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Psicologia Jurídica AV1 e AV2

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CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Artigo: Um breve histórico da psicologia jurídica no Brasil e seus campos de atuação - Revista : Estudos de Psicologia. Campinas. 26(4) outubro-dezembro 2009 
Como a Psicologia e o Direito se aproximaram na história brasileira?
Não existe um único marco histórico que defina o momento de início da Psicologia Jurídica no Brasil.
Década de 1960: 
	- Início da atuação de psicólogos brasileiros na área da Psicologia Jurídica. 
	- Essa inserção ocorreu de forma gradual e lenta e, muitas vezes, informalmente através de trabalhos voluntários.
	- Estudo de adultos criminosos e adolescentes infratores. 
1984: Lei de execução penal (Lei Federal n 7.210/84): com a sua promulgação, o psicólogo passou a ser reconhecido legalmente pela instituição penitenciária.
Outro campo em ascensão até os dias atuais é o trabalho de psicólogos em processos de Direito Civil, dentro do qual destaca-se o Direito da Infância e Juventude.
1985: primeiro concurso público para admissão de psicólogos dentro dos quadros do TJSP.
1990: Com a instituição do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Juizado de Menores passou a ser denominado Juizado da Infância e Juventude, gerando uma expansão do campo de atuação do psicólogo e maior número de profissionais em instituições judiciárias mediante a legalização desses cargos pelos concursos públicos. 
As deficiências na formação do psicólogo jurídico
A Psicologia Jurídica é um ramo muito recente da Psicologia, principalmente na área científica.
Existe uma dificuldade de encontrar artigos científicos relacionados ao tema.
Deficiências na formação do psicólogo para atuar nessa área: 
		1) Rápido desenvolvimento das relações entre Psicologia e Direito.
		2) Despreparo para lidar com os avanços e as novas áreas de atuação do psicólogo nesse campo que surgem a cada dia. 
Destaca-se também a necessidade do psicólogo conhecer determinadas terminologias que são próprias da área jurídica. 
Observa-se uma carência de disciplinas dessa área nos currículos dos cursos de Psicologia.
Psicologia do testemunho
Primeira metade do século XX: psicólogos da Alemanha e da França desenvolveram trabalhos sobre o testemunho e sua participação nos processos judiciais.
Psicologia do testemunho: impulsionada pelos estudos sobre os sistemas de interrogatório, os fatos delitivos, a detecção de falsos testemunhos, as amnésias simuladas e os testemunhos de crianças. 
Psicologia Jurídica: 
principais campos de atuação
Há um predomínio das atividades de confecções de laudos, pareceres e relatórios.
Pressupõe-se que compete à Psicologia uma atividade de cunho avaliativo e de subsídio aos magistrados.
Importante: ao concluir o processo de avaliação, o psicólogo pode recomendar soluções para os conflitos apresentados.
Jamais o psicólogo pode determinar os procedimentos jurídicos que devem ser tomados.
Juiz → decisão judicial. 
“Eis o grande desafio da psicologia jurídica: não ficar limitada aos conhecimentos advindos da ciência psicológica e trocar conhecimentos com ciências afins, buscando redimensionar a compreensão do agir humano, considerando os aspectos legais, afetivos e comportamentais” (p. 490)
Ramos do Direito que frequentemente demandam o trabalho do psicólogo:
Direito da Família, Direito da Criança e do Adolescente, Direito Civil, Direito Penal e Direito do trabalho. 
Direito da família
Direito da criança e adolescente
Direito civil
Direito penal
Direito do trabalho
Processos de separação e divórcio
Processosde adoção
Processos em que são requeridas indenizações em virtude de danos psíquicos
Sistema penitenciário
Processos trabalhistas
Processos de disputa de guarda
Processos de destituição do poder familiar
Casos de interdição judicial
Institutos psiquiátricos forenses
Processos de regulamentação de visitas
Desenvolvimento e aplicação de medidas socioeducativas junto aos adolescentes autores de ato infracional
Questões éticas
Golsalves, H. S & Brandão, E. P. (orgs). 
Psicologia Jurídica no Brasil. Nau Editora, 2005, RJ.
Como profissionais que atuam no campo social, os psicólogos têm sido chamados cada vez mais a problematizarem as demandas que lhes são feitas e a colocarem em análise a sua condição de especialista.
A elaboração de laudos e pareceres
Golsalves, H. S & Brandão, E. P. (orgs). 
Psicologia Jurídica no Brasil. Nau Editora, 2005, RJ.
O exercício profissional dos psicólogos no âmbito judiciário é marcado por uma predominância das atividades de confecção de laudos, pareceres e relatórios. 
Pressuposto → cabe à Psicologia, no âmbito judiciário, uma atividade predominantemente avaliativa e de subsídio aos magistrados.
