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Planos de aula 1a7.ÉTICA

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SEMANA 1 – Da Legislação na OAB, o Exame de Ordem e a atividade advocatícia.
Aplicação Prática Teórica
Caso concreto 
1) Quais os deveres da advocacia elencados no art. 2º do Código de Ética?
Apresentamos o artigo 2º, do Novo Código de Ética da OAB, in verbis:
“Art. 2º. advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos e garantias fundamentais, da cidadania, da moralidade, da Justiça e da paz social, cumprindo-lhe exercer o seu ministério em consonância com a sua elevada função pública e com os valores que lhe são inerentes.
Parágrafo único. São deveres do advogado:
I - preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo caráter de essencialidade e indispensabilidade da advocacia;
II - atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé;
III - velar por sua reputação pessoal e profissional;
IV - empenhar-se, permanentemente, no aperfeiçoamento pessoal e profissional;
V - contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis;
VI - estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a mediação entre os litigantes, prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígios;
VII - desaconselhar lides temerárias, a partir de um juízo preliminar de viabilidade jurídica;
VIII - abster-se de:
a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente;
b) vincular seu nome a empreendimentos sabidamente escusos;
c) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana;
d) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o assentimento deste;
e) ingressar ou atuar em pleitos administrativos ou judiciais perante autoridades com as quais tenha vínculos negociais ou familiares;
f) contratar honorários advocatícios em valores aviltantes.
IX - pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos direitos individuais, coletivos e difusos;
X - adotar conduta consentânea com o papel de elemento indispensável à administração da Justiça;
XI - cumprir os encargos assumidos no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil ou na representação da classe;
XII - zelar pelos valores institucionais da OAB e da advocacia;
XIII - ater-se, quando no exercício da função de defensor público, à defesa dos necessitados.”
Conforme dispõe a norma legal, o advogado possui deveres no âmbito de sua atuação profissional para com a sociedade. Diante disto, o novo Código consignou as condutas sociais que devem ser observadas por aqueles que estão inscritos perante a Ordem de Advogados do Brasil.
2) Qual o papel da advocacia no Estado democrático de Direito?
A Magna Carta promulgada em 1988representou um grande marco histórico da democracia. No que concerne ao Estado democrático de Direito, consignou como princípios fundamentais: a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político.
O legislador constituinte ocupou-se de consignar, também, as funções essenciais à justiça, dentre elas, o exercício da profissão e a imprescindibilidade do advogado à administração da justiça através de seu art. 133, in verbis: “Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”.
Ao advogado recai o importante e nobre papel de estudar e desenvolver o Direito com vistas à promoção da ética nas relações jurídicas mais diversas, inclusive no ambiente de negócios, e contribuir de modo efetivo para o desempenho sustentável das organizações empresariais e da moralidade administrativa.
Compete, ainda, promover, divulgar e transmitir conhecimentos à sociedade a fim de contribuir para a integridade dos negócios com a adequada relação dos empresários com o poder público, no sentido de um maior comprometimento ético, em um ambiente de segurança jurídica. É preciso fazer com que a sociedade reconheça este papel do advogado e a sua importância, e para isto é preciso dar o exemplo, reiteradamente, de maneira cada vez mais ostensiva. É preciso advogar pela ética, sempre!
SEMANA 2 – A inscrição, as atividades privativas e o estágio na OAB.
Aplicação Prática Teórica
Caso concreto 
Laura, advogada na área empresarial, após concluir o mestrado em renomada instituição de ensino superior, é convidada para integrar a equipe de assessoria jurídica da empresa K S/A. No dia da entrevista final, é inquirida pelo Gerente Jurídico da empresa, bacharel em Direito, sem inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, apesar de o mesmo ter logrado êxito no Exame de Ordem. Observado tal relato, responda:
1) Quais são os requisitos necessários para inscrição nos quadros da OAB?
O Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil apresenta os requisitos de inscrição como advogado, em seu artigo 8º, da Lei 8.906/94,gu sendo eles, capacidade civil; diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada; título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro; aprovação em Exame de Ordem; não exercer atividade incompatível com a advocacia; idoneidade moral e prestar compromisso perante o conselho.
