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IMUNIDADE FETAL, DO RN E DA CRIANÇA Conceito de Imunidade: mecanismos usados pelo corpo como proteção contra agentes ambientais estranhos (microrganismos, produtos de microrganismos, alimentos, substâncias químicas, fármacos, pólen, pelo de animais) Sistema imunológico natural: Não específica ao antígeno Resposta rápida, em minutos ou horas Sem memória imunológica Barreiras naturais: pele, mucosa Fagócitos Células NK Mediadores do complemento Moléculas de reconhecimento de padrões Sistema imunológico adaptativo: Antígeno-específico Resposta lenta, em dias Tem memória Por meio de linfócitos Moléculas de reconhecimento de antígenos = receptores de células B e T Moléculas são secretadas = anticorpos Imunidade fetal: LA = proteção fetal contra infecções Fatores de defesa = betalisina, peroxidase, transferrina, imunoglobulinas, lisozima Avanço da idade gestacional = aumento da concentração dos fatores de proteção Inibição de crescimento bacteriano: Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Proteus, Klesbiella, Enterobacter, Candida albicans Imunidade do RN: RN prematuros = < 28 semanas => 5 – 10X mais infecções que os RNs à termo Depende da transferência materna passiva de anticorpos na vida fetal e no início da vida neonatal Desenvolvimento imunológico completo só no final da 1ª infância Leite materno: transferência de imunidade passiva no pós-natal Leite materno: Antimicrobiano + anti-inflamatório + imunorregulador IgA secretora = TGI e trato respiratório Fagócitos Células NK Linfocinas IL-4, IL-6, IL8, IL-10 Lisozima Lactoferrina Peroxidase Imunidade natural/inespecífica: Barreiras físicas e químicas Enzimas digestivas Ácidos graxos bacteriostáticos da pele RN pré-termo: maior permeabilidade da pele e menor acidez no suor e secreções sebáceas do que a de um RN à termo Pele e mucosas: invasão por cateter, tubo OT, sonda vesical de demora Células no sistema imunológico natural = fagocitose Leucócitos polimorfonucleares = granulócitos = basófilos + mastócitos + eosinófilos + neutrófilos = fagocitários de vida curta Monócitos => macrófagos = sistema reticuloendotelial Macrófagos de tecidos específicos: Fígado: células de Kupffer Pulmão: macrófagos alveolares SNC: células da micróglia Células dendríticas: longa duração, precursoras de monócitos Pele: células de Langerhans Células NK: linfócitos granulares grandes, sem receptores de antígenos específicos => produção de interferon gama Pequena reserva medular de leucócitos polimorfonucleares tanto em RN à termo quanto em prematuros RN formam pequenas reservas medulares = colônias de granulócitos e macrófagos Em prematuros, a medula não responde a infecções Quimiotaxia: migração das células até o local da invasão bacteriana = 1ª etapa da resposta inflamatória Deficiências funcionais de neutrófilos dos RNs: Ligação inadequada aos fatores quimiotáticos Dificuldade de regulação de glicoproteínas de superfície para aderência Diminuição da capacidade de alterar sua forma Dificuldade de migração até o estímulo quimiotático Deficiência de monócitos até os 6 anos Opsoninas: permite o contato dos microrganismos e os fagócitos => estímulo para o fagócito captar a bactéria No RN a diminuição de opsoninas circulantes diminui a fagocitose de bactérias pelos neutrófilos Monócitos do RN: capacidade de fagocitose normal ou diminuída Complemento: substância termolábil que complementa ação do anticorpo sobre a bactéria Síntese por macrófagos + epitélio intestinal + baço + fígado => a partir da 6 – 14 sem de gestação Menor no RN: à termo = 60 – 90%; RNPT = 47 – 70% Ativação: reação antígeno-anticorpo pelas duas vias principais Funções do complemento: mediação da resposta inflamatória = fatores quimiotáticos + solubilização e cleareance de complexos imunes e lise de bactérias, especialmente G- + imunorregulação RN: se não há presença de anticorpo especifico e se via alternativa está deficiente = opsonização deficiente SGB + E. coli = má opsonização por redução da concentração de componentes da via alternativa + composição da cápsula dos microrganismos = ácido siálico= inativação de C3b Interferons: citocinas produzidas por leucócitos e fibroblastos o RN + estímulo viral = leucócitos com produção normal de IFN gama o Má função por causa de macrófagos funcionalmente imaturos => IFN dependem de macrófagos e linfócitos T para atuarem Imunidade celular/inespecífica: Células linfáticas < diferenciação no timo = linfócitos T + diferenciação na medula óssea = células B > 4 sem gestação => células progenitoras linfoides e mieloides migram do saco vitelínico para o fígado Vida fetal: diferenciação feita no fígado (17 sem) Linfócitos T: defesa contra vírus + enterobactérias + fungos => saem do timo => órgãos linfáticos periféricos => sangue periféricos da 20ª sem Imunidade Humoral: ☼ Linfócitos B: em contato com o agente tóxico, se diferenciam em plasmócitos = síntese e excreção de imunoglobulinas circulantes => capacidade de reação com agentes específicos => opsonização + neutralização + fixação do complementos + formação de complexos imunes ☼ Número de células B normal no RN ☼ Feto não produz anticorpos, plasmócitos são raros ☼ Centro germinativo = baço ☼ Linfonodos + plasmócitos = após a 8ª sem pós-natal ☼ Infecção intraútero => ocorre desenvolvimento de centros germinativos => diferenciação de linfócitos + plasmócitos => produção e excreção de anticorpos Imunoglobulina G: Predominam em todas idades => adultos = 75 – 80% Passagem transplacentária da mãe para o feto: - 8 sem de gestação = < 100mg/dl; 17 – 20ª sem de gestação = aumenta progressivamente Pico de transferência placentária: a partir da 32ª sem Nascimento: IgG no RN =/> que os da mãe => 100mg/dl Imunoglobulina M: 10% das Igs do adulto Anticorpos de microrganismos entéricos G- Anticorpos de grupos sanguíneos Alguns agentes virais Sem passagem transplacentária Não protege de bactérias G- => Salmonella + Shigella + E. coli Início de produção no RN: 10 – 15 sem de gestação > 20mg/dl ao nascer no cordão = infecção intrauterina Imunoglobulina A: 10 – 15% das Igs do adulto IgA primária => secreções do TGI e trato respiratório Maioria tem produção local = secretora 10% tem origem circulatória Sangue do cordão = 0,1 – 5 mg/dl Aumentados em infecções congênitas Imunoglobulina E: Não atravessa a placenta Síntese fetal: a partir da 11 sem IG Níveis no cordão são indetectáveis No pós-natal, é maior em RN com predisposição a doença alérgica e com grande exposição a alergenos IMUNODEFICIÊNCIAS CONGÊNITAS E ADQUIRIDAS NA INFÂNCIA Imunodeficiências congênitas/primárias: 50% das crianças com infecções recorrentes não tem causa específica predisponente Doenças raras: 1:10.000 nascidos vivos * deficiência de IgA: 1:500 Sinais de alerta para IDP: a. 2 ou > pneumonias no último ano b. 4 ou > otites no último ano c. Estomatite de repetição d. Candida > de 2 meses e. Abscesso de repetição/ectima f. 1 infecção sistêmica grave:meningite, osteoartrite, septicemia g. Infecção intestinal de repetição h. Diarreia crônica i. Asma grave j. Doença do colágeno k. Doença autoimune l. Efeito adverso a BCG m. Infecção por micobactéria n. Fenótipo sugestivo de síndrome associada e imunodeficiência o. História familiar de imunodeficiência p. Atraso na queda do coto umbilical > 30d Diagnóstico diferencial: Infecções de repetição em lactentes: 50% são normais, 30% tem doenças alérgicas, 10% tem doença crônica e 10% tem IDP Crianças podem apresentar de 4-8 infecções respiratórias virais em um ano -> duram até 8 dias Crianças com irmão/vão à escola podem ter até 10-12 infecções respiratórias por ano, durado até 15 dias Crianças podem ficar assintomáticas por até metade dos dias do ano Não tem > 1 pneumonia e > 2 OMAs nos 3 primeiros anos de vida + ganho ponderal e de estatura normais + exame físico normal + exames laboratoriais normais Infecções que se repetem somente em um local = alteração anatômica, e não IDP Infecções de repetição por doenças alérgicas: rinite persistente X infecções respiratórias recorrentes/crônicas, hiper-reatividade brônquica/asma X pneumonia Doenças crônicas: infecções de