Este pressuposto é defendido em textos clássicos de Psicologia, no entanto, tem causado mal-estar entre a nova geração de psicólogos.
Advento de uma literatura crítica → tem demonstrado que a questão da interseção da Psicologia com o Direito não se resume somente ao bom ou mau uso da técnica, ou seja, à habilidade ou não do perito.
Deve-se ter cuidado para não se prender à produção de verdades a-históricas e universais. 
PSICOLOGIA E OS DIREITOS DA INFÂNCIA E JUVENTUDE
Fiorelli, J., O.; Mangini, R., C., R.,. Psicologia Jurídica, editora: Altlas, edição: 4, ano 2012. Capítulo 4: A adolescência, o judiciário e a sociedade. (pp. 146-149)
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n 8.69/90)
Atenção psicossocial a crianças e adolescentes no SUS: tecendo redes para garantir direitos. Brasil. Ministério da Saúde, Conselho Nacional do Ministério Público – Brasília: 2014. 
Código de Menores e a Doutrina da Situação Irregular
1927: sancionado o Código de Menores.
	- Primeira codificação exclusivamente voltada para tratar dos interesses da criança e do adolescente.
	- Também conhecido como “Código Mello Mattos”
	- Proteção da população infantojuvenil calcada em parâmetros morais e higienistas. 
1927-1979: surge o termo “menino de rua”. 
1979: edição do novo Código de Menores.
	- Incorporou avanços em relação à legislação anterior, contudo, manteve a conotação estigmatizante de crianças e adolescentes pobres como “menores”.
	- Ampliação considerável do número de estabelecimentos responsáveis por abrigar de forma desumana crianças e adolescentes em situações vulneráveis (“filhos da pobreza”) 
	- Esse Código era aplicado em grande medida a crianças e adolescentes que se encontravam em situações vulneráveis. 
Convenção Internacional do Direitos da Criança e do Adolescente 
Convenção proclamada em 1989 e da qual o Brasil é signatário. 
Tópicos importantes:
	- O direito de crianças e adolescentes a cuidados e assistência especiais.
	- Assunção das responsabilidades da família, sua proteção e assistência especializada.
	- Preparação da criança e do adolescente para uma vida independente na sociedade. 
	- Proteção e cuidados especiais mesmo antes do nascimento. 
	- Desenvolvimento sociopsicológico. 
Constituição Federal de 1988
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 
Estatuto da Criança e do Adolescente e a Doutrina da Proteção Integral 
Lei 8.069, de 13 de julho de 1990: dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.
ECA → criado em substituição ao antigo código de menores e orientado pelo paradigma da proteção integral.
Doutrina da Proteção integral:
	- Entendida como um conjunto de medidas específicas de proteção.
	- Vem superar a ideia do assistencialismo do estado voltado para o controle e o asilamento de crianças e adolescentes.
		- Considera a criança e o adolescente como sujeitos de direitos e como pessoasem condição peculiar de desenvolvimento, cujas prioridades compreendem: 
	a) a primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstância;
	b) a precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
	c) a preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; e
	d) a destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
	- Subsidia a Lei n 12.594, de 18/01/202, que estabelece parâmetros e diretrizes para a execução das medidas socioeducativas, com a instituição do Sistema de Atendimento Socioeducativo (SINASE) 
VIOLÊNCIA CONTRA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE 
Gonsalves, H. S. Violência contra a criança e o adolescente. In: Gonsalves, H. S.; Brandão, E. P. Psicologia Jurídica no Brasil. Rio de Janeiro: NAU Ed., 2004. p. 277-308. 
Violência na sociedade contemporânea
A vivência da violência na sociedade contemporânea é usual e cotidiana.
A violência é anunciada e discutida com tanta frequência que acabamos acreditando que sabemos muito sobre ela.
A proximidade forçada com a violência tende a anular a sensação de estranhamento em relação a mesma.
Hannah Arendt → A banalização suprime a capacidade de pensar criticamente, levando os indivíduos a se acomodarem ao arbítrio, à barbárie, à covardia e ao cinismo.
Pierre Bourdie → é preciso suportar a tensão do desconhecido e do estranhamento, eles são os motores do conhecimento. Os fatos são uma evidência da realidade objetiva que precisa ser decifrada pelo conhecimento: os fatos não falam.
Estudos no campo da violência contra a criança
A violência contra a criança foi exaustivamente estudada nos últimos 40 anos.
Leitura atenta das pesquisas recentes → mostra interpretações divergentes e indagações que requerem investigação futura.
Produção dos últimos 40 anos → limitada a um saber taxonômico. 
