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DIREITO EMPRESARIAL FALÊNCIA - Noções Históricas · Decreto Lei n.º 7.661/45 O referido decreto tinha como objetivo proteger o crédito dos credores e criar mecanismos para recuperar determinada sociedade empresária · Lei de Falência – 11.101/05 – Art. 192/LF Esta Lei revogou o decreto supramencionado. Ela tem como objetivo manter o crédito dos credores e tentar recuperar sociedade empresária, judicial e extrajudicialmente. Os processos anteriores à vigência desta Lei continuaram a serem regulados pelo decreto 7.661/45. Art. 192. Esta Lei não se aplica aos processos de falência ou de concordata ajuizados anteriormente ao início de sua vigência, que serão concluídos nos termos do Decreto-Lei no 7.661, de 21 de junho de 1945 A EMPRESA EM CRISE - Econômica · Crise econômica ocorre com a retração, ou seja, com a diminuição considerável dos negócios desenvolvidos pela sociedade empresária (queda na produção, queda nas vendas). Ex: construtora que entregava 50 casas mensalmente e passa a entregar 15 (diminuição considerável). A crise econômica pode se apresentar das 3 formas seguintes: - Generalizada: Significa que é uma crise que atingiu todas as sociedades empresárias existentes no país. Crise que atingiu todas as áreas. - Apenas alguns seguimentos: Pode ocorrer de a crise atingir somente o agronegócio, indústria alimentícia, têxtil, setor da educação. - Apenas uma sociedade empresária “x”: Como por exemplo, a crise atingiu somente a rede de supermercados Pão de Açúcar. Solução de mercado · Quais caminhos os empresários devem percorrer para salvar a empresa? Verificar a economia do país, analisar se o bem fornecido é de qualidade, a atividade é tecnologicamente avançada, se o produto é competitivo no mercado, se possui uma equipe de marketing no produto oferecido, se cumpre os prazos de entrega - Financeira · Ocorre quando a sociedade empresaria não tem dinheiro em caixa para honrar seus compromissos. É também chamada de crise de liquidez. A crise financeira não ocorre (geralmente) em conjunto com a crise econômica. Ex: vendas da sociedade econômica aumenta, mas devido ao prazo de pagamento usualmente utilizado no mercado (90 dias) não há dinheiro em caixa para pagamento dos funcionários/fornecedores. Como se exterioriza, juridicamente, uma crise financeira? Se exterioriza através da impontualidade (atraso no pagamento dos empregados, impostos, sem dinheiro para adquirir matéria prima) Solução de Mercado · Desconto de duplicata, operações bancárias - Patrimonial · É a insolvência, isto é, a insuficiência de bens no ativo para satisfazer o passivo. O sujeito deve mais do que tem. Ex: empresa deve 1 milhão mas tem um patrimônio de 300 mil. Solução de Mercado · Recuperação judicial ou extrajudicial. É por meio deste instituto que a empresa poderá prolongar os prazos de pagamentos, redução de taxas de juros INSTAURAÇÃO DA FALÊNCIA - Patrimônio do devedor · É a garantia do credor. Se o devedor não tem patrimônio suficiente, os credores correrão riscos. - Execução comum: regra da individualidade (art. 797, CPC). · Cada credor irá, segundo seus interesses, promover a execução do devedor Art. 797. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o concurso universal, realiza-se a execução no interesse do exequente que adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os bens penhorados. Parágrafo único. Recaindo mais de uma penhora sobre o mesmo bem, cada exequente conservará o seu título de preferência. Execução 1: credor A Execução 2: credor B Sociedade empresária devedora (possui patrimônio) Execução 3: credor C Explicação: cada credor citado acima tem um crédito a receber da sociedade empresária (que possui patrimônio). Deve 1 milhão e tem 5 milhões em caixa. Desta feita, cada credor, de forma individual, executará a sociedade empresária. -Insolvência (ausência de bens): regra da individualidade? No exemplo abaixo, a regra da individualidade não será aplicada, porquanto a execução não beneficiará a todos os credores. Diante da ausência de patrimônio, a regra de individualidade é injusta. - Execução Concursal: Execução 1: credor A Execução 2: credor B Socie. devedora – insolvente (ñ possui patrimônio) Execução 3: credor C Explicação: credor A (categoria dos trabalhadores). B (categoria dos possuidores dos títulos de crédito. C (Estado). Todos os credores terão a mesma oportunidade de receberem seus créditos, desde que da mesma categoria. Nesta classificação, em primeiro lugar está os