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Curso de Geografia Instituto de Ciências da Natureza Disciplina: Recursos Naturais do Brasil Prof. Dr. Clibson Alves dos Santos AULA 2 – Classificações Biogeofisicas Classificações Biogeofísicas A grande diversidade de componentes do meio físico e biológico observados no Brasil permite compreender e analisar o território brasileiro, através de diversas abordagens teóricas que discutem de forma integrada os elementos do meio natural e suas interações socio-economicas. Entre essas classificações pode-se destacar: - Os Biomas - Os Ecossitemas - As Ecorregiões - Os Domínios Morfoclimáticos - Abordagem Geossistêmica: - Exemplo: Os Sistemas Ambientais Naturais BIOMAS x ECOSSISTEMAS “Ecossistema - Sistema integrado e autofuncionante que consiste em interações dos elementos bióticos e abióticos e cujas dimensões podem variar consideravelmente.” “Bioma - Conjunto de vida (vegetal e animal) definida pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, resultando em uma diversidade biológica própria.” Classificações Biogeofísicas BIOMAS Classificações Biogeofísicas Ecossistemas Classificações Biogeofísicas Ecoregiões Entende-se por ecorregião um conjunto de comunidades naturais, geograficamente distintas, que compartilham a maioria das suas espécies, dinâmicas e processos ecológicos, e condições ambientais similares, que são fatores críticos para a manutenção de sua viabilidade a longo prazo (Dinnerstein, 1995). Fonte: IBAMA Classificações Biogeofísicas Ecoregiões Fonte: IBAMA 1. Sudoeste da Amazônia 2. Várzeas de Iquitos 3. Florestas do Caqueta 4. Campinaranas de Alto Rio Negro 5. Interflúvio do Japurá/Solimões-Negro 6. Interflúvio do Solimões/Japurá 7. Várzeas do Purus 8. Interflúvio do Juruá/Purus 9. Interflúvio do Purus/Madeira 10. Várzeas de Monte Alegre 11. Interflúvio do Negro/Branco 12. Florestas de Altitude das Guianas 13. Savanas das Guianas 14. Florestas das Guianas 15. Tepuis 16. Interflúvio do Uamatá/Trombetas 17. Interflúvio do Madeira/Tapajós 18. Interflúvio do Tapajós/Xingu 19. Várzeas do Gurupá 20. Interflúvio do Xingu/Tocantins-Araguaia 21. Várzeas do Marajó 22. Interflúvio do Tocantins-Araguaia/Maranhão 23. Florestas Secas de Chiquitano 24. Cerrado 25. Pantanal 26. Chaco Úmido 27. Campos Sulinos 28. Florestas de Araucária 29. Florestas do Interior do Paraná/Paranaíba 30. Florestas Costeiras da Serra do Mar 31. Campos Ruprestes 32. Florestas Costeiras da Bahia 33. Florestas do Interior da Bahia 34. Florestas Costeiras de Pernambuco 35. Florestas do Interior de Pernambuco 36. Brejos Nordestinos 37. Caatinga 38. Manguezais do Amapá 39. Manguezais do Pará 40. Restingas Costeiras do Nordeste 41. Manguezais da Bahia 42. Manguezais do Maranhão 43. Restingas da Costa Atlântica 44. Manguezais da Ilha Grande 45. Manguezais do Rio Piranhas 46. Manguezais do Rio São Francisco 47. Florestas Secas do Mato Grosso 48. Florestas Secas do Nordeste 49. Florestas de Babaçu do Maranhão Classificações Biogeofísicas Domínios Morfoclimáticos do Brasil (Aziz Ab´saber) Entende-se por domínios morfoclimáticos e fisiográficos um conjunto espacial de certa ordem de grandeza territorial – de centenas de milhares a milhões de quilômetros quadrados de área – onde haja um esquema coerente de feições de relevo, tipos de solos, formas de vegetação e condições climático- hidrológicas. Tais domínios espaciais, de feições paisagísticas e ecológicas integradas, ocorrem em uma espécie de área principal, de certa dimensão e arranjo, em que as condições fisiográficas e biogeográficas formam um complexo relativamente homogêneo e extensivo. Domínios Morfoclimáticos do Brasil Domínios Morfoclimáticos do Brasil Domínios Morfoclimáticos do Brasil 1 – Domínio Amazônico : apresenta o domínio de terras baixas que formam a Planície Amazônica. Abaixo da camada orgânica superficial, o solo é pobre e arenoso. O clima nesse domínio é quente e úmido com chuvas freqüentes. A cobertura vegetal é representada por uma floresta densa e a rede hidrográfica é muito rica, com rios extensos e volumosos e