Expõe o Regulamento Geral da OAB, conforme o artigo 23, que a falta de diploma ou certidão de graduação em direito poderá ser suprida pela apresentação certidão de graduação em direito, acompanhada de cópia autenticada do respectivo histórico escolar. 
O próprio estatuto traz as atividades incompatíveis com o exercício da advocacia, tais como, atividades desenvolvidas por chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais; membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os que exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública direta e indireta (Vide ADIN 1127-8); ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da Administração Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço público; ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro; ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de qualquer natureza; militares de qualquer natureza, na ativa; ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais; ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas. Traz, ainda, o artigo 20, § 2º, do Regulamento Geral da OAB que a conduta incompatível com a advocacia, comprovadamente imputável ao requerente, impede a inscrição no quadro de advogados. 
Sobre a inidoneidade moral afirmamos que esta pode suscitada por qualquer pessoa, porém, deve ser declarada mediante decisão que obtenha no mínimo dois terços dos votos de todos os membros do conselho competente, em procedimento que observe os termos do processo disciplinar, tal como expõe o artigo 8º, § 3º, da Lei 8.906/94.
Por fim, o artigo 20, § 1º, do Regulamento Geral da Ordem informa da indelegabilidade do compromisso e o caput do citado artigo nos apresenta os termos do juramento firmado pelo requerente à inscrição perante o Conselho Seccional, a Diretoria ou o Conselho da Subseção, in verbis:
“Prometo exercer a advocacia com dignidade e independência, observar a ética, os deveres e prerrogativas profissionais e defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático, os direitos humanos, a justiça social, a boa aplicação das leis, a rápida administração da justiça e o aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas.” 
2) ComoLaura poderá comprovar sua prática forense?
O Regulamento Geral da OAB incumbiu-se de descrever como se caracteriza a efetiva prática forense afirmando que a participação mínima em cinco atos privativos de advogado, em causas ou questões distintas, tal como expõe o artigo 5º, caput.
Para a perfeita compreensão do tema se faz necessário entender os atos privativos de advogado, apresentados no artigo 1º do Estatuto da OAB, são eles, a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais ou as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.
Para a comprovação de tal prática faz-se através de certidão expedida por cartórios ou secretarias judiciais, cópia autenticada de atos privativos ou certidão expedida pelo órgão público no qual o advogado exerça função privativa do seu ofício, indicando os atos praticados, tal como expõe o artigo 5º, parágrafo único do Regulamento da OAB.
SEMANA 3 – Da advocacia pública. Do advogado estrangeiro.
Do cancelamento e licença. Da nulidade dos atos privativos.
Aplicação Prática Teórica
Caso concreto 
Alberto, advogado, é convidado a ocupar o prestigiado cargo de Procurador de um município, cargo de confiança do Prefeito passível de exoneração ad nutum. O cargo é privativo de advogado. Sobre esta situação responda:
1) Como ficará a inscrição de Alberto após a posse no referido cargo?
O Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil apresenta que os integrantes da Advocacia-Geral da União, da Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas entidades de administração indireta e fundacional exercem atividade de advocacia, portanto, sujeitam-se ao regime disposto no EOAB, além do regime próprio a que se subordinem, tal como o artigo 3º, § 1º da Lei 8.906/94. 
São considerados executores da advocacia pública, tal como apresenta o artigo 3º, §1º e art. 30, ambos do EOAB c/c art. 2º, do provimento 114/2006 da OAB. O artigo 10 do Regimento da OAB que afirma que os integrantes da advocacia pública sujeitam-se ao regime do EOAB, RGOAB, CED, inclusive em relação às sanções disciplinares.
No caso em apreço temos Alberto, que já inscrito nos quadros da Ordem, atuará em atividade advocatícia pública. Não haverá, portanto, qualquer alteração em relação à sua inscrição nos quadros da OAB.
2) Quais são as regras estabelecidas pelo provimento 114/2006 para o advogado público?
Conforme o provimento do Conselho Federal da OAB, se faz necessário que o advogado público tenha inscrição principal perante o Conselho Seccional da OAB em cujo território seja lotado, conforme artigo 1º. Havendo transferência funcional ou remoção para território de outra Seccional, será o advogado público dispensado do pagamento da inscrição nesta, no ano em curso, desde que já tenha recolhido anuidade na Seccional em que esteja anteriormente inscrito, tal como artigo 1º parágrafo único do regramento.
