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SISTEMAS DE SAUDE COMPARADOS
Definição de sistema
Um sistema pode ser definido como um conjunto de elementos inter-relacionados que interagem visando alcançar determinado objetivo.
Sistema de saúde é composto pelos diferentes segmentos que compõem os elementos constitutivos da área da saúde, de uma dada sociedade
Componentes dos sistemas de saúde 
Cobertura populacional e catálogo de benefícios 
Recursos econômicos (financiamento) 
Recursos humanos 
Rede de serviços 
Insumos 
Tecnologia e conhecimento 
Organizações 
Sistemas de saúde comparados
Sistemas de saúde no mundo: semelhanças e divergências(Conill, 2012)
Semelhanças: políticas sociais mais inclusivas
Diferenças: acesso, organização dos serviços e desempenho (história, economia, política e cultura de)
Os sistemas podem se classificar em (Conill, 2012):
Empresarial-permissivo ou de mercado (EUA)
Seguros sociais públicos (França, Alemanha..)
Sistemas de serviços nacionais (Inglaterra, Canadá)
O sistemas de saúde comportam (Mendes, 2002, in Conill, 2012):
Regulação
Financiamento (sistemas segmentados ou universais)
Prestação de serviços (serviços integrais ou parciais, operacionalizados por monopólio estatal, contratos públicos, competição gerenciada ou de livre mercado)
Sistemas de saúde e sistemas de serviços (Conill, 2012)
Sistemas de saúde: maior abrangência
	Sistema de serviços: permitem comparações e avaliações sobre produtividade, efetividade e eficiência, diferindo quanto ao grau de cobertura, fontes de financiamento, interação entre financiadores e prestadores de serviços, tipos de serviços, remuneração e regulação dos profissionais.
O sistema de tipo pluralista empresarial permissivo: o Caso dos Estados Unidos (conill, 2012)
Sistema plural, bastante segmentado e com os seus custos em crescimento.
Quantidade adequada de profissionais da saúde (especialização)
1) Medicare= seguro social federal para pessoas aposentadas seus dependentes e pacientes terminais por doenças renais. Planos:
Básico (obrigatório): contribuição compulsória de empresas e empregados, cobrindo parte dos gastos com hospitalização e o restante pago pelo usuário. Atendimento por médicos residentes;
Complementar: paga os honorários médicos e planos opcionais. Disponibiliza o seguro obrigatório para cobrir despesas com medicamentos
2) Medicaid: Assistencial oferecido pelos Estados e subsidiado pela federação aqueles que se declaram pobres.
3) Seguros privados= 75% da população: Blue Cross (Hospitais); Blue Shield (serviços de saúde); planos sob medida, com reembolso
4)Managed care, a partir dos anos 70/80 (atenção gerenciada)=
	1)Health Maintenance Organizatios-HMOs= seguradora + prestadora de serviços de saúde nas próprias redes;
	2) Preferred Provider Organizations-PPOS= grupos fechados de prestadores de serviços contratados
5) Organizações não-governamentais para grupos específicos= drogas, esclerose múltiplas, câncer... 
6) As localidades ofertam serviços de acordo com as condições sócio-econômicas, étnica, gênero, escolar, indígenas, voluntários (Free-Clinics), centros comunitários (Neighborhood Healt Centers), Surgicenters.
7) Em 2010, foi aprovada a lei de cobertura universal de saúde proposta pelo Presidente Barack Obama, que contribuirá para a cobertura de 95% da população norte-americana. Em 2012 foi considerada constitucional e aprovada pela Suprema Corte
Um sistema de seguro público: o caso da França (Conill, 2012)
2/3 do setor hospitalar são pertencentes ao setor público, sendo seus trabalhadores assalariados (médicos podem atender particularmente nesses hospitais).
A maioria dos leitos estão no setor privado em clinicas, pequenos e médios hospitais para obstetrícia e cirurgias.
Hospitais filantrópicos nos quais hospitalização de alto custo são absorvidas pelo setor público.
