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REVISÃO FINAL DE LITERATURA 2016 APOSTILA

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DISCIPLINA: LITERATURA E LÍNGUA PORTUGUESA 
PROFESSOR: ALEXANDRE SANTOS 
E MAIL: alexandresantos1952@globomail.com 
ASSUNTO: REVISÃO 
TURMA: TERCEIROS ANOS 
 
 
 
01 – Leia: 
 
 
 
A metáfora é uma figura de linguagem que se caracteriza por conter uma comparação implícita. 
O cartum de Sizenando constrói uma metáfora, que pode ser observada na comparação entre: 
a) o sentimento de desilusão e a floresta. 
b) a propaganda dos bancos e os artistas. 
c) a ironia do cartunista e a fala do personagem 
d) o artista desiludido e o personagem cabisbaixo. 
e) o personagem desiludido e as atividades bancárias. 
 
 
Observe e leia: 
 
 
02 – Considerando-se os elementos verbais e visuais da tirinha, é correto afirmar que o que contribui de modo 
mais decisivo para o efeito de humor é 
a) a ingenuidade dos personagens em acreditarem na existência de poderes sobrenaturais. 
b) o contraste entre os personagens que representam diferentes classes sociais. 
c) o duplo sentido do substantivo “super-herói”, no contexto do 1º quadrinho. 
d) a tentativa fracassada do personagem ao fazer um discurso panfletário. 
e) a quebra de expectativa produzida, no último quadrinho, pelo termo “invisibilidade” 
 
03 – Observe e leia: 
 
 
 
Observando a charge dentro do Contexto da Independência do Brasil, podemos deduzir que 
a) a Inglaterra não teve mais influências sobre o Brasil. 
b) o povo teve participação ativa no processo de independência. 
c) a situação da maioria do povo brasileiro não mudou em nada. 
d) o novo produto inglês tinha chegado ao Brasil. 
e) a maioria dos brasileiros mudou de vida com a independência. 
 
Observe e leia: 
 
 
 
04 - O efeito humorístico do texto: 
a) concentra-se nas especificidades de pronúncia das personagens. 
b) constrói-se a partir da exploração de dois dos significados do verbo “tocar”. 
c) compõe-se a partir do significado que se atribui ao verbo “entender” , nas áreas rurais do Brasil. 
d) deriva do fato de Rosinha dominar, melhor do que Chico Bento, a língua portuguesa. 
e) constrói-se a partir da ridicularização do falar e da cultura do homem do campo. 
 
Analise a charge a seguir: 
 
 
 
05 – É correto afirmar que a charge visa a 
a) apoiar a atitude dos alunos e propor a liberação geral da frequência às aulas. 
b) enaltecer a escola brasileira e homenagear o trabalho docente. 
c) indicar a deflagração de uma greve e incentivar a adesão a ela. 
d) recriminar os alunos e declarar apoio à política educacional. 
e) criticar a situação atual do ensino e denunciar a evasão escolar. 
 
06 – Observe: 
 
 
 
Os índios possuíam suas crenças, não conheciam nada sobre Jesus Cristo, muito menos, sobre as doutrinas da 
Igreja Católica sobre o pecado ou arrependimento. Os jesuítas utilizaram para catequizá-los um tipo de teatro 
conhecido como 
a) catequizador. 
b) educacional. 
c) pedagógico. 
d) jesuítico. 
e) clássico. 
 
07 – Observe: 
 
 
 
A figura acima representa um gênero musical em que os músicos narram episódios cotidianos ou históricos, 
improvisando sua música em versos encadeados, à maneira de textos recitados e, por isso, é denominado de 
a) Ciranda 
b) Maracatu 
c) Xaxado 
d) Repente 
e) Cordel 
 
Observe: 
 
 
 
08 – “Forma Sonata” não se refere à estrutura de uma obra completa, mas a um tipo especial de forma ou plano 
musical usado para compor um único movimento de uma obra. No que se refere à forma sonata, pode se dizer 
que 
A) é constituída pela forma binária, com apenas duas seções. 
B) é constituída pelo primeiro movimento, segundo movimento, terceiro movimento e quarto movimento; 
C) é constituída de três seções principais chamadas exposição, desenvolvimento e recapitulação. 
D) é constituída por melodias líricas, modulações com dissonâncias; 
E) é constituída pela forma ternária com movimentos lentos. 
 
