS-W) Estado Limite de vibrações excessivas (ELS-VE) Estado Limite de abertura e formação de fissuras (ELS-W e ELS-F) Estado Limite de descompressão (ELS-D) USUAIS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO USUAIS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO PROTENDIDO Estado Limite de deformações excessivas (ELS-DEF) COMBINAÇÕES DE AÇÕES “Combinação (soma) de ações que têm probabilidade não desprezível de atuarem simultaneamente na estrutura, num período pré-estabelecido” efeitos mais desfavoráveis COMBINAÇÕES ÚLTIMAS COMBINAÇÕES DE SERVIÇO a) Ações Permanentes b) Sobrecargas de utilização c) Ações do vento tempo tempo tempo d) Ação total 50 anos Ação x1 Ação x2 Ação x3 COMBINAÇÕES DE SERVIÇO QUASE-PERMANENTES Podem atuar durante grande parte da vida útil da estrutura ELS de deformações excessivas ∑ ∑ = = Ψ+= m 1i n 1j k,Qjj2k,Giser,d FFF =ψ2 Fator de redução para CQP (simultaneidade) (Vide Tabela 11.2 da NBR 6118) ELS de descompressão: C.P. com protensão limitada Tabela 11.2 da NBR 6118 FREQUENTES Repetem-se muitas vezes durante a vida útil da estrutura ELS de abertura de fissuras: ∑ ∑ = = Ψ+ψ+= m 1i n 2j k,Qjj2k,1Q1k,Giser,d FFFF =ψ1 ELS de deformações excessivas decorrentes de vento (vedações) Fator de redução para CF (simultaneidade) (Vide Tabela 11.2 da NBR 6118) ELS de vibrações excessivas ELS de formação de fissuras: C.A. e C.P. com protensão parcial C.P. com protensão limitada ELS de descompressão: C.P. com protensão completa Tabela 11.2 da NBR 6118 RARAS Repetem-se algumas vezes durante a vida útil da estrutura ELS de formação de fissuras ∑ ∑ = = Ψ++= m 1i n 2j k,Qjj1k,1Qk,Giser,d FFFF =ψ1 Fator de redução para CF (simultaneidade) Concreto protendido (protensão completa) Verificação de flechas em edifícios residenciais de CA: CQP qkgkser,d F3,0FF += Sobrecarga: Verificação da abertura de fissuras edifícios residenciais de CA: CF qkgkser,d F4,0FF += (Sobrecarga: principal) qkwkgkser,d F3,0F3,0FF ++= (Vento: principal) EXEMPLOS DE COMBINAÇÕES USUAIS NO ELS q2ψ Vento: q2ψ 0w2 =ψ q1ψ w1ψ q2ψ Porque os deslocamentos devem ser limitados nas estruturas de concreto armado? Revestimentos Argamassas de assentamento Blocos Fonte: Revista Téchne (abril de 2005) 1) Aceitabilidade sensorial DESLOCAMENTOS LIMITES (Item 13.3 e tabela 13.2 da NBR 6118) Garantir a manutenção das boas condições de uso da estrutura Garantir a manutenção do aspecto visual (desconforto usuário) Garantir a funcionalidade e durabilidade Efeitos dos deslocamentos: classificados em 4 grupos básicos Efeitos visuais desconfortáveis aos usuários (e psicológicos inclusive) Vibrações excessivas (pequena rigidez) Desconforto 2) Efeitos específicos Possam impedir a utilização adequada da construção Drenagem de superfícies que deveriam permanecer horizontais Inversão da inclinação da drenagem prevista (coberturas, varandas) Exemplos: Superfícies que devem permanecer horizontais Ginásios, pistas de boliches 3) Efeitos em elementos não estruturais Possam impedir a utilização adequada da construção Mau funcionamento (elementos interligados à estrutura) Alvenaria, caixilhos, revestimentos Exemplo de conseqüências de flechas excessivas em vigas e lajes Fissuras inclinadas em paredes de alvenaria Funcionamento de janelas prejudicado Exemplo de conseqüências de deslocamentos horizontais excessivos Fissuras em alvenarias (Distorção) Exemplo de ruína de alvenaria de blocos cerâmicos decorrente de deslocamentos horizontais excessivos (distorção) Fonte: Fissuras na interface estrutura-alvenaria em edifícios de multipavimentos SAHB & CARASEK (2006) – VI Simpósio EPUSP de Estruturas de Concreto 4) Efeitos em elementos estruturais Afastamento em relação às hipóteses de cálculo adotadas forem relevantes para às tensões Modelos estruturais devem incorporar deslocamentos se: forem relevantes à estabilidade da estrutura Exemplos Obtenção de esforços na configuração indeformada Deformabilidade das fundações (Análise não-linear geométrica / segunda ordem) Interação solo-estrutura Tabela 13.2 da NBR 6118: Limites para deslocamentos Porque as aberturas de fissuras devem ser limitadas nas estruturas de concreto armado? Desconforto para usuários Danos ao empreendimento Favorecem a atuação dos agentes agressivos Conseqüências de fissuras muito “abertas” Carbonatação, ataques de cloretos, sulfatos, entre outros Deterioração da armadura (corrosão) CO2Cloretos armadura fissura wk Tabela 