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RESENHA A origem da família, da propriedade privada e do estado Engels

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – DEDC VIII 
 
 
 
 
 
 
 
 
ROBERTO BORGES EVANGELISTA 
 
 
RESENHA DO LIVRO: 
ENGELS, Friedrich. A origem da família, da propriedade privada e do estado. 
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1984. 180p. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PAULO AFONSO / BA 
OUT/2016 
 
 
ROBERTO BORGES EVANGELISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESENHA: 
ENGELS, Friedrich. A origem da família, da propriedade privada e do estado. 
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1984. 180p. 
 
 
 
 
 
 
 
Resenha apresentada à disciplina Direito 
Civil V, do curso de Bacharelado em Direito 
da Universidade do Estado da Bahia – 
UNEB, como requisito de avaliação parcial 
teórica e obtenção de nota, sob a orientação 
do Profº. Me. Marcelo Pinto da Silva. 
 
 
 
 
 
 
 
PAULO AFONSO / BA 
OUT/2016 
Fonte: ENGELS, Friedrich. A origem da família, da propriedade privada e do estado. Rio 
de Janeiro: Civilização Brasileira, 1984. 180p. 
 
 
“Até 1860, não se poderia sequer pensar em uma história da família. As ciências 
históricas ainda se achavam, nesse domínio, sob a influência dos cinco Livros de 
Moisés(...)” – Friedrich Engels, Prefácio à quarta edição. Londres, 16 de junho, de 1891. 
Friedrich Engels, importante filósofo alemão nasceu em 28 de novembro de 1820, na 
cidade alemã de Wuppertal. Ao lado do também alemão e filósofo Karl Marx, eles criaram e 
desenvolveram a Teoria do Marxismo (socialismo científico). Engels morreu em 5 de agosto, 
em Londres, no ano de 1895, quando completaria 75 anos de idade. 
O livro foi publicado no ano de 1884, em Zurique (do alemão: Zürich), localizada no 
centro da região germanófona, hoje, a maior cidade da Suíça, situada no cantão nordeste 
daquele país. A origem da família, da propriedade privada e do estado é uma obra 
monumental consubstanciada – além de reverenciadíssima no campo científico e no mundo 
acadêmico – como referência singular da Teoria da História. 
Todo o arcabouço estrutural do célebre Socialismo Científico, no livro de Engels é 
experimentado em hipóteses práticas e demonstradas sob o capítulo em que estão assentados 
os subtítulos: Estágios Pré-históricos de Cultura; Estado Selvagem; A Barbárie; A Família; 
A Família Punaluana; A Família Sindiásmica; A Família Monogâmica; A Gens Iroquesa; A 
Gens Grega; Gênese do Estado Ateniense; A Gens e o Estado em Roma; As Gens entre os 
Celtas e entre os Germanos; A Formação do Estado entre os Germanos; Barbárie e 
Civilização. 
O estudo em Engels propicia um caminho imprescindível para a apreensão empírica, 
desde os primórdios aos modelos da atualidade, sobre a trajetória da nossa sociedade. São os 
ESTÁGIOS PRÉ-HISTÓRICOS DE CULTURA, segundo a “cronologia descrita por 
Morgan” – em três etapas, estado selvagem, barbárie e civilização – subdividindo-as em 
conformidade com a evolução alcançada na produção dos meios de existência. 
Ele se utiliza da base lógica de observação de Lewis H. Morgan em suas vultuosas 
obras, “Sistemas de consanguinidade e afinidade da família humana” ou ainda, “A sociedade 
antiga”, inclusive, nas quais Morgan delimita, historicamente, a construção das relações de 
consanguinidade familiar entre mães, pais e filhos, desde o mais longínquo geracional, no 
tempo. 
Aduz, no marxismo, uma concepção científica do materialismo histórico-dialético, 