repetição + doença de base não alérgica + baixo ganho pondero-estatural => fibrose cística + DRGE + cardiopatia congênita + alterações anatômicas congênitas IMUNODEFICIÊNCIAS SECUNDÁRIAS / ADQUIRIDAS: mais comuns, manifestações tardias => HIV + DM + malignidade + drogas imunossupressoras + desnutrição ♫ Deficiência linfócito B => deficiência na imunidade mediada por anticorpo => infecções bacterianas recorrentes = OMA, penumonia ♫ Deficiência linfócito T => deficiência na imunidade mediada por células => maior chance de infecção viral, fungos, protozoários ♫ Deficiência dos linfócitos T e B => deficiência combinada de imunidade mediada por células e anticorpos => infecções agudas e crônicas de vírus, bactérias, fungos, protozoários ♫ Deficiência de célula fagocítica => infecções sistêmicas de bactérias com virulência baixa, infecções de bactérias piogênicas, pus, cicatrização prejudicada ♫ Deficiência de célula NK => infecções virais + distúrbios de células T + síndromes linfoproliferativas ligadas ao X ♫ Deficiência de componentes do complemento => infecções bacterianas, autoimunidade Deficiência predominantemente de anticorpos Após os 6 meses => não estão mais presentes os anticorpos maternos Infecções sinupulmonares de repetição => Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae tipo b, Moraxella catarrhalis, Staphylococcus aureus Sem déficit pondero-estatural Agamaglubulinemia + deficiência IgA IgA = 15 – 20% das Igs => IgA 1 (90%) e IgA 2 (10%) Em secreções seromucosas => saliva + colostro + lágrima + leite + líquor + secreções traqueobrônquicas + secreções TGI + secreções TGU Colostro => IgAS = 20 – 40 mg/dl => cai nos primeiros 5 dias de vida IDP mais comum no ocidente Mais frequente em caucasianos Causa desconhecida Redução da liberação de IgA por linfócitos B Pode ser transitória e assintomática Total: > 4ª com IgA < 7mg/dl, mas IgG e IgM normai, após exclusão de hipogamaglobulinemia Parcial: 2 DO abaixo da média para a idade + outras Igs normais Infecções sinopulmonares virais/bacterianas recorrentes DPOC grave + bronquiectasia Giardíase de difícil tratamento Atopia: rinite, asma Associação com doenças autoimunes: lúpus, cirrose biliar primária, sarcoidose, vitiligo, neoplasias Tratamento: sintomático => TAB amplo espectro + profilaxia S/N Bom prognóstico Transfusões sanguíneas: chance de reação por produção de anticorpos anti-IgA Complemento: Complementa a ação dos anticorpos sobre as bactérias Ação frente a sinal específico = reação antígeno-anticorpo => ativação do complemento por 2 vias principais Funções: Mediação da resposta inflamatória => fatores quimiotáticos para os fagócitos Solubilização e cleareance de complexos imunes + lise de bactérias G- Imunorregulação Vias e propriedades dos fragmentos controlados pela presença de inibidores proteicos específicos no soro C1 é controlada por inibidor de C1 esterase C3b por ser inativado por fator 1, que usa como cofator o fator H C3/C5 pode ser inativado por fator H Deficiências do Complemento: Deficiência de componentes iniciais = C1q, C1r, C1s, C4, C2, C3 => manifestações autoimunes semelhantes a LES Deficiência de C2 e C3 => aumento de infecções por bactérias encapsuladas Deficiência de componentes tardios = C5 – C9 => infecções graves e recorrentes de Neisseria Deficiência de fatores H e I = glomerulonefrite membranoproliferativa, síndrome hemolítica urêmica recorrente Deficiência de inibidor de C1 esterase => ANGIOEDEMA HEREDITÁRIO Angioedema hereditário: ☼ Falta inibidor funcional de C1 esterase ☼ Ação de C1 em C3 e C4 é descontrolada = muito peptídeo vasoativo = aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos ☼ Edema localizado => fatal se em laringe e obstrução de VAS ☼ Tratamento: infusão de inibidor de C1 esterase + evitar fatores desencadeantes => trauma Infecção de VAS => IDP anticorpo ou complemento Infecção de VAI => IDP anticorpo ou complemento, IDP celular, fagócitos Infecção pele, órgãos internos => IDP fagócitos Infecção SNS (meningite), sepse => IDP anticorpo ou complemento INFECÇÕES CONGÊNITAS – ASPECTOS