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Recuperação e falência

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DIREITO EMPRESARIAL
Recuperação e Falência – Lei 11.101/2005
Professor: Vinícius Rigo Bentivoglio
INTRODUÇÃO
A Recuperação Judicial e Extrajudicial de empresa e a Falência estão previstas na Lei 11.101/05.
- A lei 11.101/05, revogou a antiga lei de falências e concordatas ( Decreto-Lei 7.662-45)
- A Lei antiga levava em consideração a teoria dos atos de comércio, prevista no Código Comercial de 1850, enquanto que a nova está condizente com a teoria da empresa, prevista no Código Civil de 2002.
ABRAGÊNCIA DA LEI 11.101/05
 - Nos termos do artigo 1º, da Lei 11.101/05, é sujeito passivo desta lei apenas o empresário e a sociedade empresária.
Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL – pessoa física que explora atividade econômica na forma de empresa;
EMPRESÁRIO COLETIVO – SOCIEDADE EMPRESÁRIA – pessoa jurídica que explora atividade econômica na forma de empresa.
Os empresário individuais não são pessoas jurídicas, contudo, possuem CNPJ para ter tratamento tributário igual às sociedades empresárias;
ABRAGÊNCIA DA LEI 11.101/05
O artigo 966 do Código Civil conceitua a figura do empresário:
“Art. 966.Considera-se empresário quem exerce ‘profissionalmente¹’ ‘atividade econômica organizada²’ para a ‘produção ou a circulação de bens ou de serviços³.’”
ABRAGÊNCIA DA LEI 11.101/05
Elementos indispensáveis para a identificação do empresário (sociedade empresária): 
		1) Profissionalismo;
		2) Atividade econômica organizada;
		3)Produção ou circulação de bens ou serviços;
		
ABRAGÊNCIA DA LEI 11.101/05
 1) Profissionalismo: Habitualidade / Pessoalidade / Monopólio das informações / Busca do lucro.
	a) Habitualidade:
		i) Continuidade no exercício da atividade;
		ii) A pessoa/sociedade tem que utilizar da atividade como forma de seu sustento, sua profissão.
ABRAGÊNCIA DA LEI 11.101/05
		iii) Não é empresário quem realiza a atividade esporadicamente.
	
	b) Pessoalidade: todos os negócios são realizados em nome do empresário, ainda que por terceiro não empresário (empregado) 
ABRAGÊNCIA DA LEI 11.101/05
	c) Monopólio das informações: o empresário detém o conhecimento (qualidade, condições de uso, insumos empregados, etc.) sobre os bens e serviços que oferece ao mercado
	d) Busca do lucro: a atividade empresária busca sempre um lucro (ainda que não alcance), ou seja, uma margem de ganho sobre o valor gasto para a produção/circulação do produto/serviço; A atividade não é altruísta.
ABRAGÊNCIA DA LEI 11.101/05
2) Atividade econômica organizada: Mão-de-obra / Matéria-Prima ou Insumos / Capital / Tecnologia.
		a) Mão-de-obra: utilizar o trabalho de terceiros na exploração da atividade;
		b) Matéria-Prima ou Insumos: utilizar produtos para agregar valor ao seu produto/serviço; 
ABRAGÊNCIA DA LEI 11.101/05
	c) Capital: investir na atividade empresária
	d) Tecnologia: não necessita ser tecnologia de ponta, basta que o empresário utilize conhecimentos próprios aos bens e serviços que pretende oferece. Conhecimento dos meios de produção e de prestação de serviços.
ABRAGÊNCIA DA LEI 11.101/05
3) Produção ou circulação de bens ou serviços:
	a) Produção de bens: fabricação;
	b) Produção de serviços: prestação de serviços;
	c) Circulação de bens: ligação entre a fabricação e o consumidor (ex.: compra e venda);
	d)Circulação de serviços: ligação entre o prestador de serviços e o consumidor (ex. agência de turismo).
ABRAGÊNCIA DA LEI 11.101/05
“exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”
=
“explorar habitualmente, e em nome próprio, reservando o monopólio das informações, atividade de produção ou circulação de bens ou serviços, visando o lucro, e empregando mão-de-obra, capital, insumos e tecnologia”
ABRAGÊNCIA DA LEI 11.101/05
Código Civil, artigo 966, Parágrafo único: “Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa”
ABRAGÊNCIA DA LEI 11.101/05
	Atividades intelectuais:
	Científica: Advogados, médicos, contadores;
	Literária: Jornalistas, escritores;
	Artística: Músicos, desenhistas, atores, artistas plásticos;
	Atividade não empresária pode ser exercida por:
	Pessoa física: profissional liberal / autônomo;
	Pessoa jurídica: Sociedade simples (não empresária).
ABRAGÊNCIA DA LEI 11.101/05
 - Ainda que todos os demais elementos da empresa estejam presente, essas atividades não serão consideradas empresárias.
Essa regra aplica-se também às sociedades. Ex.: sociedade de médicos; sociedade de advogados; sociedade de contadores.
ABRAGÊNCIA DA LEI 11.101/05
 - Exceção à regra do parágrafo único, do artigo 966, ou seja, quando a atividade intelectual (científica, literária e artística) será considerada empresária.
“Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa”
ABRAGÊNCIA DA LEI 11.101/05
A exceção ocorrerá na hipótese de a atividade intelectual (científica, artística, literária) constituir elemento da empresa:
		- Além da atividade intelectual, existem outras atividades oferecidas no mercado;
		- A atividade intelectual é apenas um ‘plus’ nas atividades ofertadas no mercado;
		- Atividade intelectual está integrada em um objeto mais complexo próprio da atividade empresarial;
ABRAGÊNCIA DA LEI 11.101/05
 - Exemplo de exceção ao parágrafo único do artigo 966:
		Clínica veterinária – Serviços Científicos (trabalho desenvolvido pelo médico veterinário) + Serviços não científicos (Banho e tosa) + Serviços não científicos (hospedagem de animais) + Circulação de Produtos (compra e venda de bens – pet shop);
ABRAGÊNCIA DA LEI 11.101/05
 - Por não serem empresários/sociedades empresárias a lei 11.101/05 não se aplica às sociedades simples, fundações, associações.
O artigo 2ª da Lei 11.101/05 exclui do seu âmbito de abrangência alguma sociedades empresárias.
Ou seja, apesar de serem sociedades empresárias, não se aplicam a elas as disposições da lei 11.101/05
ABRAGÊNCIA DA LEI 11.101/05
O artigo tem dois incisos.
No inciso I estão previstas as sociedades empresárias que são TOTALMENTE EXCLUÍDAS da lei 11.101/05;
No inciso II estão previstas sociedades empresárias PARCIALMENTE EXCLUÍDAS da lei 11.101/05
TOTALMENTE EXCLUÍDAS: NENHUM DISPOSITIVO DA LEI 11.101/05 SERÁ APLICADO A ESTAS SOCIEDADES;
PARCIALMENTES EXCLUÍDAS: ALGUNS DISPOSITIVOS DA LEI 11.101/05 SERÃO APLICADOS A ESTAS SOCIEDADES;
ABRAGÊNCIA DA LEI 11.101/05
Art. 2o Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
ABRAGÊNCIA DA LEI 11.101/05
TOTALMENTE EXCLUÍDAS: As empresas públicas e sociedades de economia mista não podem ser objeto de: falência; Recuperação judicial ou extrajudicial;
 PARCIALMENTE EXCLUÍDAS: As sociedade poderão passar por liquidação extrajudicial, de acordo com a regulamentação que lhe é aplicada (BACEN; ANS; SUSEP, etc), nomeando-se para tanto um liquidante, e após o término desta liquidação extrajudicial o liquidante poderá pleitear judicialmente a declaração de falência (a falência não poderá ser requerida por credores).
ABRAGÊNCIA DA LEI 11.101/05
O Juízo competente para apreciar pedido de recuperação judicial, falência ou homologação de recuperação extrajudicial é a Justiça Estadual do local do principal estabelecimento do empresário/sociedade empresária, ou na localidade da filial, caso aempresa tenha sede fora do Brasil.
Não há processo de Recuperação Judicial/Falência/Homologação de rec. Extrajudicial na Justiça Federal (artigo 109, I, CF)
COMPETÊNCIA
Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.
COMPETÊNCIA
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
COMPETÊNCIA
Conceito: processo de execução coletiva, no qual todo o patrimônio da empresa declarada falido é arrecadado, visando pagamento da universalidade de seus credores, de forma completa ou proporcional. 
	É um processo judicial complexo que compreende a arrecadação dos bens, sua administração e conservação, bem como a verificação e o acertamento dos créditos, para posterior liquidação dos bens e rateio entre os credores (definição do Prof. Ricardo Negrão).
FALÊNCIA
Imagine que um credor tenha uma dívida para receber e seu devedor seja um empresário ou sociedade empresária e esse devedor não lhe paga. O credor poderá ajuizar uma ação de falência, de modo que o juiz irá citar o devedor, que irá se manifestar ou não. Suponha que o magistrado decrete a falência do empresário ou da sociedade. Esse empresário ou sociedade serão considerados falidos, motivo pelo qual deverão encerrar a atividade.O juiz terá de nomear um administrador judicial, para que faça a arrecadação dos bens, a fim de que eles sejam vendidos, visando-se o pagamento de todos os credores (e não apenas daquele que ajuizou-se a ação). Então, a falência acaba sendo uma execução coletiva (haverá o pagamento de todos os credores).
FALÊNCIA
Pressupostos da falência:
a) Ser o devedor empresário ou sociedade empresária, e não ser um dos excluídos previstos no artigo 2º da Lei 11.101/05;
b) Esta o empresário/sociedade empresária em estado de insolvência;
c) Declaração judicial de falência.
FALÊNCIA
 - Estado de insolvência:
	- A insolvência pode ser confessada ou presumida.
		a) Insolvência confessada: o próprio empresário/sociedade empresária alega o seu estado de insolvência e pleiteia a própria falência – autofalência.
		b) Insolvência presumida: o credor presume o estado de insolvência do devedor por um dos motivos abaixo elencados
			i) Impontualidade injustificada (artigo 94, inc. I);
			ii) Execução frustrada (art. 94, inc. II);
			iii) Atos de falência (art. 94, inc. III).
	