O provimento expõe que a aprovação em concurso público de provas e de provas e títulos para cargo na advocacia pública não exime a aprovação em exame de ordem, para inscrição em Conselho Seccional da OAB onde tenha domicílio ou deva ser lotado.
Impõe, também, o dever do advogado público à independência técnica, exercendo suas atividades de acordo com suas convicções profissionais e em estrita observância aos princípios constitucionais da administração pública, sendo eles, Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.
Por fim, afirmamos que o advogado público advoga com as restrições de atuar em face da Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora ou fora do âmbito da sua instituição, imposta pelo artigo 30, I e II, do EOAB. Todavia, tais restrições se encerram quando da aposentadoria.
3) Imagine que Alberto possui um amigo, Tizziano, advogado italiano que deseja morar no Brasil. Tizziano indaga ao amigo como deverá proceder para exercer advocacia no Brasil. Que orientação você daria ao advogado italiano?
O Conselho Federal da OAB editou o provimento nº 91/2000 que dispõe sobre o exercício do advogado estrangeiro ou brasileiro formado no exterior, afirmando que estes não poderão atuar no procuratório nacional em nenhuma hipótese. Poderá, apenas, atuar como consultor em Direito de seu país de origem mediante prévia autorização da OAB para exercer a referida atividade de consultoria. 
Tal autorização emitida pela Ordem dos Advogados do Brasil será sempre concedida a título precário e mediante prova de ser portador de visto de residência no Brasil; prova de estar habilitado a exercer a advocacia e/ou de estar inscrito nos quadros da Ordem dos Advogados ou Órgão equivalente do país ou estado de origem; prova de boas conduta e reputação, atestadas em documento firmado pela instituição de origem e por 3 (três) advogados brasileiros regularmente inscritos nos quadros do Conselho Seccional da OAB em que pretender atuar; prova de não ter sofrido punição disciplinar; prova de que não foi condenado por sentença transitada em julgado em processo criminal, no local de origem do exterior e na cidade onde pretende prestar consultoria em direito estrangeiro no Brasil.
SEMANA 4 – Do mandato advocatício.
Aplicação Prática Teórica
Caso concreto 
Matheus é estagiário vinculado ao escritório Renato e Associados. No exercício da sua atividade, por ordem do advogado supervisor, o estagiário acompanha o cliente diretor da sociedade Tamoaí S/A. Por motivos alheios à vontade do estagiário, que se disse inocente de qualquer deslize, o diretor veio a se desentender com Matheus, e, por força desse evento, o escritório resolve renunciar ao mandato conferido pela pessoa jurídica. Nos termos do estatuto da Advocacia, sobre o caso descrito, responda:
1) No caso em tela que trata de renúncia de mandato, quais os deveres que o advogado deverá cumprir?
O advogado possui o direito de renunciar, a qualquer tempo, o mandato judicial sendo desnecessário a explanação do motivo. O mandato judicial não se extingue pelo decurso de tempo, desde que permaneça a confiança recíproca entre o outorgante e o seu patrono no interesse da causa. 
Com a renúncia, o patrono da causa tem o dever de comunicar a parte, realizando prova de tal notificação. A atuação do advogado ainda se estenderá por dez dias, a contar da data de comunicação ao cliente, salvo se for substituído antes do término desse prazo. Ressalte-se que a renúncia do mandato não exclui a responsabilidade do advogado pelos danos causados e a do advogado à devolução de bens, valores e documentos recebidos no exercício do mandato, e à pormenorizada prestação de contas, não excluindo outras prestações solicitadas, pelo cliente, a qualquer momento. Tais imposições encontram-se elencadas nos artigos 5º, § 3º do EOAB c/c arts. 9º e 16, CED c/c art. 6º do Regulamento Geral da OAB.
2) Como deverá proceder o novo advogado a ser contratado pela empresa Tamoaí?
O novo patrono da causa deve informar o cliente, de forma clara e inequívoca, quanto a eventuais riscos da sua pretensão, e das consequências que poderão advir da demanda. Não deverá deixar ao abandono ou ao desamparo os feitos, sem motivo justo e comprovada ciência do constituinte. Conforme artigos 8º e 12 do CED da OAB.