“não é possível fazer referência a causas ou consequências da violência, mas somente das relações verificáveis entre certos eventos” (Golçalves, p. 279)
Grande parte das pesquisas nessa área são de perfil epidemiológico: perfil da vítima preferencial, perfil do agressor mais comum, características da dinâmica familiar.
Definições: alguns aspectos controversos
A intencionalidade como diferencial para considerar ou não um ato como violento: polêmica que ainda percorre a discussão teórica do tema. A definição adotada oficialmente no Brasil adota esse critério para qualificar o ato como violento.
O Grau de comprometimento, físico ou psíquico, que decorre do ato. 
O dano que a violência produz na criança.
Tipologia
Violência física
Violência sexual
Negligência
Violência psicológica
Notificação
A lei determina que, ao tomar ciência ou suspeitar de que uma criança esteja sofrendo maus-tratos, o profissional deve notificar a autoridade competente. 
Autoridade competente: Conselho Tutelar da localidade ou, na sua ausência, a autoridade judiciária.
2 aspectos vitais desse procedimento: 1) a decisão do profissional quanto ao ato de notificar; e 2) as ações que se seguem à notificação.
Decisão de notificar: 
	- o profissional se vê quase elevado à condição de perito.
	- atrelada a um conjunto de tomadas de posição do profissional, que tem início com a escolha de um ou outro conceito operacional de violência.
Notificação de uma “suspeita”
Notificação: proposta pela primeira vez nos Estados Unidos, em 1963.
Nos anos 70, o número de notificações cresceu significativamente nos Estados Unidos.
Muitos pais processaram os profissionais, que foram obrigados a responder em juízo pelos seus atos. Com isso, houve uma queda consistente no número de notificações.
Decisão de incluir a possibilidade de notificar uma “suspeita”: tomada com o propósito de solucionar esse impasse. 
Registro de uma suspeita ≠ acusação. 
Notificação de uma suspeita: protege o profissional dos processos jurídicos por difamação. 
Questionamentos em relação à notificação de suspeita de maus-tratos
	a) ao permitir esse tipo de notificação, o sistema legal não exige que o profissional a fundamente, transferindo essa tarefa às agências de proteção; 
	b) essa transferência de responsabilidade sobrecarrega essas agências, dificultando seu trabalho; 
	c) a suspeita carrega a condenação moral dos pais, independentemente da confirmação posterior.
Dificuldades da intervenção na família
Conselho Tutelar: 
	- órgão encarregado pela legislação de zelar pelos direitos da criança e do adolescente sempre que eles forem ameaçados ou violados. 
	- deve receber a notificação e proceder a uma primeira avaliação dos fatos relatados, verificar sua procedência e decidir pelo encaminhamento ao Ministério Público de seu relato. 
	- não determina se a violência ocorreu, nem tampouco requer perícia.
	- tem autoridade para aplicar medidas de proteção à criança previstas no art. 101 (I a VII) ou de atendimento aos pais ou responsáveis previstas no art. 129 (I a VII) da Lei 8069/90.
Art. 100 da Lei 8069/90: sempre que possível, deve-se dar preferência à aplicação das medidas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Respeito aos valores familiares ≠ permissividade ou autorização à prática da violência.
INTERVENÇÕES COM ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI.
Santos, E. P. S. (Des)construindo a ‘menoridade’: uma análise crítica sobre o papel da Psicologia na produção da categoria ‘menor’. In: Golsalves, H. S.; Brandão, E. P. Psicologia Jurídica no Brasil. Rio de Janeiro: NAU Ed., 2004. p. 205-247. 
Formas de ingresso do adolescente autor de ato infracional no Judiciário
O adolescente que comete ato infracional só pode ser apreendido em duas hipóteses: 
	1) em flagrante delito; e 
	2) por ordem escrita e fundamentada do Juiz da Infância e Juventude.
Procedimento:
		Adolescente apreendido
↓
		Adolescente conduzido para a oitiva com o representante do MP
↓
		Adolescente conduzido imediatamente ao Juiz ou levado à audiência após entrevistas com a equipe técnica 
Pode-se caracterizar as formas de intervenção técnica da seguinte maneira:
No momento anterior à realização da audiência judicial; objetivando a confecção de estudos e laudos que auxiliem o Juiz em sua tomada de decisão.
No momento posterior à realização da audiência:
	
	A) no acompanhamento técnico dos adolescentes a partir da determinação de medidas protetivas e/ou socioeducativas pelo Juiz.
	
	B) no encaminhamento às instituições da rede.
Estatuto da Criança e do Adolescente
Balizado pela doutrina da proteção integral, assegura direitos aos adolescentes que praticam ato infracional e sobre os quais podem incidir medidas socioeducativas.