FALÊNCIA
- Autofalência: O devedor requer judicialmente a sua própria falência. Cabível se o devedor estiver passando por crise econômica-financeira e não estiverem presentes os requisitos da Recuperação Judicial. Se for possível a Rec. Judicial este procedimento deverá ser tentado antes da falência(art. 105).
FALÊNCIA
Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos:
FALÊNCIA
Insolvência presumida: Impontualidade Injustificada (Art. 94, inciso I).
Impontual é aquele devedor que deixa de pagar no vencimento obrigação líquida; Para surgir o direito do credor requerer a falência do devedor, a impontualidade tem de ser injustificada, ou seja, sem uma relevante razão de direito.
O título que materializa a dívida não paga deve ser um título executivo (judicial ou extrajudicial).
	Obs.: o pedido de falência pela impontualidade injustificada pode ser embasado em duplicata sem aceite, desde que haja protesto e o comprovante de entrega de mercadoria/prestação do serviço.
FALÊNCIA
Súmula 248, STJ: Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas protestada, é título hábil para instruir pedido de falência.
		- Para caracterização da impontualidade injustificada, o título que materializa o crédito inadimplido deve esta protestado. Contudo, não basta o mero protesto para pagamento, sendo, necessário o protesto para fins falimentares.
		- O valor do título injustificadamente inadimplido tem que ser superior a 40 salários mínimos vigentes na época do pedido de falência. (caso o valor do débito seja igual ou inferior a 40 salário mínimo, inviável a ação falimentar).
FALÊNCIA
		- Caso o crédito inadimplido seja inferior a 40 salários mínimos, poderá o credor unir-se a outros credores para alcançar o valor exigido por lei, por meio de litisconsórcio ativo na ação.
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
FALÊNCIA
Art. 94, § 1o Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo para o pedido de falência com base no inciso I do caput deste artigo.
FALÊNCIA
Insolvência presumida: Execução frustrada (art. 94, II).
Justifica o pedido de falência em decorrência da execução frustrada se o devedor, quando executado: não pagar a dívida; não depositar o valor correspondente à dívida; ou não houve penhora de bens suficientes para garantir a dívida.
Se o empresário/soc. Empre., quando executado, não paga, não deposita e não tem bens para serem penhorados, presume-se o estado de insolvência, justificando o pedido de falência.
	