Princípios:
		1) Solidariedade= garantia de financiamento compartilhado, com contribuição independente do adoecimento (seguro público), vindo do recolhimento de impostos de empregados e empregadores e regulamentado pelo Estado.
			1-Caisse Nationale d’Assurence Maladie-CNAMTS, para assalariados, e, de diferentes formas, para as diversas categorias, como mineiros, autônomos e trabalhadores rurais (83% da população).
			2-Em 2010 foi votada a lei de cobertura universal, incluindo a população que acessa a assistência pública, e estendida para todos residentes legais.
			3-Medidas de redução de custos e adequação, com controle de:
				- reembolso e cobertura (setor privado)
				- co-pagamento com taxas variadas (Associações sem fins lucrativos=lógica da cooperação)
				 
				
		2)Pluralismo apresentam problemas organizacionais , práticos e preventivos
		3) Medicina liberal
Os modelos de seguro e serviços nacionais de saúde: o caso do Canadá (Província de Québec) e da Inglaterra (Conill, 2012)
1) O caso do Canadá 
Sistema de seguro nacional de saúde com a maior parte do financiamento do setor público, cujas prestações de serviços são feitas por meio de credenciamento e contratos.
95% dos hospitais são sem fins lucrativos e administrados por instituições comunitárias, religiosas ou por responsáveis provinciais ,grande parte dos médicos são liberais e remunerados pelas províncias ou assalariados.
Sistema composto por dez sistemas de saúde provinciais, três territoriais , com diferentes formatos.
Princípios da lei federal:
Universalização
Gestão pública
Integralidade ou caráter completo da assistência e transferabilidade com os direitos abrangendo todo o país
Características:
1957= seguro hospitalar
1966= seguro universal (“Medical Care Act”)
Descentralizado e com recursos financeiros arrecadados do governo federal e das províncias
As províncias são autônomas 
2) O caso de Québec
Em Québec, os hospitais sem fins lucrativos, em conjunto com centros de reabilitação e clínicas de repouso, são regulados por lei, cujos orçamentos são obtidos como na rede pública.
Os seguros privados financiam serviços não cobertos pela rede pública, como cirurgias estéticas, tratamentos dentários. Estes, a partir de 1980, dão uma cobertura mais ampla aos idosos.
Implantou o seguro saúde universal mais tardiamente, e foi além dos princípios do sistema.
Caráter inovador, na década de 1970, procurando introduzir os princípios de universalização, democratizando as instituições de saúde.
 
Etapas do sistema de saúde de Québec (Conill, 2012): 
De 1971 a 1984: fase de implantação do seguro-saúde universal e de reformas:
Criação de treze regiões sócio-sanitárias hierarquizando o setor público, tendo como porta de entrada os Centros Locais de Serviços Comunitários.
Serviços secundários em hospitais para casos crônicos, agudos, centros de repouso, de saúde mental, de reabilitação e de serviços sociais.
Nacionalização dos hospitais e criação do Código de Profissões. 
Instituições corporativas federativas de especialistas e de generalistas.
Cuidados direcionados aos domicílios de idosos, complementados pelos consultórios médicos com credenciamento universal.
Porta de entrada : consultórios nos hospitais e médicos liberais estruturados em policlínicas e o SLSC, ambulatórios e serviços de emergência dos hospitais.
Expansão do acesso, integralidade da atenção e estímulo à participação da sociedade, alterados posteriormente, em função dos ajustes necessários à implantação de economia neoliberal.
 De 1984 a 1994: nesse período procurou-se avaliar e ajustar o sistema de saúde, quanto aos:
Custos da dinâmica inflacionária, adaptação dos serviços e baixa efetividade 
Prioridade na prevenção, promoção, controle da quantidade de médicos e diminuição em seus pagamentos.
Nova reforma com objetivos de somar anos à vida reduzindo a taxa de mortalidade por doenças como câncer de mama, acidentes...; somar saúde à vida reduzindo percentuais de dores lombares, fumantes...; somar bem-estar à vida reduzindo a violência, melhorar a saúde mental...