09 – Leia 
 
ODEIO RODEIO 
Chico César 
 
Odeio rodeio e sinto um certo nojo 
Quando um sertanejo começa a tocar 
Eu sei que é preconceito, mas ninguém é perfeito 
Me deixem desabafar 
A calça apertada, a loura suada, aquele poeirão 
A dupla cantando e um louco gritando "segura peão" 
Me tira a calma, me fere a alma, me corta o coração 
Se é luxo ou é lixo, quem sabe é bicho que sofre o esporão 
É bom pro mercado de disco e de gado, laranja e trator 
Mas quem corta a cana não pega na grana, não vê nem a cor 
Respeito Barretos, Franca, Rio Preto e todo o interior 
Mas não sou texano, a ninguém engano, não me engane, amor 
 Disponível em: http://letras.mus.br/ chico-cesa r/ 268764/ (Adaptado) Acesso em 14/9/2012. 
 
Na estrofe da música de Chico César, o verso “É bom pro mercado de disco e de gado, laranja e trator. Mas quem 
corta a cana não pega na grana, não vê nem a cor” em relação à temática da letra, o compositor expressa uma 
crítica: 
a) ao fato de o cortador de cana não poder ouvir a música sertaneja. 
b) à realidade do mercado do agronegócio, que se concentra em poucas atividades. 
c) ao fato de o sertanejo não ter outra opção de trabalho a não ser a de corte de cana. 
d) ao fato de a música sertaneja favorecer comercialmente o mercado e excluir o sertanejo. 
e) à realidade musical brasileira que se concentra numa temática urbana em detrimento da rural. 
 
10 – Leia: 
 
GABRIEL, O PENSADOR “A MÚSICA É O BARULHO QUE PENSA.” VICTOR HUGO 
Por Luis Carlos 
 
As letras das músicas de Gabriel, O Pensador, são importantes recursos didáticos para os educadores e 
instrumento de reflexão para todos os amantes de músicas com conteúdos de pensamentos críticos, pois 
abordam várias questões emblemáticas da sociedade brasileira, como a miséria, o racismo, a violência, a 
corrupção, política, saúde pública, educação e outros problemas sociológicos. 
Desde os bancos da Faculdade de Comunicação Social que Gabriel vem criticando alguns comportamentos da 
juventude como o Retrato de um Pleyboy e Loraburra. Politicamente criticou Fernando Color com a letra Tô 
Felix (Matei o presidente) – música censurada pelo Ministro da Justiça. Em Lavagem Cerebral nos proporciona 
a reflexão critica sobre o racismo; em Sem Saúde aprecia a situação caótica dessa questão; em Estudo Errado 
considera a Educação e a relação de ensino-aprendizagem; em o Resto do Mundo, 175 Nada Especial, Dança 
do Desempregado, Pão de Cada dia, dentre outras, aborda problemas sociais. 
Disponível em: http://opovonalutafazhistoria.blogspot.com.br/2011/07/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html 
(Adaptado) Acesso em 14/9/2012 
 
A partir da leitura do texto “GABRIEL, O PENSADOR “A MÚSICA É O BARULHO QUE PENSA.”, depreende-se 
que o estilo musical de Gabriel, o Pensador tem o objetivo de favorecer à 
a) distração 
b) crítica social 
c) educação escolar 
d) diminuição da pobreza 
e) música do próprio autor. 
 
11 – Leia os fragmentos a seguir: 
 
FRAGMENTO I 
E dali avistamos homens que andavam pela praia, uns sete ou oito, segundo disseram os navios pequenos que 
chegaram primeiro [...]. A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, 
bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixar de encobrir suas 
vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência. Ambos traziam o beiço de baixo 
furado e metido nele um osso verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de 
algodão, agudo na ponta como um furador. [...] 
E andavam lá outros, quartejados de cores, a saber metade deles da sua própria cor, e metade de tintura preta, 
um tanto azulada; e outros quartejados d’escaques. [...] 
CAMINHA, Pero Vaz de. Carta a El Rei D. Manuel. Disponível em: http://www.culturabrasil.org/zip/carta.pdf. 
 
