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�Caderno de Estudos Disciplina de Judô I – Elaborado por Prof. Esp. Edson Leonel Rocha HISTÓRICO E PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS DO JUDÔ O judô é um esporte e doutrina criados pelo Mestre Jigoro Kano. Com a revolução de costumes que abalou o Japão a partir de 1868, dedicou-se ele a viver o Ju-Jutsu partindo de escolas e de antigos mestres. Lançou, então, um método próprio, e que chamou JUDÔ, eliminando os golpes mais traumáticos (socos, pontapés), porque a finalidade já não era formar guerreiros, mas cidadãos pacíficos, ao contrário do Ju-Jutsu. O Judô esportivo atual resultou da incrementação das competições (shiai) que visavam apenas a verificar o avanço técnico. Hoje existem campeonatos continentais e mundiais e o Judô tornou-se Olímpico oficialmente, a partir de 1972, o seu maior núcleo de ensino é o instituto KODOKAN em Tokyo, fundado pelo mestre Jigoro Kano em 1882. O treinamento de Judô não visa somente o desenvolvimento técnico, mas principalmente a formação moral, espiritual e educação dos praticantes. Esta preparação, que em hipótese alguma deve se divorciar da preparação técnica é aquela que torna o judoka apto a enfrentar com garra, tenacidade e bom senso todos os tipos de competição, dentro e fora do tatami, de forma honesta e sempre leal. Isto fica bem caracterizado nas palavras do professor Kano e sua definição sobre o propósito do ensinamento do Judô: Judô é o caminho para a mais eficiente utilização das forças física e moral. Pelo seu treinamento em ataques e defesa, educa-se o corpo e o espírito e torna a essência espiritual do Judô uma parte de seu próprio ser. “Desta forma será capaz de aperfeiçoar a si próprio e contribuir com algo para valorizar o mundo”. Esta é a meta final do ensinamento do Judô. Isto é que realça a verdadeira beleza e reveste de valor o Judô como educação. Infelizmente esta formação moral, que deve ser intrínseca no treinamento do judoka, não tomou parte do progresso da revolução, mas pelo contrário, ficou retraída, em alguns casos até mesmo esquecidos. A partir do princípio citado pelo mestre Jigoro Kano, para o ensinamento do Judô: SEIRYOKU ZENYO máxima eficiência com o mínimo esforço e JITA KYOEI prosperidade mútua, podemos sentir algo mais profundo do que a simples arte de ataque e defesa que envolve o treinamento de Judô. Maneira pela qual, penetramos na verdadeira razão de ser do Judô, na sua essência, que são os ensinamentos filosóficos. O Judô como um todo e em cada uma de suas partes, é filosofia. E transmitir isto, àqueles que desejam trilhar o seu caminho, é dever dos mais experientes e especialmente daqueles que assumem a missão de mestre. Assim não é correto pensar no Judô como uma simples arma de autodefesa ou puramente como um esporte e ganhar competições, mas também como uma FORMA DE VIVER. É natural que ao paramos para meditar, acabamos comparando cada ato dentro do tatami, no treinamento de Judô, com um procedimento de nossa vida. O praticante de Judô não deve, portanto, ser apenas o competidor, o bom esportista, mas necessita absorver o conteúdo filosófico do Judô e utilizá-lo na prática para atingir a condição de um verdadeiro judoka. Deve entender que seguir o CAMINHO DA SUAVIDADE é aprender a aceitar com naturalidade os fatores que facilitam e dificultam nossas vidas, assim como são as bases do Judô: CEDER PARA VENCER. É aprender a respeitar seus semelhantes com o mesmo respeito e sinceridade com que faz a educação Rei (Cumprimentar). É aprender a ser humilde, com a mesma humildade com que executa ukemi, caindo para se levantar. É aprender a ser perseverante, com a mesma perseverança com que faz utikomi para aperfeiçoar sua técnica. É aprender a ser justo em seu pensamento, como a precisão necessária que deve ter seu corpo para aproveitar o momento exato de kuzushi do oponente. É aprender a ser firme, como a firmeza de sua técnica, para assumir a responsabilidade que lhe couber. É aprender a ser leal e honesto, com a mesma lealdade e honestidade encontrada quando iniciou seus passos ao aprendizado de Judô, pelos ensinamentos dos mestres e companheiros. Todo judoka introduzido no seu íntimo os completos ensinamentos do Judô, tem a sua forma de viver diferente, seja pela auto confiança que transpira em sua alma, seja pelo respeito que dispensa às pessoas, seja pela certeza de estar num mundo melhor. Este adestramento do judoka, que não é apenas físico e técnico, mas que transcede às palavras e atos materiais, faz com que ele como esportista lute pelo seu intento, mas é capaz de aceitar com naturalidade, que a vitória e a derrota são unicamente conseqüência de suas reais condições. Pois não fosse assim, estaria em desacordo com princípios da suavidade. Esta base filosófica faz com que o Judô se caracterize como um verdadeiro esporte muito disciplinado e admirado, no qual o confronto corpo a corpo conduz ao melhor entendimento entre as pessoas, atingindo assim seus objetivos de sociabilização, de educação e de cultura física, para o bem estar do homem. FILOSOFIA