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Dir Const - Ponto - Vicente Paulo - exerc¨ªcios 06

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AULA 6: ORGANIZAÇÃO DO ESTADO – PARTE 2 
Continuaremos, hoje, com os comentários aos exercícios sobre a 
organização do Estado na Constituição Federal de 1988. 
Conforme dito na aula passada, são exercícios que tratam dos mais 
variados temas constitucionais, e que foram por mim selecionados em 
razão de sua repetição em concursos (formas de Estado, formas de 
Governo, sistemas de Governo, organização dos entes federados etc.). 
Portanto, cansativos ou não, o fato é que você precisará saber desses 
assuntos na prova – não deixe a preguiça tomar conta! 
1) (ESAF/AFC/CGU/2003) O plebiscito consiste em uma consulta feita ao 
titular do poder constituinte originário, o qual, com sua manifestação, 
irá ratificar, ou não, proposta de emenda à constituição ou projeto de lei 
já aprovado pelo Congresso Nacional. 
Item ERRADO. 
O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou 
administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que 
lhe tenha sido submetido. 
O referendo é convocado com posterioridade a ato legislativo ou 
administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição. 
São dois meios de exercício da soberania popular, previstos no art. 14 
da Constituição Federal. A diferença básica entre eles diz respeito ao 
momento da consulta: o plebiscito é consulta popular prévia; o 
referendo é consulta popular posterior. 
A assertiva está errada porque afirma que o plebiscito constitui consulta 
posterior, para ratificação do ato. 
2) (ESAF/AFC/CGU/2003) Em um Estado Parlamentarista, a chefia de 
governo tem uma relação de dependência com a maioria do Parlamento, 
havendo, por isso, uma repartição, entre o governo e o Parlamento, da 
função de estabelecer as decisões políticas fundamentais. 
Item CERTO. 
Vimos na aula passada que no parlamentarismo a permanência do 
Primeiro Ministro como chefe de governo depende da vontade do 
parlamento, vale dizer, o Primeiro Ministro só permanecerá no cargo 
enquanto mantiver o apoio do parlamento. Ou, em outras palavras: a 
permanência do chefe de governo no poder depende da vontade do 
parlamento. 
Há, portanto, uma repartição entre o governo e o parlamento na fixação 
das decisões políticas do Estado, haja vista que essas políticas serão 
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propostas pelo governo, mas dependerão do apoio parlamentar para sua 
aprovação. Ao apoiar as políticas propostas pelo governo, o parlamento 
assume em relação a elas uma co-responsabilidade. 
3) (ESAF/AFC/CGU/2003) Nos termos hoje definidos na CF/88, não é 
possível a criação de novos municípios no Brasil, uma vez que ainda não 
foi elaborada, pela União, a lei complementar que definirá o período em 
que esses municípios poderão ser criados. 
Item CERTO. 
Estabelece a Constituição Federal que a criação, a incorporação, a fusão 
e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro 
do período determinado por Lei Complementar Federal, e 
dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos 
Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade 
Municipal, apresentados e publicados na forma da lei (art. 18, § 4º). 
Como se vê, a criação de Municípios somente poderá ocorrer dentro do 
período determinado por lei complementar federal, editada pelo 
Congresso Nacional. Como até hoje essa lei complementar federal não 
foi editada pelo Congresso Nacional, não é possível, atualmente, a 
criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de nenhum 
Município no Brasil. 
Aliás, nos dias atuais, para a criação de Município no Brasil é necessária, 
antes de tudo, a expedição de duas leis federais, a saber: 
(a) uma lei complementar federal, fixando o período dentro do qual 
poderá ocorrer a criação; e 
(b) uma lei ordinária federal, fixando a forma de apresentação e 
publicação dos Estudos de Viabilidade Municipal. 
Somente depois da aprovação dessas duas leis federais é que 
poderemos ter a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento 
de Municípios, desde que obedecidos os demais requisitos do art. 18, § 
4º, da Constituição. 
4) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a CF/88, as eleições para Prefeito 
seguirão as mesmas regras definidas na Constituição para a eleição do 
Presidente da República, se o município tiver mais de duzentos mil 
habitantes. 
Item ERRADO. 
Mais uma vez o troca-troca de palavra pela Esaf! 
As eleições para Prefeito seguirão as mesmas regras definidas 
constitucionalmente para a eleição do Presidente da República se o 
Município tiver mais de duzentos mil eleitores (CF, art. 29, II). 
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Significa dizer que nos Municípios com até duzentos mil eleitores não 
há segundo turno nas eleições para Prefeito, ainda que a diferença de 
votos entre os dois candidatos mais votados seja de apenas um voto. 
Nos Municípios com mais de duzentos mil eleitores, se não obtida por 
um candidato a maioria absoluta de votos no primeiro turno, far-se-á 
segundo turno, seguindo-se as mesmas regras fixadas para a eleição do 
Presidente da República (CF, art. 77). 
5) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a CF/88, a Câmara Municipal não 
poderá gastar mais de setenta por cento de sua receita com folha de 
pagamento, não sendo incluído nesse percentual o gasto com o subsídio 
de seus Vereadores. 
Item ERRADO. 
Mais uma vez a Esaf cobrando detalhes literais da Constituição! 
Determina a Constituição que a Câmara Municipal não gastará mais de 
setenta por cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o 
gasto com o subsídio de seus Vereadores (art. 29-A, § 1º). 
O erro do enunciado é a afirmação de que no limite de setenta por cento 
não está incluído o gasto com o subsídio dos Vereadores. 
6) (ESAF/AFC/CGU/2003) O parecer prévio, emitido pelo órgão 
competente, sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, é 
meramente indicativo, podendo ser rejeitado pela maioria simples dos 
membros da Câmara de Vereadores. 
Item ERRADO. 
O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o 
Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão 
de dois terços dos membros da Câmara Municipal (CF, art. 31, § 2º). 
Importante notar que o parecer elaborado pelo Tribunal de Contas da 
União sobre as contas do Presidente da República (CF, art. 71, I) é 
meramente indicativo, podendo o Congresso Nacional, com plena 
autonomia, acatá-lo ou não, quando do julgamento das contas (CF, art. 
49, IX). 
Porém, no tocante às contas do Prefeito, o parecer emitido pelo órgão 
competente - Tribunal de Contas do Estado ou Tribunal de Contas do 
Município, onde houver -, a princípio vincula a Câmara Municipal, só 
podendo ser afastado por deliberação de dois terços dos seus membros. 
7) (ESAF/AFC/CGU/2003) Admitida pela Câmara dos Deputados a 
denúncia ou queixa contra o Presidente da República por prática de 
crime comum, está o Supremo Tribunal obrigado a receber a denúncia 
ou queixa, dando início ao processo penal. 
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Item ERRADO. 
Sabe-se que compete privativamente à Câmara dos Deputados 
autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo 
contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de 
Estado (CF, art. 51, I). 
A autorização da Câmara dos Deputados é necessária para o julgamento 
do Presidente da República tanto nos crimes comuns, perante o STF, 
quanto nos crimes de responsabilidade, perante o Senado Federal (CF, 
art. 86).Muito se discutiu se a autorização da Câmara dos Deputados obrigava, 
ou não, o julgamento do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal. 
Se houver autorização da Câmara, o Senado estará obrigado a julgar o 
Presidente da República nos crimes de responsabilidade? Se a Câmara 
autorizar, o STF está obrigado a receber a denúncia e julgar o 
Presidente da República nos crimes comuns? 
Resposta: a autorização da Câmara dos Deputados obriga o Senado 
Federal, mas não obriga o Supremo Tribunal Federal. 