IMUNOLÓGICOS CITOMEGALOVÍRUS HHv – 5: herpes vírus humano 5 Vírus de DNA Infecção primária é assintomática Sua reativação ocorre por gestação, uso de imunossupressores, AIDS, fator que altera o sistema imunológico Multiplicação intracelular Homem é reservatório do CMV Contaminação: contato íntimo com sêmen, secreções vaginais, saliva, urina Contaminação horizontal: transfusão de sangue e transplante de órgãos Transmissão vertical na gestação: transplacentária, no parto, período pós-natal pelo leite materno Resposta imune: Reservatório do CMV em várias células: leucócitos, células precursoras mieloides, células endoteliais, células epiteliais, células neuronais, fibroblastos, hepatócitos Resposta imune centralizada: T CD8 + T CD4 + NK + anticorpos Replicação viral: 12- 24 h após a infecção primária => dura 24 horas => produção de proteínas reguladoras, DNA polimerase viral e proteínas estruturas, montagem de novos virions PI: 4 – 12 semanas Resposta imune inicia pela resposta inata => células T citotóxicas =>produção de anticorpos: IgM anti-CMV + IgG anti-CMV Estratégia para limitar a resposta imunológica: ☼ Latência da infecção = redução da exposição ao sistema imune ☼ Restrição de número de genes expressos = redução da exposição ao sistema imune ☼ Replicação em tecidos específicos, com vigilância imunológica menos intensa => glândulas salivares = expressão insuficiente de MHCI para mediar a eliminação do vírus pelas T CD8+ ☼ Comprometimentos dos mecanismos de defesa do hospedeiro => expressão de fatores que silenciam receptores FC de imunoglobulinas => aumenta período disponível para a replicação viral ☼ Codificação de produtos gênicos que interagem nas vias de processamento de antígenos => restrição da apresentação viral 30 – 90% dos adultos imunocompetentes tem IgG CMV reagente Manifestação mais comum: rinite Doenças GI são a segunda manifestação mais comum: esofagite, colite, gastrite, hepatite < 1% dos casos tem acometimento de SNC Infecção congênita: 0,2 – 2,6% dos nascidos vivos Infecção fetal: na infecção primária materna ou na reativação de infecção materna prévia 1%: reativação do CMV materno ou reinfecção com cepa diferente Presença de anticorpos materno no feto não dá proteção contra infecção congênita Infecção no primeiro tri: risco de consequência clínica de 35 – 35% Infecção dos 2 últimos meses: 0 -25% de risco de consequências para o feto 10% das crianças infectadas soa sintomáticas no nascimento Doenças congênitas por CMV: CIUR, TPPT, icterícia colestática, hepatoesplenomegalia, púrpura, plaquetopenia, pneumonite intersticial Manifestações neurológicas: microcefalia, calcificações intracranianas, crises convulsivas, coriorretinite, deficiência de acuidade visual e auditiva 90% assintomáticos => 10-15% desenvolverão sintomas em alguns meses/anos Infecção perinatal: Adquiridas no peri-parto – 3 semanas pós-natal Transmissão: 26 – 57% ocorre no trabalho de parto, transfusão materno-fetal, ascensão de microrganismos na cavidade amniótica, contato de pele e mucosas gástricas e ocular do RN com sangue e secreções genitais/fezes maternas Restrições de aleitamento materno: não ocorre => benefícios do leite materno > risco de adquirir CMV da mãe RUBÉOLA CONGÊNITA: Doença exantemática aguda Alta contagiosidade Ocorre principalmente na infância e adolescência Rubivírus, família Togavírus Epidemiologia: Redução de 95% dos casos de rubéola entre 1997 – 2002 Taxa de incidência em mulheres em idade fértil: 1:100.000 casos Aumento dos casos entre adultos jovens entre 2003 – 2007 => vacinação de bloqueio para mulheres em idade fértil iniciada em 2001 Transmissão: Rubéola pós-natal: contato direto com indivíduo infectado, por gotículas de secreções nasofaríngeas Rubéola congênita: transplacentária, da mãe para o feto Crianças com rubéola congênita eliminam o vírus pela urina, sangue, fezes e secreções nasofaríngeas por > de 1 ano => até os 3 meses todas são consideradas contagiantes Infectados transmitem a doença de 5 dias antes até 5 – 7 dias após o aparecimento do exantema Suscetibilidade: Imunidade