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ÉTICA A NICOMACOS

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FILOSOFIA 
A ÉTICA A NICÔMACOS
ARISTÓTELES
TURMA 1º Período Direito, manhã PUC Contagem-MG.
INTEGRANTES:
ALÍRIO D. TOMÁZ
NUBIA DIAS OLIVEIRA
CAROLINE SANTOS OLIVEIRA NUNES
Ética a Nicômaco. Aristóteles (autor). 
LIVRO, Vll.
1. Há três espécies de disposições morais a ser evitadas: a deficiência moral, a incontinência e bestialidade. As disposições contrariam a duas destas são obvias: uma se chama excelência moral e a outra se chama continência. Os homens se tornam deuses por superabundância de excelência, a disposição moral contraria a bestialidade deve ser evidentemente desta espécie, pois uma criatura bestial não tem deficiência nem excelência moral, da mesma forma que os deuses não as têm; a disposição dos deuses é a mais alta que a excelência. Da mesma forma o tipo bestial também e raro entre os homens; encontramo-lo principalmente entre os bárbaros, mas algumas características bestiais também são provocadas por doenças ou retardamento.
Incontinência e a lassidão, bem como a continência e a resistência.
A continência quanto a resistência estão incluídas entre as disposições boas e louváveis, e que tanto a incontinência quanto a lassidão estão incluídas entre as disposições más e reprováveis; uma pessoa é dotada de continência e se dispõe a atear-se ao resultado de seu cálculos, ou que a mesma pessoa é incontinente e está pronta a abandoná-los. Além disto, a pessoa incontinente, sabendo que age mal, age em decorrência de suas emoções, enquanto a pessoa dotada de continência se sabe que seus desejos são maus, recusa-se segui-los graças a razão. As pessoas moderadas são dotadas de continência e resistentes; as pessoas dotadas de continência são sempre moderadas, mas também há quem diga que nem sempre o são pessoas concupiscentes de incontinências e as pessoas incontinentes de concupiscentes sem exceção.
Diz-se que as pessoas são incontinentes até em relação a cólera, a honra e ao ganho.
2. Como uma pessoa que tem uma concepção correta das coisas pode ser incontinente em suas ações. Como pensava Sócrates, que, sendo uma pessoa dotada de conhecimento, qualquer outra coisa pudesse sobrepor-se ao conhecimento e arrastá-lo como a um escravo. Sócrates opunha-se totalmente a tal noção, sustentando que não existe aquilo que se chama de incontinência, pois ninguém, dizia ele, age contrariamente ao que considera melhor, consciente de estar agindo mal, a não ser por ignorância devemos indagar que espécie de ignorância é esta. 
Se a continência pressupõe que se tenham desejos fortes e maus, as pessoas moderadas não terão continência, nem as pessoas dotadas de continência serão moderadas, pois as pessoas moderadas não terão desejos excessivos nem maus.
Um dos argumentos sofísticos afirma que a loucura associada à incontinência é uma forma de excelência moral; por causa da incontinência uma pessoa louca pratica uma ação contraria que ela julga acertada. Estas são em linhas gerais dificuldades que se nos apresentam; algumas delas devem ser afastadas de nosso caminho, mas outras devem permanecer; na verdade, a solução de uma dificuldade é uma descoberta.
3. Quando se diz que uma pessoa e irrestritamente incontinente, esta afirmação não significa que ela e assim em relação a tudo, mas em relação às coisas a respeito das quais as pessoas podem ser concupiscentes. A ideia de que as pessoas incontinentes agem contra a opinião verdadeira e não contra o conhecimento e irrelevante para a nossa argumentação, pois algumas pessoas sustentam suas opiniões sem hesitação e pensam que elas são conhecimentos exatos. Já que usamos a palavra “conhecer” em dois sentidos (dizemos que tanto as pessoas que tem conhecimento, mas não o usam quanto as que usam “conhecem”), fara diferença, neste caso, uma pessoa agir como não devia se ela tiver conhecimento, mas não o estiver usando, pois na última hipótese sua conduta parecera estranha, mas não parecera estranha se estiver usando o conhecimento.
Na própria hipótese de termos conhecimento e não o usarmos vê uma diferença de estado, se admitir a possibilidade de termos conhecimento em uma acepção e em outra acepção não o termo, como no caso de uma pessoa adormecida, louca ou embriagada. Então podemos considerar que as pessoas incontinentes estão numa condição idêntica a das pessoas adormecidas, loucas ou embriagadas. 