FALÊNCIA
	- O Credor deverá instruir o processo de pedido de falência com uma certidão de objeto e pé do processo de execução, sendo que certo que deverá o credor providenciar, também, a extinção ou suspensão do processo executivo.
	- O pedido de falência com base na execução frustrada será possível qualquer que seja a quantia devida.
FALÊNCIA
 - Insolvência presumida: Atos de falência.
	- Os comportamento do empresário caracterizados como ato de falência estão previstos em lei (artigo 94, III).
	- Os atos de falência podem ser subdivididos em dois grupos:
		a) Liquidação precipitada: o empresário se desfaz dos seus bens sem reposição, frustrando o pagamento dos credores
		b) Descumprimento de obrigação assumida na RJ.
FALÊNCIA
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;
FALÊNCIA
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.
FALÊNCIA
 - São três as fase do processo de falência:
		1ª - Fase pré-falimentar.
			Início: pedido de falência
			Término: sentença declaratório da falência.
		2ª - Fase Falimentar:
			Início: sentença declaratória da falência.
			Término: Sentença de encerramento
		3ª - Fase de Reabilitação.
			Início: sentença de encerramento
			Término: deferimento da reabilitaçãodo empresário – pode voltar a exercer atividade empresária
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - O Ministério Público atua no processo falimentar apenas a partir da 2ª fase: 
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações: 
XIII – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da falência.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Legitimidade Ativa (quem pode ser autor do pedido de falência):
Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:
I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei;
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante;
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade;
IV – qualquer credor.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Qualquer credor pode ser autor da ação de falência (pessoa física, jurídica, ONG, etc...), contudo, se o credor for empresário individual ou sociedade empresária ele só poderá pedir a falência do seu devedor se estiver regularmente registrado na Junta Comercial.
		- A sociedade em comum (sociedade empresária não registrada na Junta Comercial), não pode requere a falência de seus credores por ser sociedade empresária irregular.
		- Contudo, a sociedade em comum pode ser sujeito passivo da falência.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - O credor com domicílio fora do território nacional, para pedir a falência do devedor terá que prestar caução.
Aquele que requerer a falência de terceiro por dolo (sabendo que inexiste causa para a declaração de falência), será condenado a indenizar as perdas e danos causado.
Art. 101. Quem por dolo requerer a falência de outrem será condenado, na sentença que julgar improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apurando-se as perdas e danos em liquidação de sentença.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - No caso de falecimento do empresário individual a falência poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, pelo herdeiro ou pelo inventariante. – Prazo: 01 ano a contar da morte.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Legitimidade passiva: o devedor, desde que seja empresário ou sociedade empresária;
- Pedido: O pedido do processo é a decretação da falência. Não é cabível pedir no processo de falência o pagamento da dívida. Se pretende o credor o pagamento da dívida ele deve utilizar de processo de cobrança/execução
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Defesa do devedor:
		a) Contestação
		b) Depósito Elisivo
		c) Depósito Elisivo + Contestação
		d) Requerer Recuperação Judicial.
PROCESSO DE FALÊNCIA
	a) Contestação: defesa escrita na qual o devedor apresentará ao Juiz os fatos e fundamentos jurídicos que se contrapõem ao pedido de falência promovido pelo credor (fatos modificativos, extintivos e impeditivos).
		Prazo para contestação: 10 dias.
		Art. 98, caput, Lei 11.101/05: Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10 (dez) dias. 
PROCESSO DE FALÊNCIA
	b) Depósito Elisivo: 
		Elidir – impedir.
		Se o devedor fizer o depósito elisivo o Juiz fica impedido de decretar a falência.
		Depósito elisivo = Valor principal + juros + correção monetária + honorários advocatícios (na decisão de deferimento da petição inicial o juiz fixará o valor dos honorários.).
		O depósito elisivo tem que ser realizado no prazo para contestação.
PROCESSO DE FALÊNCIA
Art. 98, parágrafo único: Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do valor pelo autor.
PROCESSO DE FALÊNCIA
A LEI diz que o depósito elisivo só pode ser feito quando o pedido de falência for com fundamento no art. 94, inciso I (impontualidade injustificada) ou inciso II (execução frustrada). Ou seja, quando o pedido de falência for com base no art. 94, inciso III (atos de falência), pela letra da lei, não caberia pedido de depósito elisivo. Todavia, a jurisprudência é pacífica no entendimento de que é possível o depósito elisivo em qualquer hipótese de falência, inclusive no art. 94, inciso III, pois se visa primar pelo principio da preservação da empresa.
PROCESSO DE FALÊNCIA
	c) Contestação + Depósito elisivo: o devedor se opõe ao pedido de falência (contestação) e providencia o depósito elisivo.
		- Se a ação for julgada improcedente o devedor levanta o valor depositado;
		- Se a ação for julgada procedente o juiz não decreta a falência, mas autoriza o credor a levantar o valor depositado pelo devedor
PROCESSO DE FALÊNCIA
	d) Recuperação Judicial: dentro do prazo de defesa (10 dias) o devedor que não contestar a ação e não apresentar o depósito elisivo poderá requerer ao Juiz a sua o deferimento de Recuperação Judicial.
Art. 95. Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá pleitear sua recuperação judicial.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Decisão da primeira fase do processo de falência: 
		
		a) Sentença de procedência;
		
		b) Sentença de improcedência;
PROCESSO DE FALÊNCIA
	a) Sentença de procedência: caso estejam presentes as hipóteses autorizadoras da falência.
		a.1 se houve depósito elisivo: a sentença de procedência defere o levantamento do depósito pelo credor e põe fim ao processo.
		a.2 Se não há depósito elisivo:
			- Trata-se de sentença declaratória, por meio da qual declara o devedor falido, iniciando a fase falimentar do processo.
 
PROCESSO DE FALÊNCIA
			- A sentença declaratória não põe fim ao processo, põe fim a uma fase do processo e inicia outra fase.
			- Alguns doutrinadores dizem que se tratar de sentença com força de decisão interlocutória.
			- Recurso cabível: Agravo de Instrumento.
			
PROCESSO DE FALÊNCIA
	b) Sentença de improcedência: indeferimento do pedido de falência. Ocorrerá se não estiverem presentes as causas que justificam o pedido de falência. Caso tenha ocorrido o depósito elisivo, o suposto devedor levantará o valor depositado.
		- Cabe recurso de Apelação (põe fim ao processo).
PROCESSO DE FALÊNCIA
Requisitos da sentença declaratória de falência (artigo 99, da 11.101/05):
Nomeação do administrado judicial (na antiga lei nomeava-se o síndico, e o Juiz tinha que dar preferência aos credores).
 Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada
PROCESSO DE FALÊNCIA
	b) Ordenar que o falido apresente uma relação de credores no prazo de 05 dias, sob pena de crime de desobediência;
	c) O juiz fixará o prazo para habilitação de crédito.
	d) Ordenará a intimação do MP (a partir deste momento que o MP está obrigado a atuar no processo de falência).
PROCESSO DE FALÊNCIA
	e) O juiz fixará o termo legal da falência: lapso temporal (espaço de tempo) que antecede a decretação da falência. Chamado de “período suspeito”.
	Os atos praticados neste período são suspeitos e serão investigados, se por acaso ficar constatada a prática de atos descritos no artigo 129, o juiz declarará a ineficácia do ato praticado.
PROCESSO DE FALÊNCIA
		- O artigo 129 descreve atos que oneram/alienam o patrimônio do devedor não deixando bens para pagamento das dívidas.
		- O período suspeito não poderá retroagir por prazo maior de 90 dias a contar:
		a) Se a falência tem por base a impontualidade injustificada: do primeiro protesto;
		b) Se a falência tem por base a pratica de atos de falência ou a execução frustrada: a distribuição do pedido de falência
		c) Se a falência tem por base o descumprimento da Recuperação Judicial: o pedido de recuperação judicial.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Efeitos da Declaração de falência em relação ao falido: 
		a) O falido fica inabilitado para exercer atividade empresarial. Não poderá mais exercer atividade empresarial. Deve encerrar as atividadesque exercer e está impedido de iniciar novas atividades.
		b) O falido perde o direito de administrar e dispor de seus bens.
PROCESSO DE FALÊNCIA
		c) Se os sócios da sociedade empresária responderem ilimitada, eles também serão declarados falidos e estarão sujeitos aos mesmo efeitos.
		d) Caso a falida seja uma concessionária de serviço público, será automaticamente extinto o contrato de concessão.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Efeitos da declaração de falência em relação aos credores:
		a) Constituição da massa falida: reunião de todos os credores e de todos os bens do falido.
			a.1) Massa falida subjetiva: são os credores do falido;
			a.2) Massa falida objetiva: são os bens do falido.
PROCESSO DE FALÊNCIA
b) Vencimento antecipado das dívidas: Quando há a decretação da falência ocorre automaticamente o vencimento antecipado das dívidas. Desta forma aqueles credores que possuem dívida a vencer já podem se habilitar no processo de falência, e compor a massa falida.
PROCESSO DE FALÊNCIA
c) Suspensão da fluência de juros: sobre as dívidas dos falido não incidem juros.
d) Suspensão de todas as ações/execuções envolvendo bens, interesses e negócios do falido.
		- O Juízo da falência é um Juízo Universal: ele atrai para si todas ação e execuções envolvendo bens, interesse e negócios do falido.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 		- Exceções ao Juízo Universal (ações que continuam tramitando sem suas varas de origem e não serão julgados pelo Juízo falimentar – não serão suspensas):
		i) Ações trabalhistas: O juízo falimentar (justiça comum estadual), não tem competência para jugá-las.
		ii) Ações Fiscais: continuam a tramitar nas varas da fazenda pública/execuções fiscais
		iii) Ações que demandarem quantias ilíquidas.
		iii) Ações em que o falido for autor.
 