Porém, poucas mudançasocorreram até 1995, por conta dos cortes de orçamento.
 
A partir de 1995: controle de custos e integração dos serviços
Aumento do número de regiões e transformação dos Conselhos em “Régies de la Santé et des Services Sociaux”, para gerenciamento do sistema (fusões, fechamento de hospitais), Desenvolvimento da “virada ambulatorial”, tida como a principal estratégia de mudanças com a implantação de medidas para diminuir a procura de leitos para doenças agudas; cirurgia ambulatorial, seguro medicamentos e rede integrada de hospitais universitários. 
Volta dos CLSC num contexto de demanda e recursos limitados. Entendimento que a restrição de oferta poderia levar o indivíduo à autonomia. Foco na promoção, prevenção e no que a comunidade disponibilizava.
Nos anos seguintes, o foco vai para a integração dos serviços. Criação da Commission d”Étude sur les services de Santé e les Services Siciaux/Comission Clai, 2000) visando organizar a porta de entrada e definição dos serviços que poderiam ser pagos pela população, que indicou melhor gestão e a criação da medicina de família, seguros complementares para as coberturas adicionais. Criação da lei transformando as unidades regionais em Agências de Desenvolvimento de Redes Locais de Serviços de Saúde e de Serviços Sociais, para coordenar e incluir o setor privado. 
Cria-se o Departamento de Medicina Geral nas regionais, com salários diferenciados, visando favorecer o atendimento médico em regiões distantes.
Criação do !Centre de Santé et des Services Sociaux-CSSS” pela fusão dos CLSC e de hospitais.
Cria-se grupos de Medicina da Família, como continuidade do setor privado e com ajuda do governo (para contrato de profissionais, pagamento de aluguéis e informatização) que podem ter até 10 médicos e enfermeiros para atendimento com base nos pacientes inscritos, e utilização do setor público oferecendo atendimento, também, fora de horário comercial e domiciliar.
Melhoria do acesso e Reorganização da atenção primária e inclusão de tecnologia.
Ênfase na medicina da família e na integração dos serviços. 
3) O caso da Inglaterra
Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte), criado em 1948, com serviços socializados, com princípios de universalidade bancados pelo recolhimento fiscal, regionalizado e com clínico geral presente na porta de entrada, até a década de 1970.
De 1980 até início de 1990, inclui-se a lógica de mercado, com financiamento e regulação estatal.
 Em 1997 implementação da gestão democrática enfatizando a atenção primária (Primary Care Trusts-PCTs).
Reformas (Conill, 2012)
De 1948 a 1982: da estrutura tripartite à regionalização:
Os NHS (1948) tinham estrutura centralizada com independência dos hospitais (nacionalizados), serviços de saúde pública e serviços de atenção primária (porta de entrada- clínico geral, assistência odontológica, farmacêutica e serviços de ótica). O controle municipal era exercido pelas “Local Authorities-LA” , continuava com os serviços comunitário, saúde escolar e saneamento.
Especialistas: assalariados, com autonomia para atender certa quantidade de clientes particulares .
Generalistas: consultórios prestando serviços como liberais
1960; crítica que levaram a reformas em 1974= regionalização e equipe para cobertura de população com cerca de 200.00 habitantes. Atenção primária= autoridades locais.
Criação do Conselho de Saúde (consultivo): planejamento e integração com base nas disparidades locais.
1980: pesquisas demonstram que as NHS não modificaram as desigualdades
1982: As autoridades de áreas deixam de existir e estimula-se a descentralização e a gestão distrital “ District Health Authorities/DHA”.
De 1983 a 1996: a ênfase gerencial, o mercado interno e a competição pública (Conill, 2012):
Lógica empressarial (Tatcher).
Controle da autonomia médica (indicadores e performances)=novos modelos de contrato generalistas incentivando atividades preventivas e acompanhamento trimestral de prescrições; qualificação, controle do horário de serviços no consultório e maior disponibilidade.