FRAGMENTO II 
O SINAL DO PAJÉ 
– Na nossa época, Curumim – falou o velho pajé como se tivesse lido seu pensamento–, não tínhamos muito 
tempo para brincar, não. Vivíamos constantes tensões. Era um tempo de guerra contra outras gentes do lado 
oposto do rio. Era também uma época em que os homens brancos estavam chegando em nossas aldeias. [...] 
- Vocês tinham medo do quê? – quis saber o menino. 
– Naquela ocasião, não sabíamos direito do que tínhamos medo, mas o fato é que aquelas pessoas que estavam 
vindo para cá encontrar-se conosco eram muito estranhas, muito feias, muito selvagens. Seus olhos eram 
diferentes, seus rostos sujos de pelos nos causavam medo. Seus rostos não nos permitiam ver sua pele; não 
sobrava nada onde se pudesse fazer uma pintura de boas-vindas. Então, não ficávamos seguros sobre o que eles 
realmente queriam. 
MUNDUKURU, Daniel.O sinal do pajé. São Paulo: Editora Peirópolis, 2003. 
 
Comparando os fragmentos dos textos acima, pode-se afirmar que eles: 
a) justificam o processo de colonização da visão dos povos indígenas. 
b) revelam que a visão do colonizador é semelhante à do colonizado. 
c) mostram, respectivamente, a visão do colonizador e do colonizado. 
d) demonstram que o colonizado possui uma visão racional/objetiva do mundo. 
e) apresentam pontos de vista convergentes sobre o processo de colonização do Brasil. 
 
12 – Leia o texto “Nova canção do exílio”, presente em A rosa do povo, de Carlos Drummond de Andrade: 
 
Nova canção do exílio 
Um sabiá na palmeira, longe. 
Estas aves cantam um outro canto. 
O céu cintila sobre flores úmidas. 
 
Vozes na mata, e o maior amor. 
Só, na noite, seria feliz: 
um sabiá, na palmeira longe. 
Onde tudo é belo e fantástico, 
só, na noite, seria feliz. 
 
(Um sabiá, na palmeira longe.) 
Ainda um grito de vida 
e voltar para onde é tudo belo e fantástico: 
a palmeira, o sabiá, o longe. 
 
A leitura do poema, permite ao leitor afirmar que 
a) o texto, ao valer-se do discurso paródico, revela característica assumida pela linguagem modernista. 
b) o texto, por seu ufanismo nacionalista, é expressão do Modernismo brasileiro da década de 20. 
c) o texto, por sua intensa musicalidade, aproxima-se de proposta contida na poética simbolista. 
d) o texto, ao apresentar uma concepção mística da vida, insere-se no âmbito da poética modernista. 
e) o texto, por seu sentimentalismo exacerbado, aproxima-se de proposta contida na poética parnasiana. 
 
13 – Leia os dois poemas a seguir: 
 
VILA RICA 
 
O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobre;/ Sangram, em laivos de ouro, as minas, que ambição/ Na torturada 
entranha abriu da terra nobre:/ E cada cicatriz brilha como um brasão./ O ângelus plange ao longe em doloroso 
dobre,/ O último ouro de sol morre na cerração./ E, austero, amortalhando a urbe gloriosa e pobre,/ O crepúsculo 
cai como uma extrema-unção./ Agora, para além do cerro, o céu parece/ Feito de um ouro ancião, que o tempo 
enegreceu.../ A neblina, roçando o chão, cicia, em prece,/ Como uma procissão espectral que se move.../ Dobra o 
sino... Soluça um verso de Dirceu.../ Sobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove. 
(BILAC, O. Poesias. São Paulo: Ed. Martim Claret, 2002.) 
 
CANCIONEIRO DA INCONFIDÊNCIA (EXCERTO CANTO XXXI) 
 
 Por aqui passava um homem/ – e como o povo se ria!/ – que reformava este mundo de cima da montaria./ Tinha 
um machinho rosilho./ Tinha um machinho castanho./ Dizia: Não se conhece país tamanho!/ Do Caeté a Vila Rica, 
tudo ouro e cobre!/ O que é nosso, vão levando.../ E o povo aqui sempre pobre!/ Por aqui passava um homem/ – e 
como o povo se ria!/ – que não passava de Alferes de cavalaria!/ Quando eu voltar – afirmava – /outro haverá que 
comande./ Tudo isto vai levar volta,/ e eu serei grande!‟/ Faremos a mesma coisa/ que fez a América Inglesa!/ E 
bradava:/ "Há de ser nossa tanta riqueza!/ Por aqui passava um homem/ – e como o povo se ria!/ – Liberdade 
ainda que tarde/ nos prometia. 
(MEIRELES, C. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar S.A., 1987.) 
 