Significa dizer que se a Câmara dos Deputados autorizou a instauração 
de processo contra o Presidente da República, é certo que haverá 
julgamento no Senado Federal. Não caberá ao Senado Federal emitir 
novo juízo, se instaura ou não o processo de impeachment. Obviamente 
isso não significa que o Presidente da República será, necessariamente, 
condenado pelo Senado (isso quem decidirá serão os Senadores!). É 
certo apenas que o processo será instaurado e haverá o julgamento. 
Entretanto, no caso de infrações comuns, a Câmara dos Deputados 
poderá autorizar a instauração de processo contra o Presidente da 
República e o STF poderá não receber a denúncia ou queixa crime, haja 
vista que a autorização da Câmara não vincula o STF. 
Aproveito essa assertiva para comentar uma importante jurisprudência 
do STF sobre a autorização da Câmara dos Deputados para a 
instauração de processo contra Ministro de Estado, também prevista 
nesse dispositivo constitucional (art. 51, I). 
A questão é a seguinte: embora a Constituição não tenha especificado 
em que espécie de crime é necessária a autorização da Câmara dos 
Deputados para o julgamento de Ministro de Estado, o STF firmou 
entendimento de que essa autorização da Câmara só se aplica aos 
crimes praticados por Ministro em conexão com o Chefe do 
Executivo. 
Portanto, se o Ministro de Estado pratica crime autônomo, sem conexão 
com delito praticado pelo Presidente da República, será ele julgado pelo 
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Supremo Tribunal Federal (CF, art. 102, I, c) sem necessidade de 
autorização da Câmara dos Deputados. 
8) (ESAF/AFC/CGU/2003) A perda de mandato de um Deputado ou 
Senador que sofrer condenação criminal em sentença transitada em 
julgado será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou 
mediante provocação de qualquer de seus membros ou de partido 
político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. 
Item ERRADO. 
Diz a Constituição que perderá o mandato o deputado ou senador que 
sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado (art. 55, 
VI). 
Porém, mesmo com a condenação criminal em sentença transitada em 
julgado, a perda do mandato não é automática, imediata. A perda do 
mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado 
Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da 
respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso 
Nacional, assegurada ampla defesa (art. 55, § 2º). 
Como se vê, o congressista condenado criminalmente em sentença 
transitada em julgado só perderá o mandato se: (a) houver provocação 
da Mesa da sua Casa Legislativa ou de partido político representado no 
Congresso Nacional; e (b) se a partir dessa iniciativa o Plenário decidir, 
por maioria absoluta, pela perda do mandato, após o exercício da ampla 
defesa pelo congressista. 
9) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a CF/88, o julgamento das contas da 
Mesa da Assembléia Legislativa é de competência do Tribunal de Contas 
do Estado, não sendo sua decisão meramente opinativa. 
Item CERTO. 
Essa assertiva é ótima para fixarmos uma “noção geral” sobre o controle 
externo de contas, no tocante à competência do TCU, a partir da leitura 
dos incisos I e II do art. 71 da Constituição. 
O inciso I do art. 71 da Constituição estabelece que compete ao Tribunal 
de Contas da União apreciar as contas prestadas anualmente pelo 
Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser 
elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento. 
O inciso II do art. 71 da Constituição estabelece que compete ao 
Tribunal de Contas da União julgar as contas dos administradores e 
demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da 
administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades 
instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles 
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que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que 
resulte prejuízo ao erário público. 
Da leitura desses dois dispositivos, retiramos as seguintes conclusões: 
a) não cabe ao TCU julgar as contas do Presidente da República, mas 
tão-somente apreciá-las, elaborando um parecer no prazo de sessenta 
dias a contar do recebimento. Quem julga as contas do Presidente da 
República é o Congresso Nacional, por força do art. 49, IX, da 
Constituição; 
b) cabe ao TCU julgar as contas dos demais administradores e 
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos, nos três Poderes da 
República. 
Esse modelo federal, por força do art. 75 da Constituição, é de 
observância obrigatória nas esferas estadual, distrital e municipal, em 
relação às suas Cortes de contas. 
Assim, na esfera estadual, temos o seguinte: 
a) não cabe ao Tribunal de Contas do Estado – TCE julgar as contas do 
Governador, mas tão-somente apreciá-las, elaborando um parecer no 
prazo de sessenta dias a contar do recebimento. Quem julga as contas 
do Governador é a Assembléia Legislativa; 
b) cabe ao TCE julgar as contas dos demais administradores e 
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos, nos três Poderes da 
República. 
Logo, quem dispõe de competência para julgar as contas da Mesa da 
Assembléia Legislativa é o Tribunal de Contas do Estado - TCE, e não a 
própria Assembléia Legislativa. A Constituição do Estado não pode 
dispor em sentido contrário, outorgando essa competência à própria 
Assembléia Legislativa, sob pena de ofensa ao modelo federal, em 
flagrante desrespeito ao art. 75 da Constituição Federal. 
Essa mesma orientação é aplicável ao Distrito Federal e Municípios, 
fazendo-se as devidas adequações. 
10) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a CF/88, o Tribunal de Contas 
poderá sustar diretamente a execução de contratos administrativos, 
desde que o responsável pela execução do contrato não adote no prazo 
assinalado as providências necessárias para o exato cumprimento da lei. 
Item ERRADO. 
Outra assertiva que nos permite revisar um aspecto importante no 
tocante à atuação do TCU, agora sobre a sustação de atos e contratos 
administrativos. 
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Quando estudamos o Direito Administrativo, aprendemos que ato 
administrativo é uma manifestação unilateral da Administração 
(permissão, autorização, licença etc.), enquanto contrato administrativo 
é uma manifestação bilateral, um ajuste de vontade entre a 
Administração e o interessado (concessão pública, por exemplo). 
Pois bem, a Constituição estabeleceu uma importante distinção na 
competência do TCU quanto à sustação de ato e contrato administrativo. 
O TCU tem competência para sustar diretamente, se não atendido, o 
ato administrativo irregular, comunicando a decisão à Câmara dos 
Deputados e ao Senado Federal (CF, art. 71, X). 
O TCU não tem competência para sustar diretamente o contrato 
administrativo irregular. No caso de contrato, o ato de sustação será 
adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de 
imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis (CF, art. 71, § 1º). 
Bem, podemos então afirmar que o TCU jamais poderá sustar um 
contratoirregular? 
Não, não podemos. Por que não? Porque se o Congresso Nacional ou o 
Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não adotar as medidas 
cabíveis em relação ao contrato, o TCU adquirirá competência para 
decidir a respeito (CF, art. 71, § 2º). 
Mas, cuidado: a competência do TCU para decidir a respeito do contrato 
só nasce depois de esgotado o prazo de noventa dias da comunicação 
ao Congresso Nacional, caso não sejam adotadas as medidas cabíveis 
por este órgão ou pelo Poder Executivo! 
Veja que a assertiva está errada porque afirma que o TCU pode sustar 
diretamente a execução de contratos, o que não é verdade, haja vista 
que a sua competência só nasce depois da referida omissão do 
Congresso Nacional ou do Poder Executivo. 
11) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a CF/88, as disponibilidades de 
caixa dos municípios poderão ser depositadas em instituições financeiras 
oficiais ou privadas, a critério do município. 
Item ERRADO. 
Determina a Constituição que as disponibilidades de caixa da União 
serão depositadas no Banco Central (sempre!), e que as disponibilidades 
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou 
entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em 
instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em 
lei (CF, art. 164, § 3º). 
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Veja que em relação à União a regra não admite exceções: as 
disponibilidades de caixa da União serão sempre ser depositadas no 
Banco Central. 
Em relação aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a regra não 
é absoluta: as disponibilidades serão depositadas em instituições 
financeiras oficiais, mas se admite o depósito em instituições privadas, 
nos casos previstos em lei. 