basicamente, de uma motivada compreensão desse princípio materialista e, especificamente, 
em relação à História antiga e as sociedades primêvas. Dadas sob o ângulo da transcendência 
dialética, intrinsecamente vinculada à produção dos meios de existência, e, que perpassam 
todos os períodos históricos do desenvolvimento humano. 
ESTADO SELVAGEM. Reafirmando a teoria da evolução de Darwin, segundo a qual o 
homem é precedente do reino animal, Engels relata humanos aglomerados em bosques 
cerceados de tocar o solo pelo terror constante de serem devorados por predadores (fase 
inferior) viviam trepados em árvore; eram silvícolas, se alimentavam de frutas; o principal 
progresso relacionado ao período “é a formação da linguagem articulada”. 
Na fase média, os homens se tornam independentes de clima e local, a partir do domínio 
do fogo e dos utensílios de pedra (machado-de-pedra); descobrem rotas de deslocamento 
entre os continentes, por faixas litorâneas, e, aí incluindo o peixe em sua alimentação... Com 
a dominação do fogo surgia a possibilidade de cozinhar os alimentos, e assim aumentar a 
oferta alimentar, porém advindo também a antropofagia relacionada a esse período, dado nas 
situações inópias. 
Na fase superior surgiram os primeiros tropismos: a moradia fixa, apetrechos materiais 
e ferramentas para produção de casas, utensílios de madeira e a descoberta da cerâmica; 
somado ao uso do fogo e do machado de pedra, também nesse período o invento do arco e a 
flecha, além de fazer da carne de caça, alimento regular dispôs também, aos homens, o 
fenômeno da arma de guerra; segundo Morgan, se constituindo no estágio da barbárie 
humana. 
A BARBÁRIE. Período no qual tem início a diversificação dos modos de 
desenvolvimento dos povos de lugares remotos. Na fase inferior da barbárie, no extenso 
continente americano existiram povos que tinham apenas conhecimento de cultivo de alguns 
alimentos; outros, não conheciam nem a cerâmica nem o cultivo. Outros ainda, na região sul 
do continente, não só cultivavam o milho com técnicas específicas, como já tinham 
domesticado animais e sabiam trabalhar os metais. No leste, a diferenciação se deu pela 
criação de animais, o que resultou nos rebanhos dos povos de tradição pastoril; o cultivo era 
restrito à cereais para alimentação dos animais. 
Engels racionaliza – “a partir do uso do fogo e o domínio artesanal complexo do arco e 
a flecha (fase inferior), cuja invenção pressupõe larga experiência acumulada e faculdades 
mentais desenvolvidas, bem como o conhecimento simultâneo de diversas outras invenções” 
– sobre este momento transitivo ou período evolutivo da humanidade. Ele argumenta que: 
“[...] Na maioria dos casos, o fogo e o machado de pedra já permitiam a construção de pirogas 
feitas com um só tronco de árvore e, em certas regiões, a feitura de pranchas e vigas 
necessárias à edificação de casas. Todos esses progressos são encontrados, por exemplo, entre 
os índios do noroeste da América, que conheciam o arco e a flecha, mas não a cerâmica.” 
Contudo, Engels enfatiza contra-argumento apropriado: “[...] Se comparamos os povos 
que conhecem o arco e a flecha, mas ignoram a arte da cerâmica (com a qual, segundo 
Morgan, começa a passagem à barbárie) encontramos já alguns indícios de residência fixa em 
aldeias e certa habilidade na produção de meios de subsistência, vasos e utensílios de madeira, 
o tecido a mão (sem tear) com fibras de cortiça, cestos de cortiça ou junco trançados, 
instrumentos de pedra polida (neolíticos)”. 
 