Mesmo sendo responsável pela prática de ato infracional, o adolescente pode ser alvo de medidas de proteção.
Responsabilização → de cunho social, e não penal ou criminal.
Juiz: emerge com a função de prevenir e compor litígios.
Ministério Público: fiscalização da lei e a titularidade das ações protetivas e socioeducativas.
Advogado ou defensor público: representa a criança e o jovem no interior do processo legalmente constituído.
Administrações locais: responsabilidade pelas questões da Política Social. 
Medidas socioeducativas previstas no ECA (art. 112):
	I – advertência;
	II – obrigação de reparar o dano;
	III – prestação de serviços à comunidade;
	IV – liberdade assistida;
	V – inserção em regime de semiliberdade;
	VI – internação em estabelecimento educacional;
	VII – qualquer uma das previstas no artigo 101, I a VI.
	 
Medidas de proteção previstas no artigo 101, I a VI:
	I – encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
	II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
	III – matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;
	IV – inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente;
	V – requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico em regime hospitalar ou ambulatorial; e
	VI– inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos. 
ADOÇÃO
Lei 12.010, de 3 de agosto de 2009.
(Nova lei da adoção)
Pessoas que desejam se habilitar para adoção:
Devem se dirigir para a Justiça da Infância e da Juventude da sua comarca e apresentar a documentação necessária. 
A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um registro de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e outro registro de pessoas interessadas na adoção.
Observação: haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora do País. Esses cadastros somente serão consultados na inexistência de postulantes nacionais habilitados. 
Criança e adolescente inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional
Terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 6 meses.
Com base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade judiciária competente deve decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas.
A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 2 anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária..
A manutenção ou reintegração de crianças ou adolescente à sua família terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que a família será incluída em programas de orientação e auxílio.
Estágio de convivência
Será acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão o relatório minucioso acerca da convivência do deferimento da medida.
Poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo.
Nos casos de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, seu período de cumprimento no território nacional será de, no mínimo, 30 dias. 
Adotantes
Podem adotar os maiores de 18 anos, independentemente do estado civil.
Adoção conjunta: indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família.
Divorciados, judicialmente separados e ex-companheiros: podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão.
Obs.: A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença. 
Colocação em família substituta
Pode ser feita mediante guarda, tutela ou adoção.
Guarda: 
 - destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida nos procedimentos de tutela e adoção (exceto no que adoção por estrangeiros). 
 - Salvo determinação em contrário ou quando a medida for aplicada em preparação para adoção, não impede o exercício do direito de visitas pelos pais nem o dever de prestar alimentos. 
 - Poderá ser revogada a qualquer tempo.
Tutela: 
 - será deferida a pessoa de até 18 anos incompletos e pressupõe a prévia decretação da perda ou suspensão do poder familiar. 
Adoção: 
 - medida excepcional e irrevogável.
 - deve-se recorrer a ela apenas quando os recursos de manutenção da criança ou do adolescente na família natural ou extensa forem esgotados. 
Adotando
Deve contar com, no máximo, 18 anos à data do pedido (salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes)
A ele é atribuída a condição de filho, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios.
É desligado de qualquer vínculo com pais e parentes (salvo os impedimentos matrimoniais)
Adotante
Podem adotar os maiores de 18 anos (independentemente do estado civil)
O adotante precisa ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotado. 
Adoção conjunta: os adotantes precisam ser casados civilmente ou manter união estável.
Quando um conjugue ou concubino adota o filho do outro: mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjugue ou concubino do adotante e os respectivos parentes. 
Divorciados, judicialmente separados e ex-companheiros: podem adotar conjuntamente desde que: a) acordem sobre a guarda e o regime de visitas; b) o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência; c) seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda.
A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença. 
Adoção internacional
Aquela na qual a pessoa ou casal postulante é residente ou domiciliado fora do Brasil.
Somente terá lugar quando restar comprovado que: a) a colocação em família substituta é a solução adequada ao caso concreto; b) foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou adolescente em família substituta brasileira; c) em se tratando de adoção de adolescente, o mesmo foi consultado, por meios adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e que ele se encontra preparado para a medida, mediante parecer elaborado por equipe multiprofissional. 
Nos casos de adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro, os brasileiros residentes no exterior tem preferência aos estrangeiros.
 
A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE FAMÍLIA
Fiorelli, J., O.; Mangini, R., C., R.,. Psicologia Jurídica, editora: Altlas, edição: 4, ano 2012. Capítulo 8: Psicologia Jurídica e Direito Civil (pp.304-306) 
Conceito de família
Contexto anterior: relevância da consanguinidade e papéis tradicionalmente atribuíveis a cada um dos integrantes da família.