trabalhadores (dentro desta categoria todos terão a mesma oportunidade) e assim por diante. No caso de insolvência da sociedade empresaria, a regra do 797 do CPC, torna-se injusta, pois permitiria que apenas um, ou poucos credores, recebessem os seus créditos. Portanto, neste caso, devemos seguir a regra do concurso universal - Princípio do “par condictiocreditorum”: · Significa o tratamento igualitário em relação a todos os credores de uma mesma categoria, ou seja, significa permitir que todos os credores da mesma categoria devem ter as mesmas oportunidades no recebimento dos seus créditos - Conceito de falência · Falência é a execução concursal do devedor empresário, um regime diferenciado de execução - Conceito de Direito falimentar · Refere-se ao conjunto de regras jurídicas pertinentes a execução concursal do devedor empresário Pressupostos da Falência a) Devedor empresário b) Insolvência c) Sentença declaratória de falência - Devedor empresário · Art. 1 º Lei de Falência - O devedor que está sujeito a lei de falência é somente o devedor empresário e a sociedade empresaria · Art. 966 CC - Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. · Profissional liberal - Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa, logo, se não é empresário, não se aplica a lei de falência · Aquele que exerce atividade rural - Depende, somente se requerer a inscrição no registro público de empresas Todo exercente de atividade econômica empresarial encontra-se sujeito a lei de falência? · Nem todo aquele que exerce atividade econômica empresarial está sujeito a lei de falência, pois temos exceções no artigo 2º da lei de falência Art. 2º Esta Lei não se aplica a: I – empresa pública e sociedade de economia mista; (totalmente excluídas do regime de falência) II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. (parcialmente excluídas do regime de falência. Não de aplica a lei 10.101 mas existe outras leis que trata de cada uma delas) - Insolvência · Impontualidade injustificada art. 94, I da Lei de Falência - Impontualidade injustificada: O sujeito não cumpre com os compromissos e não justifica porque não cumpriu. Vencimento de dívida e não pagou e não justificou. · Se o devedor justificar a impontualidade o juiz não decretará a falência conforme o art. 96 da LF Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulosexecutivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; - Obrigação líquida: É aquela materializada em titulo executivo (judicial ou extrajudicial) · Toda obrigação liquida é passível de processo de falência? Não, não pode cobrar do devedor no processo de falência as obrigações gratuitas (contrato de doação, comodato que é a obrigação liquida e não entrará na falência) - Como provar a impontualidade de um titulo extrajudicial art. 94, §3º da LF · Através do protesto,juntamente com a juntada do título (na data do pedido de falência deve haver o titulo em mãos) · É possível que os credores se reúnam em litisconsórcio ativo a fim de perfazer o limite mínimo de 40 salários mínimos (art. 94, §1º LF) · Incorrer em execução frustrada - A frustração de execução se caracteriza com a inexistência de pagamento, depósito ou nomeação de bens da penhora por parte do empresário quando ele é executado por um credor. - Não há limite mínimo, tampouco a necessidade de protesto para o processo de falência - Como provar a impontualidade de titulo JUDICIAL? Art. 94, §4º LF · Basta a certidão expedida pelo juízo da execução demonstrando o não cumprimento · Atos de falência - São atitudes suspeitas do devedor empresário que demonstram sua insolvência. Tudo indica que praticando determinado ato está passando por uma situação de insolvência. a) Liquidação precipitada - Ocorre quando o devedor empresário começa a realizar negócios de forma irresponsável, principalmente venda na busca de fraudar o credor, esvaziar o patrimônio (bens essenciais a continuidade da atividade econômica) b) Negocio simulado - Transferir bens simulando um contrato de compra e venda, por exemplo, com um laranja c) Alienação irregular de estabelecimento - Pode ocorrer existindo nos casos de consentimento dos credores ou a existência de bens para saldar a divida d) Simulação de transferência de estabelecimento e) Garantia real - Será considerado ato de falência se a garantia for oferecida em momento posterior a realização do negócio. - Não será considerado um ato de falência quando a garantia real for oferecida concomitantemente ao momento do negócio f) Abandono de estabelecimento - Nem sempre será considerado ato de falência. Será considerado ato de falência se ele não deixou procurador e bens para pagamento g) Descumprimento do plano de recuperação judicial - Condições apresentada pelo devedor para se recuperar, como taxas de juros, que obrigará o devedor a cumprir todos os requisitos do plano · Sentença declaratória - É a sentença por meio da qual o juiz decreta a falência PROCESSO FALIMENTAR · 1ª etapa: Pré Falencial · 2ª etapa: Falencial · 3ª etapa: Reabilitação 1ª Etapa: Pré-falencial: Tem início com a petição inicial de um credor. Vai demonstrar os pressupostos. O juiz, verificando que está correta a inicial, vai declarar uma sentença declaratória de falência. Essa sentença está já no início do processo de falência. 2ª Etapa: Falencial Tem início após a sentença declaratória de falência. Vai ocorrer a verificação do ativo e do passivo. Verificar o quanto deve, para quem deve (o devedor provavelmente será afastado de suas atividades e quem assumirá é o administrador judicial) 3ª Etapa: Reabilitação Vai ocorrer a extinção das obrigações do devedor empresário. Vai verificar se houve crime falimentar. Decidir se vai poder voltar a exercer a atividade ou não, entre outros Obs: Nos casos de omissão na lei de falência, busca-se aplicação subsidiária no Código de Processo Civil - A competência para julgar o processo de falência está previsto no art. 3º da lei de falência, sendo o foro do principal estabelecimento. Prevalece o entendimento de que o principal estabelecimento é aquele que está concentrado o maior volume de negócios da empresa do ponto de vista econômico e não aquele necessariamente caracterizado como a sede da empresa (caso haja um estabelecimento nos Estados Unidos e uma filial no Brasil, o foro será o local em que se encontra a filial) Juízo Universal - O juízo da falência é quem vai cuidar de todos os interesses tanto do devedor empresário quanto dos credores. Art. 76 - O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas nesta Lei em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo. Parágrafo único. Todas as ações, inclusive as excetuadas no caput deste artigo, terão prosseguimento com o administrador judicial, que deverá ser intimado para representar a massa falida, sob pena de nulidade do processo. Administração da falência · Juiz: Aquele que irá presidir o processo de falência, é quem vai dirigir a administração da falência, que vai guiar/orientar as ações do administrador judicial. “Art. 113. Os bens perecíveis, deterioráveis, sujeitos à considerável desvalorização ou que sejam de conservação arriscada ou dispendiosa, poderão ser vendidos antecipadamente, após a arrecadação e a avaliação, mediante autorização judicial, ouvidos o Comitê e o falido no prazo de 48 horas.” - Cabe ao juiz também, a contratação de auxiliares técnicos do administrador judicial, estipulando, ainda, o salário desses técnicos - É função do juiz aprovar a prestação de contas do administrador judicial · Representante do Ministério Público - Atua como fiscal da lei podendo intervir em várias fases do processo de falência. Tem legitimidade ativa para propor a chamada ação revocatória (tem por objetivo revogar todos os atos praticados pelo devedor falido com a finalidade de fraudar credores); fiscaliza os atos do administrador judicial e pode, inclusive, requerer a substituição dele; entre outras funções. · Órgãos da falência - Administrador judicial: Tem como função administrar todo o processo de falência no sentido de auxiliar o juiz Art. 154. Concluída a realização de todo o ativo, e distribuído o produto entre os credores, o administrador judicial apresentará suas contas ao juiz no prazo de 30 dias. - O juiz é o responsável por escolher o administrador, realizando tal escolha no momento da sentença que decreta a falência Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada. O administrador possui função indelegável, mas pode contratar auxiliares - Assim que nomeado, o administrador judicial deve comparecer na sede do juízo e assinar o termo de compromisso, no prazo de 48 horas. Principais atribuições do administrador · Verificação de créditos - É função do administrador verificar a lista apresentada de credores pelo executado (se há mais credores, se deve mais). · Relatório inicial - Deverá apurar quais circunstancias levaram o devedor ao processo de falência, se entende se houve pratica de crime falimentar, sendo que possui 40 dias prorrogável por mais 40 para apresentar o relatório. · Contas mensais - É função do administrador judicial prestar contas mensalmente ao juiz. Ele tem até o 10º dia de cada mês para prestar contas referentes ao mês anterior (conta demonstrativa da administração, que especifique com clareza a receita e a despesa) É função do juiz aprovar ou não as contas apresentadas pelo administrador judicial · Correspondência - A partir do momento em que o juiz decreta a falência, ocorre uma suspensão do direito constitucional de sigilo de correspondência do devedor empresário. Isso significa que a partir do momento em que o juiz decretou a falência, quem terá acesso às correspondências do devedor empresário, é o administrador judicial (inclusive email etc). - Cabe ao administrador judicial receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele o que não for assunto de interesse da massa. · Relatório final da falência - Deve constar no relatório final, no prazo de 10 dias contados do julgamento das contas do administrador, se houve ou não a prática de crime falimentar e se o processo vai prosseguir para apurar as responsabilidades civis/penais do devedor empresário. - Assembléia de credores Quem preside? O administrador judicial preside a assembleia de credores. Funções: aprovar a constituição do comitê de credores e eleger os seus membros, adotar modalidades extraordinárias de realização do ativo, deliberar sobre todos os assuntos de interesses dos credores - Comitê de credores É composto por um representante de cada categoria de credores Principal função:fiscalizar o administrador judicial, zelar pelo bom andamento do processo e levar as reclamações dos credores interessados até o juiz (art. 27 lei de falência) Efeitos da Falência · Restrições ao credito de propriedade - A partir do momento que decreta a falência, só perde o direito de dispor de seus bens (direito de alienar seus bens), mas não que perderá seus bens · Restrições ao direito de ir e vir - Será proibido de viajar, por exemplo. Requisitos para poder viajar: 1 - Justo motivo 2 - Fazer comunicação expressa ao juiz 3 - Deixar procurador com amplos poderes em seu lugar · Suspensão do direito constitucional de sigilo de correspondência; - O devedor não terá mais acesso às suas correspondências (suspensão, não perderá o direito absolutamente). · Suspensão do livre exercício de profissão - O devedor falido só poderá retornar à atividade empresarial, após a fase de reabilitação (3ª fase). Não passando por essa fase, ele não poderá retornar à atividade empresarial. · Dever de colaborar - O devedor tem a obrigação de colaborar no processo de falência. Auxiliando o administrador judicial, fornecendo documentos e informações. Tudo o que o administrador judicial requerer, sob pena de responder pelo crime de Desobediência. ARRECADAÇÃO DE BENS - Conceito: é o ato judicial de constrição de bens do patrimônio do devedor falido (espécie de penhora), não interessando o valor da dívida, todo o patrimônio será arrecadado. - Bens a serem arrecadados · Todos os bens que estiverem na posse do devedor falido · Todos os bens de propriedade do devedor falido que estiverem na posse de terceiros (não cabe ao administrador verificar se o bem que está na posse de terceiro é do falido ou não) - Guarda e conservação de bens · Compete ao administrador judicial guardar e conservar os bens, podendo ainda, escolher um terceiro para realizar a guarda, inclusive o próprio devedor falido (o administrador judicial promoverá a arrecadação). As despesas com a conservação serão pagas pela massa falida · Havendo risco de deterioração dos bens, o administrador judicial pode decidir vender antecipadamente os bens com autorização do juiz Autorização para continuação Na própria sentença declaratória de falência o juiz irá permitir ou não se o falido exercerá sua atividade comercial, temporariamente ou não. Além disso, o juiz pode decidir fechar por completo o estabelecimento Pedido de restituição - Arrecadação Trata-se do pedido formulado ao juiz pugnando para que se devolva o bem arrecadado para o verdadeiro dono · Bens na posse do falido · Bens do falido na posse de terceiro Existindo a coisa, pedirá a devolução da própria. Não havendo mais possibilidade de devolver a própria coisa, há o direito de restituição em dinheiro Vantagem do pedido de restituição: Não necessita de habilitação como credor, tornando um procedimento célere Assim que o juiz receber o pedido de restituição (que será autuado em apartado) intimar-se-á o devedor empresário, o comitê de credores e o administrador judicial para