PROCESSO DE FALÊNCIA
		e) Suspensão do curso da prescrição das obrigações do falido.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Efeitos da sentença declaratória de falência em relação aos contratos bilaterais:
		a) a critério do Administrador Judicial os contratos bilaterais (direitos e obrigações para ambas as partes) pode ser mantidos se o cumprimento:
		i) reduzir o passivo ou evitar o aumento;
		ii) se for necessário para a manutenção e preservação de seus ativos.
	- Há a necessidade de autorização do Cômite de credores
PROCESSO DE FALÊNCIA
Art. 117.Os contratos bilaterais não se resolvem pela falênciae podem ser cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus ativos, mediante autorização do Comitê.
	- Não haverá a resolução automatica do contrato bilateral do falido.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Órgãos que atuam no processo de falência:
	I) Obrigatórios: 
		a) Juiz;
		b) Administrador Judicial;
		c) Ministério Público;
	II) Facultativos:
		a) Comitê de credores;
		b) Assembléia de credores;
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Administrador Judicial: 
		- executar medidas legais e negociais para gerir o ativo e o passivo do falido, sob a supervisão do Juiz e do Comitê de Credores;
		- órgão auxiliar do Juízo;
		- deverá ser profissional idôneo; preferencialmente advogado, economistas, administrador de empresa ou contador, podendo ser pessoa jurídica especializada.
	
	
PROCESSO DE FALÊNCIA
	- A remuneração do administrador judicial será fixada pelo Juiz levando em consideração a complexidade do trabalho e os valores de mercado, não podendo ser superior a 5% do valor devido aos credores ou do valor da venda dos bens dos devedores.
	- Se o falido for ME ou EPP a limitação será de 2%.
Art. 24, § 1o Em qualquer hipótese, o total pago ao administrador judicial não excederá 5% (cinco por cento) do valor devido aos credores submetidos à recuperação judicial ou do valor de venda dos bens na falência.
PROCESSO DE FALÊNCIA
	-	 Da decisão que fixa a remuneração do administrador judicial cabe recurso de Agravo de instrumento, podendo ser interposto pelo MP, pelo devedor, ou por qualquer credor;
	- Se o administrador judicial renuncia ao cargo sem razão relevante, ou caso seja destituído de suas funções por desídia, culpa, dolo, ou não aprovação da prestação de contas, ele perde o direito ao recebimento da remuneração.
PROCESSO DE FALÊNCIA
Art. 24:
§ 3o O administrador judicial substituído será remunerado proporcionalmente ao trabalho realizado, salvo se renunciar sem relevante razão ou for destituído de suas funções por desídia, culpa, dolo ou descumprimento das obrigações fixadas nesta Lei, hipóteses em que não terá direito à remuneração.
§ 4o Também não terá direito a remuneração o administrador que tiver suas contas desaprovadas.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - O Administrado Judicial poderá ser substituído por:
		a) não assinar o termo de compromisso;
		b) não aceitar o cargos;
		c) renunciar motivadamente;
		d) falecer;
		e) for interditado;
		- A substituição do administrador judicial não se caracteriza como sanção, sendo devida a remuneração proporcional
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Destituição do adm. jud. se dará como forma de sanção pelo descumprimento da lei e das obrigações assumidas, perdendo o direito à remuneração.
O administrador possui responsabilidade penal e civil pelo prejuízo que causar à massa falida.
A remuneração do adm jud se caracteriza como crédito extraconcursal, portanto, seu pagamento será feito antes dos crédito concursais – Inovação da Lei 11.101/05 – antes dessa lei a remuneração do síndico de massa falida era considerada crédito concursal, e por força da súmula 219 do STJ tinha natureza trabalhista.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Do Ministério Público
	- Atuação de duas formas distintas:
		a) Como titular da persecução penal, intentando medidas para apuração dos crimes falimentares, bem como responsabilizando os autores das infrações penais;
		b) Como fiscal da lei – custos legis
	- Na falência o MP atua apenas após a decretação da falência do devedor (após i início da fase falimentar).
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Do comitê de credores.
	- Órgão facultativo e de cunho fiscalizatório;
	- Será criado por iniciativa dos credores, durante a Assembléia Geral de Credores e será composto por:
		- 1 representante e 2 suplentes indicados pelos credores trabalhistas;
		 - 1 representante e 2 suplentes indicados pelos credores com direitos reais de garantia ou privilégios especiais;
		 - 1 representante e dois suplentes indicados pelos credores quirografários e privilégios gerais;
		- 1 representante e dois suplentes indicados pelos credores ME e EPP;
	