No silogismo uma premissa é universal e a outra se relaciona com fatos particulares, e a proposito desta última entramos na esfera da percepção; quando as duas premissa se combinam numa conclusão única, em um dos casos a alma deve afirmar a conclusão, ao passo que no caso das premissa de ordem pratica se deve agir imediatamente.
Uma vez que a premissa extrema não e universal e não é considerado um objeto de conhecimento cientifico a exemplo do que acontece com uma premissa universal, parece que somos levados a aceitar a conclusão de Sócrates procurou a afirmar.
4. Algumas das coisas que produzem prazer são necessárias, enquanto outras são dignas de escolha em si mesmas, os prazeres do corpo são necessários (inerentes a nutrição e as relações sexuais), enquanto as outras coisas não são necessárias mas são dignas de escolha em si (a vitorias, as honrarias, a riquezas e as coisas boas e agradáveis deste gênero). As pessoas que se excedem em relação às ultimas contrariando a reta razão de que são dotadas, não são qualificadas simplesmente de incontinentes, mas de incontinentes com restrição “a respeito de dinheiro, proveito, honrarias ou cólera”; de fato, estas pessoas não são simplesmente incontinentes, pois as consideramos diferentes das incontinentes em sentido irrestrito, e somente por analogia.
O fato de chamarmos uma pessoa de incontinentes apenas por analogia se evidencia pela circunstância de a incontinência, tanto em sentido irrestrito quanto a respeito de algum prazer em particular do corpo. 
 Por isto que chamamos de concupiscentes as pessoas que, sem desejos ou apenas por um leve desejo, perseguem os extremos do prazer e evitam sofrimentos moderados, mas não como pessoas que agem assim por causa de seus desejos intensos.
5. Disposições bestiais como no caso da mulher que, segundo dizem, abria o ventre das mulheres gravidas e devorava os fetos, ou das coisas com que, de acordo com certos relatos, algumas das tribos selvagens do litoral do mar Negro costumavam deleitar-se com alimentos crus ou carne humanas, estas disposições são bestiais.
Nos casos em que é natural ninguém chamaria tais pessoas de incontinentes, da mesma forma que ninguém aplicaria o epiteto as mulheres, dada a passividade de sua participação nas relações sexuais; tampouco ele se aplica a pessoas que se encontram num estado mórbido decorrente da habitualidade.
Esta varia disposições mórbidas não se enquadram no âmbito da deficiência, da mesma forma que a bestialidade, e não as dominar ou ceder diante delas não constitui incontinência em sentido irrestrito. De fato, a alienação, a covardia, a concupiscência e a irascibilidade, quando levadas ao excesso, são bestiais ou mórbidas. E possível ter apenas disposição sem ceder a ela por exemplo, Fálaris pode ter dominado desejo de comer a carne de uma criança, ou de entregar aos prazeres sexuais contrários de sua natureza, mas também pode se ceder sem ter disposição. Da mesma forma que a deficiência moral em escala humana e chamada simplesmente deficiência moral, enquanto a eu está além da condição humana não é chamada simplesmente deficiência moral, mas se lhe acrescenta a restrição “bestial” ou “mórbida”.
Portanto, que a incontinência e a continência se relacionam somente com os mesmos objetos com que se relacionam a concupiscência e a moderação, e que aquilo que se relaciona com outros objetos é uma espécie diferente de incontinência, que só se chama de incontinência metaforicamente, e não irrestritamente.
6. A incontinência em relação a cólera é menos desabonadora que a incontinência em relação aos desejos. Parece que até certo ponto a cólera ouve a razão, mas a ouve incompletamente.Como por exemplo; como fazem certos serviçais que correm antes de ouvir tudo que o patrão lhe disse, então embaralham as ordem que lhes são dadas. Quando a razão ou a imaginação nos mostra que fomos insultados ou desconsiderados, a cólera se inflama imediatamente. O desejo, por outro lado, se a imaginação ou a percepção apenas lhe diz que é um objeto é agradável, precipita-se para frui-lo. Mas a cólera em certo sentido obedece a razão, enquanto o desejo não obedece. Portanto que a incontinência relacionada com o desejo é mais desabonadora que a relacionada com a cólera, e que a continência e a incontinência se relacionam com desejos e prazeres do corpo; mas devemos discernir as diferenças entre os próprios desejos e prazeres do corpo.