passiva por anticorpos maternos Imunidade ativa: infecção natural ou vacinação Filhos de mães imunes ficam protegidos pelos anticorpos maternos dos 6 – 9 meses de vida Imunidade ativa é duradoura Vírus invade o epitélio respiratório e se dissemina por viremia primária => replicação no sistema reticuloendotelial => viremia secundária => vírus pode ser isolado por monócitos do sangue periférico Resposta imune: Fase inicial das infecções virais: IFN alfa + IFN beta + macrófagos + NK IFN alfa + IFN beta: produção por células infectadas por vírus => proteção contra infecção IFN gama: atuação por ativação dos macrófagos com destruição dos vírus e das células NK Ativação de linfócitos T CD8+: citotoxicidade = reconhecimentos de agentes virais por MHCI nas células alvos => lise de células virais e células infectadas Ativação de linfócitos T CD4+: auxiliam os linfócitos B na produção de anticorpos Fase extracelular: anticorpos podem se ligar aos vírus => mecanismo de neutralização => impedem penetração em célula não infectada Anticorpos: ligação a células infectadas => ação de NKs Patogenia: Transmissão materno-fetal: 90% das 12 primeiras sem gestação, com vasculite generalizada, tendo queda entre a 12 – 28 sem de gestação e aumento no final do terceiro tri, podendo atingir até 100% dos fetos Reinfecção materna: 1 – 3% => replicação do vírus na faringe persiste por período curto e sem viremia demonstrável => baixo risco para o feto Sinais e sintomas: Febre Exantema maculopapular => primeiro na face, na face, couro cabeludo e pescoço, se espalhando por trono e membros Linfoadenopatia retroauricular, occipital e cervical Poliartralgia Poliartrite Conjuntivite Coriza Tosse Síndrome da Rubéola Congênita: Menos da metade é detectada ao nascer Cardiopatias: sinais surgem em 7 dias Ducto arterioso permeável Lesões em artérias pulmonares Doença valvar Miocardite Defeito ventrículo septal Surdez neural: mais comum em lactentes Retinopatia do tipo sal em pimenta Catarata: uni ou bilateral menos comum e mais grave Meningocefalia: persistente por até 12 meses Manifestações purpúricas: nas primeiras 24 horas após o nascimento Manifestações de início tardio: panencefalite progressiva, DM, tireoidopatias, glaucomas, anormalidades visuais junto com a retinopatia Meningite crônica, necrose parenquimatosa do SNC, vasculite com calcificação Microftalmia, iridociclite, necrose de corpo ciliar Hemorragia coclear, necrose endotelial do ouvido Pneumonite intersticial Transformação da célula gigante hepática Fibrose hepática Estase biliar Nefrite intersticial Citomegalia cortical na adrenal Osteoide malformado Mineralização precária de Osteoide Adelgaçamento de cartilagem Hematopoese extramedular Hematopoese extramedular de balo e linfonodos Reação histiocítica do timo Ausência de centros germinativos no timo Diagnóstico: Infecção fetal: RNA-PCR no vilo corial, LA e sangue fetal Infecção congênita: IgM no sangue do RN 100% das crianças com síndrome da rubéola congêntoa tem anticorpos IgM até o 5º mês => 60% tem até 6 – 12 meses =: raros após os 18 meses Vacinação: Tríplice/tetra viral: vírus vivo atenuado 1ª dose da tríplice viral aos 12 meses, com sarampo, caxumba e rubéola 2ª dose: 15 meses Indicada para adultos a partir de 20 anos com administração de dose única Administrada em mulheres de 12- 49 anos sem comprovação de vacinação anterior Administrada em homens de 39 anos SÍFILIS CONGÊNITA: Lues, cancro duro Treponema pallidum, da família espiroqueta (com Borrelia e leptospira) Causa a sífilis congênita/bejel Exclusivo do ser humano Destruído pelo calor e falta de umidade, não durando fora de seu ambiente por mais de 26h Penetração ocorre por abrasões decorrentes da relação sexual Atinge o sistema linfático regional => disseminação hematogênica => chega a outras partes do corpo => produção de complexos imunes circulantes que podem se depositar em qualquer órgão Imunidade humoral não tem capacidade de proteção Imunidade celular: tardia, permitindo ao treponema sobreviver e se multiplicar por longo período Período de incubação: proporcional ao tamanho do inóculo => aproximadamente 21 d Transmissão: Transmissão sexual: beijo, toque em pessoa com lesões ativas nos lábios, cavidade oral, genitália, seio Sífilis congênita: intraútero = microcirculação placentária; canal de parto Não há transmissão por leite materno Transfusão: rara, pelo sangue ou seus hemoderivados, pela testagem sorológica realizada pelos bancos de sangue, Treponema não sobrevive por mais de 24 – 48h nas condições de armazenamento dos bancos de sangue Acidental: inoculação direta por picada de agulha, manuseio de material infectado Fisiologia e virulência: Sensibilidade ao calor e oxigênio Não tem LPS, que é a endotoxina de membrana externa de G- => causaria febre e inflamação Atividade invasiva: motilidade em saca-rolhas => endoflagelo/flagelo periplasmático entre membrana citoplasmática e membrana externa Proteínas de membrana externa funcionam como porinas e adesinas Resposta Imune: Nas infecções agudas, primeiras células a atuarem são os polimorfonucleares => lipopeptídeos do treponema são reconhecidos pelas células dendríticas nos locais da infecção Lesões primárias e secundárias: produção de IFN gama = ativação de macrófagos + IL-2 =proliferação de T CD4+ e T CD8 + Células dendríticas maduras + macrófagos => produção de citocinas inflamatórias => TNF alfa + IL-1 + IL-6 + IL-8 + IL-12 Sífilis primária: Cancro duro não se desenvolve em todos os casos, ou é discreto e não percebido Podem ocorrer lesões múltiplas especialmente em portadores de HIV Espiroquetas pode ser demonstradas nessas lesões Desaparecem espontaneamente entre 2 – 8 sem, mas podem persistir por mais tempo em imunossuprimidos Sífilis secundária: Número máximo de treponemas está presente no corpo, especialmente na corrente sanguínea Treponemas podem ser demonstrados em outros tecidos, pele e linfonodos Anormalidades laboratoriais, presença de treponemas po ser detectados em SNC, humor aquoso ocular Resposta imunológica intensa Erupções não pruriginosas, maculopapular, em tronco, palpa e planta Linfoadenopatia generalizada e indolor Lesões de mucosa em placas Febre Adinamia Astenia Sífilis latente: Diagnóstico por teste de sorologia Recidivas de quadro secundário em até 4 anos após o contato Precoce/recente: recidivas possíveis Latente tardia: recidivas improváveis Sem sinal externo de infecção 30% dos casos tem cura espontânea 40% dos casos evoluem para terci[aria Evasão da reposta imune: Treponema não te superfície antigênicas = pouca estimulação do sistema imune Ao sair da circulação, reduz seu metabolismo e mantem níveis basais de replicação = estágio de latência =: impede reconhecimento pelo sistema imunológico Sífilis terciaria: Se desenvolve em até 1/3 dos pacientes não tratados Lesões de aorta e artérias do SNC = tabes dorsalis Goma: lesões granulomatosas com centro coagulado e endarterite de pequenos vasos Pele, fígado, ossos, balo => principais locais de desenvolvimento de gomas sifilíticas Sífilis congênita: Transmissão vertical => microcirculação placentária => em 70 – 100% dos casos de mulheres não tratadas em sífilis primária ou secundária e em 30% das sífilis terciárias e latente Transmissão por contato de lesões no canal de parto e lesões mamárias Aborto espontâneo, natimorto, morte perinatal = 40% das crianças infectadas > 50% dos infectados são assintomáticos no nascimento Sífilis congênita recente: sinais e sintomas surgem nos 2 primeiros anos de vida Baixo peso Rinite com coriza serosanguinolenta Obstrução nasal Prematuridade Osteocondrite Periostite Osteíte Choro ao manuseio Sífilis tardia: sinais e sintomas após 2 anos de vida Tíbia em lâmina de sabre Fronte olímpica Nariz em sela Dentes deformados => Hutchinson Mandíbula curta Arco palatino elevado Ceratite intersticial com cegueira Surdez neurológica Dificuldade de aprendizado Hidrocefalia Retardo mental Resposta imune: Placenta: citocinas + fatores de crescimento => diferenciação celular e tissular, morte celular programada, metabolismo, nutrição, angiogênese IL-4, IL-4, fatores de crescimento: proteção do feto = inibem a resposta fetal celular citotóxica Tolerância imunológica materno ao fato = proteção de expulsão + resposta humoral contra treponema não é eficiente para eliminá-lo Passagem transplacentária de IgG materna contra o treponema durante toda a gestação => desaparece no 6 – 8º mês de vida => dificuldade de soro diagnóstico IgM materna só atravessa a placenta se houver lesão de placenta Feto é capaz de produzir IgG e IgM a partir da 10 – 20ª sem de gestação RN já nasce em sífilis secundária => mãe passa treponema pela microcirculação placentária > 50% das crianças infectadas não tem sinais clínicos ao nascer => dificuldade de diagnóstico TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Zoonose de distribuição universal Protozoário: Toxoplasmose gondii Intracelular obrigatória Soropositividade em adultos: 40 – 80% Prevalência no Brasil: 50 – 80% => RS: 74,5% BR: mulheres em idade fértil com IgG + = 60 – 75% Soroconversão durante a gravidez: 6,4:1.000 gestantes 40% das infecções primárias na gravidez causam infecção fetal Incidência de toxoplasmose congênita: 1 – 7 casos / 1.000 nascidos vivos Ciclo evolutivo: 3 formas: Taquizoíto: infecção aguda, forma livre Cistos: bradzoítos, replicação lenta, infecção crônica em tecidos Oocistos: espeorozoíto, em solo e fezes de gatos Resposta Imune: Liberação de citocinas inflamatórias => IL-12 pelas células dendríticas e macrófagos Apresentação de antígenos por macrófagos e células dendríticas para as células T=> MHCII Macrófagos e células dendríticas: expressão de MHCI => ativação de T CD8 + Mecanismos de sobrevivência do parasita: Bloqueio de apoptose => inativação de caspases = proteases Indução de migração celular => na infecção aguda, taquizoítos viajam através do hospedeiro e atravessam a barreira biológica dos leucócitos infectados Em células do SNC, olhos, músculos => produção de NO por macrófagos ativados por T CD4+ e T CD8+ Patogênese: transmissão vertical: Somente na toxoplasmose primária Não há transmissão em gestações sucessivas 1º tri: 30%, mas formas mais graves => 22 – 2 % na forma subclínica, 77% com clínica aparente + 5% de morte perinatal 2º tri: 30 – 70% => 74% é subclínico + 15% com clínica aparente + 2% de morte perinatal 3º tri: 100%, mas formas menos graves => 90% subclínico + 10% com clínica aparente + 0% morte perinatal Sinais e sintomas: 90% são assintomáticos => 33% tem 1 ou > sinais da doença Alteração de LCR RNPT SNC: hidrocefalia + convulsão + microcefalia + incoordenação da deglutição + surdez + miocardite + esplenomegalia + hepatomegalia + icterícia + púrpura + catarata Coriorretinite: 80% é bilateral, 30 – 50% é subclínico => 70 – 94% formas são assintomáticas Atrofia de N. óptico: baixa acuidade visual, estrabismo, Microftalmia Calcificação intracraniana: únicas ou múltiplas, podem desaparecer com o tratamento, sem apresentações características, especialmente na região occipo-parietal e temporal => vasculite < necrose < infiltração celular < calcificação AIDS NA PEDIATRIA ☼ 1º caso de IADS: 1981, nos EUA => homossexuais masculinos ☼ Pneumocystis jiroveci pneumonia (PJP) ☼ Sarcoma de Kaposi ☼ HIV – 1: 1983 => 1º caso no BR + 1º criança (1985) ☼ HIV – 2: 1986, na África Ocidental ☼ 1986: AZT ☼ 1996: Haart ☼ Meta para o tratamento da OMS até 2020: 90% dos diagnosticados + 90 % dos em tratamento + 90% dos em tratamento com supressão vira + superação do preconceito ☼ O tratamento do HIV pode normalizar a sobrevida: ☼ Indidência: RS tem taxa maior que a nacional (94%), mas em 2014 ela reduziu (38,3 casos para cada 100.000 habitante; no BR a taxa é de 19,7 casos para cada 100.000 habitantes).Em 2014 no RS houveram 13 casos de AIDS em homens para cada 10 em mulheres ☼ AIDS em < 5a: indicador de transmissão vertical de HIV => no RS há queda significativa ☼ No BR, apenas 45% dos casos são cobertos pela TARV. Na américa latina esse número cai para 41%. Na África subsaariana, o total de cobertura da TARV é de 37%, na Ásia e Pacífico, é de 33%, no Lesta europeu e Ásia central é de 21% e no Oriente Médio e África setentrional é de 