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Atribuições do Comitê de Credores (artigo 27):
I – na recuperação judicial e na falência: 
a) fiscalizar as atividades e examinar as contas do administrador judicial;
b) zelar pelo bom andamento do processo e pelo cumprimento da lei;
c) comunicar ao juiz, caso detecte violação dos direitos ou prejuízo aos interesses dos credores;
d) apurar e emitir parecer sobre quaisquer reclamações dos interessados;
e) requerer ao juiz a convocação da assembléia-geral de credores;
f) manifestar-se nas hipóteses previstas nesta Lei;
PROCESSO DE FALÊNCIA
 	- O comitê:
	a) será constituído em Assembléia Geral de Credores;
	b) a presidência do comitê será definida entre os seus membros;
	c) as decisões serão tomadas por maioria dos membros, consignadas em ata, e, em caso de impasse, cabe ao administrador judicial a decisão; Se o adm, jud, não puder apreciar, ó impasse será submetido ao Juiz. 
PROCESSO DE FALÊNCIA
 	d) os membros do comitê não terão remuneração, mas se comprovarem despesas, poderão ser ressarcidos pela massa falida.
	- Os membros do comitê respondem penalmente e civilmente por eventuais descumprimento dos deveres legais.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Da Assembléia Geral de Credores.
	- Reunião dos credores do falido;
	- Será convocada pelo Juiz mediante a publicação de edital com antecedência mínima de 15 dias. 
	- Os credores que representem no mínimo 25% dos créditos de uma classe podem requerer ao Juiz a convocação da Assembléia;
PROCESSO DE FALÊNCIA
 	- AAssembléia será presidida pelo Administrador Judicial. Caso haja incompatibilidade, será presidida pelo credor presente na Assembléia com maior crédito.
	- Convocação :
		a) 1ª Convocação – A Assembléia será instalada se estiverem presente mais da metade dos créditos de cada uma das classes de credores ($);
		b) 2ª Convocação – qualquer número de credores;
PROCESSO DE FALÊNCIA
	- O credor pode ser representado por procurador na Assembléia, devendo a procuração ser apresentada ao Adm Jud com 24 horas de antecedência.
	- O sindicato pode representar em Assembléia os credores trabalhistas que não compareceram à Assembléia;
	- Da Assembléia será lavrada ata que deverá ser assinada pelo presidente, pelo devedor e por duas testemunhas.
	- Os credores votarão em assembleia proporcionalmente ao valor do seu crédito
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Matérias a serem deliberada pela Assembléia:
a) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição;
b) a adoção de outras modalidades de realização do ativo, na forma do art. 145 desta Lei;
c) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores
	
PROCESSO DE FALÊNCIA
Atos ineficazes e Atos Revogáveis.
a) Atos ineficazes (artigo 129): São atos de ineficácia objetiva, ou seja, para que seja declarada a ineficácia do ato, o Juiz não verificará a intenção do devedor (não importa se o devedor tinha ou não a intenção de fraudar os credores).
		- Ocorrendo uma das hipóteses do artigo 129 há a decretação de ineficácia do ato independentemente da intenção do devedor.
PROCESSO DE FALÊNCIA
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores:
        I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título;
        II – o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato;
PROCESSO DE FALÊNCIA
        III – a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada;
        IV – a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação da falência;
        V – a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da decretação da falência;
PROCESSO DE FALÊNCIA
        VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos;
        VII – os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior.
PROCESSO DE FALÊNCIA
		- Declara ineficácia do ato = voltar ao status quo ante.
		- A ineficácia do ato poderá ser requerida pelo credor em ação própria ou de forma incidental.
		- O juiz verificando ser o caso de decretar a ineficácia do ato poderá fazer de ofício.
Art. 129, parágrafo único. A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo.
 
PROCESSO DE FALÊNCIA
	b) Atos revogáveis (art. 130) : São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida
		- Ineficácia subjetiva: há a necessidade de apurar a intenção do agente e prova o intuito e o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar, bem como provar o prejuízo à massa falida.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 		- Os atos revogáveis não poderão ser conhecidos pelo Juiz de ofício, devendo ser argüido pelo legitimado por meio de ação revocatória. 
Art. 130. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Ação revocatória: ação autônoma por meio do qual o legitimado vai pleitear a declaração judicial dos atos ineficazes (artigo 129) e dos atos revogáveis (artigo 130).
		- Segundo Fabio Ulhoa Coelho a ação revocatória seria cabível apenas para os atos revogáveis (ineficácia subjetiva - artigo 130), enquanto que para os atos ineficazes (ineficácia objetiva – artigo 129) seria cabível uma ação declaratória inominada.
		