Entretanto, segundo a jurisprudência do STF, essa lei que preverá os 
casos em que tais disponibilidades poderão ser depositadas em 
instituições privadas é lei ordinária federal, aprovada pelo Congresso 
Nacional, e não lei do próprio ente federativo titular dos recursos. 
12) (ESAF/AFC/CGU/2003) Os projetos de lei relativos ao plano 
plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos 
créditos adicionais serão apreciados pelo Congresso Nacional, em sessão 
conjunta, unicameral. 
Item ERRADO. 
Mais uma vez a Esaf com o tal jogo de palavras! 
Estabelece a Constituição que os projetos de lei relativos ao plano 
plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos 
créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso 
Nacional, na forma do regimento comum (CF, art. 166), e não em 
sessão unicameral, como afirma a assertiva. 
13) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a CF/88, é possível o uso de 
Medida Provisória com a finalidade de abertura de crédito extraordinário 
para atender a despesas decorrentes de comoção interna. 
Item CERTO. 
A Constituição proíbe a adoção de medida provisória para tratar de 
planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos 
adicionais e suplementares (art. 62, § 1º, d). 
Entretanto, a Constituição permite expressamente a utilização de 
medida provisória para a abertura de crédito extraordinário para atender 
a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, 
comoção interna ou calamidade pública (art. 62, § 1º, d c/c art. 167, § 
3º). 
14) (ESAF/AFC/CGU/2003) A vedação de vinculação de receita de 
impostos a despesas, prevista na CF/88, impede a vinculação de 
receitas próprias geradas pelos impostos municipais para a prestação de 
garantia à União. 
Item ERRADO. 
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O princípio da não-vinculação da receita de impostos - previsto no 
art. 167, IV, da Constituição – veda, como regra, a vinculação de receita 
de impostos a órgão, fundo ou despesa (CF, art. 167, IV). 
Porém, a própria Constituição estabelece exceções a esse princípio, ao 
permitir a vinculação de impostos para: 
a) a efetivação da repartição das receitas tributárias entre os entes 
federados, prevista nos arts. 158 e 159 da Constituição; 
b) as ações e os serviços públicos de saúde; 
c) a manutenção e o desenvolvimento do ensino; 
d) a realização de atividades da administração tributária; 
e) a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de 
receita, prevista no art. 165, § 8º, da Constituição. 
Como se vê, uma das exceções diz respeito à vinculação de receitas 
para a prestação de garantia às operações de crédito por antecipação de 
receita. 
Memorize essas exceções ao princípio da não-vinculação da receita de 
impostos, pois elas são reiteradamente cobradas pelas bancas 
examinadoras... 
15) (ESAF/AFT/2003) Segundo a CF/88, a criação de um Território, a 
partir do desmembramento de parte do território de um Estado, far-se-á 
por lei complementar, aprovada no Congresso Nacional, após aprovação 
da criação do Território, em plebiscito, do qual participa apenas a 
população diretamente interessada, sendo obrigatória, ainda, a 
audiência da Assembléia Legislativa do Estado. 
Item CERTO. 
A resposta a essa assertiva é encontrada a partir da combinação do art. 
18, §§ 2º e 3º com o art. 48, VI, da Constituição Federal. 
O § 2º do art. 18 da Constituição exige lei complementar para a criação 
de Território Federal. O § 3º do mesmo art. 18 exige aprovação da 
população diretamente interessada, através de plebiscito, para o 
desmembramento do Estado para formar novo Território Federal. O 
inciso VI do art. 48 estabelece a obrigatoriedade de o Congresso 
Nacional, antes de editar a lei complementar, ouvir a Assembléia 
Legislativa. 
16) (ESAF/AFT/2003) Tendo sido um Deputado Federal, no exercício de 
seu primeiro mandato eletivo, denunciado, perante o STF, por crime 
comum praticado durante a campanha eleitoral, o Supremo Tribunal 
Federal, acatando a denúncia, dará ciência à Câmara dos Deputados da 
abertura do devido processo penal, sendo possível, de acordo com a 
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CF/88, que, por iniciativa de partido político representado na Câmara 
dos Deputados, e pelo voto da maioria dos membros dessa Casa 
Legislativa, seja sustado o andamento da ação, até a decisão final. 
Item ERRADO. 
Desde as modificações introduzidas pela EC nº 35/2001, a imunidade 
processual dos congressistas só alcança os delitos praticados após a 
diplomação (CF, art. 53, § 3º). 
Na hipótese da assertiva, a crime foi praticado durante a campanha 
eleitoral, portanto, antes da diplomação. 
Nessa hipótese, o STF conhecerá da denúncia e iniciará o julgamento do 
congressista, sem nenhuma comunicação à Casa Legislativa para o fim 
de sustação do andamento do processo (a possibilidade de sustação do 
andamento do processo perante o STF só existe em relação a crimes 
praticados após a diplomação). 
Aproveito essa assertiva para um breve comentário sobre o alcance do 
foro especial (art. 53, § 1º) e da imunidade processual dos 
congressistas (art. 53, § 3º). 
O foro especial no STF alcança delitos praticados antes ou depois da 
diplomação e perdura enquanto existir o mandato do congressista. 
Desde a diplomação o congressista será julgado somente perante o STF, 
mesmo nos crimes praticados antes da diplomação. Com o término do 
mandato, expira-se o direito ao foro especial e os processos serão 
remetidos à Justiça ordinária competente. 
A imunidade processual (possibilidade de sustação do andamento do 
processo no STF por deliberação de maioria absoluta da Casa Legislativa 
a partir da iniciativa de partido político nela representado) só alcança os 
crimes praticados após a diplomação. 
Pergunta-se: se o indivíduo está respondendoa processo criminal 
perante a Justiça comum e é ulteriormente diplomado Deputado 
Federal, com essa diplomação acorre alguma mudança no curso desse 
processo atualmente, depois da EC nº 35/2001? 
A resposta é afirmativa. Com a diplomação, o processo será transferido 
para o STF, foro especial competente para o julgamento do congressista 
(lembre-se: o foro alcança também crimes praticados antes da 
diplomação!). 
Nessa hipótese, quando o STF receber o processo, dará ele ciência à 
Casa Legislativa, para o fim de sustação do andamento do processo? 
A resposta é negativa. O STF dará continuidade no julgamento do 
congressista, sem nenhuma comunicação à Casa Legislativa para o fim 
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de sustação do andamento do processo (lembre-se: a imunidade 
processual só alcança delitos praticados após a diplomação!). 
Cuidado! Tem sido muito comum os candidatos confundirem na hora da 
prova o direito ao foro (que alcança crimes praticados antes ou depois 
da diplomação) com o direito à imunidade processual (que só alcança 
crimes praticados após a diplomação). 
17) (ESAF/AFT/2003) Embora a Constituição Federal determine que a 
criação ou extinção de cargos, no âmbito do Poder Executivo, deva 
ocorrer por meio de lei, no caso do cargo estar vago, sua extinção 
poderá se dar por meio de Decreto do Presidente da República. 
Item CERTO. 
A Constituição outorga competência ao Presidente da República para, 
mediante decreto, extinguir funções ou cargos públicos, quando vagos 
(CF, art. 84, VI, b). 
Trata-se da competência excepcional outorgada ao Presidente da 
República para a expedição do chamado decreto autônomo. 
18) (ESAF/AFT/2003) A competência originária do STF para julgar as 
causas e os conflitos entre autarquias da União e os Estados não se 
restringe aos conflitos de atribuições que possam, potencialmente, 
comprometer a harmonia do pacto federativo. 
Item ERRADO. 
Essa é uma daquelas questões da Esaf sobre jurisprudência do STF que 
só é gabaritada pelo candidato que está muito antenado às orientações 
do Tribunal! 