7. É possível que nos encontremos em tal estado que sejamos derrotados até por tentações as quais mesmo a maioria das pessoas resiste, ou que resistamos aquelas pelas quais a maioria das pessoas é derrotada; entre estas disposições, as que se relacionam com os prazeres são a incontinência e a continência, e as que se relacionam com os sofrimentos são a lassidão e a resistência. Já que alguns prazeres são necessários, enquanto outros não o são, e que os primeiros são necessários ate o ponto em que nem os seus excessos nem as suas deficiências o são, e já que isto é verdadeiro tanto para os desejos quanto para os sofrimentos, são concupiscentes as pessoas que perseguem os extremos das coisas agradáveis, ou perseguem das coisas necessárias. As pessoas deficientes no desejo de fruição dos prazeres são o contrários das concupiscentes, e as pessoas moderadas são meio termo. Evitar deliberadamente o sofrimento e uma espécie de lassidão, e buscar deliberadamente o prazer são a concupiscência. Enquanto as pessoas incontinentes são o contrários das dotadas de continência, as pessoas lassas são o contrário das resistentes; a resistência com efeito, consiste em nos mantermos firmes, enquanto a continência consiste em dominar-nos, e manter-se firme e dominar-se são coisas diferentes, da mesma forma que não ser derrotada é diferente de ser vitorioso; é por isso que a continência é mais digna de escolha que a resistência. 
Acontece o mesmo a respeito da continência e da incontinência. De fato, se uma pessoa é vencida por prazeres ou sofrimento excessivos, nada há de surpreendente nisto; na verdade, estamos prontos a desculpá-la se ela resistiu, como fez o Filoctetes de Teodetes quando mordida pela serpente, e como as pessoas que, tentam conter o riso, explodem numa grande gargalhada, como aconteceu com Xenofantos. Mas é surpreendente que uma pessoa seja vencida por sofrimentos e não lhes possa resistir, enquanto a maioria das pessoas pode enfrenta-los. As pessoas que gostam muito de divertir-se são também consideradas concupiscentes, mas na realidade são lassa. Uma das espécies de incontinência é a impetuosidade, e outra é a indolência. Algumas pessoas, em consequência de suas emoções, depois de deliberar falham quando se trata de pôr em pratica as suas resoluções, enquanto outras são dominadas por suas emoções porque não se detêm para deliberar. 
8. As pessoas concupiscentes são incuráveis, e as incontinentes são curáveis. De um modo geral a incontinência e a deficiência moral são especificamente diferentes; a deficiência moral não têm consciência de si mesma, ao passo que a incontinência é consciente. Há outras espécie de pessoas as que mantêm as suas convicções e não são dominadas, ao menos pelas emoções. Estas considerações evidenciam que a segunda disposições e boa, e que a primeira é má.
9. Há pessoas propensas a permanecer firmes em relação ás suas opiniões, e elas chamam obstinadas por exemplo as que são difíceis de convencer em uma primeira aproximação e não se deixam persuadir facilmente mudar de ideia estas pessoas tem semelhança com as pessoas dotadas de continência, da mesma forma que as pessoas pródigas são de certo modo semelhante ás liberais, e as pessoas temerárias são semelhantes ás confiantes; mas se diferem sob muitos aspectos. Tipos de pessoas obstinadas são as dogmáticas, as ignorantes e as grosseiras; as dogmáticas são influenciadas pelo prazer e pelo sofrimento, pois se comprazem com a vitória que obtêm se não se deixam persuadir a mudar de ideia e sofrem se suas decisões se tornam sem efeito, como ás vezes acontece com os decretos; elas portanto se assemelham mais ás pessoas incontinentes do que ás dotadas de continência.
 Por outro lado, as pessoas incontinentes e as concupiscentes são também parecida entre si; elas são efetivamente diferentes, mas amos o tipos buscam os prazeres do corpo, embora a últimas também pensem que devem agir assim, enquanto as primeira não têm este pensamento.
10. Tampouco a mesma pessoa é dotada de discernimento e é incontinente, pois já demonstramos que uma pessoa é ao mesmo tempo dotada de discernimento e de bom caráter. Ele age conscientemente, pois age de certo modo sabendo o que faz e qual o objetivo visado, mas não é má já que seu propósito é bom; então ela é apenas meio má. Tampouco ela é criminosa, pois ela ao age com intenção criminosa; dos dois tipos de pessoas incontinentes, umas não permanecem firmes em relação ás conclusões de suas deliberações, enquanto as pessoas impetuosas não chegam sequer a deliberar.
 A incontinência e a continência se relacionam com os excessos referentes ao caráter da maioria das pessoas, pois as pessoas dotadas de continência permanecem mais firmes e as incontinentes menos firmes em suas resoluções do que a maioria das pessoas.