Da leitura dos textos, pode-se depreender que 
a) caracterizam-se como exemplos da literatura de engajamento social e histórico. 
b) pertencem à estética árcade, identificada pelo tema da exploração das Minas Gerais pela metrópole 
portuguesa. 
c) sua preocupação com o meio físico sobrepõe-se ao compromisso com o humano. 
d) privilegiam o individualismo, voltando-se para os mundos interiores. 
e) negam a intertextualidade, buscando para sua literatura caráter singular e original. 
 
14 – O trecho abaixo é parte do último capítulo de Dom Casmurro, de Machado de Assis: 
 
O resto é saber se a Capitu da Praia da Glória já estava dentro da de Mata-cavalos, ou se esta foi mudada 
naquela por efeito de algum caso incidente. Jesus, filho de Sirach, se soubesse dos meus primeiros ciúmes, dir-
me-ia, como no seu cap. IX, vers. I: “Não tenhas ciúmes de tua mulher para que ela não se meta a enganar-te 
com a malícia que aprender de ti”. Mas eu creio que não, e tu concordarás comigo; se te lembras bem da Capitu 
menina, hás de reconhecer que uma estava dentro da outra, como a fruta dentro da casca. 
 
Invocando aqui a memória e o testemunho do leitor de sua história, o narrador arremata a narrativa: 
a) lembrando que os ciúmes de Bentinho por Capitu poderiam perfeitamente ser injustificáveis. 
b) concluindo que a única explicação para a traição de Capitu é a força caprichosa de circunstâncias acidentais. 
c) citando uma passagem da Bíblia, à luz da qual acaba admitindo a possibilidade da inocência de Capitu. 
d) pretendendo que a personalidade de Capitu tenha se desenvolvido de modo a cumprir uma natural inclinação. 
e) se mostra reticente quanto à convicção de que fora traído, sugerindo que continuará ponderando os fatos. 
 
15 – Leia: 
 
Sua história tem pouca coisa de notável. Fora Leonardo algibebe em Lisboa, sua pátria; aborrecera-se porém do 
negócio, e viera ao Brasil. aqui chegando, não se sabe por proteção de quem, alcançou o emprego de que o 
vemos empossado, o que exercia, como dissemos, desde tempos remotos. Mas viera com ele no mesmo navio, 
não sei fazer o quê, uma certa Maria de hortaliça, quitandeira das praças de Lisboa, saloia rechonchuda e 
bonitona. O Leonardo, fazendo-se-lhe justiça, não era nesse tempo de sua mocidade mal apessoado, e sobretudo 
era maganão. Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que passava 
distraído junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria, como se já 
esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de disfarce um tremando 
beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma declaração em forma, segundo os usos da terra: levaram o 
resto do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela e beliscão, com a diferença d 
serem desta vez um pouco mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois amantes tão extremosos e familiares, 
que pareciam sê-lo de muitos anos. 
(Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias) 
 
No excerto, as personagens manifestam uma característica que também estará presente na 
personagem Macunaíma. Essa característica é a: 
a) disposição permanentemente alegre e bem-humorada. 
b) discrepância entre a condição social humilde e a complexidade psicológica. 
c) busca da satisfação imediata dos desejos. 
d) mistura das raças formadoras da identidade nacional brasileira. 
e) oposição entre o físico harmonioso e o comportamento agressivo. 
 
16 – Leia: 
 
Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos. Meu pai logo que teve aragem dos 
quinze contos sobressaltou-se deveras; achou que o caso excedia as raias de um capricho juvenil. 
— Dessa vez, disse ele, vais para Europa, vais cursar uma Universidade, provavelmente Coimbra, quero-te 
homem sério e não arruador e não gatuno. 
E como eu fizesse um gesto de espanto: 
— Gatuno, sim senhor, não é outra coisa umfilho que me faz isso. 
Machado de Assis – Memórias póstumas de Brás Cubas 
 
De acordo com essa passagem da obra, pode-se antecipar a visão que Machado de Assis tinha sobre as pessoas 
e sobre a sociedade. A esse respeito, pode se dizer que 
a) o amor é fruto de interesse e compõe o pilar das instituições hipócritas. 
b) o amor, se sincero, supera todas as barreiras, inclusive as financeiras. 
c) o caráter autoritarista moldava as relações familiares, principalmente entre pai e filho. 
d) os pais tinham medo de que a marginalidade envolvesse os jovens daquela época. 
e) o amor era glorificado e apontado como o único caminho para redimir as pessoas. 
 