Reza a Constituição que compete ao Supremo Tribunal Federal 
processar e julgar, originariamente, as causas e os conflitos entre a 
União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, 
inclusive as respectivas entidades da administração indireta (CF, art. 
102, I, f). 
Veja que o dispositivo constitucional não faz qualquer restrição expressa 
quanto ao tipo de causa e conflitos para o fim de determinação da 
competência do STF. 
Porém, o STF estabeleceu uma importante regra sobre a incidência 
dessa sua competência originária, a saber: 
a) compete ao STF o julgamento das causas e conflitos entre a União e 
os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, sendo 
irrelevante o conteúdo da matéria discutida; 
b) as causas e os conflitos que envolverem entidade da administração 
indireta (isto é, entre duas entidades da administração indireta, ou entre 
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uma entidade da administração indireta e uma entidade da 
administração direta) só serão julgados pelo STF se potencialmente 
afetarem o equilíbrio federativo. 
Portanto, sempre que a causa ou conflito envolver uma entidade da 
administração indireta, o STF só apreciará originalmente a ação se a 
controvérsia for de tal magnitude que afete potencialmente o pacto 
federativo. Se não houver risco ao equilíbrio federativo, a ação deverá 
ser proposta perante a Justiça ordinária competente. 
Veja que a assertiva está errada porque afirma que a competência do 
STF não se restringe aos conflitos de atribuições que possam, 
potencialmente, comprometer a harmonia do pacto federativo, o que na 
hipótese dada não é verdade, pois se trata de conflito envolvendo 
entidade da administração indireta (autarquia). 
19) (ESAF/AFT/2003) Nas causas em que forem partes instituição de 
previdência social e segurado, a ação terá que ser ajuizada em vara do 
juízo federal, ou em vara da justiça trabalhista, que também é federal, 
quando, na comarca, não houver vara do juízo federal. 
Item ERRADO. 
As causas em que forem partes instituição de previdência social e 
segurado serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do 
domicílio dos segurados ou beneficiários, sempre que a comarca não 
seja sede de vara do juízo federal (CF, art. 109, § 3º). 
Nesse caso – apreciação da causa previdenciária pela justiça estadual - 
o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal - TRF 
na área de jurisdição do juiz de primeiro grau. 
20) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Segundo o modelo clássico 
do Estado federal, acolhido pelo constituinte brasileiro, os Estados-
membros participam da formação da vontade da União, por meio dos 
seus representantes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. 
Item ERRADO. 
Os Estados-membros e o Distrito Federal participam da formação da 
vontade da União por meio de seus representantes no Senado Federal 
(CF, art. 46). 
A Câmara dos Deputados representa o povo, e não os Estados-membros 
(CF, art. 45). 
Importante notar que os Municípios não participam da formação da 
vontade nacional, haja vista que esses entes federativos não têm 
representação no Poder Legislativo federal. 
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21) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) As assertivas abaixo 
consignam deliberações que não podem ser adotadas pelo poder 
constituinte estadual. Uma delas, porém, contém decisão que a 
Constituição Estadual pode tomar legitimamente. Assinale esta opção. 
a) Adotar regime parlamentarista de governo no Estado. 
b) Subordinar a nomeação do Procurador-Geral da Justiça do Estado 
à prévia aprovação do seu nome pela Assembléia Legislativa. 
c) Outorgar ao Governador do Estado imunidade à prisão em 
flagrante, à prisão preventiva e à prisão temporária. 
d) Impor transferência obrigatória para a inatividade do 
Desembargador que, com trinta anos de serviço público, complete dez 
anos no Tribunal de Justiça. 
e) Condicionar o processo criminal contra o Governador do Estado 
perante o Superior Tribunal de Justiça à licença da Assembléia 
Legislativa. 
Gabarito: “E” 
A assertiva “A” está errada porque os Estados-membros, o Distrito 
Federal e os Municípios não podem adotar sistema de governo e forma 
de governo distintos daqueles estabelecidos na Constituição Federal 
(presidencialismo e república, respectivamente). 
A assertiva “B” está errada porque a Assembléia Legislativa não 
participa do processo de escolha e nomeação do Procurador-Geral de 
Justiça, chefe do Ministério Público do Estado. 
Determina a Constituição que os Ministérios Públicos dos Estados e o do 
Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da 
carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-
Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato 
de dois anos, permitida uma recondução (CF, art. 128, § 3º). 
Como se vê, não há participação do Poder Legislativo no processo de 
escolha e nomeação do Procurador-geral de Justiça, não podendo a 
Constituição do Estado dispor em sentido contrário. 
Vale lembrar, porém, que a destituição dos Procuradores-Gerais nos 
Estados e no Distrito Federal e Territórios é competência do Poder 
Legislativo, por deliberação de maioria absoluta (CF, art. 128, § 4º). 
Enfim, o Poder Legislativo não participa do processo de escolha e 
nomeação do Procurador-geral de Justiça, mas é quem tem competência 
para destituí-lo, se for o caso. 
A assertiva “C” está errada porque a imunidade quanto às prisõescautelares do Presidente da República - prevista no art. 86, § 3º, da 
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Constituição – não pode ser estendida aos Governadores de Estado e do 
Distrito Federal. 
Essa imunidade, segundo a jurisprudência do STF, é privativa do 
Presidente da República. 
A assertiva “D” está errada porque os juízes gozam da prerrogativa da 
vitaliciedade (CF, art. 95), que não poderá ser afastada por norma da 
Constituição do Estado. 
A assertiva “E” está certa porque a imunidade processual do Presidente 
da República quanto à instauração do processo (necessidade de 
autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços de seus 
membros) – prevista no art. 86, caput – pode ser estendida aos 
Governadores de Estado e do Distrito Federal. 
Das três imunidades processuais do Presidente da República – quanto à 
instauração do processo, prevista no art. 86, caput; quanto às prisões 
cautelares, prevista no art. 86, § 3º; e quanto aos atos estranhos ao 
exercício de suas funções, prevista no art. 86, § 4º -, só a primeira pode 
ser estendida aos Governadores. Isto é, a Constituição do Estado pode 
prever que o Governador só será processado e julgado perante o 
Superior Tribunal de Justiça – STJ após a autorização da Assembléia 
Legislativa, por dois terços dos seus membros. 
As outras duas imunidades processuais – art. 86, §§ 3º e 4º - são 
privativas do Presidente da República. 
22) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) A lei orgânica do Município 
pode estabelecer que o Prefeito será julgado por crimes comuns pelo 
Juiz de Direito da Comarca em que situado o Município. 
Item ERRADO. 
A Constituição Federal estabelece que o Prefeito será julgado perante o 
Tribunal de Justiça - TJ (CF, art. 29, X). 
Vale lembrar que, segundo a jurisprudência do STF, essa competência 
do TJ para julgar prefeitos restringe-se aos crimes de competência da 
Justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária 
caberá ao respectivo tribunal de segundo grau, ou seja, Tribunal 
Regional Federal (TRF) ou Tribunal Regional Eleitoral (TRE), conforme o 
caso (Súmula nº 702). 
23) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Para que o prefeito seja 
processado criminalmente, a Constituição Federal exige que a Câmara 
de Vereadores confira licença para tanto. 
Item ERRADO. 
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O Prefeito não dispõe de nenhuma imunidade, sendo julgado perante os 
tribunais do Poder Judiciário – TJ, TRF ou TRE, conforme o caso – sem 
necessidade de autorização da Câmara Municipal. 
24) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) A Câmara de Vereadores 
pode sustar processo criminal aberto contra qualquer de seus membros. 
Item ERRADO. 