E ESPÍRITO DO JUDÕ SEIRYOKU ZENYO máxima eficiência com o mínimo esforço JITA KYOEI prosperidade mútua Conhecer-se é dominar-se, dominar-se é triunfar. Quem teme perder já está vencido. Somente aproxima da perfeição, quem procura com sabedoria, constância e, sobretudo humildade. Quando verificares com tristeza, que não sabes nada terá feito teu primeiro progresso no aprendizado. Nunca te orgulhes de haver vencido a um adversário; o que venceste hoje poderá derrotá-lo amanhã. A única vitória que perdura é a que se conquista sobre a própria ignorância. O judoca é o que possui inteligência para compreender aquilo que lhe ensinam: paciência, para ensinar o que aprendeu a seus semelhantes, e fé, para acreditar naquilo que não compreende. O judoca não se aperfeiçoa para lutar, luta para se aperfeiçoar. Saber cada dia um pouco mais e usá-lo todos os dias para o bem, esse é o caminho dos verdadeiros judocas. Praticar o Judô é ensinar a inteligência e pensar com velocidade e exatidão, bem como o corpo a obedecer com justeza. O corpo é uma arma cuja eficiência depende de precisão com que se usa a inteligência. EDUCATIVOS DE QUEDAS NO JUDÔ UKEMI (Técnicas de amortecimento de quedas) Yoko ukemi _ amortecimento de quedas laterais Ushiro-ukemi _ amortecimento de quedas de costas Mae-ukemi _ amortecimento de quedas frontais Zempó-kaiten-Ukemi _ rolamento para frente Koho-kaitem ou Ushiro-kaiten-Ukemi _ rolamento de costas ou para trás FASES PARA REALIZAÇÃO DAS TECNICAS DE PROJEÇÃO NO JUDÔ Kuzushi _desequilíbrio Tsukuri _preparação Kake _execução Zanshim_finalização KEIKO OU RENSHÚ (treinamento) Tipos Utikomi-renshu _entrada de golpes Kata (Kihon-renshu) treinamento de base Handori (jiyu-renshu) _treino livre Kan-gueiko _treinamento de inverno Shotyu-gaiko _treinamento de verão Yakuscku-gueko _treinamento combinado Shiai-gueko _treinamento de disputas Renraku-henka-waza _técnicas em seqüência; combinação de tecnicas Kaeshi-waza _contra ataque Shiai _competição GRADUAÇÕES NO JUDÔ Dan-gai (graduações inferiores à faixa preta) Ikyu – faixa marrom Ni-kyu – faixa roxa San-kyu – faixa verde Yon-kyu – faixa laranja Go-kyu – faixa amarela Lo-kyu – faixa azul Mu-kyu – faixa branca Kyudan - Yudan-she (graduações superiores, faixa preta acima) Shodan – 1º dan Nidan – 2º dan Sandan – 3º dan Yondan - 4º dan Godan – 5º dan Lokudan – 6º dan Shitidan – 7º dan Hatidan – 8º dan Kyudan – 9º dan Judan – 10º dan SHISSEI (posturas) Za-i _ posição sentado Sei-za _posição ajoelhado Kyoshi _apenas uma perna ajoelhada Tyokuritsu _posição sentido Aitsu-i _posição em pé Shizentai _posição natural Shizen-hontai _posição natural fundamental Migui-shizentai _posição natural direita Hidari-shizentai _posição natural esquerda Jigo-tai_posição de defesa Jigo-hontai _posição de defesa fundamental Migui-jigotai _posição de defesa direita Hidari-jigotai _posição de defesa esquerda SHIN-TAI (Deslocamentos) Ayumi-ashi _passo normal Tsugui-ashi _passo sobre passo Suri-ashi _passo normal arrastado KUMI-KATA (Pegadas) Migui-kumi _pegada da direita Hidari-kumi _pegada de esquerda TAI-SABAKI (Movimento do corpo com giros) Mae-sabaki _movimento para frente Yoko-sabaki _movimento para o lado Mawari-sabai _movimento em volta Ushiro-sabaki _movimento para trás PONTUAÇÕES NAS COMPETIÇÕES DE JUDÔ Ipon _pontuação completa Waza-ari _meio ponto Yuko _quase waza-ari Koka _quase yuko PUNIÇÕES Hansoku-make _desclassificação Keikoku _punição grave Chui _punição moderada Shido _punição leve COMO VENCER NAS LUTAS DE JUDÔ Fusengati _WO Sogo-gati _vitória por combinação Kiken-gati _vitória por desistência Hansoku-gati _vitória por desclassificação TERMOS USADOS PARA COMANDAR UMA LUTA DE JUDÔ Hajime _iniciar ou reiniciar o combate Soremade _termino; fim de combate. Mate _parar; esperar. Sonomama _parem como estão; não se mova. Yoshi _recomeçar quando em sonomama Ossae-komi _imobilizado; indica inicio da pontuação na luta no solo. Toketa _imobilização desfeita; indica fim da contagem dos pontos na imobilização. CONTAGEM DE PONTOS NO SOLO Ipon _quando a imobilização supera a 25 segundos ou numa finalização através de estrangulamento e/ou chave de braço com desistência de um dos competidores. Waza-ari _quando a imobilização dura de 20 à 24 segundos. Yuko _quando a imobilização dura de 15 à 19 segundos. Koka _quando a imobilização dura de 10 à 14 segundos. SIGNIFICADOS DE ALGUMAS PALAVRAS USADAS NO JUDÔ Shihan – Mestre Sen-sei – Professor Sempai – Aluno mais antigo Kôhai – Aluno mais novo Dó-hai – colega Seito – Aluno Kiai - grito Onegai-shimasu – por favor Tatami – acolchoado Judo-gui – kimono para o judô Obi – faixa Zubom – calça Eri – gola Kami – acima, superior. Dojo – local da prática do judô Nintai – Perseverança Doryocu – Esforço, empenho. � Tai - corpo Dó - tronco Ashi – pés e pernas Waki – axila Koshi – quadris Hiza - joelho Sodê _manga Omote _frente Ura _atrás Sankaku _triângulo Juji _cruzado Tori _quem executa Uke _quem recebe Morote _duas mãos Hapó-no-kuzushi _desequilíbrio aos oito lados Shiai-jo _área de competição
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