11. Ao filósofo político também incumbe considerar a natureza do prazer e do sofrimento, pois ele é arquiteto dos fins com vistas aos quais chamamos certas coisas de má e outras de boas irrestritamente. As razões apresentadas a favor do ponto de vista segundo o qual o prazer não é um bem de forma alguma são: 1°,todo os prazeres são processos conscientes em direção a um estado natural, e nenhum processo é da mesma espécie que sua finalidade; 2°, as pessoas moderadas evitam os prazeres; 3° as pessoas dotadas de discernimento buscam o que é isento de sofrimento, e não o que é agradável; 4°, os prazeres são um óbice ao pensamento, e quanto mais eles o são mais as pessoas os frutam; 5°, não há uma arte do prazer, mas cada bem é produto de uma arte; 6°, as crianças e os animais irracionais buscam prazeres. As razões apresentadas a favor do ponto de vista de quem nem todos os prazeres são bons são: 1°, há prazeres que são realmente desabonadores e merecem censura; 2°, há prazeres nocivos, pois algumas coisas agradáveis fazem mal a saúde. A razão apresentada a favor do ponto de vista de que o prazer não é o bem supremo é que o prazer não é uma finalidade e sim um processo.
12. Dos processos considerados maus alguns serão maus se considerados irrestritamente, mas não serão tidos como maus para determinar pessoas, e sim dignos de escolha, enquanto alguns não serão sempre dignos de escolha sequer para determinar pessoas, mas somente em certo momento e por um curto período de tempo, e não irrestritamente; outro não são sequer prazeres, mas apenas parecem prazeres- por exemplo, todos aqueles que acarretam sofrimento e cuja finalidade é curativa, como os processos de tratamento aplicável ás pessoas enfermas. Alguns estudiosos pensam que o prazer é um processo apenas por acharem que o prazer é bom no sentido próprio de bom; de fato, eles pensam que atividade e processo, mas ela e diferente. 
 Afirmar que os prazeres são maus porque certas coisas agradáveis fazem mal a saúde equivale a dizer as coisas saudáveis são más porque algumas delas são más quando se quer enriquecer; tanto as coisas agradáveis quanto as saudáveis são más no sentido mencionado, mas não são por aqueles motivos na realidade, a própria contemplação ás vezes pode ser prejudicial á saúde.
13. Admite-se que o sofrimento é um mal e deve ser evitado; de fato, algumas formas de sofrimento são irrestritamente más, e outras formas são más porque constituem de certo modo um empecilhoa nossa atividade. O contrário daquilo que deve ser evitado, por ser algo a ser evitado e mau, deve ser bom. O prazer, então é necessariamente um bem. Todas as pessoas pensam que a vida feliz deve ser agradável e introduzem o prazer na urdidura de seu ideal de felicidade e com boas razões, pois nenhuma atividade é perfeita quando se lhe antepõem obstáculos e a felicidade é algo perfeito. Algumas pessoas pensam que a boa sorte é a mesma coisa que a felicidade; isto não e verdade, pois a própria boa sorte, quando excessiva, é um óbice á nossa atividade, e talvez já não deva ser chamado de boa sorte, porquanto a boa sorte só pode ser definida em relação á felicidade.
14. Como os prazeres do corpo parecem mais desejáveis. Primeiro, é porque eles afastam o sofrimento (o excesso de sofrimento induz as pessoas a procurarem o excesso de prazer) e de modo geral os prazeres do corpo é um remédio para o sofrimento. Os agentes curativos produzem sensações intensas esta é a razão de os buscarmos porque eles se manifestam em contraste com o sofrimento oposto. Considera-se que os prazeres não são bons por duas razões, alguns deles são atividades condizentes com uma natureza má de nascença, como no caso dos animais irracionais, ou pelo hábito (isto é o hábito das pessoas más); outros são considerados um remédio para uma natureza deficiente, e é melhor estar em boas condições de saúde do que estar recuperando estas boas condições; mas estes últimos prazeres se manifestam durante o processo de recuperação e portanto são bons apenas acidentalmente.
 Não existe coisa alguma que seja permanente agradável, pois nossa natureza não é simples; há em nós também outro elemento, que nos torna perecível, de tal forma que quando um dos elementos está em atividade é contraria á natureza do outro, e quando dos dois elementos estão em eventual equilíbrio sua ação não parece nem penosa nem agradável; segundo poeta em decorrência de alguma perversão nossa, porquanto da mesma forma que as pessoas pervertidas são mutáveis, a natureza que necessita de mudança é pervertida por não ser simples nem boa.
 Acabamos de discutir a continência e a incontinência e o prazer e o sofrimento, e mostramos em relação a ambos os pares o sentido em que uma das duas disposições é boa e a outra é má. 
 
NOTA:
 Dedicando-se à ética, Aristóteles escreveu esta obra fantástica intitulada Ética à Nicômaco, já que foi dedicada a seu filho Nicômaco.

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