Críticas ao NHS (filas de espera)
Término da regionalização
1991: Criação do mercado interno (compradores/prestadores)
Distritos: prestação de serviços aos hospitais e atenção secundária (trusts=pequenas empresas gerando seu orçamento no sistema público).
Médicos: administração de fundos para compra de serviços e com disponibilidade.
Final da década de 1990: resultados da regulação mostram-se não satisfatórios= crítica à competição em detrimento da colaboração.
As medidas favoreceram a atenção primária
De 1997 a 2006: Primary Care Trusts-PCTs, investimentos, descentralização e busca de integração.
1999: gestão mais descentralizadas e integradas
Diminuição do número de regiões e criação das estruturas de acompanhamento e avaliação (Strategic Health Authority)
Gestão local de competência dos Primari Care Trusts – PCTs (trabalho conjunto das autoridades distritais, responsáveis pela saúde pública + compra de serviços com órgãos de controle dos serviços de atenção primária, responsáveis pelos generalistas.
Ênfase na atenção primária (todos os generalistas passaram afaze parte de um PCT)
2002: avanço dos PCTs na integração da atenção primária, da saúde pública e dos serviços comunitário.
Compra de serviços especializados a partir das necessidades do nível local.
Maior integração do serviços social, saúde mental e autoridades municipais, especialmente quanto à promoção da saúde.
Extinção dos Conselho de Saúde
Criação de serviços de ouvidoria, advocacia, fórum de pacientes e verificação da satisfação. 
Novo plano: The NHS plan, a Plan for investment, a Plan for Reform:
Investimentos para o período de 2000/2010
Aumento de leitos, médicos, pessoal de enfermagem e recursos diagnósticos
Objetivos:
Redução do tempo de espera para o máximo 48 horas (GPs)
3 meses para especialistas
Seis meses para cirurgias eletivas
. Monitoramento de acesso (PCTs)
.Reclamação dos médicos sobre as reformas (autoritárias e velozes=reforma perpétua)
. 2003: mudança nos contratos dos generalistas
	transformação dos hospitais universitários de excelente performance em Fundações
.2006: ênfase nos serviços locais, integrados, flexíveis e dirigidos para a prevenção.
Sistema inglês:
Manutenção de direitos
Ampliação do acesso
Maior integração entre os serviços.
Equidade
Cuba (Emma Domínguez-Alonso, Eduardo Zacca, 2011)
Sistema de Saúde Cubano (SNS): 
Princípios: saúde como direito social inealienável/integralidade.
Ministério da Saúde regulamenta, concentra recursos, e opera os serviços de saúde em todos os níveis:
Primário, 
Secundário e
Terciário.
Níveis administrativos: Nacional, provincial e municipal. 
Níveis de serviços: Nacional, provincial, municipal e setorial.
Direções provinciais e municipais subordinam-se administrativamente às assembléias provinciais e municipais dos órgãos e dos governos locais, que mantém esses níveis. Cada província tem seu sistema de saúde em seus município.
Princípios reguladores do sistema de saúde cubano
Caráter estatal e social da medicina
Acessibilidade e gratuidade dos serviços
Orientação profilática
Aplicação adequada dos avanços da ciência e tecnologia
Participação da comunidade e intersetorialidade
Colaboração internacional, 
Centralização normativa
Descentralização executiva.
Os serviços integrais são prestados em unidades ambulatoriais e hospitalares.
Nível primário: 80% dos problemas e oferta de ações de promoção e proteção. Esses atendimentos, também, podem ser feitos em qualquer unidade do sistema, mas principalmente em policlínicas e consultórios dos médicos da família. São unidades de responsabilidade dos municípios.
Nível secundário: 15% dos problemas. Trata a pessoa já doente visando prevenir complicações e promovendo a reabilitação imediata. São unidades hospitalares subordinadas às províncias.
Nível terciário: 5% dos problemas relacionados àssequelas e complicações das doenças. São unidades hospitalares especializados ou institutos de subordinação nacional.