A imunidade processual dos congressistas, que permite à Casa 
Legislativa a sustação do andamento do processo em curso no STF (CF, 
art. 53, § 3º), não pode ser estendida aos Vereadores. 
Os Vereadores não foram contemplados com imunidade processual, e 
nem podem receber essa espécie de imunidade no texto da Constituição 
do Estado ou da Lei Orgânica do Município. 
Os Vereadores só dispõem de imunidade material no exercício do 
mandato e exclusivamente na circunscrição do Município (CF, art. 29, 
VIII: inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos 
no exercício do mandato e na circunscrição do Município). 
25) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) A imunidade parlamentar 
de que gozam os vereadores pode abranger opiniões por eles proferidas 
fora do recinto da Câmara Municipal, embora em local situado na 
circunscrição do Município. 
Item CERTO. 
Os vereadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos no 
exercício do mandato e na circunscrição do Município (CF, art. 29, 
VIII). 
Ou seja, para gozarem dessa imunidade material, os vereadores não 
precisam estar dentro do recinto da Câmara Municipal. Basta que, ao 
emitir suas opiniões, palavras e votos, estejam no exercício do seu 
mandato e na circunscrição do Município. 
26) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) O prefeito não pode ser 
preso enquanto estiver no desempenho do seu mandato. 
Item ERRADO. 
Conforme dito antes, o Prefeito não dispõe de imunidade. 
27) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) A imunidade parlamentar 
por palavras e opiniões dos vereadores não alcança os casos definidos 
como crime contra a honra. 
Item ERRADO. 
A inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no 
exercício do mandato e na circunscrição do Município (CF, art. 29, VIII) 
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alcança, precisamente, os chamados crimes de opinião, contra a honra 
da pessoa, como a difamação, a calúnia etc. 
28) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) É inconstitucional a lei 
municipal que concede reajuste automático de vencimentos aos 
servidores municipais pela variação de índices apurados por órgãos do 
Governo Federal. 
Item CERTO. 
Trata-se de Súmula do STF, segundo a qual é inconstitucional a 
vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou 
municipais a índices federais de correção monetária (Súmula nº 681). 
A fundamentação é de que essa vinculação afetaria a autonomia do ente 
federativo, que passaria a estar obrigado a reajustar os vencimentos 
dos seus servidores de acordo com a variação de índice da União. 
29) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Assinale a opção que, pelos 
dados que apresenta, não revela conter hipótese de 
inconstitucionalidade. 
a) Lei da iniciativa de vereador que institui direito de creche para os 
servidores públicos municipais. 
b) Lei da iniciativa do prefeito que estabelece horário de funcionamento 
das agências bancárias no território do Município. 
c) Lei da iniciativa de vereador que dispõe sobre o uso e ocupação do 
solo urbano do Município. 
d) Emenda à lei orgânica do Município que estabelece a faculdade de 
servidores públicos municipais converterem em abono pecuniário um 
terço das suas férias anuais. 
e) Norma da lei orgânica do Município que determina a prévia anuência 
da Câmara Municipal para os convênios celebrados por agentes do 
Executivo Municipal. 
Gabarito: “C” 
As assertivas “A” e “D” estão erradas porque a lei orgânica estaria 
concedendo vantagens a servidores públicos, e essa matéria – 
concessão de vantagens a servidores públicos - é de iniciativa privativa 
do chefe do Executivo, nas três esferas de governo, por força do art. 61, 
§ 1º, da Constituição Federal. 
Portanto, não pode a Constituição do Estado ou a Lei Orgânica do 
Município e do Distrito Federal conceder vantagens a servidores 
públicos, sob pena de ofensa à iniciativa privativa do chefe do Executivo. 
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Essas vantagens só poderão ser concedidas em texto de lei de iniciativa 
privativa do respectivo chefe do Executivo (Governador ou Prefeito, 
conforme o caso). 
A assertiva “B” está errada porque a competência para fixar o horário de 
funcionamento das agências bancárias é privativa da União. 
A competência dos Municípios restringe-se à fixação do horário de 
funcionamento do comércio local (farmácias, shopping center etc.). 
A assertiva “C” está correta, porque compete aos Municípios promover, 
no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante 
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo 
urbano (CF, art. 30, VIII), matéria que não é de iniciativa privativa do 
chefe do Executivo. 
A assertiva “E” está errada porque, segundo a jurisprudência do STF, é 
inconstitucional condicionar a eficácia de convênios celebrados pelo 
Executivoà prévia aprovação do Legislativo, por ofensa ao princípio da 
separação dos poderes. 
30) (ESAF/AFC/2000) A fiscalização, mediante controle externo, dos 
Municípios, no Brasil, é feita exclusivamente por órgãos estaduais. 
Item ERRADO. 
Estabelece a Constituição que o controle externo da Câmara Municipal 
será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do 
Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos 
Municípios, onde houver (art. 31, § 1º). 
O erro da assertiva está em afirmar que essa fiscalização é feita 
exclusivamente por órgãos estaduais. Conforme visto, a fiscalização 
dos Municípios no Brasil, mediante controle externo, somente é feita por 
órgãos estaduais quando no Município a ser fiscalizado não haja 
Conselho ou Tribunal de Contas. 
31) (ESAF/AFC/2000) Em obediência ao princípio da tripartição de 
poderes, não há hipótese, prevista constitucionalmente, de 
desempenho, pelo Poder Legislativo, de função jurisdicional. 
Item ERRADO. 
No Brasil, o postulado da separação de poderes não assume feição 
rígida, de forma que todos os Poderes da República exercem 
predominantemente funções típicas e, também, funções atípicas. 
O Poder Legislativo desempenha função jurisdicional quando o Senado 
Federal julga certas autoridades da República nos crimes de 
responsabilidade, julgamento que poderá culminar no impeachment (CF, 
art. 52, I e II e parágrafo único). 
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32) (ESAF/AFC/2000) Cabe ao Poder Legislativo, com exclusividade, a 
edição de atos normativos primários. 
Item ERRADO. 
Embora a regra seja a função legislativa ser desempenhada pelo Poder 
Legislativo, há hipóteses em que os demais Poderes da República 
também desempenham essa função, editando atos normativos 
primários. 
Assim, o Presidente da República edita medidas provisórias (art. 62), 
leis delegadas (art. 68) e decretos autônomos (art. 84, VI) e os 
tribunais do Poder Judiciário editam seus próprios regimentos internos 
(art. 96, I, a). 
33) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Uma vez que a fórmula federal 
expressa uma opção constitucional, somente por emenda à Constituição 
é possível transformar a federação brasileira num Estado unitário. 
Item ERRADO. 
Na vigência da Constituição Federal de 1988 não há possibilidade de 
transformação do Estado federal brasileiro em Estado unitário, haja 
vista que a forma federativa de Estado é cláusula pétrea (CF, art. 60, § 
4º, I). 
34) (ESAF/AFRF/2000) Os Estados-membros participam da formação da 
vontade federal, por meio de representação paritária na Câmara dos 
Deputados. 
Item ERRADO. 
Os Estados-membros participam da formação da vontade nacional por 
meio de representação paritária (todos os Estados têm o mesmo 
número de representantes) no Senado Federal (CF, art. 46). A Câmara 
dos Deputados representa o povo, e não os Estados-membros (CF, art. 
45). 
35) (ESAF/MPOG/APO/2000) Em virtude do princípio da autonomia dos 
Estados-membros, eles podem subdividir-se, dando surgimento a novos 
Estados, independentemente de aprovação de órgão federal, respeitada 
a necessidade de consulta à população diretamente interessada. 
Item ERRADO. 
A subdivisão de Estado depende da vontade do Congresso Nacional, 
haja vista que a modificação só pode ser formalizada por lei 
complementar federal (CF, art. 18, § 3º). 