que, se desejar, apresentem suas contestações no prazo de 05 dias. Apresentada a contestação, o juiz, se achar necessário, designará audiência de instrução. Caso contrario, será decidido através de uma sentença recorrida por apelação. Se o juiz deferir o pedido de restituição, determinará a devolução do bem no prazo de 48 horas após o transito em julgado. Recebimento do bem antes do transito em julgado? É possível, desde que haja a prestação de caução Indisponibilidade de bens: h) A partir do momento em que é feito o pedido de restituição, o bem tornar-se-á indisponível, ou seja, não poderá ser determinada a venda nos autos do processo de falência enquanto perdurar a pendência - Restituição da coisa vendida à crédito (art. 85 Lei de falência) Art. 85, caput: a restituição será a coisa (se ainda houver) ou restituição em dinheiro (caso a coisa tenha sido vendida) § único: venda a credito com 15 dias antes do pedido de falência, cabendo a devolução da coisa. Se o devedor vendeu a coisa, não caberá mais a indenização por dinheiro Quando a mercadoria é vendida a prazo e a entrega da mercadoria ocorreu nos 15 últimos dias anteriores ao pedido de falência caberá o pedido de restituição da coisa. Tratando-se de entrega de mercadoria vendida a prazo, se o devedor empresário já revendeu a mercadoria, o credor não terá direito à restituição em dinheiro. O credor deverá se habilitar nos autos do processo de falência, juntando-se aos demais - Recebido o pedido de restituição i) O juiz mandará intimar as partes para que querendo apresentem contestação no prazo de 05 dias (devedor falido, comitê de credores, credores e o administrador judicial) - Apresentação de contestação j) O juiz designará audiência de instrução se achar necessário (o pedido de restituição será por meio de sentença com recurso de apelação) - Sentença k) Se o pedido de restituição for julgado procedente, o juiz mandará devolver o bem ao proprietário no prazo de 48 horas, após o transito em julgado - Recebimento do bem antes do transito em julgado l) Pode ocorrer, no entanto, o proprietário deverá prestar caução - Indisponibilidade de bens m) A partir do momento em que é feito um pedido de restituição, o bem torna-se indisponível, ou seja, não pode ser alienado enquanto for resolvido No caso de compra e venda a credito, cabe o pedido de restituição da coisa, desde que a mercadoria tenha sido entregue em um dos 15 dias anteriores ao pedido de falência. Se a coisa já foi alienado não caberá o pedido de restituição, devendo o proprietário se habilitar em um processo de falência para restituir a coisa Atos ineficazes do devedor falido - Termo legal Conceito: É uma referencia temporal para abranger os atos praticados pelo devedor falido que serão investigados, portanto, o termo legal é o período considerado suspeito (período em que há fraudes). Atos ineficazes: São os atos praticados pelo devedor empresário que não farão efeitos com relação a massa falida O termo legal será alegado na própria sentença que decreta a falência, ficando o prazo a depender do motivo da falência Ineficácia Objetiva - Quando o devedor empresário praticar qualquer ato previsto no art. 129 da lei de falência, será declarada sua ineficácia objetiva (a intenção de causar dano é irrelevante, sendo a fraude presumida) - Pode ser declarada de oficio ou por provocação das partes Subjetiva - Será declarada a ineficácia subjetiva quando o devedor empresário praticar ato em conluio fraudulento (com a intenção de causar dano e fraudar), causando efetivo prejuízo aos credores - Somente poderá ser declarada mediante ação revocatória O juiz determinará o termo legal na própria sentença, art. 129, II, lei de falência (termo legal é de no máximo 90 dias) Hipóteses n) Impontualidade injustificada art. 94, I o) Execução frustrada art. 94, II - O juiz, na própria sentença fixará o termo legal em até 90 dias antes do 1º protesto. (1º protesto – 90 dias antes é o termo legal) · Atos de falência art. 94, III · Autofalência - O juiz, na própria sentença fixará o termo legal em até 90 dias antes do pedido de falência (pedido de falência – 90 dias antes é o termo legal) · Convolação em falência: quando o próprio juiz decreta a falência do devedor empresário descumpre o plano de recuperação judicial ou extrajudicial - O juiz, na própria sentença fixará o termo legal em até 90 dias antes do pedido de recuperação judicial (pedido de recuperação judicial – 90 dias antes é o termo legal)
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