Contexto contemporâneo: a estabilidade e a intensidade dos laços afetivos ganham relevância.
Na contemporaneidade, existe toda uma variedade e complexidade das estruturas de convivência que se desenvolvem na família.
Família patriarcal X Família conjugal moderna
Família patriarcal:
- Baseada na manutenção da propriedade e de interesses políticos.
- Baseada na constituição de um núcleo homogêneo.
- Predomínio da dominação masculina, da submissão da mulher, do casamento entre parentes e da negação das diferenças. 
Família conjugal moderna: 
- Predomínio da satisfação de impulsos sexuais e afetivos.
Vínculos afetivos
Formam-se a partir de referências internas e externas, de aspectos conscientes e inconscientes.
Sua formação se dá em um processo, segundo um continuum que envolve vários aspectos positivos (afeto, corresponsabilidade, tolerância, segurança, etc.)
Esse processo também inclui aspectos negativos, que podem levar a frustrações, mágoas e ressentimento e que podem levar a dissolução da união.
Bowlby: pessoas que padecem de distúrbios psiquiátricos podem manifestar deterioração da capacidade para estabelecer vínculos afetivos. 
Importante: cada família tem uma dinâmica própria e o que é bom para uma não necessariamente funcionará para outra configuração familiar.
Modelos de família
Monoparentais
Recasados com filhos de ambos os côjuges
Recasados com apenas filho de um dos cônjuges
Ambos os cônjuges divorciados
Apenas um dos cônjuges divrociados
“Cada um na sua casa”
Retorno à casa dos pais, etc. 
FORMAS DE GUARDA E A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
Fiorelli, J., O.; Mangini, R., C., R.,. Psicologia Jurídica, editora: Altlas, edição: 4, ano 2012. Capítulo 8: Psicologia Jurídica e Direito Civil.
(pp.316-321) 
 
Guarda unilateral 
Outrora denominada guarda exclusiva.
Ocorre quando apenas um dos pais mantéma criança em seu lar, podendo ser deferidas visitas para aquele que não detém a guarda.
Código Civil:
	- Guarda atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua.
	- Será atribuída ao genitor que revele melhores condições para exercê-la e, objetivamente, mais aptidão para propiciar aos filhos os seguintes fatores: 1) afeto nas relações com o genitor e com o grupo familiar; 2) saúde e segurança; e 3) educação.
	- Obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos.
	- E se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe? Ele deferirá a guarda à pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade.
Guarda alternada
Aquela em que há uma divisão entre pai e mãe em relação às reponsabilidades com os filhos e consequentes mudanças periódicas destes para a casa de um dos pais.
Alternância essa que pode implicar em dificuldade de adaptação, tanto em relação ao lar físico quanto às relações parentais e sociais. 
Trata-se de um arranjo muito criticado por juristas e psicólogos, na medida em que pode dificultar a referência de um lar e de valores, bem como prejudicar a construção de hábitos saudáveis, principalmente quando se trata de crianças muitos pequenas.
Além disso, pode desenvolver a criança uma percepção objetal (na qual ela se vê transferida de um ponto ao outro de forma mecânica). 
Guarda compartilhada
Código Civil:
	- Responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos em comuns.
Os filhos permanecem sob a autoridade equivalente de ambos os pais, mesmo que a guarda física possa ficar na maior parte do tempo com um deles.
Evita prejuízos à criança decorrentes da descontinuidade de lar.
Os pais participam, conjuntamente, nas decisões importantes da vida do filho (educação, saúde, religião, etc.) 
Direito de visita dos avós
Historicamente reclamado em muitas ações judiciais, mas não encontrava respaldo legal.
Contava apenas com a sensibilidade do julgador.
Lei 12.398/2011: alterou o artigo 1.589 do Código Civil para incluir o Direito de Visita dos Avós. 
Essa alteração, visa garantir, para avós e netos, a possibilidade de convívio que, muitas vezes, fica comprometida pelas disputas judiciais perpetradas por pais e mães.
Art. 1589: O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, segundo o que acordar com ou outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e educação.
Parágrafo único: O direito de visita estende-se a qualquer dos avós, a critério do juiz, observados os interesses da criança ou do adolescente. 
Pontos que devem ser considerados
“As questões envolvendo o poder de um cônjuge sobre o outro, ou a disputa de poder entre ambos, podem evidenciar-se de maneira perversa na disputa de guarda de filhos” (p. 318)
Com os novos arranjos familiares e a inserção da mulher no mercado de trabalho, muitas vezes, são os pais que exercem um papel primordial de cuidados intrafamiliares. Além disso, a carência paterna possui consequências tão graves quanto a carência materna.
É necessário analisar em cada caso a possibilidade de manter irmãos com o mesmo cônjuge ou de colocá-los separadamente com um dos cônjuges. 