A Constituição Federal estabelece que os Estados-membros podem 
incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se 
anexarem uns aos outros, ou formarem novos Estados ou Territórios 
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federais, mas, para isso, devem ser observados os seguintes requisitos: 
(a) aprovação da população diretamente interessada, através de 
plebiscito e (b) aprovação do Congresso Nacional, por lei complementar 
federal, após a oitiva das Assembléias Legislativas (CF, art. 18, § 3º c/c 
art. 48, VI). 
36) (ESAF/MPOG/APO/2000) Cabe aos Municípios instituir tribunais de 
contas municipais; enquanto não o fizerem, o controle externo pelo 
Poder Legislativo municipal será realizado com o auxílio do Tribunal de 
Contas do Estado. 
Item ERRADO. 
O controle externo das contas municipais é feito pelo Poder Legislativo 
municipal, com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do 
Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde 
houver (art. 31, § 1º). 
A Constituição Federal de 1988 veda expressamente a criação de 
Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais (art. 31, § 4º). 
37) (ESAF/MPOG/APO/2000) Incumbe ao Estado-membro editar a lei 
orgânica dos Municípios, diploma em que serão fixadas as principais 
competências do Poder Legislativo municipal. 
Item ERRADO. 
O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o 
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros 
da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios 
estabelecidos na Constituição Federal e na Constituição do respectivo 
Estado (CF, art. 29). 
Como se vê, em face da autonomia política outorgada ao Município, 
compete a esse ente federativo a elaboração da sua Lei Orgânica 
(capacidade de auto-organização e autolegislação). 
38) (ESAF/MPOG/APO/2000) Compete ao Congresso Nacional dispor 
sobre todas as matérias da competência da União, sujeitando-se todas 
as suas decisões à sanção ou veto do Presidente da República. 
Item ERRADO. 
Estabelece a Constituição que cabe ao Congresso Nacional dispor sobre 
todas as matérias de competência da União (CF, art. 48). 
Porém, o próprio art. 48 dispensa a sanção e veto do Presidente da 
República para as matérias enumeradas nos artigos 49, 51 e 52 da 
Constituição, matérias essas que são disciplinadas por meio de decreto 
legislativo e resolução (atos legislativos que, como se sabe, não se 
submetem à sanção do Presidente da República). 
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39) (ESAF/MPOG/APO/2000) Compete ao Congresso Nacional sustar 
decretos regulamentares do Poder Executivo que, a pretexto de regular 
uma lei, cria obrigações não previstas no diploma legal. 
Item CERTO. 
Compete ao chefe do Executivo a expedição de decretos e regulamentos 
para a fiel execução da lei (CF, art. 84, IV). Cuida-se do chamado poder 
regulamentar do chefe do Executivo. 
Sabe-se que no exercício do poder regulamentar não pode o chefe do 
Executivo extrapolar os contornos da lei, criando obrigações não-
previstas no texto legal, sob pena de ofensa ao princípio da legalidade. 
Se houver extrapolação dos contornos da lei, cabe ao Congresso 
Nacional sustar o ato normativo do Poder Executivo que exorbitou do 
poder regulamentar (CF, art. 49, V). 
40) (ESAF/MPOG/APO/2000) Compete ao Senado Federal julgar o 
Presidente da República nos crimes de responsabilidade e nos crimes 
comuns conexos com aqueles. 
Item ERRADO. 
O Senado Federal só julga o Presidente da República nos crimes comuns 
(art. 52, I), cabendo ao Supremo Tribunal Federal julgá-lo nas infrações 
penais comuns (art. 102, I, b). 
Vale lembrar que o STF só julga o Presidente da República nas infrações 
penais comuns relacionadas com o exercício de suas funções, vale 
dizer, nas infrações penais comuns praticadas enquanto Presidente da 
República, na condição de Presidente da República. 
Isso porque, por força de imunidade processual, o Presidente da 
República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado 
por atos estranhos ao exercício de suas funções (CF, art. 86, § 4º), isto 
é, por atos praticados enquanto cidadão comum, sem nenhuma relação 
com o exercício das funções presidenciais. 
Por esses atosestranhos ao exercício de suas funções (praticados antes 
do início do mandato, ou durante este), o Presidente da República só 
responderá após o término do mandato (art. 86, § 4º). Ora, se ele só 
responderá após o término do mandato, não terá mais direito ao foro 
especial e, portanto, não responderá perante o STF, mas sim perante a 
justiça ordinária competente. 
Quando explico esse ponto em sala de aula, é comum o candidato não 
compreender a distinção entre crime comum conexo com o mandato e 
crime comum estranho ao mandato. Há uma tendência de se pensar 
que todo o crime comum é, necessariamente, estranho ao exercício do 
mandato, o que é um grande equívoco! 
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Exemplificarei abaixo. 
Matar alguém é um crime comum (Código Penal, art. 121), isso todo 
mundo sabe. 
Pois bem, o Presidente da República pode, em tese, matar alguém na 
condição de Presidente da República, ou pode matar alguém na condição 
de cidadão comum. Como assim? 
Se o Presidente da República recebe o Presidente da Câmara dos 
Deputados no Palácio do Planalto para uma discussão sobre a edição de 
medidas provisórias e, num ato de desatino, perde a cabeça e o mata, 
esse crime será um crime comum conexo com o exercício de suas 
funções (o crime foi praticado na condição de Presidente da República). 
Agora, se o Presidente da República está passando um feriado na sua 
chácara particular e durante uma discussão com o seu vizinho sobre o 
furto de alguns cabritos de sua propriedade o assassina, esse crime será 
um crime comum estranho ao exercício de suas funções (o crime foi 
praticado na condição de cidadão comum). 
No primeiro caso – crime comum conexo com o exercício das funções 
presidenciais -, o Presidente da República responderá, durante o 
mandato, perante o STF, ficando afastado da Presidência por até 180 
dias (CF, art. 86, §§ 1º e 2º). 
No segundo caso – crime comum estranho ao exercício das funções 
presidenciais -, o Presidente da República não responderá na vigência do 
mandato (art. 86, § 4º), mas sim depois do término do mandato, 
perante a justiça ordinária competente (pois, como ex-Presidente, ele 
não terá mais direto ao foro especial perante o STF). 
41) (ESAF/MPOG/APO/2000) Compete a qualquer das Casas do 
Congresso Nacional instituir Comissões Parlamentares de Inquérito, que 
têm poderes para editar leis delegadas, durante o período em que 
estiverem convocadas. 
Item ERRADO. 
As comissões parlamentares de inquérito – CPIs podem, de fato, ser 
criadas pela Câmara dos Deputados, pelo Senado Federal ou pelo 
Congresso Nacional (CPMI – comissão parlamentar mista de inquérito). 
Porém, as CPIs não dispõem de competência para editar lei, quem 
elabora as leis delegadas é o Presidente da República (CF, art. 68). 
O que as CPIs podem fazer é propor um projeto de lei, para que as 
Casas Legislativas apreciem a proposição (CF, art. 61). 
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42) (ESAF/MPOG/GESTOR/2000) Na Federação brasileira, a União é 
entidade soberana, enquanto os Estados-membros e o Distrito Federal 
são entidades autônomas. 
Item ERRADO. 
Na Federação brasileira todos os entes federativos – União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios – são dotados, tão-somente, de autonomia, 
nos termos do art. 18 da Constituição. 
43) O princípio da separação dos poderes, consagrado 
constitucionalmente, não impede que certas funções tipicamente 
legislativas sejam cometidas pelo constituinte também ao Poder 
Executivo e ao Poder Judiciário. 
Item CERTO. 
Como vimos, o princípio da separação dos poderes no Brasil não é 
rígido, de forma que todos os Poderes da República exercem funções 
típicas (predominantes) e, também, funções atípicas. 