FASE SUPERIOR. Deu-se na estrita relação com a fundição do minério de ferro, aliás é 
nessa mesma fase que se inicia a agricultura em larga escala, com emprego de animais e 
instrumentos agrários; superada a barbárie e perpassando, assim, a fase da civilização, que 
resulta num grande aumento de população; no uso dos sistemas numéricos e com a invenção 
da escrita alfabética e do seu emprego para registros literários. Melhor definição desse 
período é dada pelo próprio autor: “Civilização - Período em que o homem continua 
aprendendo a elaborar os produtos naturais, período da indústria propriamente dita e da arte”. 
A Família. 
Engels aprofundou seu estudo e dando-lhe registro já em outro capítulo, sobre a família,mais precisamente, dos iroqueses iniciado por Henry Morgan. Então, cada gênero familiar 
caracterizaria uma respectiva fase da cultura pré-histórica, ou seja, daqueles Estágios Pré-
Históricos de Cultura. Método pelo qual definiria ou diferenciaria cada uma daquelas fases. 
O autor reporta que Morgan coabitou numa tribo indígena norte-americana e encontrou, 
ali, um sistema familiar de consanguinidade que não coadunavam aos vínculos de família que 
lhe eram conhecidos. Era um tipo comum de consanguinidade, em várias tribos de diferentes 
e longínquos lugares; e a partir daquela verificação, o autor concluiria quê, “a família é o 
elemento ativo; nunca permanece estacionária, mas passa de uma forma inferior a uma forma 
superior, à medida que a sociedade evolui de um grau mais baixo para outro mais elevado.” 
Segundo Engels, neste método de consanguinidade “os grupos conjugais classificam-se 
por gerações (...), ascendentes e descentes, os pais e filhos, são os únicos que, reciprocamente, 
estão excluídos dos direitos e deveres de matrimônio. Irmãos e irmãs, primos e primas, em 
primeiro, segundo e restantes graus, são todos, entre si, irmãos e irmãs, e por isso mesmo 
maridos e mulheres uns dos outros.” 
Morgan descreveria naquele começo da civilização, sobre um grande impulso de 
reprodução do homem e, a partir daí, como viria a se constituir a poligamia que, entretanto, 
com o passar do tempo e a gama evolutiva dos sensos morais do homem, esse impulso 
reprodutivo transformar-se-ia completamente – tanto no núcleo da família, como nos 
costumes – na monogamia, ou seja, apenas no casamento com uma mulher. 
Disso conotaria Engels, sobre a forma primária de família – seja da poligamia ou 
poliandria – porque os filhos eram todos comuns e de como as relações reprodutivas foram se 
estreitando até chegar a monogamia. Nela, dando-se a relação entre os casais que, 
monogamistas, as mulheres pertenceriam a apenas um homem. 
A família Consanguínea na História idealiza a tradição primária de genealogia em 
termos de assimilação da origem comum por laços de sangue. Isso significa dizer que, irmãos 
(homem e mulher) mantinham relação sexual entre si. Friedrich considerou suposta razão para 
tal costume era quê, para perpetuar a linhagem e proteger as riquezas, clãs mais tradicionais 
asseguravam-se de que seus filhos casassem entre si, na mesma família. 
A dissensão da cópula sexual deu-se não tão somente entre irmãos da mesma família, 
mas, também, entre primos, até o terceiro grau, cujo acintoso costume era tido por natural e 
bastante disseminado por todas as povoações da terra. Todavia, Engels constataria não mais 
existir vestígios daquela família consanguínea. 
Com as restrições dadas em relação às práticas sexuais e, o casamento, dar-se-ia 
também, o surgimento das uniões por grupos, com a prática do rapto de mulheres por homens, 
para serem possuídas por um ou vários deles. 
Por outro lado, Friedrich Engels daria uma hipotética divisão histórica das etapas de 
formação da família; a “evolução” dos laços de parentesco até a sua época contem posta no 
século XIX. Entrementes assinalaria quê, mesmo com a monogamia e aquela alteração de 
costume, “o seio familiar continuava muito primitivo, pois, os homens ainda continuavam 
com costumes antigos”, porém, naquele sistema já se percebiam similaridades com aquela 
sistemática familiar americana que floresceria no século XIX e perdurando até hoje. 
A família Punaluana teve como característica específica a exclusão de relações carnais 
entre irmãos e irmãs. Observar-se-ia sob aquela nova disposição familiar terem sido adotadas 
categorias de primos e primas e, sobrinhos e sobrinhas. As gens teriam sido instituídas 
naquele momento. 
Engels caracterizaria assim a família Punaluana constituída por laços mutualistas. Nela, 
toda a responsabilidade e todo ato de mutualismo se estende entre os membros familiares. Tal 
a sistemática em quê, a responsabilidade dada com as pessoas do mesmo grupo familiar, 