13.3 da NBR 6118 Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e à proteção das armaduras em função da classe da agressividade ambiental FATORES QUE AFETAM O DESLOCAMENTOS EM ELEMENTOS FLETIDOS PROPRIEDADES DO CONCRETO FISSURAÇÃO FLUÊNCIA E RETRAÇÃO Resistência à compressão Módulo de elasticidade Resistência à tração FATORES “NATURAIS”: Carregamento, rigidez dos elementos, vãos Fatores inerentes ao material CONCRETO RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CONCRETO Projeto Estrutural fck (referência de 28 dias) Módulo de elasticidade Resistência à tração Exerce uma influência indireta sobre os deslocamentos Correlação com propriedades importantes Deslocamentos após 28 dias (vida útil) Deslocamentos antes de 28 dias (retirada do escoramento) (Ec) (fct) Resistência crescente com o tempo Menores nas primeiras idades MÓDULO DE ELASTICIDADE DO CONCRETO ckci f5600E ×= cics E85,0E ×= Na ausência de ensaios: Ecs Eci σ ε Curva tensão deformação Ensaio segundo a NBR 8522 Módulo tangente (Eci) Módulo secante (Ecs) Obtenção de esforços e deslocamentos (análises elásticas) (Correlação empírica) Varia com a idade (crescimento menor que a resistência) RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DO CONCRETO Define o início da fissuração Momento de fissuração Determinação da resistência à tração Correlações com a resistência à compressão Ensaios Tração axial Ensaio de vigas biapoiadas de concreto simplesCompressão diametral ( ) 3/2ckctm f3,0f ×= FISSURAÇÃO DO CONCRETO Ocorrência de fissuras em estruturas de concreto armado Usual e inevitável Existência de microfissuras na zona de transição: pasta-agregado antes da aplicação dos carregamentos Admite-se início da fissuração quando resistência à tração é atingida Efeitos da fissuração em elementos fletidos Redução da rigidez (redução da inércia) Acréscimo de deslocamentos em relação ao material íntegro Evolução da fissuração e perda de rigidez em função das solicitações Trecho AB: Formação de fissuras Trecho BC: Aumento da abertura e extensão das fissuras já formadas Redução do momento de inércia com o carregamento aplicado (Consideração da não-linearidade física) FLUÊNCIA E RETRAÇÃO DO CONCRETO Fluência (deformação lenta) Acréscimo de deformações no concreto sob carregamento constante (Seção transversal) Retração Acréscimo de deformações causadas pela perda de água sem a existência de carregamentos Acréscimo de deslocamentos ao longo do tempo Flecha imediata Flecha final Flecha diferida no tempo Flechas finais Cerca de 3 vezes a flecha imediata Efeito do tempo no concreto estrutural Anexo A da NBR 6118 Flechas diferidas no tempo para vigas de CA Item 17.3 da NBR 6118 (método aproximado) CÁLCULO DE DESLOCAMENTOS EM ELEMENTOS FLETIDOS Procedimentos iniciais a considerar HOMOGENEIZAÇÃO DA SEÇÃO CÁLCULO DO MOMENTO DE FISSURAÇÃO CÁLCULO DO MOMENTO DE INÉRCIA EFETIVO DESLOCAMENTOS IMEDIATOS DESLOCAMENTOS DIFERIDOS NO TEMPO Cálculo de deslocamentos HOMOGENEIZAÇÃO DA SEÇÃO TRANSVERSAL Considerar presença de armaduras no momento de inércia Substituir a área de aço por uma de concreto equivalente Relação entre os módulos de elasticidade dos materiais c s e E E=α seeq,conc AA α= Cálculo da posição da linha neutra Cálculo do momento de inércia Propriedades das Seções (Mecânica das Estruturas) ( ) ( ) ( ) ( ) Isese II sese 2 1 A.1A.1h.b d.A.1d.A.1 2 h.b x −α+−α+ −α+−α+ = ( ) ( ) ( ) ( )2I1Ise 2 1se 2 1 3 I dx.A.1 xd.A.1 2 hx.h.b 12 h.bI −−α+ +−−α+⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ −+= ( )[ ] ( )[ ] 0d.Ad.A.d.A x.AAA. 2 x.b S II se II s II I ss I se 2 II =+α−+ +−+α+ ( ) ( ) ( ) ( )2IIse 2I II I se 3 II II xd.A.1 dx.A.1 3 x.bI −−α+ +−−α+= Seção não fissurada (Estádio I) Seção fissurada (Estádio II) CÁLCULO DO MOMENTO DE FISSURAÇÃO t cct r y I.f.M α= Momento que provoca a primeira fissura na peça Define a passagem do Estádio I para o Estádio II Fibra mais tracionada atinge a resistência à tração α : correlaciona aproximadamente à resistência à tração na flexão com a resistência à tração direta fct : resistência à tração direta (1,2 para seções T e 1,5 seções retangulares) yt : distância da fibra mais tracionada ao CG da seção (Item 17.3 NBR 6118) Ic: momento de inércia da seção bruta (sem armaduras) CÁLCULO DO MOMENTO DE INÉRCIA EFETIVO Ao longo de um vão de um elemento fletido de CA Seções fissuradas (Estádio II) e não fissuradas (Estádio I) Concreto íntegro entre as