O Poder Executivo desempenha, de forma atípica, funções legislativas, 
principalmente, quando elabora medidas provisórias (art. 62), leis 
delegadas (art. 68) e decretos autônomos (art. 84, VI). 
O Poder Judiciário desempenha, de forma atípica, função legislativa 
quando os tribunais elaboram seus próprios regimentos internos (art. 
96, I, a). 
44) Cabe aos Tribunais de Contas emitir parecer sobre as contas dos 
Chefes do Executivo, mas não lhes cabe julgá-las. 
Item CERTO. 
Os Tribunais de Contas não julgam as contas do Chefe do Executivo 
(Presidente da República, Governador e Prefeito), eles só apreciam 
essas contas, mediante parecer prévio (CF, art. 71, I). 
Quem julga as contas do chefe do Executivo, nas três esferas de 
governo, é o Poder Legislativo (Congresso Nacional, Assembléia 
Legislativa dos Estados, Câmara Legislativa do Distrito Federal ou 
Câmara Municipal, conforme o caso). 
45) Vantagens de servidores públicos federais instituídas por lei federal 
não podem ser concedidas a servidor público estadual em norma da 
Constituição Estadual. 
Item CERTO. 
Regime jurídico, remuneração, estabilidade, aposentadoria e concessão 
de vantagens a servidor público são matérias de iniciativa privativa do 
chefe do Executivo (CF, art. 61, § 1º) e, portanto, não podem ser 
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disciplinadas na Constituição do Estado ou na Lei Orgânica do Distrito 
Federal e Municípios. 
Essas matérias, nas esferas estadual e municipal, deverão ser tratadas 
por meio de lei, de iniciativa privativa do chefe do Executivo 
(governador ou prefeito, conforme o caso). Não poderão elas ser 
disciplinadas no texto da Constituição Estadual ou da Lei Orgânica, sob 
pena de fraude à iniciativa privativa do chefe do Executivo. 
46) É legítima previsão constitucional que condicione a nomeação ou a 
destituição de Secretários estaduais à aprovação da Assembléia 
Legislativa. 
Item ERRADO. 
Segundo a jurisprudência do STF, a Constituição do Estado não pode 
condicionar a nomeação, exoneração ou destituição de Secretários de 
Estado à prévia aprovação da Assembléia Legislativa. 
Segundo o STF, deve ser observado o modelo federal, em que os 
Ministros de Estado, auxiliares do chefe do Executivo, são de livre 
nomeação, exoneração e destituição pelo Presidente da República. 
Essa mesma vedação aplica-se ao Distrito Federal e aos Municípios no 
tocante à nomeação, exoneração e destituição dos respectivos auxiliares 
do chefe do Executivo (Secretários Distritais e Secretários Municipais, 
respectivamente). 
47) (CESPE/AGU/2004) É de competência da Câmara dos Deputados 
autorizar a instauração de processo por crime de responsabilidade 
cometido pelo Presidente da República e a instauração de processo por 
crime de responsabilidade praticado por Ministro de Estado, sendo este 
último apenas no caso em que o crime praticado pelo Ministro seja 
conexo ao praticado pelo Presidente da República. 
Item CERTO. 
Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois 
terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente 
e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado (CF, art. 51, 
I). 
Segundo a jurisprudência do STF, no tocante aos Ministros de Estado, só 
há autorização da Câmara dos Deputados se o crime por eles praticado 
tiver conexão com o crime praticado pelo Presidente da República. 
Assim, se o crime praticado pelo Ministro de Estado for crime autônomo, 
sem conexão com o Presidente da República, será ele julgado pelo STF, 
sem necessidade de autorização da Câmara dos Deputados (CF, art. 
102, I, c). 
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Ficaremos por aqui hoje – bons estudos e até breve! 
Vicente Paulo 
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LISTA DOS EXERCÍCIOS COMENTADOS NESTA AULA 
 
1) (ESAF/AFC/CGU/2003) O plebiscito consiste em uma consulta feita ao 
titular do poder constituinte originário, o qual, com sua manifestação, 
irá ratificar, ou não, proposta de emenda à constituição ou projeto de lei 
já aprovado pelo Congresso Nacional. 
2) (ESAF/AFC/CGU/2003) Em um Estado Parlamentarista, a chefia de 
governo tem uma relação de dependência com a maioria do Parlamento, 
havendo, por isso, uma repartição, entre o governo e o Parlamento, da 
função de estabelecer as decisões políticas fundamentais. 
3) (ESAF/AFC/CGU/2003) Nos termos hoje definidos na CF/88, não é 
possível a criação de novos municípios no Brasil, uma vez que ainda não 
foi elaborada, pela União, a lei complementar que definirá o período em 
que esses municípios poderão ser criados. 
4) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a CF/88, as eleições para Prefeito 
seguirão as mesmas regras definidas na Constituição para a eleição do 
Presidente da República, se o município tiver mais de duzentos mil 
habitantes. 
5) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a CF/88, a Câmara Municipal não 
poderá gastar mais de setenta por cento de sua receita com folha de 
pagamento, não sendo incluído nesse percentual o gasto com o subsídio 
de seus Vereadores. 
6) (ESAF/AFC/CGU/2003) O parecer prévio, emitido pelo órgão 
competente, sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, é 
meramente indicativo, podendo ser rejeitado pela maioria simples dos 
membros da Câmara de Vereadores. 
7) (ESAF/AFC/CGU/2003) Admitida pela Câmara dos Deputados a 
denúncia ou queixa contra o Presidente da República por prática de 
crime comum, está o Supremo Tribunal obrigado a receber a denúncia 
ou queixa, dando início ao processo penal. 
8) (ESAF/AFC/CGU/2003) A perda de mandato de um Deputado ou 
Senador que sofrer condenação criminal em sentença transitada em 
julgado será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou 
mediante provocação de qualquer de seus membros ou de partido 
político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. 
9) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a CF/88, o julgamento das contas da 
Mesa da Assembléia Legislativa é de competência do Tribunal de Contas 
do Estado, não sendo sua decisão meramente opinativa. 
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10) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a CF/88, o Tribunal de Contas 
poderá sustar diretamente a execução de contratos administrativos, 
desde que o responsável pela execução do contrato não adote no prazo 
assinalado as providências necessárias para o exato cumprimento da lei. 
11) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a CF/88, as disponibilidades de 
caixa dos municípios poderão ser depositadas em instituições financeiras 
oficiais ou privadas, a critério do município. 
12) (ESAF/AFC/CGU/2003) Os projetos de lei relativos ao plano 
plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos 
créditos adicionais serão apreciados pelo Congresso Nacional, em sessão 
conjunta, unicameral. 
13) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a CF/88, é possível o uso de 
Medida Provisória com a finalidade de abertura de crédito extraordinário 
para atender a despesas decorrentes de comoção interna. 
14) (ESAF/AFC/CGU/2003) A vedação de vinculação de receita de 
impostos a despesas, prevista na CF/88, impede a vinculação de 
receitas próprias geradas pelos impostos municipais para a prestação de 
garantia à União. 
15) (ESAF/AFT/2003) Segundo a CF/88, a criação de um Território, a 
partir do desmembramento de parte do território de um Estado, far-se-á 
por lei complementar, aprovada no Congresso Nacional, após aprovação 
da criação do Território, em plebiscito, do qual participa apenas a 
população diretamente interessada, sendo obrigatória, ainda, a 
audiência da Assembléia Legislativa do Estado. 