também se estende aos novos parentes agregados pelos casamentos entre as famílias. 
Sobreviria a família monogâmica intermediando com a evolução da família 
Sindiásmica, o potencial desenvolvimento da sociedade, bem como propiciando um total 
predomínio do homem, daquela figura paternal na família ou na sociedade. O homem, então, 
somente poderia ter única esposa e, nem mais aquela gama de mulheres. Surgiriam as 
primeiras leis contra a infidelidade da mulher, dando-se excessivo controle ao marido sobre a 
esposa. 
Muito embora naqueles novos costumes, o homem continuava ter a liberdade sexual 
com muitas mulheres, contrario sensu, haviam leis para punir a infidelidade conjugal da 
esposa, ao tempo em que ao marido, a mesma infidelidade conjugal cessava por totalmente 
aceita pela sociedade. 
É possível intuir, daquelas ponderações de Engels, que aquele casamento monogâmico 
da antiguidade nem importava em si, ligação amorosa, afetiva ou de anseios emotivos de 
união e companheirismo. Supor-se-ia um casamento de interesses sociais, com a 
responsabilidade única da continuidade do clã. Contudo, a saber, dali emergem a gênese 
jurídica e os pressupostos legais para a concepção da família instituída pelo casamento 
monogâmico, que convivenciaríamos na atualidade 
É naquele aporte, em seu livro, em que Friedrich Engels intermedia a compreensão de 
uma concisa particularidade entre os povos da Ática – Dóricos e Jônios: Gregos – os Dóricos 
constituindo o reflexo social na estrutura de Esparta registrariam um grau menos 
desenvolvido de relação familiar, onde prevaleceria ainda a família Sindiásmica; os Jônios, 
por seu turno, influenciariam na estrutura de Atenas, ali, segundo Engels, a relação familiar 
foi mais evoluída, onde havia uma ideia de autoridade da mulher nas atribuições domésticas 
do lar e, do homem, na responsabilidade direta pela segurança daquele grupo familiar perante 
ao clã. 
Reforçaria o autor sua ênfase ao estudo das Gens. Visto que apesar da constituição da 
família monogâmica – inúmeras controvérsias e animosidades envolveriam as sociedades 
primêvas – sobre aquelas novas concepções de convivências, que por certo e, 
inequivocamente seriam aprimoradas com o passar do tempo. Engels explicou o advento da 
monogamia revestindo-a de expressivas manifestações ditas sociais, ao longo daquela sua 
inerente evolução. 
No decorrer de toda a sua narrativa o filósofo de Wuppertal consideraria 
detalhadamente a questão postulada, das Gens. De Morgan, sobre dez Gens oriundas de única 
e antiga tribo da América do norte. Todos aqueles Gens, e em cada tribo teria uma 
característica de sua constituição ou costumes indígenas americanos, com especial atenção 
aos Iroqueses. 
Inclusive, ao dedicar abordagens mais extensas descrevendo particularidades indígenas; 
ou a exemplo da gênese da Fratria, cujos chefes dos grupos se faziam responsáveis pela 
tradição dos costumes, e a sobrevivência tribal; adentraria, mais esmiuçadamente as Gens dos 
Gregos, daqueles principais traços ou costumes, ainda além daquelas diversidades ancestrais 
entre Espartanos e Atenienses; do uso da propriedade comum; dos direitos e dos deveres do 
casamento; da importância vital do filho primogênito para a descendência paterna; da 
proibição de casamentos dentre os membros das mesmas famílias; da criação, instalação e 
manutenção de cemitérios; enfim, da repartição das heranças. 
Engels dissecaria quase a completude histórica da Grécia antiga, em seus aspectos 
estruturais dando um enfoque, sensivelmente – em relação a sua Alemanha do século XIX – 
de reflexo comparativo, especialmente, no que condiz a suma importância da descendência; 
expôs peculiaridades da formação e das famíliascamponesas; ou dos grupos sociais e das suas 
localidades; do período de governo de Clístenes e, sobre a antiga democracia grega. 
O filósofo e ensaísta alemão consideraria nos seus escritos que a Gens romana muito se 
assemelhava a Gens grega. Engels destacaria, inclusive, que ambas as Gens alcançaram níveis 
superiores de desenvolvimento nas suas respectivas relações políticas constituídas por leis e 
costumes. 
Ele constataria quê, daqueles costumes remotos, bem sucedidos e secularizados, a Gens 
romana era portadora, desde a fundação de Roma – em nove leis básicas concebidas numa 
espécie de constituição – dando o relevante registro daquela constatação de que determinadas 
daquelas leis revolviam-se coincidentes no universo ancestral das tribos americanas; no modo 
da perpetuação do poder paterno (pater famílias) e toda prioridade dada ao vulto masculino na 
sociedade; dos avanços do vulto da mulher, particularmente, dada a expansão política do 