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Contudo, a posição de Fábio Ulhoa Coelho é minoritário, sendo que a maioria dos doutrinadores (Ricardo Negrão; Amador Paes de Almeida) entende ser cabível a ação revocatória para ambos os casos de ineficácia (artigo 129 e 130).
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Legitimidade para ação revocatória: 
		a) Credor;
		b) Administrador Judicial;
		c) Ministério Público.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 		- Prazo para ajuizar ação revocatória: 03 anos contados da decretação da falência.
		- Em caso de procedênci da ação revocatório o terceiro de boa-fé (que não estava conluiado com o intuito fraudulento) terá direito à restituição dos valores pagos.
Art. 136. Reconhecida a ineficácia ou julgada procedente a ação revocatória, as partes retornarão ao estado anterior, e o contratante de boa-fé terá direito à restituição dos bens ou valores entregues ao devedor.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Verificação de crédito: cabe ao devedor apresentar o rol de credores.
		- Contudo se no rol apresentado pelo devedor, algum credor for emitido, ou houver divergência (quantidade/qualidade) do crédito, este credor deverá providenciar a habilitação/apresentação de divergência do seu crédito.
		- A habilitação/ divergência do crédito deve ser apresentada ao Administrador Judicial (procedimento administrativo) no prazo de 15 dias.
PROCESSO DE FALÊNCIA
		- O prazo de 15 dias se inicia com a publicação do edital (publicação de edital com a sentença declaratória da falência com a lista de credores apresentada pelo devedor.
  Art. 7o A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores, podendo contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas.§ 1o Publicado o edital previsto no art. 52, § 1o, ou no parágrafo único do art. 99 desta Lei, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto aos créditos relacionados.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 	- Decorrido o prazo de 15 dias para a habilitação/apresentação de divergência, o administrador judicial dever confirmar as informações prestadas por credores por devedor, e após, no prazo de 45 dias, apresentar nova relação de credores. 
PROCESSO DE FALÊNCIA
Art. 7º,  §2o. O administrador judicial, com base nas informações e documentos colhidos na forma do caput e do § 1o deste artigo, fará publicar edital contendo a relação de credores no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contado do fim do prazo do § 1o deste artigo, devendo indicar o local, o horário e o prazo comum em que as pessoas indicadas no art. 8o desta Lei terão acesso aos documentos que fundamentaram a elaboração dessa relação.
PROCESSO DE FALÊNCIA
	- O MP, o credor e o devedor, poderão apresentar impugnação, no prazo de 10 dias, à nova relação de credores.
	- A impugnação deverá ser apresentada judicialmente,por meio de ação a ser distribuída por dependência ao processo de falência. Ação de rito ordinário.
	- Enquanto não transitado em julgado todas as impugnações ao rol de credores, não poderá ser formado o quadro geral de credores.
PROCESSO DE FALÊNCIA
Habilitação/divergência retardatária: habilitação/ divergência apresentada fora do prazo de 15 dias previsto no artigo 7º, §1º.
Se apresentada antes da homologação do quadro geral de credores (transito em julgado de todas as impugnações apresentadas), a habilitação retardatária deverá ser processada como processo de impugnação.
Se já homologado o quadro geral de credores: ação própria de rito ordinária requerendo a retificação do quadro de credores.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Arrecadação dos bens do falido: 
	- todos os bens, que não absolutamente impenhoráveis, do falido e dos sócios que respondem ilimitadamente serão arrecadados;
	- os bens arrecadados ficarão sob a guarda do administrador judicial;
	- Objetivando trazer recursos financeiros à massa falida, é permitida a locação dos bens arrecadados.
PROCESSO DE FALÊNCIA
Art. 114. O administrador judicial poderá alugar ou celebrar outro contrato referente aos bens da massa falida, com o objetivo de produzir renda para a massa falida, mediante autorização do Comitê.
§ 1º O contrato disposto no caput deste artigo não gera direito de preferência na compra e não pode importar disposição total ou parcial dos bens.
§ 2º O bem objeto da contratação poderá ser alienado a qualquer tempo, independentemente do prazo contratado, rescindindo-se, sem direito a multa, o contrato realizado, salvo se houver anuência do adquirente.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Realização do ativo: após a arrecadação dos bens do falido, inicia-se a fase de alienação dos bens, visando o recebimento de recursos que serão destinados ao pagamentos das dívidas.
	- A ordem de preferência para a alienação dos bens será (artigo 140):
		1ª Alienação da empresa, com a venda dos estabelecimentos em bloco;
PROCESSO DE FALÊNCIA
		2ª Alienação da empresa com a venda de filiais/unidades produtivas (estabelecimentos comerciais individualizados) isoladamente.
		3ª alienação em bloco dos bens que integram cada um dos estabelecimentos comerciais
		4ª alienação individual dos bens.
PROCESSO DE FALÊNCIA
		 - A alienação dos bens pode ser feita antes da formação do Quadro Geral de Credores (transito em julgado das habilitações/impugnações) visando evitar a depreciação dos bens.
		- O adquirente do estabelecimento comercial não sucede o falido na obrigações civeis, tributárias e trabalhistas.
PROCESSO DE FALÊNCIA
	 - A alienação poderá ser efetivada por meio de:
		a) leilão público; os interessados dão lances orais;
		b) proposta fechada; os interessados apresentam as propostas em envelopes lacrados que serão abertos todos juntos no dia, hora, e local designado pelo Juiz.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Pregão: os interessados apresentam propostas em envelopes fechados, e, os habilitados (que apresentarem proposta não inferior a 90% da avaliação) participam da fase de lances orais;
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Ordem de pagamento dos créditos:
		1º Crédito previstos nos artigos 150/151 (restituição);
		2º Créditos extraconcursais – artigo 84;
		3º Créditos previstos no artigo 83 (créditos concursais);
		