fissuras Consideração de um momento de inércia entre Estádio I e Estádio II BRANSON (1965) Estudo experimental em vigas retangulares e T AVALIAÇÃO APROXIMADADA DAS FLECHAS IMEDIATAS EM VIGAS SEGUNDO A NBR 6118 Expressão para a inércia equivalente cII 3 a r c 3 a r eq II.M M1I. M MI ≤⎥⎥⎦ ⎤ ⎢⎢⎣ ⎡ ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛−+⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛= Ma : Momento fletor na seção crítica do vão para a combinação de ações considerada Momento máximo no vão para vigas biapoiadas ou contínuas Momento no apoio para balanços (Adaptação da formula de BRANSON) Prática Recomendada IBRACON – Comentários Técnicos da NBR 6118 Valor ponderado (maior precisão): 2,eq 2 v,eq v 1,eq 1 eq I aIaIaI ×+×+×= lll AVALIAÇÃO APROXIMADADA DAS FLECHAS DIFERIDAS NO TEMPO EM VIGAS SEGUNDO A NBR 6118 ( ) 2)t( t.996,068,0)t( )t()t( d.b A 501 32,0t 0 I sI If =ξ =ξ ξ−ξ=ξΔ =ρ ρ+ ξΔ=α Taxa de armadura de compressão Coeficiente em função do tempo Para t < 70 meses Para t > 70 meses FLECHA FINAL = FLECHA IMEDIATA X ( 1 + αf ) t0 é a idade de aplicação da carga de longa duração (meses) ESTIMATIVA DA ABERTURA DAS FISSURAS EM VIGAS Definições: =criA =ρri Área da região de envolvimento protegida pela barra i Taxa de armadura aderente em relação à área de envolvimento cri si ri A A=ρ Valor característico da abertura de fissuras (wk) Menor valor entre: ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ +ρ σ η φ= σσ η φ= 454 E.5,12 w f 3 E.5,12 w risi si 1 i k ctm si si si 1 i k =σsi Tensão de tração no CG da barra i (Estádio II) =siE Módulo de elasticidade do aço da barra i =η1 1,0 para barras lisas e 2,25 para nervuradas =ctmf Resistência média à tração do concreto CONSIDERAÇÕES FINAIS Mudanças nas tecnologias construtivas e no cálculo das estruturas Desenvolvimento Tecnológico (materiais) Necessidade de minimizar custos Aprimoramento dos modelos e das ferramentas de cálculo Estruturas mais esbeltas, mais enxutas Porém mais DEFORMÁVEIS Aumento da responsabilidade do projetista estrutural na consideração dos Estados limites de Deformações Excessivas Mudanças recentes ocorridas na norma de projeto: NBR 6118 Norma atual prescreve flechas admissíveis em função dos elementos da edificação que interagem com a estrutura Visão mais abrangente da estrutura e da edificação Controle da fissuração conforme a agressividade do ambiente (Durabilidade, item omisso antes na NBR 6118:1978) Consideração obrigatória das ações do vento Deslocamentos horizontais e estabilidade do edifício A não consideração pode subestimar a rigidez das vigas Opções possíveis no projeto estrutural para a redução das deformações nos pavimentos Aumentar a altura de vigas e lajes Vigas Nem sempre pode ser aumentada (arquitetura) Lajes Normalmente é possível aumentar a espessura Aumento de custo da estrutura (peso próprio) Aumentar a largura das vigas Diminuição de flechas proporcionais ao aumento da largura Reduções proporcionais ao cubo do aumento: seções estádio I Reduções proporcionais ao quadrado do aumento: seções estádio II Muitas vezes condicionada à largura das paredes (estética) Aumentar a armadura de tração (além das calculadas no ELU) Podem reduzir significativamente as flechas das vigas fissuradas (II) Não trazem benefícios significativos em vigas não-fissuradas Variação das flechas com o aumento da armadura de tração em viga de concreto armado Aumentar a armadura de compressão (além das calculadas no ELU) Restringir as deformações decorrentes da fluência e da retração Especificar concretos com resistências maiores Reflexos no módulo de elasticidade e na resistência à tração Benefícios nas verificações associadas às primeiras idades Participação maior do tecnologista de concreto Especificação de materiais (agregado, tipo de cimento, aditivos) Diminuir os efeitos da fluência e da retração do concreto Aumentar a resistência à tração e o módulo de elasticidade Opções de seleção de materiais para reduzir das deformações nos pavimentos Opções de procedimentos de obra para reduzir das deformações Retardar o primeiro carregamento do concreto (retirada escoramento) “A resposta de vigas às deformações é mais dependente de sua resistência no primeiro carregamento, não tanto pela resistência final” Assegurar a cura adequada (reduzir os efeitos da fluência e retração) ESTADOS LIMITES DE SERVIÇO� SEGUNDO A NBR 6118
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