O financiamento, em quase sua totalidade, é feito pelo governo federal. Os fundos de saúde se concentram no MINSAP que é encarregado da distribuição nos diferentes níveis e unidades, por meio das assembléias provinciais e municipais.
A prestação de serviços é focada na atenção primária de saúde (APS), pelo médico e enfermeira da família (MEF). Para tanto existem três condições:
- tendência de superespecialização da prática médica
-mudança no padrão de morbimortalidade com o aumento das doenças crônicas
-melhoria do estilo de vida da população.
Os MEF (atendendo 600/700 habitantes) garantem maior acessibilidade dos serviços (15 e 20 consultórios), formando um Grupo Básico de Trabalho (GBT /coordenação do consultório com a policlínica), composto pelo médico e enfermeira da saúde, especialistas em medicina, pediatria, ginecologia e obstetrícia, um psicólogo, um estomatologista, uma supervisora de enfermaria, uma assistente social, um estatístico e um técnico de higiene e epidemiologia, objetivando melhorar a saúde da população, com foco na integralidade indo da promoção à reabilitação, com a participação da comunidade e intersetorialidade.
Há falta de informações para analisar os gastos por cuidados médicos e o usuário só paga quando for remédios solicitados pelo serviço ambulatorial, e algumas próteses ou aparatos com preços subsidiados, porém as pessoas sem recursos não pagam e as pessoas hospitalizadas têm acesso aos remédios garantido.
O MINSAP é um órgão do SNS cubano encarregado de normatizar, coordenar e controlar todos os aspectos vinculados à saúde. Suas principais atribuições são:
-regulação do exercícios da medicina e as atividades afins 
-controle e vigilância epidemiológica das doenças e dos fatores de risco
-controle e vigilância sanitária de produtos que podem causar doenças
-regulação, execução e avaliação das investigações biomédicas que se relacionam aos seres humanos
-proposição das normas e condições de higiene e de saneamento básico do meio ambiente e de aspectos que podem ser agressivos à saúde humana
-inspeção sanitária estatal
-organização dos serviços de atenção médica preventiva e curativa para toda a população
-organização dos serviços de saúde como parte da assistência social doa idosos, deficientes físicos e mentais e outros
-operação do sistema de informação estatística sobre a saúde, avaliação, registro, regulação e controle dos medicamentos de produção nacional e de importados, equipamentos médicos e material de consumo e outros de uso médico.
A comunidade participa da gestão de alguns programas como das Brigadas Sanitárias, a Federação de Mulheres Cubanas e como auxiliares voluntários na vigilância epidemiológica que participam de tarefas coletivas de saneamento, vacinação e promoção de diagnósticos precoces, para tanto, tem os programas de educação que trabalham em várias frentes.
Há insatisfação de usuários quanto à estrutura das instalações, recursos , tempo de espera e maltrato.
Como inovações tem-se a implementação do uso da medicina natural e tradicional.
Criação dos Equipamentos Integrais de Atenção ao idoso centrado na atenção primária com participação da comunidade.
Melhoria nas urgências médicas nas comunidades.
Programa Batlla de Ideas (debate ético em defesa da justiça e da integridade nacional e internacional)
Misión Milagro: atenção oftalmológica gratuita a pacientes latino americanos.
APS elabora pesquisa sistematicamente.
Criação de cursos de licenciatura e técnicos. 
As perspectivas incluem o aperfeiçoamento do trabalho do policlínico para otimizar a atenção e fortalecer sua função preventiva.
Instauração e aperfeiçoamento de programas focando a multisetorialidade e interdisciplinaridade, visando a mudança de estilo de vida da população que leva a doença crônica. Desenvolvimento de pesquisas e execução das obras da Batalla de Ideas.