SEMANA 5 – Dos Direitos do Advogado: parte I.
Prerrogativas da advocacia.
Aplicação Prática Teórica
Diante do caso acima que nos apresenta uma situação que envolve a inviolabilidade dos escritórios de advocacia, responda: 
1. O que significa prerrogativas profissional?
A Magna Carta consagra a atuação do advogado como indispensável à administração da justiça, tal qual artigo 133 da CF/88. Temos, aqui, uma atividade profissional com relevante interesse social, que tem por finalidade a realização da Justiça.
O legislador infraconstitucional dispondo sobre a relação entre advogado e cliente, ou seja, tratando do interesse privado da atividade deadvocacia, afirmou que no ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função social, conforme parágrafo primeiro do art. 2º da Lei 8.906/94. 
Buscando que a função social da advocacia seja alcançada em toda sua plenitude, a sociedade assegura aos advogados um rol de direitos e prerrogativas profissionais, as quais darão a estes profissionais a necessária independência e inviolabilidade.
Assim, afirma-se que os direitos e prerrogativas dos advogados estão estabelecidos em Lei para assegurar que o advogado exerça suas funções sociais com independência e inviolabilidade, no interesse da cidadania. Tais normas, constituem verdadeiras garantias fundamentais, criadas para assegurar o amplo direito de defesa e não se confundem com privilégios, pois tratam de estabelecer garantias para o advogado enquanto representante de legítimos interesses de seus clientes.
2. Quais os requisitos para quebra da inviolabilidade dos escritórios de advogados?
Promover invasão a escritórios de advocacia, bem como a residência de advogados, em busca de provas para configurar a incidência de crimes, importa em desrespeito à ordem constitucional artigo 5°, caput, inciso IX, da Constituição Federal. Somente em casos em que estiverem presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte do advogado é que poderá o Juiz decretar a quebra de inviolabilidade do sigilo do escritório ou local de trabalho do advogado, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, nos termos do artigo 7º, II, § 6º e 7º, da Lei 8.906/94. É indispensável, portanto, advogado formalmente investigado por prática de crime; competência exclusiva da autoridade judiciária em decisão motivada; mandado de busca e apreensão específico e pormenorizado; a presença de representante da OAB.
A relativização da garantia em comento deve ser realizada somente com a posse de ordem judicial fundamentada e na presença de representante da OAB. Na ausência do representante da OAB, tendo sido esta devidamente informada da busca e apreensão a ser feita no escritório, a diligência não será frustrada, ou seja, poderá ocorrer sem problemas. A ordem judicial somente acarreta autorização para o conhecimento de documentos restritos ao crime investigado; no entanto, caso o advogado e seu cliente estejam sendo investigados pelo crime ensejador da diligência policial, a documentação deste cliente também poderá ser apreendida.
3. Quais os requisitos para quebra da inviolabilidade do cliente do advogado?
Pode-se realizar a quebra da inviolabilidade do cliente do advogado quando este estiver na qualidade de partícipe ou coautor pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade.
SEMANA 6 – Dos Direitos do Advogado: parte II.
Prerrogativas da advocacia.
Aplicação Prática Teórica
1. Qual a diferença entre o direito de vistar e direito de examinar os autos findos ou em andamento em qualquer órgão do Judiciário, Legislativo ou Administração Pública?
Os advogados podem examinar e copiar autos de processos concluídos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando as ações não forem sigilosas. Entende-se por direito de vistar, a prerrogativa do advogado devidamente constituído de retirar os autos do cartório, secretaria ou repartição com a finalidade de realizar ato advocatício. 
Em relação ao exame dos autos, afirmamos esse como o direito irrestrito do advogado, ainda que sem o instrumento procuratório, ao exame dos autos em cartório ou secretaria.