17 – Leia: 
 
Motivados pelas teorias científicas e filosóficas da época, os escritores realistas desejavam retratar o homem e a 
sociedade em sua totalidade. Não bastava mostrar a face sonhadora e idealizada da vida como fizeram os 
românticos. Era preciso mostrar o cotidiano massacrante, o amor adúltero, a falsidade e o egoísmo humano, a 
impotência do homem comum diante dos poderosos. 
(CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Analia Cochar. Literatura brasileira. São Paulo: Atual, 2000. p. 
244 – Texto adaptado.). 
 
A respeito da literatura realista, assinale-se que 
a) apresenta descrições e adjetivações subjetivas, no intuito de representar a realidade como ela é. 
b) a mulher é idealizada, sendo representada como um anjo de pureza e perfeição. 
c) a linguagem culta e direta é bastante utilizada, semelhante ao estilo metafórico do Romantismo. 
d) o herói é problemático, revelando-se portador de fraquezas e incertezas. 
e) o casamento é apresentado como uma instituição falida, em que prevalecem os sentimentos. 
 
18 – Leia: 
 
Aluísio Azevedo foi o maior representante do naturalismo na literatura brasileira. Foi com o livro “O Mulato” que o 
autor apresentou as primeiras marcas do movimento literário ao público, assim como as críticas à escravidão. 
Seguiu a linha naturalista também na obra “O Cortiço”. O autor maranhense ainda atuou como jornalista e 
caricaturista, devido ao talento para o desenho. (...) 
Como representante do naturalismo, o autor utiliza expressões animalescas para descrever os personagens e 
suas atitudes. Aluísio fazia uma análise da sociedade sem moralismos. Era comum encontrar em suas obras 
críticas à sociedade brasileira e ao preconceito racial. 
As casas de pensão, onde moravam muitas pessoas humildes, foram retratadas por Aluísio em uma de suas 
obras mais aclamadas, “O Cortiço”. Além da exploração dos portugueses e o preconceito racial, temas constantes 
do autor.” 
(disponível em http://educacao.globo.com/literatura/assunto/autores/aluisio-azevedo.html/ acessado em 
09.09.2016 – adaptado) 
 
Por força das teses deterministas que abraça em sua ficção, Aluísio Azevedo: 
a) subordina as marcas subjetivas de suas personagens às influências diretas do meio e da raça a que 
pertencem. 
b) revela-se um autor otimista quanto à possibilidade de os miseráveis reverterem historicamente sua situação. 
c) acredita que a cultura popular, por ser mais espontânea e criativa, superará os modelos da cultura letrada. 
d) faz com que as personagens triunfantes sejam aquelas cujas virtudes morais se imponham sobre o poder 
econômico. 
e) é um autor pessimista, pois está convicto de que os bons instintos naturais são abafados na vida aristocrática. 
 
19 – Leia o poema: 
 
A Rosa de Hiroxima 
 
Pensem nas crianças 
Mudas telepáticas 
Pensem nas meninas 
Cegas inexatas 
Pensem nas mulheres 
Rotas alteradas 
Pensem nas feridas 
Como rosas cálidas 
Mas oh não se esqueçam 
Da rosa da rosa 
Da rosa de Hiroxima 
A rosa hereditária 
A rosa radioativa 
Estúpida e inválida 
A rosa com cirrose 
A antirrosa atômica 
Sem cor sem perfume 
Sem rosa sem nada. 
Moraes, Vinicius de. Antologia poética. 
 
Neste poema, 
a) a referência a um acontecimento histórico, ao privilegiar a objetividade, suprime o teor lírico do texto. 
b) parte da força poética do texto provém da associação da imagem tradicionalmente positiva da rosa a atributos 
negativos, ligados à ideia de destruição. 
c) o caráter politicamente engajado do texto é responsável pela sua despreocupação com a elaboração formal. 
d) o paralelismo da construção sintática revela que o texto foi escrito originalmente como letra de canção 
popular. 
e) o predomínio das metonímias sobre as metáforas responde, em boa medida, pelo caráter concreto do texto e 
pelo vigor de sua mensagem. 
 