Características gerais dos sistemas de serviços: Estados Unidos, França, Canadá e Reino Unido, (Conill, 2012); Cuba (Emma Dominguez-Alonso, Eduardo Zacca, 2011); Brasil (Conill, 2012)
1) Estados Unidos-Coniil (2012, p.592)
Tipo de sistema: Empresarial, permissivo ou pluralista de mercado
Acesso: Segmentário
Indicadores demográficos*
População: 290 milhões 
Indicador sócio-econômico-renda (PNB/hab.)*: US$37.658
Coeficiente de Gini**: 35,7
Indicadores de saúde:
Esperança de vida (anos): 72,2
Mortalidade infantil (óbitos/1.000 nascidos vivos):6,9
______________________________________________________
*Fonte:OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções
** Mede distribuição de renda, quanto mais elevado maior desigualdade, ano-base 2000.
Estrutura funcional, problemas e tendências dos Sistemas de Serviços de Saúde (Conill, 2012)
Financiamento*:
Gasto per capita (US$): 5.635
PIB/Saúde: 15%
Fonte de recursos: 66% privados
Modalidades de pagamento:
Multiplicidade de arranjos, por serviços (em geral)
Regulação/Gestão: 
Federal- seguro (Medicare)
Estadual – assistência (Medicaid)
Seguros privados (Managed care)
Organização/Prestação:
Fragmentação, multiplicidade e arranjos
Porta de entrada: Consultórios sem vínculo obrigatório
Problemas/Tendências: Desigualdades, custos elevados
___________________________________________________
* Fonte: OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções
2) França Conill (2012, p.593)
Tipo de sistema: Seguro público ou pluralista solidário.
Acesso: Universal
Indicadores demográficos*: 
População: 60 milhões
Indicador sócio econômico- renda (PNB/hab.)*: US$28.881
Coeficiente de Gini**: 27,3
Indicadores de saúde: 
Esperança de vida: 79,4
Mortalidade infantil (óbitos/1.000 nascidos vivos): 3,9
____________________________________
*Fonte:OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções
** Mede distribuição de renda, quanto mais elevado maior desigualdade, ano-base 2000.
Estrutura funcional, problemas e tendências dos Sistemas de Serviços de Saúde (Conill, 2012, p.593)
Financiamento*:
Gasto per capita (US$): 2.903
PIB/Saúde: 10%
Fonte de recursos: 76% públicos(Securidade)
Modalidades de pagamento:
Orçamento e serviços (hospitalares públicos), por serviços (consultórios e setor privado)
Regulação/Gestão: Ministério da Saúde e Agências regionais.
Organização/Prestação: Fragmentação, multiplicidade de prestadores
Porta de entrada: Consultórios com vínculo obrigatório
Problemas/Tendências: Custos elevados, pouca prevenção. Integração, controle e avaliação
________________________________________________
* Fonte: OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções
3) Canadá - Conill (2012, p. 592)
Tipo de sistema: Seguro nacional
Acesso: Universal
Indicadores demográficos*:
População: 31 milhões
Sócioeconômico- Renda (PNB/hab.): US$30,445
Coeficiente de Gini**: 30,1
Indicadores de saúde: 
Esperança de vida (anos): 79,5
Mortalidade infantil (óbitos/1.000 nascidos vivos): 5,4
____________________________________
*Fonte:OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções
** Mede distribuição de renda, quanto mais elevado maior desigualdade, ano-base 2000.
Estrutura funcional, problemas e tendências dos Sistemas de Serviços de Saúde (Conill, 2012, p.593)
Financiamento*:
Gasto per capita (US$): 3.000 
PIB/Saúde: 9,9%
Fonte de recursos: 70% públicos (fiscais)
Modalidades de pagamento: Orçamento e salário (hospitais públicos), por serviços nos consultórios
Regulação/Gestão:
Federal com gestão provincial. Regionalização no Quebec.
Organização/Prestação: Organização de redes no Quebec
Porta de entrada: Consultórios sem vínculo obrigatório
Problemas/Tendências: Dificuldade de acesso. Integração, avaliação.
