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Renda primaria

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Eduardo Martin Alves (13201192)
Tema 3: Trajetória dos resultados da subconta renda primária e de seus principais componentes.
Neste trabalho serão apresentados dados relacionados à subconta renda primaria e suas respectivas subcontas. Para isso serão utilizadas várias fontes como assim também ferramentas gráficas e uma tabela resumo (Pag. 2) das informações coletadas do BCB.
A titulo de exemplo é importante destacar que a subconta renda primaria apresenta no período de 20 anos, um déficit de 30.619 milhões de dólares, duas vezes maior que o superávit da balança de pagamentos (13.808 milhões).
Gráfico 1: Balanço de pagamento
Fonte: Banco Central do Brasil
O gráfico 1 foi desenvolvido desde o Quadro 2 (resumo) do BCB e nele é possível enxergar uma renda, principalmente positiva, de salários com valores pouco representativos (0,8%) no total da renda primaria. Sendo a média de todo o período (1995-2015) um superávit de: 258 milhões. Na média existiram receitas de 4,9% e despesas de 0,4% sobre o total. A volatilidade dos valores no período foi relativamente baixa.
	Subconta
	Média (1995-2015)
	Coeficiente de variação
	% do total
	 Renda primária
	-30 619 
	 
	 
	 Receitas
	8 287 
	 
	 
	 Despesas
	38 906 
	 
	 
	 Salários e ordenados
	 258 
	 
	-0,8%
	 Receitas
	 405 
	44%
	4,9%
	 Despesas
	 147 
	40%
	0,4%
	 Renda de investimentos
	- 30 877 
	 
	100,8%
	 Receitas
	 7 881 
	65%
	95,1%
	 Despesas
	 38 759 
	57%
	99,6%
	 Renda de investimento direto
	- 15 484 
	 
	 
	 Receitas
	 3 058 
	120%
	38,8%
	 Despesas
	 18 542 
	96%
	47,8%
	 Lucros e dividendos remetidos
	- 11 187 
	
	
	 Receitas
	 1 418 
	80%
	18,0%
	 Despesas
	 12 605 
	72%
	32,5%
	 Lucros reinvestidos
	- 5 374 
	
	
	 Receitas
	 5 083 
	95%
	64,5%
	 Despesas
	 8 424 
	160%
	21,7%
	 Juros de operações intercompanhia
	- 1 737 
	
	
	 Receitas
	 188 
	119%
	2,4%
	 Despesas
	 1 925 
	69%
	5,0%
	 Renda de investimento em carteira
	- 13 161 
	 
	
	 Receitas
	 467 
	98%
	5,9%
	 Despesas
	 13 628 
	41%
	35,2%
	 Lucros e dividendos
	- 4 122 
	
	
	 Receitas
	 22 
	146%
	0,3%
	 Despesas
	 4 145 
	71%
	10,7%
	 Juros de títulos negociados no mercado externo
	- 7 132 
	
	
	 Receitas
	 445 
	102%
	5,6%
	 Despesas
	 7 576 
	18%
	19,5%
	 Juros de títulos negociados no mercado doméstico (desp.)
	- 1 906 
	 
	 
	 Renda de outros investimentos (juros)
	- 5 467 
	 
	
	 Receitas
	 1 123 
	-23%
	14,2%
	 Despesas
	 6 589 
	34%
	17,0%
	 Renda de reservas – receitas
	 3 234 
	 