11% Estrutura do HIV: Esférico 100 – 200 nm de diâmetro Gênero Lentivirinae, da família Retroviridae RNA de cadeia simples, encapsulado por uma camada proteica, com capsídeo, envelope externo de bicamada fosfolipídica Genoma: 3 genes que codificam as proteínas estruturais e as enzimas virais integrasse, protease e transcriptase reversa Tropismo viral: HIV tem tropismo por macrófago: usa o receptor de quimiocina CCR5, precisando apenas de nível baixo de CD4 na célula hospedeira CCR5: expresso por macrófagos e células dendríticas => baixo CD4 de superfície HIV linfotrópico: usa o receptor de quimiocina CXCR4 expresso em células T => precisa de alta densidade de T CD4 na superfície celular História natural: Infecção aguda por HIV1: síndrome mononucleose like Antes da Soroconversão: vírus pode ser detectado em LCR, plasma e células mononucleares do sangue periférico Na fase de soroconversão: rápido declínio da quantidade de vírus livres e intracelulares => resposta imune limitando a replicação viral Período assintomático: pode durar vários anos, com baixa replicação viral e declínio continuo e gradual de T CD4 Crianças infectadas intraútero ou perinatal: latência curta antes da fase sintomática => viremia plasmática > do que as infectadas com > 3 meses de idade Progressão da doença: redução rápida de T CD4 + aumento da viremia plasmática e celular + surgimento de síndromes clínicas associadas a imunodeficiência Resposta Imune: Infecção: mucosa do trato genital ou retal = relação sexual Atravessa a barreira mucosa => se estabelece no local de entrada => infecta linfócitos T CD4, macrófagos e células dendríticas Replicação viral começa com ajuda pela resposta imunológica inata => aumento de células T suscetíveis a infecção Disseminação para linfonodos locais => disseminação sistêmica => em número suficiente para estabelecer e manter a produção viral nos tecidos linfoides = reservatório viral latente, especialmente de T CD4+ de memória Replicação viral ativa e circulação do vírus na corrente sanguínea => pico de viremia entre 21 – 28 dias após exposição ao HIV + declínio acentuado de T CD4+ Fase de expansão e disseminação sistêmica = indução da resposta imunológica tardia e insuficiente para erradicar a infecção Ativação imune = aumento de T CD4+ ativados = alvo para novas infecções => infecções e vacinas interferem na carga viral T CD8+ => controle parcial da infecção, mas insuficiente para impedir a depleção de T CD4 e a progressão da AIDS Resposta imune celular HIV específica e síntese de anticorpos anti-HIV => queda da viremia + queda da cronicidade da infecção pelo HIV Liberação do vírus das células T CD4 = lise da célula Macrófagos e células dendríticas não são destruídos pelo HIV, mas podem ser reservatórios = transporte de vírus para outras partes do corpo => tecido linfoide e SNC => produção de pequeno número de partículas, sem consequências citopáticas Disfunções de polimorfonucleares em pacientes com AIDS soa agravados por uso de medicamentos neutropênicos, com AZT, ou pela coinfecção com outros patógenos causadores de neutropenia, como CMV Na criança: Deficiência humoral é mais importante na criança que no adulto => ausência de resposta secundária a agentes comuns, como bactérias Crianças com HIV 1 tem apenas resposta primária de IgM Mudança de IgM para IgG, responsável pela resposta especifica duradoura, é deficitária Imunodeficiência materna pode interferir na maturação normal de linfócitos B neonatais Curva de mortalidade é bimodal: 80% inicia manifestações clínicas nos 3 primeiros anos de vida, evoluindo até 8 – 10ª; 20% morre nos 2 primeiros anos de vida por imunodeficiência grave + encefalopatia + lesão do sistema imune fetal durante a gestação Dependência de IL-2sobre as células NK no neonato infectado por HIV1: vírus bloqueia a regulação positiva de receptores IL- 2 e interfere na sua sinalização => prejuízo de funcionamento das células NK neonatais = aumento da suscetibilidade a infecções intracelulares e desenvolvimento de neoplasias
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