	
PROCESSO DE FALÊNCIA
Art. 150. As despesas cujo pagamento antecipado seja indispensável à administração da falência, inclusive na hipótese de continuação provisória das atividades previstas no inciso XI do caput do art. 99 desta Lei, serão pagas pelo administrador judicial com os recursos disponíveis em caixa.
Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa.
PROCESSO DE FALÊNCIA
Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os relativos a:
I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência;
II – quantias fornecidas à massa pelos credores;
III – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência;
PROCESSO DE FALÊNCIA
IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida;
V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Créditos concursais:
Crédito Trabalhista até 150 salários mínimos por credor e Acidente de Trabalho.
	- Créditos decorrentes de acidente de trabalho não tem limitação.
	- Aquilo que exceder a 150 s.m. , o excesso será considerado quirografário.
	- O crédito trabalhista cedido será considerado quirografário
PROCESSO DE FALÊNCIA
b) Crédito com Garantia Real até o Limite do Valor do Bem Gravado.
	 - Se o valor do bem dado em garantia for inferior ao valor da dívida, o excedente será considerado como crédito quirografário
c) Crédito Tributário, excetuadas as multas tributárias
PROCESSO DE FALÊNCIA
d) Crédito com Privilégio Especial (art. 964, CC).
Art. 964. Têm privilégio especial:
I - sobre a coisa arrecadada e liquidada, o credor de custas e despesas judiciais feitas com a arrecadação e liquidação;
II - sobre a coisa salvada, o credor por despesas de salvamento;
III - sobre a coisa beneficiada, o credor por benfeitorias necessárias ou úteis;
PROCESSO DE FALÊNCIA
IV - sobre os prédios rústicos ou urbanos, fábricas, oficinas, ou quaisquer outras construções, o credor de materiais, dinheiro, ou serviços para a sua edificação, reconstrução, ou melhoramento;
V - sobre os frutos agrícolas, o credor por sementes, instrumentos e serviços à cultura, ou à colheita;
VI - sobre as alfaias e utensílios de uso doméstico, nos prédios rústicos ou urbanos, o credor de aluguéis, quanto às prestações do ano corrente e do anterior;
PROCESSO DE FALÊNCIA
VII - sobre os exemplares da obra existente na massa do editor, o autor dela, ou seus legítimos representantes, pelo crédito fundado contra aquele no contrato da edição;
VIII - sobre o produto da colheita, para a qual houver concorrido com o seu trabalho, e precipuamente a quaisquer outros créditos, ainda que reais, o trabalhador agrícola, quanto à dívida dos seus salários.
IX - sobre os produtos do abate, o credor por animais.
PROCESSO DE FALÊNCIA
e) Crédito com privilégio geral (Art. 965, do CC).
Art. 965. Goza de privilégio geral, na ordem seguinte, sobre os bens do devedor:
I - o crédito por despesa de seu funeral, feito segundo a condição do morto e o costume do lugar;
II - o crédito por custas judiciais, ou por despesas com a arrecadação e liquidação da massa;
PROCESSO DE FALÊNCIA
 III - o crédito por despesas com o luto do cônjuge sobrevivo e dos filhos do devedor falecido, se foram moderadas;
IV - o crédito por despesas com a doença de que faleceu o devedor, no semestre anterior à sua morte;
V - o crédito pelos gastos necessários à mantença do devedor falecido e sua família, no trimestre anterior ao falecimento;
PROCESSO DE FALÊNCIA
VI - o crédito pelos impostos devidos à Fazenda Pública, no ano corrente e no anterior;
VII - o crédito pelos salários dos empregados do serviço doméstico do devedor, nos seus derradeiros seis meses de vida;
VIII - os demais créditos de privilégio geral.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 f) Créditos quirografários: categoria residual. Todos os créditos que não se enquadram nas demais categorias serão considerados quirografários.
g) Multa: multas contratuais, processuais, penais, tributárias;
h) Créditossubordinados: valores devidos à sócios e administradores do falido que não sejam decorrentes de vínculo empregatício; 
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Do encerramento do processo de falência: Efetuado o levantamento do ativo, sua avaliação, realização (alienação) e pagamento dos credores, passaremos para a fase de encerramento do processo falimentar e extinção das obrigações do falido.
PROCESSO DE FALÊNCIA
Tramite do encerramento da falência:
1 – Após a realização do ativo e pagamento dos credores, o Administrador Judicial tem o prazo de 30 dias para prestação de contas;
2- O Juiz determina a publicação de edital informando que o administrador judicial apresentou suas contas;
3- Da publicação os interessados terão prazo de 10 dias para impugnar as contas do administrador judicial.
4- O MP será intimado para no prazo de 5 dias se manifestar sobre as contas do Adm. Judicial.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 		5 - Após apresentação de impugnações e manifestação do MP o juiz proferirá sentença apreciando as contas do Administrador Judicial.
		6 – Dessa sentença cabe apelação.
		7 – Após transito em julgado da aprovação das contas do Administrador Judicial, este apresentará no prazo de 10 dias relatório final da falência, indicando o valor do ativo e o produto de sua alienação, o valor do passivo e os pagamentos efetuados. Nesse relatório o A.J. informará as obrigações do falido ainda pendentes.
PROCESSO DE FALÊNCIA
		8 – Após apresentação do relatório final, o Juiz proferirá sentença declara o encerramento do processo de falência – encerramento da fase falimentar (2ª fase).
		9 – Dessa sentença cabe apelação.
PROCESSO DE FALÊNCIA
Nem sempre com o encerramento processo falimentar o resultado auferido será suficiente para satisfação dos créditos de todos os credores
 - Pode acontecer de restar saldo devedor em aberto, hipótese que autoriza o credor requerer certidão do juízo da falência, contendo o valor do seu crédito, origem, pagamento efetuado e saldo a receber. Essa certidão permitirá a execução do devedor, pois, constitui título executivo judicial.
PROCESSO DE FALÊNCIA
O prazo prescricional das obrigações do falido que foi suspenso quando da sentença que decretou a falência, retoma sua contagem a partir do trânsito em julgado da sentença de encerramento da falência. Art. 157. O prazo prescricional relativo às obrigações do falido recomeça a correr a partir do dia em que transitar em julgado a sentença do encerramento da falência.
Art. 157. O prazo prescricional relativo às obrigações do falido recomeça a correr a partir do dia em que transitar em julgado a sentença do encerramento da falência.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - As obrigações do falido somente serão extintas ocorrendo uma das hipóteses do art. 158 da LRE que diz:
		a) O pagamento de todos os créditos;
		b)O pagamento, depois de realizado todo o ativos de mais de 50% dos crédito quirografários;
		c) O decurso de mais de 5 anos contados do encerramento da falência, se o falido não foi condenado a crime falimentar;
		d) O decurso de mais de 10 anos contados do encerramento da falência, se o falido não foi condenado a crime falimentar;
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Ocorrida uma das hipóteses do artigo 158, pode o falido requerer que o Juízo declare por sentença a extinção de suas obrigações – 3ª fase – Fase de Reabilitação do falido.
Art. 159. Configurada qualquer das hipóteses do art. 158 desta Lei, o falido poderá requerer ao juízo da falência que suas obrigações sejam declaradas extintas por sentença.
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - O pedido do falido requerendo a declaração de extinção de suas obrigações será processado em apartado (incidente) e terá o seguinte tramite:
		a) O juiz publicará edital dando publicidade ao pedido;
		b) Os credores poderão se opor ao pedido no prazo de 30 dias a conta da publicação do edital;
		c) O Juiz proferirá sentença da qual cabe apelação;
		d) Transitada em julgado a sentença que deferiu a extinção das obrigações do falido, todas as pessoas e entidades que foram informadas da decretação da falência será informadas da extinção das obrigações
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - Se o pedido de extinção das obrigações ocorrer antes do encerramento da falência, o juiz poderá na mesma sentença declarar o encerramento da falência e a extinção das obrigações.
- Depois de reconhecidas a extinção das obrigações da sociedade de responsabilidade ilimitada falida, poderão os sócio requerer também que seja decretada a extinção de suas obrigações
PROCESSO DE FALÊNCIA
 - A recuperação judicial foi um instituto criado pela lei 11.101/05, em substituição ao instituto da concordata, previsto na antiga Lei.
- A concordata apresentava alguns problemas:
1) Somente estavam sujeitos à concordata os créditos quirografários;
2) Na concordata somente poder ocorrer o parcelamento ou o perdão parcial da dívida, não sendo possível outras maneiras para a recuperar a atividade empresarial;
3) Não há participação dos credores;
Recuperação Judicial
- Vantagens da Recuperação Judicial:
1) Engloba dívidas do devedor de várias natureza;
2) O credor participa efetivamente do processo de Recuperação;
3) O devedor possui várias opções em busca da recuperação da atividade empresarial – as opções estão previstas no artigo 50 da lei 11.101/05, e o rol não é taxativo: 
Recuperação Judicial
Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros: I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas; II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente; III – alteração do controle societário; IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus órgãos administrativos; V – concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de poder de veto em relação às matérias que o plano especificar; VI – aumento de capital social; VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos próprios empregados; VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva; IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de garantia própria ou de terceiro; X – constituição de sociedade de credores; XI – venda parcial dos bens; XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica; XIII – usufruto da empresa; XIV – administração compartilhada; XV – emissão de valores mobiliários; XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos créditos, os ativos do devedor.
Recuperação Judicial
Finalidade da Recuperação Judicial: preservação da atividade empresarial, buscando a: a manutenção de empregos; manutenção da fonte produtora; a manutenção do pagamento dos tributos; a expectativa de recebimento do credor.
Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.
Recuperação Judicial
Requisitos para o deferimento da recuperação judicial:
Somente o DEVEDOR pode pedir recuperação judicial. O credor não pode pedir a recuperação judicial do devedor;
A RJ poderá ser requerida também pelo sucessor da empresa em caso de falecimento do empresário individual -  
Art. 47, §1º - A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente.
Recuperação Judicialb) O devedor tem que ser empresário (sociedade empresário ou empresário individual) e não estar no rol de excluídos;
c) O devedor deve estar exercendo regularmente suas atividades há mais de 02 anos – regular = registrado na Junta Comercial; SOCIEDADE EM COMUM NÃO PODE REQUERER RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
d) o Devedor não pode ser falido; ou se já foi falido tem que ter suas obrigações declaradas extintas.
Recuperação Judicial
 e) não ter sido ao devedor concedida recuperação judicial nos últimos 5 anos;
g) não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por crime falimentar;
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Créditos sujeitos à Recuperação Judicial: todos os créditos existentes na data do pedido de RJ, ainda que não vencidos;
	a) Há créditos que não estão sujeitos à Recuperação Judicial:
i) Débitos assumidos após o pedido de Recuperação Judiciária;
ii) Créditos tributários; 
iii) Créditos decorrentes de propriedade fiduciária (alienação fiduciária); arrendamento mercantil;
 