O ideal é que todos os filhos possam partilhar da companhia, do afeto, dos cuidados e da atenção de pai e mãe, indiscriminadamente.
Para Dolto (1989), se a criança pode permanecer no espaço em que os pais tinham sido unidos, o trabalho do divórcio ocorre de maneira muito melhor para ela, visto que precisará fazer somente o trabalho efetivo de compreender o divórcio. Neste caso, os referenciais que existem na vida da criança são mantidos (mesmo espaço, mesma escola, mesmos vínculos, etc.). 
Em uma separação, os peritos e assistentes técnicos (assim como o operador do direito) devem guiar-se pela proteção de todos os envolvidos na disputa judicial, especialmente crianças e adolescentes. 
A SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL
LEI Nº 12.318, DE 26 DE AGOSTO DE 2010 
Alienação parental 
Art. 2º: “interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este”. 
Formas de alienação parental
Realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade; 
Dificultar o exercício da autoridade parental; 
dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; 
Dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; 
Omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; 
Apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; 
Mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós. 
Alienador
Pode ser um dos genitores, avós ou qualquer responsável pelo menor, que tenha autoridade, guarda ou vigilância sobre o mesmo.
Menor envolvido
Criança ou adolescente que tem sua integridade psicológica atacada com o intuito de repudiar genitor.
Alienado
Pai ou mãe contra quem o ataque é direcionado.
Pessoas envolvidas
Penalidades aplicadas ao alienador
Advertência. 
Ampliação do regime de convivência familiar em favor do genitor alienado. 
Estipulação de multa ao alienador. 
Determinação de acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial. 
Determinação da alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão. 
Determinação de fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente.
Declaração da suspensão da autoridade parental. 
Perícia psicológica ou bipsicossocial
Art. 5o  “Havendo indício da prática de ato de alienação parental, em ação autônoma ou incidental, o juiz, se necessário, determinará perícia psicológica ou biopsicossocial”.
Laudo pericial: 
	- será amplo e realizado por profissional ou equipe multidisciplinar habilitados. 
	- será apresentado no prazo de 90 (noventa) dias, podendo ser prorrogado por autorização judicial baseada em justificativa circunstanciada.  
	- será acompanhado da indicação de eventuais medidas necessárias à preservação da integridade psicológica da criança ou adolescente.
	
ALIENAÇÃO PARENTAL
Fiorelli, J., O.; Mangini, R., C., R.,. Psicologia Jurídica, editora: Altlas, edição: 4, ano 2012. Capítulo 8: Psicologia Jurídica e Direito Civil 
Frases comunicadas que podem demonstrar situações em que ocorre alienação parental: 
“Cuidado ao sair com seu pai, ele quer roubar você de mim”
“Sua mãe abandonou vocês”
“Seu pai não se importa com você”
“Sua mãe me ameaça, vive me perseguindo”
“Seu pai só quer compra-lo com tantos presentes, na verdade, não se importa com você”
“Sua mãe é uma desequilibrada”
“Lembre-se de que quando seu pai estava aqui só lhe dava surras, como podemos acreditar que agora ele lhe trará bem?”
“Só podia ser filho de um FULANO. Agride o pai e a auto-estima da criança...” 
O psicólogo deve ter claro os seguintes aspectos: 
As conseqüências de alterar a situação existente.
O profissional de psicologia, inconscientemente, pode interpretar os falsos relatos sob os efeitos de acontecimentos de sua vida pessoal. 
As limitações de percepção da criança podem comprometer a noção de realidade.
São conhecidos casos de advogados que incentivam a prática da alienação parental, desconhecendo a extensão dos danos ocasionados.
A alienação parental não se resume a este ou àquele cônjuge, podendo ser praticada por avós ou outrosmembros da família. 
Busca e apreensão de filho
Requer muita parcimônia, cuidados e critérios em sua determinação, principalmente quando a criança não se encontra em situação de risco.
Em geral, trata-se de medida com sensíveis conseqüências para todos os envolvidos, particularmente para a criança. 
Importância da Psicologia Jurídica
“Os juízes julgam as condutas humanas e buscam dirimir os conflitos baseados na lei; a interdisciplinaridade com a psicologia jurídica auxilia a revelar motivações e comunicações latentes de um indivíduo em determinada ação, como nos conflitos familiares” (p. 326)
A preservação da criança fica tanto mais dificultada quanto maior a demora na realização da perícia e solução do processo” (op. cit.)
“O juiz recebe a história já filtrada pelo relato dos fatos. O advogado o recebe distorcido pela emoção do cliente. O apoio técnico do psicólogo e do assistente social pode constituir o elemento essencial para a decisão criteriosa” (op. cit.) 
