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Estudo Dirigido - Estratégias e Gerenciamento de Recursos Naturais Discente: Larissa Corrêa / Ciências Biológicas Docente: Camila F. S. Malone <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm> <https://observatorioflorestal.org.br/o-codigo-florestal/> 1. Qual é o desafio dos Estados e Distrito Federal sobre a validação do Cadastro Ambiental Rural (Car)? Resposta: O desafio é grande. Aos governos estaduais e ao Distrito Federal cabe analisar os registros do CAR de mais de 5 milhões de imóveis no território nacional para confirmar a veracidade das informações declaradas e identificar os ativos e déficits de vegetação natural. Essa etapa é fundamental para garantir a efetividade da implementação da lei e a segurança jurídica de proprietários e possuidores rurais, além de possibilitar o avanço da etapa seguinte, relacionada ao Programa de Regularização Ambiental (PRA) 2. O Observatório do Código Florestal (OCF) identificou a porcentagem de imóveis cadastrados no Brasil? Se sim qual é o valor? Diante desse dado qual seria o principal ponto para melhoria? Resposta: Em 2019, o OCF identificou que, considerando todo o Brasil, apenas 3, 4%/6 milhões dos imóveis rurais haviam sido registrados até aquele momento. De modo geral, os órgãos estaduais enfrentam limitações que comprometem a celeridade da validação dos cadastros, com poucas ferramentas de transparência e procedimentos de analise normatizados, conforme levantamento disponível no Termômetro do Código Florestal cadastros prioritários. Um dos principais desafios é a carência de recursos humanos nos órgãos estaduais para a validação do CAR, dos técnicos; Procedimentos claros e formalmente estabelecidos de análise também são essenciais, pois evitam que o processo seja interrompido por duvidas, reduzem a arbitrariedade e o risco de fraudes na validação e ampliam a transparência e a segurança jurídica para os técnicos e demais interessados. A publicação de informações sobre a regularidade ambiental dos imóveis rurais amplia o potencial de uso desses dados em prol do controle ambiental, permitindo que diferentes atores sejam mobilizados. Essa é uma medida fundamental não apenas para o controle social, mas também para que as empresas relacionadas às cadeias agropecuárias verifiquem a regularidade de seus fornecedores e implementem ações de incentivo a boas práticas. 3. Destaque um avanço que o CAR trouxe para o Brasil e um possível problema em sua implementação Resposta: O CAR representa um grande avanço na legislação brasileira, pois fornece um banco de dados sobre a situação fundiária e ambiental das propriedades rurais em escala nacional. No entanto, é importante considerar que se trata de uma ferramenta autodeclaratória, o que demanda um processo de validação dos dados. Um dos problemas encontrados nesse processo autodeclaratório é a sobreposição de informações. Cerca de 30% das cadastros tem problemas de sobreposição com outras propriedades ou terras públicas. 4. O que se pode observar sobre os dados de CAR em terras privadas e como isso pode ser relacionado à realidade brasileira? Resposta: Os dados do CAR e do SIGEF demonstraram que as terras privadas no Brasil estão concentradas em grandes propriedades (maiores que 15 módulos fiscais – MFs). Dados de 2018 indicam que 97 mil propriedades grandes (com média de 1.876 ha) cobrem cerca de 21,5% do território brasileiro (Sparovek et al., 2019). Cerca de 48% das terras privadas estão concentradas em menos de 100 mil propriedades, que representam apenas 2% do total de propriedades do pais. A grande maioria das propriedades no pais é pequena (com até quatro módulos fiscais). Essa maioria, porém, representa uma diminuta fração do território, evidenciando a distribuição desigual. 5. Sobre as propriedades grandes e pequenas qual é o tamanho do déficit para cada propriedade e o que isso reflete a sociedade brasileira? Resposta: Em propriedades grandes a estimativa de déficit é de 2,3 milhões de hectares de APP (cerca de metade) e 12,8 milhões de hectares em reserva legal. O déficit de imóveis pequenos é de 345,4 mil hectares apenas em APP. Os grandes imóveis representam 65% no déficit de reserva legal e isso é causado porque tem mais poder aquisitivo. 6. Mencione 3 desafios da implementação no código florestal nas propriedades de comunidades tradicionais (PTCs)? Resposta: Ao mesmo tempo, a aplicação do Código Florestal nos territórios coletivos tende a homogeneizar modos de vida rurais, pois negligência práticas e saberes de manejo da agrobiodiversidade nesses territórios. Entre os muitos desafios para a aplicação do Código Florestal, encontram-se a efetivação do CAR de todos os PCTs respeitando os direitos desses sujeitos (fugura 4) e a elaboração de PRAs específicos. No caso do módulo federal próprio, há desrespeito aos direitos de PCTs, como, por exemplo, a insistência em geoespacializar áreas de ocupação atual e áreas reivindicadas, mesmo que os direitos territoriais, a exemplo de quilombolas, não dependam da efetivação da regularização fundiária para surtir efeitos no âmbito do CAR.
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