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iv) Créditos decorrentes de compra e venda com reserva de domínio; 
v) Créditos decorrentes de compra e venda de imóvel com cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade;
vi) Adiantamento de contrato de câmbio para exportação;
b) Portanto, estão sujeitos à RJ os seguintes créditos:
i) Crédito trabalhista e decorrente de acidente de trabalho;
ii) Créditos com garantia real;
iii) Crédito com privilégio especial;
iv) Crédito com privilégio geral;
v) Créditos quirografários;
Obs.: crédito tributários não estão sujeitos.
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1- Petição inicial: o processo de recuperação judicial começa com uma petição inicial. O art. 51 traz os requisitos da P.I. que devem ser observados. O empresário que vai pedir a recuperação judicial tem que expor as causas concretas da crise. Entretanto, não adiante apenas expor, deve comprovar. A comprovação da crise deve ser feita com os demonstrativos contábeis dos últimos três exercícios sociais. Além disso, deve apresentar uma relação de credores.
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2 – Despacho de Processamento: apresentada a PI, ela vai para o juiz, o qual terá que dar um despacho. Esse despacho é denominado de Despacho de Processamento. Quando o juiz dá esse despacho, ele está autorizando o processamento da recuperação judicial.
		- Haverá nomeação do administrador judicial.  
		- O despacho de processamento provocará a suspensão de todas as ações/execuções contra o devedor que pediu a recuperação judicial pelo prazo de 180 dias.
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- Exceções: não haverá suspensão nos seguintes casos:
		a) Execuções de natureza fiscal. As execuções de natureza fiscal não são suspensas.
		Art. 6º, §7º:As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional e da legislação ordinária específica.
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		b) Ações trabalhistas: continuam tramitando porque o juízo da recuperação judicial não poderá julgar a ação trabalhista. A ação de conhecimento trabalhista não será suspensa. Todavia, no momento da execução do crédito trabalhista é que haverá a suspensão. Enquanto o juiz não encontrar o valor do crédito trabalhista a ação continuará. A suspensão apenas se dará no momento da execução.
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3 – Edital: o despacho de processamento será publicado em edital. O edital terá os termos do despacho e a relação de credores (aqueles credores que foram relacionados na PI).
4 - Plano de Recuperação: 
Prazo (art. 53 da lei): 60 dias, contados da publicação da decisão que deferiu o processamento. Trata-se de prazo é IMPRORROGÁVEL.
	Caso não seja observado o prazo, a RJ será convolada em falência.
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	 - Conteúdo do plano:
		a) Primeiramente, deve-se colocar quais são os meios de recuperação que poderá usar. O rol é exemplificativo;
		b) Demonstração da viabilidade econômica: deve demonstrar que a empresa tem condições de ser economicamente viável.
		c) Apresentar laudo econômico-financeiro: esse laudo é para avaliação dos bens do devedor. É uma forma de convencer o credor a dar uma chance para aquele empresário ou sociedade empresária;
		
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d) Existe uma limitação de conteúdo em relação ao prazo de pagamento do crédito trabalhista (art. 54): 
		- Os crédito trabalhistas vencidos nos últimos três meses antes da R.J., até o limite de 5 salários mínimos por trabalhador deverão ser pagos em até 30 dias.
		- O pagamento do restante deverá ocorrer em até 01 ano.
Recuperação Judicial
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 5 – Comunicado: depois de apresentado o plano, será feito um comunicado aos credores, para que eles possam se manifestar a respeito do plano apresentado.
6 – Habilitação de Crédito: Prazo: o prazo para habilitação do crédito é de 15 dias contados do edital (art. 7°, §1°).
	A habilitação deve ser encaminhada para o administrador judicial; O administrador terá que fazer uma nova relação de credores (art. 7°, §2°) em até 45 dias;
Se o credor não concordar com o plano de recuperação judicial ele pode apresentar objeção
 
 - O prazo para a apresentação de objeção é de 30 dias a contar da publicação da nova lista de credores apresentada pelo Adm. Judicial
	- Se na data da publicação da nova lista de credores pelo Adm. Judicial não tiver ocorrido ainda a publicação do comunicado, o prazo de 30 dias correrá do publicação do comunicado;
	- Inexistindo objeção o plano será aprovado.
	- Caso haja objeção, o Juiz convocará assembléia de credores para deliberar acerca da rejeição/aprovação do plano.
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 - Caso o PRJ seja rejeitado pela AGC, será decretada a falência do devedor;
Composição da Assembléia:
1ª Classe: credores trabalhista e decorrentes de acidente do trabalho;
2ª Classe: credores com garantia real;
3ª Classe: demais créditos;
4ª Classe: titulares de crédito que se constituem como ME ou EPP
- O PRJ somente será aprovado se houver aprovação nas quatro classes de credores;
Recuperação Judicial
 - Para a aprovação do PRJ na primeira e quarta classe, há a necessidade de aprovação pela maioria dos credores presentes;
Para a aprovação do PRJ na segunda e terceira classe existem dois quóruns:
Voto por cabeça: maioria dos credores presentes;
Voto por crédito: maioria do crédito presente;
- Para ser aprovado nestas classes, o PRJ deve ser aprovado levando em consideração os dois critérios. 
Recuperação Judicial
 - Cram Down – Possibilidade do Juízo aprovar o PRJ que foi rejeitado pela AGC. Ocorrerá se:
	a) voto favorável de mais da metade do crédito (independentemente da classe);
	b) aprovação do PRJ em ao menos duas classes; ou caso tenha apenas duas classes votantes, de pelo menos uma classe;
	c) nas classes em que o PRJ foi rejeitado , ter ocorrido a aprovação do plano por ao menos 1/3.
Recuperação Judicial
 - Se aprovado o PRJ o juiz proferirá decisão concessiva de RJ, a qual acarreta na novação das dívidas sujeitas ao PRJ.
Da decisão cabe recurso de Agravo de Instrumento.
Após a decisão de concessão da RJ o devedor deverá iniciar o cumprimento do PRJ.
Recuperação Judicial
 - RJ Especial: Procedimento de RJ nos casos em que a devedora estiver enquadrada como ME ou EPP.
Cabe à devedora optar pela RJ comum ou pela Especial.
Na RJ Especial, o devedor:
Poderá propor o parcelamento dos débito em até 36 meses, e o abatimento da dívida;
Poderá propor o início de pagamento no prazo de 180 dias;
Será objeto da RJ Especial todos os crédito englobado na RJ normal.
Recuperação Judicial Especial
 - Na RJ Especial não haverá convocação dos credores para deliberar sobre o plano em assembléia, cabendo ao juiz aprová-lo se não houver objeção dos credores de mais da metade de qualquer uma das classes;
Recuperação Judicial Especial

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