Interface entre a psicologia e o direito nas varas de família
“fica evidente quando a busca da solução judicial perpassa pela representação simbólica que o rompimento da relação conjugal traz para as partes” (p. 326-7)
É plausível, por exemplo, que a pessoa que pratica a alienação parental desconheça que emite esse comportamento.
A reabilitação do alienante deve ser conseirada.
ELABORAÇÃO DE LAUDO NAS VARAS DE FAMÍLIA
Fiorelli, J., O.; Mangini, R., C., R.,. Psicologia Jurídica, editora: Altlas, edição: 4, ano 2012. Capítulo 8 
(p. 301-304)
Quem pode atuar no processo ?
Peritos
Assistentes técnicos indicados pelas partes
Assistente técnico da promotoria 
Laudo pericial
O juiz não está adstrito ao laudo pericial.
O juiz poderá determinar a realização de nova perícia, quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida.
O psicólogo deve ter extremo cuidado ao elaborá-lo.
É necessário que o juiz e outros operadores da justiça analisem o laudo sob uma perspectiva sistêmica. 
Perícia ≠ Julgamento
PSICODIAGNÓSTICO CLÍNICO
PERÍCIA PSICOLÓGICA
Objetivo
Questões que angustiam os pais da criança.
Auxiliar do juiz em processo judicial.
Procura
Espontânea.
Convocação das partes.
Encerramento
Faculdade de findar o procedimento quando assim o entenderem.
Devem submeter-se até o fim do processo psicodiagnóstico.
Veracidade
Não há interesse em mentiras ou dissimulações.
Dissimulação e mentira de forma consciente com a intenção de ganhar a causa ou de livrar-se de uma punição.
Sigilo
As informações ficam restritas a quem procurou o atendimento.
As informações fazem parte de um processo, que podem até contribuir na criação de jurisprudência, modificando não só a situação imediata das partes envolvidas, mas transformando a coletividade.
Apresentação dos resultados
Prontuários de pacientes com anotações conforme a linha teórica adotada.
Laudos que obedecem reigor ético e técnico, com diagnóstico e prognóstico.
Resolução CFP no 008/2010: 
Dispõe sobre a atuação do psicólogo como perito e assistente técnico no Poder Judiciário.
Quem é o psicólogo Perito?
É o profissional designado para assessorar a Justiça no limite de suas atribuições. 
O psicólogo Perito deve exercer essa função com isenção em relação às partes envolvidas e comprometimento ético para emitir posicionamento de sua competência teórico-técnica, a qual subsidiará a decisão judicial.
Resolução CFP no 017/2012:
Dispõe sobre a atuação do psicólogo como Perito nos diversos contextos.
Realização da perícia
Consiste em uma avaliação direcionada a responder demandas específicas, originadas no contexto pericial.
O trabalho pericial pode contemplar: observações, entrevistas, visitas domiciliares e institucionais e outros métodos e técnicas reconhecidas pela ciência psicológica.
O periciado deve ser informado acerca dos motivos, das técnicas utilizadas, datas e local da avaliação pericial. 
O psicólogo Perito deve evitar qualquer tipo de interferência durante a avaliação que possa prejudicar o princípio da autonomia teórico-técnica e ético profissional, e que possa constranger o periciando durante o atendimento.
O psicólogo perito pode atuar em equipe multiprofissional, desde que preserve sua especificidade e limite de intervenção, não se subordinando técnica e profissionalmente a outras áreas.
Psicólogo Perito
Psicólogo designado para assessorar a Justiça no limite de suas atribuições.
Assistente Técnico
Psicólogo de confiança da parte para assessorá-la e garantir o direito ao contraditório.
Psicoterapeuta das partes
Não pode atuar como perito ou assistente técnico de pessoas atendidas por ele ou de terceiros envolvidos em litígio.
Atenção! Somente poderá produzir documentos advindos do processo psicoterápico com a finalidade de fornecer informações à instancia judicial se as partes (pessoas atendidas por ele) consentirem. Exceto Declarações.
Produção e análise de documentos
Os documentos produzidos por psicólogos que atuam na Justiça devem manter o rigor técnnico e ético exigido na Resolução CFP no 07/2003, que institui o Manual de Elaboração de Documentos Escritos produzidos pelo psicólogo, decorrentes da avaliação psicológica.
Relatório: o psicólogo Perito apresentará indicativos pertinentes à sua investigação que possam diretamente subsidiar o juiz na solicitação realizada, reconhecendo os limites legais de sua atuação profissional, sem adentrar nas decisões, que são exclusivas às atribuíções dos magistrados. 
