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O aumento no consumo do Crack no Brasil

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INSTITUTO LUTERANO DE ENSINO SUPERIOR – ILES/ULBRA
Discente: Raíssa Rodrigues de Medeiros 
O consumo do crack e seus malefícios físicos, mentais e sociais
	A sociedade enfrenta um problema cada vez maior em relação às drogas, todas trazem consequências devastadoras, porém, o crack é considerado a pior de todas elas devido ao fácil acesso e o poder de viciar a maioria dos indivíduos a partir do primeiro uso.
	O crack é produzido através da pasta da cocaína e leva esse nome por causa do barulho de estalo que emite durante a sua fabricação. O baixo custo é um fator relevante para explicar o porquê de ter havido um crescimento no consumo desta em populações de baixa renda, estima-se que uma pedra custe em torno de 5,00 a 10,00 reais.
	O consumo desta droga se tornou um problema de saúde pública e, além disso trouxe consigo o aumento da criminalidade, altos custos com tratamento ambulatorial e hospitalar, pois ela traz sérios problemas físicos e mentais, mas não bastasse tudo isso ela afeta seriamente a vida familiar e social.
	A efeito desta substância pode ser experimentado rapidamente pelo usuário, cerca de 10 a 15 segundos, ela é 6 vezes mais potente do que a cocaína e a sensação dura somente alguns minutos (5 a 10). No entanto a rápida euforia produzida e a intensa sensação de prazer após o uso, faz com que o indivíduo cometa pequenos furtos, se prostitua e até mate para poder comprar a substância novamente, isto é ocasionado pelo craving/fissura, o que faz o viciado dificilmente conseguir se abster desta substância psicoativa.
	O usuário de crack demonstra várias mudanças em sua aparência física e em seu comportamento, dentre elas estão a perda do apetite, fraqueza, desnutrição, cansaço aparente, estima-se que o indivíduo possa perder até 10 quilos em apenas um mês de uso contínuo da droga, além disso, pode ter insônia quando está sob o efeito da substância e sonolência quando o efeito passa, a higiene pessoal se torna escassa porque o usuário passa longos períodos fora de casa somente para comprar e consumir a droga.
	O viciado em crack apresenta diversos sinais físicos devido ao uso da substância, dentre eles estão as queimaduras e bolhas no rosto, lábios, mãos e dedos, podem ter diarreia, vômitos, olhos avermelhados, pupilas dilatadas, contrações musculares involuntárias e problemas nos dentes e gengivas. 
	O comportamento do indivíduo se torna antissocial ele deixa de frequentar trabalho e escola, conviver com amigos e família, passa a mentir e sentir dificuldades de estabelecer qualquer tipo de relação afetiva. Além disso, o usuário pode ter sensações de perseguição, alucinações, crises de ansiedade, paranoias, ataques de pânico, praticar furtos em sua própria casa, preferir ficar isolado e tudo isso ocasiona conflitos familiares.
		Vários motivos podem levar alguém a ser tornar um usuário de crack, além de outros tipos de droga como situações de violência e luto por familiares e amigos, depressão, problemas em família e até mesmo a curiosidade em descobrir os efeitos da droga. 
	As consequências devastadoras ocasionadas pelo consumo do crack, têm levado muitos viciados a buscar ajuda nos Centros de Assistência Psicossocial (CAPS). Houve uma predominância de indivíduos masculinos, adultos jovens, com média escolaridade, sem emprego fixo, mas com uma renda per capita preestabelecida. Na maioria dos casos eram pessoas solteiras, que não conviviam com o companheiro, morando em domicílios com 2 a 4 pessoas e grande parte deles não moravam com seus filhos.
	Os Centros de Atenção possuem seu atendimento interligado ao SUS (Sistema Único de Saúde), o qual garante os Centros de Atenção como referência. Os CAPS se dispõem a oferecer atendimento especializado próximo a moradia dos usuários.
	Quando uma pessoa se torna dependente química isto não se liga somente ao uso compulsivo de substâncias psicoativas, mas a dependência dela é tanto física quanto psicológica. Por esse motivo, o tratamento de um viciado deve ser feito por médicos e psicólogos especializados para que seja o mais eficiente possível, tratando aspectos físicos, comportamentais e emocionais. 
	O psicólogo é extremamente relevante no tratamento de um usuário de drogas, pois ele irá contribuir com a reinserção deste indivíduo no convívio social, ajudando o mesmo a compreender os conflitos e as emoções que o levaram ao uso da substância, isso leva em conta três aspectos principais: o ambiente em que ele vive e as características do vício, como as drogas são usadas e a frequência do consumo.
	Durante as sessões de terapia e testes psicológicos, o profissional procurará identificar os conflitos enfrentados pelo usuário, assim cuidará de cada pessoa de maneira particular, respeitando a subjetividade e procurando entender o que o leva à dependência química.
	Enfim, é possível entender o grave problema que a sociedade enfrenta devido ao crescimento do consumo do crack e outras substâncias psicoativas como o crescimento da criminalidade, os conflitos familiares, indivíduos com problemas psicológicos, a desestruturação das famílias, entre outros. O SUS, os CAPS, assistentes sociais e psicólogos têm fundamental importância na reparação destes danos, porém, devido ao poder viciante desta substância o essencial seria a prevenção não só por meio de políticas públicas, mas principalmente dentro de casa, tendo em vista que é a família é o alicerce principal para que o indivíduo tenha uma saúde física, mental e emocional plena, evitando assim buscar o consumo destas drogas.
REFERÊNCIAS
ARAUJO, R., PANSARD, M., BOEIRA, B., ROCHA, N. As Estratégias de Coping para o Manejo da Fissura de Dependentes de Crack. Revista HCPA, Local de publicação (editar no plugin de tradução o arquivo da citação ABNT), 30, abr. 2010. Disponível em: <http://seer.ufrg.br/hcpa/article/view/11572/7509>. Acesso em: 30 de outubro de 2016
DEPENDÊNCIA QÍMICA: a praga do milênio. Disponível em: 
<Http://www.pragadomilenio.com/p/crack-sinais-do-dependente.html> Acesso em 31 de outubro de 2016.
HORTA, Rogério Lessa et al. Perfil dos usuários de crack que buscam atendimento em Centros de Atenção Psicossocial. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 27, n.11,
Nov.2011.Disponível em:
<Http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s01023
11X2011001100019&lng=e&nrm=iso> Acesso em 31 de outubro de 2016.
CEMAP: Qual o papel do psicólogo no tratamento de indivíduos viciados em drogas? Disponível em: < http://cemapbh.com.br/papel-psicologo-tratamento-de-viciados-em-drogas/> Acesso em 31 de outubro de 2016.

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