O legislador infraconstitucional dispondo sobre o processo civil ratificou o entendimento de amplitude do direito do advogado a ter acesso aos autos de processos para fazer a defesa de seu eventual cliente, pois quando já tiver procuração nos autos sequer se admite restrições que não sejam temporais, contudo o direito que se protege é do próprio exercício da profissão em sua inteireza, pois até mesmo para poder saber se vale a pena aceitar a causa e cobrar os honorários, tem que se possibilitar carga do processo, mesmo que rápida, como recente lei assegurou e agora restou ampliado, senão vejamos:
Art. 107, NCPC/15. O advogado tem direito a: I - examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal, mesmo sem procuração, autos de qualquer processo, independentemente da fase de tramitação, assegurados a obtenção de cópias e o registro de anotações, salvo na hipótese de segredo de justiça, nas quais apenas o advogado constituído terá acesso aos autos; II - requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo, pelo prazo de 5 (cinco) dias; III - retirar os autos do cartório ou da secretaria, pelo prazo legal, sempre que neles lhe couber falar por determinação do juiz, nos casos previstos em lei.
Portanto, para restringir o advogado desse direito como profissional essencial à administração da Justiça, o magistrado deve justificar com particularidades de um eventual caso concreto em que se afaste tal direito em nome de um bem maior, sob pena de se vilipendiar toda uma classe.
2. A postura do serventuário está de acordo com a Lei? Justifique a sua resposta.
Impõe-se negativa a resposta ao questionamento. Segundo consta do INFORMATIVO STF n. 614, “o art. 7º, XIII, da Lei 8.906/94 (Estatuto dos Advogados) assegura ao advogado o direito de examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar apontamentos. Nesse sentido, o Plenário, tendo em conta não se tratar de processo sigiloso, concedeu mandado de segurança impetrado contra decisão do Tribunal de Contas da União - TCU, que indeferira requerimento de vista e cópia integral de processo a advogado, em razão da inexistência de procuração a ele outorgada. Precedente citado: MS 23527 MC/DF (DJU de 4.2.2002)”. MS 26772/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, 3.2.2011. (MS-26772).
Diante do entendimento jurisprudencial emanado, afirma-se o serventuário do caso concreto em análise não procedeu de maneira correta, posto que obstou prerrogativa profissional conferida pela norma legal ao profissional da advocacia.
3. Como deverá proceder a advogada se desejar ter acesso aos autos de flagrante e de inquérito, sem procuração, findo ou em andamento? Justifique a sua resposta.
A atual legislação dispõe sobre a possibilidade do profissional advogado examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital, tal como artigo 7º, XIV, da Lei 8.906/94, através da recente alteração promovida pela Lei nº 13.245/2016. 
SEMANA 7 – Da Responsabilidade civil e da Publicidade da advocacia.
Aplicação Prática Teórica 
1. Qual o tipo de publicidade permitida à prática da advocacia? 
O Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil proíbe a divulgação em conjunto da advocacia com outra atividade, tal qual artigo 1º, § 3º, do EOAB. O Código de Ética editado em 2015 apresenta capítulo exclusivo dispondo sobre a publicidade profissional, afirmando que essa tem caráter meramente informativo e deve primar pela discrição e sobriedade, não podendo configurar captação de clientela ou mercantilização da profissão, nos termos do artigo 39 do CED-OAB.
Podemos elencar como publicidade informativa a mera identificação pessoal e curricular do Advogado, número de inscrição e endereço do escritório; as áreas ou matérias jurídicas de exercício preferencial; a apresentação de diploma, títulos acadêmicos, relativos à profissão de advogado e indicação das associações culturais e científicas de que faça parte; a divulgação do nome dos advogados integrantes do escritório e, ainda, o horário de atendimento e idiomas falados ou escritos.
2. Quais as restrições àpublicidade de advogados?
Dispõe o Código de Ética e Disciplina da Ordem sobre as vedações relativas à publicidade profissional do advogado, impedindo que esse realize a veiculação da publicidade por meio de rádio, cinema e televisão; faça uso de outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas de publicidade; realize inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer espaço público; divulgue serviços de advocacia juntamente com a de outras atividades ou a indicação de vínculos entre uns e outras; forneça dados de contato, como endereço e telefone, em colunas ou artigos literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na imprensa, bem assim quando de eventual participação em programas de rádio ou televisão, ou em veiculação de matérias pela internet, sendo permitida a referência a e-mail; utilize de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de publicidade, com o intuito de captação de clientela, de acordo com o artigo 39 do CED-OAB.

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