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Processo Falimentar Introdução: O processo falimentar compreende três etapas: Etapa pré-falimentar (pedido de falência) - se inicia com o pedido de falência até a sentença declaratória de falência; Etapa falimentar propriamente dita - se inicia com a sentença declaratória de falência até o encerramento da falência; Etapa de confirmação da falência ou reabilitação do empresário - declaração da extinção das responsabilidades de ordem civil do devedor falido. A lei 11.101/05 é chamada de microssistema jurídico, pois apresenta regra de direito material, processual, público e privado. Aplica-se de forma supletiva ao processo falimentar as regras do CPC e do CPP. O foro competente para processar e julgar a falência será o do principal estabelecimento empresarial (maior volume de negócios). O juízo de falência é universal. Dessa forma, todas as ações que envolvem o empresário falido devem ser remetidas para o foro que está processando a respectiva falência. É a chamada aptidão atrativa do juízo universal de falência. São exceções ao juízo universal de falência: Reclamações trabalhistas, de competência da Justiça do Trabalho; Ações não reguladas pela Lei Falimentar em que o empresário é parte autora ou litisconsorte ativo; Execuções fiscais; Ações em que a união é parte ou interessada, competência da Justiça Federal; Ações com obrigações ilíquidas. Pedido: São legitimados para pedir falência do empresário: credores, cônjuge sobrevivente, herdeiros, inventariante e o próprio empresário. Se o empresário tem um pedido de falência solicitada por um credor e tenha domicílio no Brasil não há a necessidade de prestar caução. Contudo, se o credor tem domicílio em outro país é necessário a caução para fins de análise do pedido de falência. O pedido de falência deve demonstrar a situação de insolvência do empresário. Tratando-se de autofalência ou falência confessada o empresário deve demonstrar com a respectiva documentação contábil a sua insolvência. Quando o juiz recebe o pedido de falência determinará a citação do empresário para oferecer a sua contestação no prazo de 10 dias (art. 98, lei de falência). Para que o empresário demonstre os motivos da improcedência da falência. Dessa forma, o empresário tem as seguintes situações: Contesta o pedido de falência; Contestar e realizar o depósito elisivo de falência; Apenas realizar o depósito elisivo; Deixar o prazo transcorrer em branco. Sentença de declaração de falência: Se o magistrado ao analisar o pedido de falência verificar que estão presentes os motivos para a falência, proferirá a sentença declaratória de falência. Na decisão que declara a falência, o empresário é inserido no chamado regime jurídico falimentar. A sentença declaratória de falência deve conter um relatório, os fundamentos jurídicos da decisão e a parte dispositiva. Se possível, o magistrado já nomeará o administrador judicial, determinará a responsabilidade dos sócios e também o termo legal de falência. A sentença declaratória deve ser publicada no diário oficial e também em jornais de grande circulação. Contra a sentença declaratória de falência cabe agravo de instrumento. Sentença denegatória de falência: Na hipótese do magistrado acolher os argumentos do empresário a sentença será denegatória de falência. Também será denegatória quando o empresário realizar o depósito elisivo de falência. Se o magistrado perceber dolo e pedido abusivo de falência, na própria sentença denegatória, condenará o requerente no pagamento de indenização para o empresário. Contudo, o empresário poderá propor uma ação de indenização autônoma para apurar outros prejuízos. Contra a sentença denegatória de sentença cabe recurso de apelação. Administração: Fazem parte da administração da falência o juiz, o ministério público, a assembléia de credores e o administrador judicial. O administrador judicial será nomeado pelo juiz para desempenhar os atos de administração no processo falimentar. O administrador judicial age em nome próprio e assume responsabilidade pelas suas atitudes. O administrador judicial preferencialmente deve ser advogado, economista, administrador de empresas, contador ou uma empresa especializada. O cargo de administrador judicial é indelegável. Contudo, o administrador poderá solicitar autorização judicial para contratar auxiliares para atos específicos na administração da falência. O administrador pode ser destituído e também substituído do seu cargo. O administrador judicial deverá apresentar os relatórios e prestações de contas nos prazos ordinários definidos em lei. Também deverá apresentar os respectivos documentos de forma extraordinária nas hipóteses de destituição e substituição do cargo. A assembéia geral de credores é o órgão composto por todos os credores do falido. A assembléia geral tem a função de defender os interesses dos credores, bem como fiscalizar a gestão do administrador judicial. O comitê de credores é o órgão composto por um representante de cada espécie de crédito. O comitê tem por função a fiscalização direta da administração da falência.
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