estado romano; das guerras, conquistas e dos impactos, reflexos e das mudanças na instituição 
familiar motivadas pelas ausências prolongadas, ou mesmo a morte em batalha dos maridos; 
do direito daquelas mulheres a novos casamentos; portanto, também daquela Gens romana, e 
daquela sua relação imperial com o mundo antigo, sucedânea de novos direitos, supressão, 
extinção ou aprimoramentos de novas sociedades. A exemplo da Gens grega. 
O estudo de Friedrich Engels – todo aquele conjunto distinto de peculiaridades 
intrinsecamente vinculado com a sua atualidade e os questionamentos da sua pesquisa – dada 
a sua abrangência e envergadura ultrapassaria aquela dimensão relativizada com o 
povoamento da sua Alemanha. Superada pela universalidade daquele conhecimento ao qual 
daria lume. 
Ele conduziria atenção especial ao enfoque de duas, daquelas Gens ali dissecadas. A 
Gens Celta. A Gens Germana. É bastante didático nas suas explanações daqueles grupos – os 
quais, ainda hoje, presentes no continente europeu, em regra, dos Celtas, nos países ao leste, 
da Península Ibérica até a Anatólia ou Ásia Menor; e da Germânia, nos países da Europa 
Central, divisando-se ao norte com o litoral Báltico e o Mar do Norte, ao sul-sudeste com a 
Cordilheira dos Alpes e o Rio Danúbio, a leste com as estepes polonesas da Ásia Menor e, a 
oeste com o Rio Reno – sobre os costumes históricos da etnia, de sua origem, das conquistas 
territoriais e de novas populações ou, ainda, das fusões e consolidações de sociedades e das 
aproximações entre costumes comuns entre ambos os grupos daquelas Gens. 
No entanto, segundo Engels, nenhum daqueles costumes das Gens celtas ou 
germânicos, mesmo coincidentes ou ainda ali presentes, nem se fariam tão genéricos como 
dar-se-ia na dimensão de semelhança e de alcance das Gens dissecadas na dicotomia greco-
romana. 
Perpassados quase dois séculos vislumbramos, hoje, na proposição docente, o cabedal 
empírico a ser apreendido para a complexa aplicação jurídica dos pressupostos autônomos do 
Direito de Família, imanentes da formação da sua História. Mesmo que de forma apriorística, 
porém, embasada na estatura científica experimentada por Engels, sua expressividade aduz, 
ainda, na atualidade, procedentes questionamentos. 
Friedrich também delinearia aqueles fatores intrínsecos para a afirmação da monogamia 
no decorrer do tempo, dentre os quais a influência do código canônico e da própria igreja 
católica; as novas constituições outorgadas e a conceberem modelos de famílias ideais aos 
Estados; ou das antigas leis que reformuladas ou adaptadas contribuiriam para a instituição de 
uma nova moral, sob aquelas novas concepções de sociedade. 
Afinal, no dizer de Guiorgui Valentionóvitch[1] PLEKHANOV: 
 “Mas nós só podemos conjeturar a respeito de como era o <<homem primitivo>>. Os 
homens que povoam a terra atualmente, bem como aqueles que foram estudados por 
pesquisadores dignos de crédito, já estão muito longe do momento em que a vida animal, no 
sentido próprio da palavra cessou para a humanidade. [...] Esta formação social primitiva 
corresponde à chamada época pré-histórica da humanidade. O princípio da vida histórica 
pressupõe desenvolvimento ainda maior do meio artificial e poder muito maior do homem 
sobre a natureza. As complexas relações internas das sociedades que empreendem o caminho 
do desenvolvimento histórico, não são em absoluto condicionadas, propriamente falando, pela 
influência imediata do meio natural. Pressupõe a invenção de certas ferramentas, a 
domesticação de certos animais, a capacidade de obter alguns metais, etc. Estes meios e 
modos de produção, conforme as circunstâncias variam de diversas maneiras; observa-se 
progresso, paralisação e mesmo retrocesso, nunca, porém, esta variações fazem retornar os 
homens à vida puramente animal, ou seja, sob a influência imediata do meio natural.” (1987. 
PP. 47-48) 
Sobre o seu estudo, Friedrich Engels ainda ratificaria, em uma nota: 
“Tive a intenção de valer-me da brilhante crítica à civilização que se encontra nas obras 
de Charles Fourier, para expô-la paralelamente à de Morgan e à minha. Infelizmente, não tive 
tempo. Farei notar apenas que Fourier considerava a monogamia e a propriedade daterra 
como as instituições da civilização, que ele chama uma guerra dos ricos contra os pobres. Em 
seu trabalho, já encontramos, também, uma apreciação profunda do fato de, em todas as 
sociedades defeituosas e cheias de antagonismos, as famílias individuais (“les familles 
incohérentes”) serem as unidades econômicas”. 
 
NOTA 
[1] PLEKHANOV, Guiorgui. A Concepção Materialista da História. 7. ed. São Paulo: 
Editora Paz e Terra. 1987.

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