16) (ESAF/AFT/2003) Tendo sido um Deputado Federal, no exercício de 
seu primeiro mandato eletivo, denunciado, perante o STF, por crime 
comum praticado durante a campanha eleitoral, o Supremo Tribunal 
Federal, acatando a denúncia, dará ciência à Câmara dos Deputados da 
abertura do devido processo penal, sendo possível, de acordo com a 
CF/88, que, por iniciativa de partido político representado na Câmara 
dos Deputados, e pelo voto da maioria dos membros dessa Casa 
Legislativa, seja sustado o andamento da ação, até a decisão final. 
17) (ESAF/AFT/2003) Embora a Constituição Federal determine que a 
criação ou extinção de cargos, no âmbito do Poder Executivo, deva 
ocorrer por meio de lei, no caso do cargo estar vago, sua extinção 
poderá se dar por meio de Decreto do Presidente da República. 
18) (ESAF/AFT/2003) A competência originária do STF para julgar as 
causas e os conflitos entre autarquias da União e os Estados não se 
restringe aos conflitos de atribuições que possam, potencialmente, 
comprometer a harmonia do pacto federativo. 
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19) (ESAF/AFT/2003) Nas causas em que forem partes instituição de 
previdência social e segurado, a ação terá que ser ajuizada em vara do 
juízo federal, ou em vara da justiça trabalhista, que também é federal, 
quando, na comarca, não houver vara do juízo federal.. 
20) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Segundo o modelo clássico 
do Estado federal, acolhido pelo constituinte brasileiro, os Estados-
membros participam da formação da vontade da União, por meio dos 
seus representantes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. 
21) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) As assertivas abaixo 
consignam deliberações que não podem ser adotadas pelo poder 
constituinte estadual. Uma delas, porém, contém decisão que a 
Constituição Estadual pode tomar legitimamente. Assinale esta opção. 
a) Adotar regime parlamentarista de governo no Estado. 
b) Subordinar a nomeação do Procurador-Geral da Justiça do Estado 
à prévia aprovação do seu nome pela Assembléia Legislativa. 
c) Outorgar ao Governador do Estado imunidade à prisão em 
flagrante, à prisão preventiva e à prisão temporária. 
d) Impor transferência obrigatória para a inatividade do 
Desembargador que, com trinta anos de serviço público, complete dez 
anos no Tribunal de Justiça. 
e) Condicionar o processo criminal contra o Governador do Estado 
perante o Superior Tribunal de Justiça à licença da Assembléia 
Legislativa. 
22) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) A lei orgânica do Município 
pode estabelecer que o Prefeito será julgado por crimes comuns pelo 
Juiz de Direito da Comarca em que situado o Município. 
23) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Para que o prefeito seja 
processado criminalmente, a Constituição Federal exige que a Câmara 
de Vereadores confira licença para tanto. 
24) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) A Câmara de Vereadores 
pode sustar processo criminal aberto contra qualquer de seus membros. 
25) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) A imunidade parlamentar 
de que gozam os vereadores pode abranger opiniões por eles proferidas 
fora do recinto da Câmara Municipal, embora em local situado na 
circunscrição do Município. 
26) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) O prefeito não pode ser 
preso enquanto estiver no desempenho do seu mandato. 
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27) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) A imunidade parlamentar 
por palavras e opiniões dos vereadores não alcança os casos definidos 
como crime contra a honra. 
28) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) É inconstitucional a lei 
municipal que concede reajuste automático de vencimentos aos 
servidores municipais pela variação de índices apurados por órgãos do 
Governo Federal. 
29) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002)Assinale a opção que, pelos 
dados que apresenta, não revela conter hipótese de 
inconstitucionalidade. 
a) Lei da iniciativa de vereador que institui direito de creche para os 
servidores públicos municipais. 
b) Lei da iniciativa do prefeito que estabelece horário de funcionamento 
das agências bancárias no território do Município. 
c) Lei da iniciativa de vereador que dispõe sobre o uso e ocupação do 
solo urbano do Município. 
d) Emenda à lei orgânica do Município que estabelece a faculdade de 
servidores públicos municipais converterem em abono pecuniário um 
terço das suas férias anuais. 
e) Norma da lei orgânica do Município que determina a prévia anuência 
da Câmara Municipal para os convênios celebrados por agentes do 
Executivo Municipal. 
30) (ESAF/AFC/2000) A fiscalização, mediante controle externo, dos 
Municípios, no Brasil, é feita exclusivamente por órgãos estaduais. 
31) (ESAF/AFC/2000) Em obediência ao princípio da tripartição de 
poderes, não há hipótese, prevista constitucionalmente, de 
desempenho, pelo Poder Legislativo, de função jurisdicional. 
32) (ESAF/AFC/2000) Cabe ao Poder Legislativo, com exclusividade, a 
edição de atos normativos primários. 
33) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Uma vez que a fórmula federal 
expressa uma opção constitucional, somente por emenda à Constituição 
é possível transformar a federação brasileira num Estado unitário. 
34) (ESAF/AFRF/2000) Os Estados-membros participam da formação da 
vontade federal, por meio de representação paritária na Câmara dos 
Deputados. 
35) (ESAF/MPOG/APO/2000) Em virtude do princípio da autonomia dos 
Estados-membros, eles podem subdividir-se, dando surgimento a novos 
Estados, independentemente de aprovação de órgão federal, respeitada 
a necessidade de consulta à população diretamente interessada. 
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36) (ESAF/MPOG/APO/2000) Cabe aos Municípios instituir tribunais de 
contas municipais; enquanto não o fizerem, o controle externo pelo 
Poder Legislativo municipal será realizado com o auxílio do Tribunal de 
Contas do Estado. 
37) (ESAF/MPOG/APO/2000) Incumbe ao Estado-membro editar a lei 
orgânica dos Municípios, diploma em que serão fixadas as principais 
competências do Poder Legislativo municipal. 
38) (ESAF/MPOG/APO/2000) Compete ao Congresso Nacional dispor 
sobre todas as matérias da competência da União, sujeitando-se todas 
as suas decisões à sanção ou veto do Presidente da República. 
39) (ESAF/MPOG/APO/2000) Compete ao Congresso Nacional sustar 
decretos regulamentares do Poder Executivo que, a pretexto de regular 
uma lei, cria obrigações não previstas no diploma legal. 
40) (ESAF/MPOG/APO/2000) Compete ao Senado Federal julgar o 
Presidente da República nos crimes de responsabilidade e nos crimes 
comuns conexos com aqueles. 
41) (ESAF/MPOG/APO/2000) Compete a qualquer das Casas do 
Congresso Nacional instituir Comissões Parlamentares de Inquérito, que 
têm poderes para editar leis delegadas, durante o período em que 
estiverem convocadas. 
42) (ESAF/MPOG/GESTOR/2000) Na Federação brasileira, a União é 
entidade soberana, enquanto os Estados-membros e o Distrito Federal 
são entidades autônomas. 
43) O princípio da separação dos poderes, consagrado 
constitucionalmente, não impede que certas funções tipicamente 
legislativas sejam cometidas pelo constituinte também ao Poder 
Executivo e ao Poder Judiciário. 
44) Cabe aos Tribunais de Contas emitir parecer sobre as contas dos 
Chefes do Executivo, mas não lhes cabe julgá-las. 
45) Vantagens de servidores públicos federais instituídas por lei federal 
não podem ser concedidas a servidor público estadual em norma da 
Constituição Estadual. 
46) É legítima previsão constitucional que condicione a nomeação ou a 
destituição de Secretários estaduais à aprovação da Assembléia 
Legislativa. 
47) (CESPE/AGU/2004) É de competência da Câmara dos Deputados 
autorizar a instauração de processo por crime de responsabilidade 
cometido pelo Presidente da República e a instauração de processo por 
crime de responsabilidade praticado por Ministro de Estado, sendo este 
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último apenas no caso em que o crime praticado pelo Ministro seja 
conexo ao praticado pelo Presidente da República.

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