PSICOLOGIA E O DIREITO PENAL
Lei de Execução Penal. Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados. Centro de Documentação e Informação. Coordenação de Biblioteca. http: //bd.camara.gov.br 
Carvalho, S. O papel da perícia psicológica na execução penal. In.: Psicologia Jurídica no Brasil. Gonsalves, H., S. & Brandão, E., P. (orgs). Nau Editora, 2005: RJ.
A anulação da Resolução do CFP que regulamenta a prática da(o) psicóloga(o) no âmbito do Sistema Prisional pelo Poder Judiciário: que forças estão em jogo?. Jornal do CRP-RJ n. 39, Julho/Agosto/Setembro de 2015. p. 6-7
Estrutura da Execução da pena no Brasil
Moldada pelo sistema progressivo (art. 33 do Código Penal).
Após o cumprimento de um determinado período de tempo, dependendo do ‘mérito’ e da ‘avaliação da personalidade’ (laudo e pareceres), o apenado será transferido a um regime menos gravoso.
	Ex.: regime fechado → regime semiaberto / regime semiaberto → regime aberto.	
Da mesma forma que o sistema permite a transferência para regime menos severo, em face de prática de faltas graves, o condenado pode regredir seu regime. 
Lei de Execução Penal 
Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 → Institui a Lei de Execução Penal.
Pontos importantes para a disciplina: 
	1) Com esta Lei, são estabelecidas as novas condições que sevem ser garantidas aos presos e internados.
	2) Institui a avaliação criminológica.
Prisão X Ressocialização
“A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado”. (Art. 1º, LEP)
“Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei”. (Art. 3º, LEP) 
“A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade”. (Art. 10, LEP)
O preso e o internado passam a ter direito à assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa. 
Comissão Técnica de Classificação (CTC)
“Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal”. (Art. 5º, LEP).
“A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório” (Art. 6º, LEP).
“A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo por dois chefes de serviço,um psiquiatra, um psicólogo e um assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa da liberdade”. (Art. 7º, LEP).
“O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado será submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da execução”. (Art. 8º, LEP).
Para obtenção de dados reveladores da personalidade, poderá: (Art. 9º, LEP)
	I – entrevistar pessoas: 
	II – requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do condenado; 
	III – realizar outras diligências e exames necessários. 
CTC → atua no local da execução, como observatório do cotidiano do apenado.
Comissões e Centros de Observação (COC)
Local autônomo da instituição carcerária.
Realiza exames periciais e pesquisas criminológicas que retratarão o ‘perfil do preso’.
Tem por função realizar exames criminológicos mais sofisticados, com intuito de auxiliar os órgãos da execução.
O Código Penal prevê que o corpo criminológico deverá realizar prognósticos de não-delinquência, requisito subjetivo para concessão do livramento condicional. 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Lei 11.340, de 7 de agosto de 2006.
(Lei Maria da Penha)
Histórico
Maria da Penha Maia Fernandes (Fortaleza, Ceará, 1945)
Farmacêutica brasileira que é vítima emblemática da violência doméstica. 
Lutou para que seu marido, o professor colombiano Marcos Antonio Heredia Viveiros, fosse condenado.
1983: seu marido tentou matá-la duas vezes. Por conta das agressões sofridas, Maria da Penha ficou paraplégica.
Considerado, pela primeira vez na história, um crime de violência doméstica.
Atualmente, Maria da Penha é líder de movimentos de defesa dos direitos das mulheres. 
Lei 11.340/06: popularmente conhecida com o seu nome (Lei Maria da Penha). 
Lei Maria da Penha
Cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
Dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a mulher.
Estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica.
Violência doméstica e familiar contra a mulher
Qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
	I- no âmbito da unidade doméstica (espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas)
	II- no âmbito da família (comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa)
	III- em qualquer relação íntima na qual o agressor conviva ou tenha convívio com a ofendida. 
Formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
Violência física
Violência psicológica
Violência sexual
Violência patrimonial
Violência moral
Medidas protetivas de urgência que obrigam o agressor
Suspensão da posse ou restrição do porte de armas.
Afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida.
Proibição de determinadas condutas, entre as quais: a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas; b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação; c) frequentação de determinados lugares.
Restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores.
Prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
Medidas protetivas de urgência à ofendida
Encaminhamento da ofendida e de seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento.
Recondução da ofendida e de seus dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento do agressor.
Afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos.
Separação de corpos.
Detalhes importantes
Na Lei Maria da Penha, somente a mulher pode ser vítima.
O agressor pode ser mulher.
Deve-se ter cuidado para não associar a violência contra a mulher somente à agressão. 
Nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, é vedada a aplicação de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.
A mulher não poderá entregar intimação ou notificação ao agressor.
A mulher não pode retirar a representação que já foi feita.

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