_______________________________________________
* Fonte: OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções
4) Reino Unido- Conill (2012, p. 592)
Tipo de sistema: Serviço nacional
Acesso: Universal
Indicadores demográficos*:
População: 60 milhões
Sócioeconômicos- Renda (PNB/hab.): US$29,826
Coeficientede Gini**: 32,6
Indicadores de Saúde:
Esperança de vida (anos): 78,5
Mortalidade infantil (óbitos/1.000 nascidos vivos): 5,3
________________________________________
*Fonte:OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções
** Mede distribuição de renda, quanto mais elevado maior desigualdade, ano-base 2000.
Estrutura funcional, problemas e tendências dos Sistemas de Serviços de Saúde (Conill, 2012, p. 593)
Financiamento*:
Gasto per capita (US$): 2.231
PIB/Saúde: 7,7%
Fonte de recursos: 83% públicos (fiscais)
Modalidades de pagamentos:Orçamento e salário (hospitais públicos), lista de pacientes com complementos para generalistas
Regulação/Gestão: 
Departamento de Saúde/Direção do NHS.
Gestão Distrital com Primary Care Trusts na Inglaterra
Organização/Prestação: Regiões/Distritos
Porta de entrada: Consultórios com vínculo obrigatório
Problemas/Tendências: Dificuldades no acesso. Integração, avaliação, investimentos.
__________________________________________________
* Fonte: OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções
4) Cuba (adaptado de Conill, 2012)
Tipo de sistema: Público unificado
Acesso: Universal (sem opção de escolha)
Indicadores demográficos*:
População: 11.238.412 9 (dados 2009*)
Sócioeconômicos- Renda (PNB/hab.): -
Coeficiente de Gini**: -
Indicadores de Saúde:
Esperança de vida (anos): 77,0 (dados 2009*)
Mortalidade infantil (óbitos/1.000 nascidos vivos): 4,8 (dados de 2009*)
________________________________________
* Fonte: Emma Domínguez-Alonso, MC, Educardo Zacca, MC, PhD. Salud Pública de México/vol.53, suplemento 2 de 2011.
Estrutura funcional, problemas e tendências dos Sistemas de Serviços de Saúde (Adaptado de Conill, 2012)
Financiamento e prestação de serviços: do governo nacional-verticalizado = (MINSAP p/os 3 níveis e unidades por meio de assembléias provinciais e municipais)
Gasto per capita (US$): 1.132
PIB/Saúde: 11,9
Fonte de recursos: Estado
Regulação/Gestão: Ministério da Saúde
Organização/Prestação: Níveis administrativos: nacional, provincial e municipal. Níveis de serviços: nacional, provincial, municipal e setorial
Porta de entrada: Qualquer unidade e majoritariamente nas policlínicas e consultórios médicos e enfermeiras da família
Problemas/Tendências: Limitações econômicas (bloqueio econômico), falta de dados da atenção médica. Problemas com as condições estruturais das instalações, recursos, tempo de espera e maltrato, demora no setor ótico e de próteses dentárias, falta de reorganização dos consultórios médicos. Renovação: Batalla de Ideas (debate ético) e criação de vários programas de ação(Ex.: Mision Milagro - oftalmologia gratuita p/pacientes da AL)
4) Brasil (Coniil, 2012, p. 604, in Campos, org. 2012)
Características:
Tipo de sistema: Sistema Único de Saúde-SUS/Sistema de Atenção Médica Supletiva (Sams)
Acesso/Cobertura: Universalização com segmentação. 75% SUS; 25% Sams(2)
Financiamento: Impostos. Seguros privados. Pagamentos diretos.
Regulação/Gestão: Ministério da Saúde com gestão municipal
Organização/Prestação: Rede pública com APS na porta de entrada/integralidade. Mix público-privado. Diversidade de prestadores com especialização na saúde supletiva.
Problemas/tendências: Diferenças de qualidade nos subsistemas público e privado. Estratégia de Saúde da Família.
______________________________________________
Fonte: Mendes, 2001

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