milhares de pequenos cursos d’água. Domínios Morfoclimáticos do Brasil 2 – Domínio da Caatinga – estende-se pelo Sertão de clima semi-árido com chuvas mal distribuídas. O relevo é dominado por extensas superfícies planas entre formações serranas e chapadas. Quimicamente o solo é fértil,mas ele é raso e pobre em matéria orgânica. Os rios intermitentes ou temporários são uma marca desse domínio onde impera a caatinga, formação vegetal aberta e de pequeno porte. Domínios Morfoclimáticos do Brasil 2 – Domínio da Caatinga Domínios Morfoclimáticos do Brasil 3 – Domínio do Cerrado – ocupa a porção central do país. É um dos mais importantes domínios naturais do Brasil. Estende-se por áreas planálticas com chapadas, clima tropical continental com chuvas no verão e inverno seco. O cerrado, sua cobertura de vegetação é uma formação predominantemente arbustiva. Essa região central é um berçário de rios que nascem nessa região e correm para diferentes bacias hidrográficas. Domínios Morfoclimáticos do Brasil 3 – Domínio do Cerrado Domínios Morfoclimáticos do Brasil 3 – Domínio do Cerrado Domínios Morfoclimáticos do Brasil 4 – Domínio dos Mares de Morros – ocupa a porção oriental do país poronde se estende o Planalto Atlântico com suas escarpas e um relevo ondulado.O clima inclui desde o tropical mais úmido junto ao litoral até o tropical de altitude. A formação vegetal original era a Mata Atlântica ou Floresta Tropical, intensamente desmatada. Seus rios percorrem um relevo acidentado e são úteis para a produção de energia. Domínios Morfoclimáticos do Brasil 5 – Domínio das Araucárias – ocorre em áreas planálticas do Sul do Brasil,onde se encontra o fértil solo de terra roxa. Área de clima subtropical dominada pela Floresta Subtropical com pinheiros (Araucaria angustifólia) e rios que pertencem à Bacia do Paraná, de grande aproveitamento hidrelétrico. Domínios Morfoclimáticos do Brasil 6 – Domínio dos Pampas – também se estende por áreas de clima subtropical com temperaturas mais amenas. Relevo aplainado com suaves ondulações destacando-se as coxilhas. Rios pertencentes à Bacia do Uruguai. A área é dominada por uma vegetação rasteira, os campos, utilizados como pastagens. A destruição de Matas Galerias nessa região associada a um aproveitamento predatório desse espaço tem provocado casos de desertificação/arenitização nesse domínio. Domínios Morfoclimáticos do Brasil 6 – Domínio dos Pampas ARENITIZAÇÃO Domínios Morfoclimáticos do Brasil DESERTIFICAÇÃO x ARENITIZAÇÃO Domínios Morfoclimáticos do Brasil DESERTIFICAÇÃO x ARENITIZAÇÃO Domínios Morfoclimáticos do Brasil Desertificação Domínios Morfoclimáticos do Brasil 7 – Faixas de Transição – encontram-se entre os domínios morfoclimáticos descritos e não apresentam características bem definidas. Combinam as características dos domínios vizinhos. Geossistemas: conceito russo-soviético Na perspectiva geográfica essa abordagem “deve estudar não os componentes da natureza, mas as conexões entre elas: não se deve restringir à morfologia da paisagem e suas subdivisões mas, de preferência, projetar-se para o estudo de sua dinâmica, estrutura funcional, conexões, etc.” Geossistemas: produtos aplicados Zoneamento geoambiental no oeste do Rio Grande do Sul: um estudo em bacias hidrográficas em processo de arenização. Fonte: http://dx.doi.org/10.1590/S1982-45132010000300006 Geossistemas: produtos aplicados Zoneamento geoambiental no oeste do RioGrande do Sul: um estudo em bacias hidrográficas em processo de arenização. Fonte: http://dx.doi.org/10.1590/S1982-45132010000300006 Geossistemas: produtos aplicados Diagnóstico geoambiental das bacias hidrográficas do Ribeirão Carioca, do Córrego do Bação e do Córrego Carioca no município de Itabirito - MG: subsídio ao zoneamento territorial. Esse estudo resultou na proposição de zoneamento, com as seguintes unidades: 1. Zonas de Preservação Ambiental (ZPA); 2. Zonas de Adequação Produtiva (ZAP); 3. Zonas de Adequação Residencial (ZAR); 4. Zonas de Reabilitação Ambiental (ZRA). Sendo baseadas nas seguintes análises: a) Aspectos do Meio Físico: cobertura vegetal e uso e ocupação do terreno, unidades geomorfológicas e geotécnica dos solos. CAPÍTULO 4 b) Recursos Hídricos: qualidade ambiental das águas superficiais, morfométrica da rede de drenagem e do relevo e da vulnerabilidade natural dos aqüíferos à contaminação, etc. CAPÍTULO 5 c) Susceptibilidade à Erosão: fragilidade natural dos terrenos à erosão e caracterização dos processos erosivos. CAPÍTULO 6. (http://www.lsie.unb.br/rbg/index.php/rbg/article/view/102) O zoneamento deve envolver um modelo que distribua as atividades em função das limitações, vulnerabilidades e fragilidades naturais, bem como dos riscos e potencialidades de uso (MMA/SDS 2001). As áreas ou zonas foram definidas segundo aptidão para os diversos tipos de atividades que se desejam promover na região, delimitando as: - zonas mais frágeis e de maior interesse à conservação; - zonas de maior aptidão para a exploração de recursos naturais,; - zonas de interesse para fins produtivos ou turísticos; - e aquelas áreas que necessitam de recuperação ambiental. Esse tipo de mapeamento é compatível com a escala de 1:50.000, conforme orienta Cendrero (1982, 1988 citado por Sobreira, 1995) . Geossistemas: produtos aplicados Proposta de Zoneamento Territorial Diagnóstico geoambiental das bacias hidrográficas do Ribeirão Carioca, do Córrego do Bação e do Córrego Carioca no município de Itabirito - MG: subsídio ao zoneamento territorial. Geossistemas: produtos aplicados O zoneamento territorial proposto resulta das análises descritas no decorrer deste trabalho, não sendo utilizados métodos numéricos, nem tampouco, consulta a comunidade local sobre a definição e/ou destinação das unidades (zonas). Além da destinação das áreas sugeridas no zoneamento, as demais informações podem orientar diversas análises, tais como: seleção de áreas para disposição de resíduos sólidos e implantação de distritos industriais avaliação de impactos ambientais potencialidade para o agroturismo definição de áreas sujeitas a inundação, identificação de conformidades ou conflitos em relação a atividades agropastoris, entre outras aplicações. Geossistemas: produtos aplicados Sistemas Ambientais Naturais do Brasil (Ross, 2006). Ross (2006) realiza uma análise integrada dos aspectos do meio natural e antrópico, propondo os Sistemas Ambientais Naturais do Brasil, resultantes da combinação de informações e análises, que interagem no âmbito dos componentes da natureza que definem macroespaços territoriais marcados pelas características da: Vegetação natural; Geologia; Geomorfologia; Pedologia; Clima e Biogeografia. Essas regiões são separadas em dois grandes grupos: Sistemas ambientais pouco transformados; Sistemas ambientais fortemente transformados; Sistemas Ambientais Naturais do Brasil (Ross, 2006). Essas regiões são separadas em dois grandes grupos: Sistemas ambientais pouco transformados; Embora ocupados pelas atividades humanas, apresentam baixa intensidade de transformações da cobertura vegetal natural por intervenções das atividades produtivas como pecuária extensiva, agricultura de subsistência, pesca, extrativismo mineral e vegetal. Existe, fortes impactos ambientais no seu entorno, devido ao avanço de atividades agropecuárias e em ilhas no seu interior, em decorrência dos centros urbanos, extrativismo mineral e vegetal. Sistemas Ambientais Naturais do Brasil (Ross, 2006). Sistemas Ambientais Naturais do Brasil (Ross, 2006). Essas regiões são separadas em dois grandes grupos: Sistemas ambientais fortemente transformados; São fortemente transformados pelas atividades econômicas, no qual, as coberturas vegetais foram total ou quase totalmente substituídas por pastagens cultivadas, campos de agricultura, silvicultura e/ou com maior adensamento populacional urbano. Sistemas Ambientais Naturais do Brasil (Ross, 2006). Sistemas Ambientais Naturais do Brasil (Ross, 2006). Observe que essas unidades foram definidas considerando o grau de alteração, no qual, os ambientes amazônicos ainda são os mais preservados.
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