	41,0%
	 Demais rendas primárias
	- 
	 
	 
	 Receitas
	- 
	
	
	 Despesas
	- 
	 
	 
Tabela1: Balanço de pagamento
Fonte: Banco Central do Brasil
A conta com maior peso nesta subconta é lucros e dividendos, que tem uma ponderação de 58,4% do total. Estas remessas de lucros e dividendos para o exterior representam em média um déficit de 17.869 milhões.
O coeficiente de variação na conta renda de investimento é tão alto que inclusive acaba influenciando a média amostral e apresentando um déficit ainda maior que a própria conta pai (renda primaria). Analisando mais de perto os dados é possível ver que a Renda de investimento direto gera para as empresas brasileiras receitas no valor de 3.058 milhões (38,8% do total de lucros e dividendos). Enquanto isso, empresas instaladas no pais remetem para o exterior 18.542 milhões (47,8% do total de lucros e dividendos), principalmente na forma de Lucros e dividendos remetidos, atingindo estes o ápice do déficit entre os anos de maior crescimento do PIB (2004-2014). Receitas: 1.418 milhões, despesas: 12.605 milhões.
A conta Lucros reinvestidos1 (sem dados de 1999-2009) é significativa, apresentando entre 2010 e 2015 receitas pelo valor médio de 5.083 milhões (o que representa 36,9% do total (2010-2015) de receitas que Brasil consegue obter de seus investimentos externos). Já no que concerne aos lucros reinvestidos das empresas estrangeiras o percentual de re-investimento é menor (20,5%); ainda assim, em valores nominais a média é duas vezes maior: 13.842 milhões.
O que pode ser interpretado no gráfico 1 é que o investimento estrangeiro no Brasil pagou-se sozinho e supero com cresces os lucros reinvestidos dos agentes nacionais, sendo a alta volatilidade e o outlier de 2013 explicado por uma remessa de lucros para o exterior excedente aos próprios ganhos, um "desinvestimento".
Na última conta dentro de renda de investimento direto encontram-se os Juros de operações intercompanhia que são juros de empréstimos concedidos no exterior para empresas brasileiras e geram um déficit de 1.737 milhões. Receitas: 188 milhões, despesas: 1.925.
(1) Reinvestment of earnings arising from a direct investor’s equity in its direct investment enterprise is recorded as an imputed financial account entry. It is the corresponding entry and equal to reinvested earn ings, which is an item in the primary income account (defined in paragraphs 11.33–11.36; it is the direct investor’s share of the retained earnings or net saving of the direct investment enterprise, before reinvested earnings payable are deemed distributed). The financial account entry is shown separately under direct investment equity.
Reinvestment of earnings may be negative in some cases, for example, in case of losses by the direct investment enterprise or if dividends payable in a period are larger than net earnings in that period. Just as positive reinvested earnings are treated as being an injection of equity into the direct investment enterprise by the direct investor, negative reinvested earnings is treated as a withdrawal of equity. (Pag. 154 - Balance of Payments and International Investments Position (6th edition), IMF)
Em último lugar existe um déficit constante e crescente no referente a pagamento de juros, sendo uma variável que representa 42,5% do déficit total e sua média no período 1995-2015 é de: -13.008 milhões. A seguir apresentam alguns gráficos sobre a divida para logo distinguir em detalhe a conta de Renda de investimento em carteira.
	
	
	
Gráfico 1, 2 e 3: Detentores da dívida. Participação de não residentes e IOF. Evolução da pose da dívida por os diversos agentes.
Fonte: Tesouro Nacional (Informe DPFe)
	
	
Gráfico 4 e 5: Detentores da dívida externa (Tipo/Localização)
Fonte: Tesouro Nacional (Informe DPFe)
Gráfico 3: CDS a 5 anos
Fonte: Tesouro Nacional (Informe DPFe)
Posição do Brasil em relação à percepção ao risco no período desde 2004. Valores maiores dos Credit Default Swaps se reflexa no aumento da taxa de juros.
Gráfico 4: Abertura de Global 2021, sobre Títulos do Tesouro Americano e cotejo com empresas de rating superior ao Brasil.
Fonte: Banco Central do Brasil
Gráfico 4: Abertura de Global 2041, sobre Títulos do Tesouro Americano e cotejo com empresas de rating superior ao Brasil.
Fonte: Banco Central do Brasil
A conta Renda de investimentos em carteira e a Renda de outros investimentos (juros) têm também uma participação significativa na conta Renda de investimentos. Vejamos a seguir:
As receitas que os brasileiros recebem do exterior são apenas 467 milhões, enquanto é pago para os não residentes 13.628 milhõesde dólares.
Dentro da conta Investimentos em carteira (ações, títulos, bônus e outros ativos financeiros), encontram-se lucros e dividendos com um valor deficitário de 4.122 milhões. Tendo as receitas dos investimentos que os residentes possuem no exterior um valor de apenas 22 milhões (0,3% sobre o total da receita de Renda de investimentos). As despesas apresentam um valor de 4.145 milhões (10,7%) que são remetidos para o exterior, incrementando-se estes valores no lapso 2004-2014.
Sobre os juros de títulos negociados no mercado externo existe na média um déficit de 7.132 milhões com uma leve melhora desde 2005. Receitas: 445, despesas 7.576 milhões.
Enquanto isso, os juros de títulos negociados no mercado domestico - despesas que fazem referência ao período 2007-2015, e representam na média desse período um déficit de 4.448 milhões de dólares, tem aumentado desde o ano 2009 seu peso. Demonstrando que não residentes tiveram uma migração da posse de títulos da divida externa para títulos da divida interna, o que pode ser visualizado no gráfico 3 da Pag. 5 "Evolução Recente (% da DPF)".
Na última conta com dados, Renda de outros investimentos (juros) possuímos também um déficit importante a ser considerado (5.467 milhões). Sendo em média as receitas apenas 1.123 milhões, enquanto as despesas se elevam até o patamar de 6.589 milhões.

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