20 – Leia: 
 
Antes de iniciar este livro, imaginei construí-lo pela divisão do trabalho. Dirigi-me a alguns amigos, e quase todos 
consentiram de boa vontade em contribuir para o desenvolvimento das letras nacionais. [...] 
O resultado foi um desastre. Quinze dias depois do nosso primeiro encontro, o redator do Cruzeiro apresentou-me 
dois capítulos datilografados, tão cheios de besteiras que me zanguei: 
— Vá para o inferno, Gondim. Você acanalhou o troço. Está pernóstico, está safado, está idiota. Há lá ninguém 
que fale dessa forma! Azevedo Gondim apagou o sorriso, engoliu em seco, apanhou os cacos da sua pequenina 
vaidade e replicou amuado que um artista não pode escrever como fala. 
— Não pode? Perguntei com assombro. E por quê? Azevedo Gondim respondeu que não pode porque não pode. 
— Foi assim que sempre se fez. A literatura é a literatura, seu Paulo. A gente discute, briga, trata de negócios 
naturalmente, mas arranjar palavras com tinta é outra coisa. Se eu fosse escrever como falo, ninguém me lia. 
Graciliano Ramos, S. Bernardo 
 
O excerto acima pertence ao romance São Bernardo. Apoiando-se nele e na obra em questão, poder-se-ía afirmar 
que 
a) tem como foco principal a análise dos males causados pela seca no Nordeste brasileiro. 
b) apresenta um narrador em terceira pessoa a narrar a história de sua família. 
c) abandona a temática de cunho regionalista, ao situar a ação do romance no espaço urbano. 
d) apresenta um narrador inculto que, em primeira pessoa, busca uma nova forma de expressividade literária. 
e) o narrador centra sua atenção na oposição existente entre um universo rural atrasado e um espaço urbano em 
franco desenvolvimento. 
 
21 – Leia: 
 
Cota Zero 
Stop. 
A vida parou. 
Ou foi o automóvel? 
Carlos Drummond de Andrade 
 
A interpretação do poema: 
a) sugere um sentido positivo para a vida dentro dos centros urbanos, movidos pelas reais necessidades 
humanas. 
b) sugere um sentido negativo para um tipo de vida que obedece ao ritmo das máquinas e não das reais 
necessidades humanas. 
c) critica a dificuldade de mobilidade das pessoas dentro do espaço urbano. 
d) afirma que o meio-ambiente deve se submeter às necessidades do transporte urbano. 
e) afirma que as máquinas param, mas os homens avançam sem respeitar os limites dados pela realidade e pela 
comunidade. 
 
22 – Leia: 
 
O rosto no travesseiro, 
escuto o tempo fluindo 
no mais completo silêncio. 
Como remédio entornado 
em camisa de doente; 
como dedo na penugem 
de braço de namorada; 
como vento no cabelo, 
fluindo: fiquei mais moço. 
Já não tenho cicatriz. 
Carlos Drummond de andrade 
 
O texto pertence a “Desfile”. A partir de sua organização textual pode-se afirmar que o poema é 
a) dominado por processo reiterativo e por comparação lógica entre juventude e cicatriz. 
b) marcado por processo reiterativo e pela comparação entre elementos logicamente desconexos: remédio, 
dedo, vento, juventude (enumeração caótica). 
c) dominado por nítida inclinação tautológica, com metonímia: o vocábulo cicatriz emprega-se como metáfora de 
juventude. 
d) dominado por processo metafórico, com reiteração gradativa de elementos logicamente relacionados: 
remédio, dedo, vento, juventude, cicatriz (enumeração caótica). 
e) marcado por versos metrificados e gradação do elemento menor para o maior:travesseiro, tempo, doente, 
cicatriz. 
 
23 – Leia os textos a seguir: 
 
Texto I 
 
Irene no céu 
Irene preta 
Irene boa 
Irene sempre de bom-humor. 
Imagino Irene entrando no céu: 
-Licença, meu branco! 
E São Pedro bonachão: 
-Entra, Irene. Você não precisa pedir licença. 
 
Texto II 
Poema tirado de uma notícia de jornal 
João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no morro da Babilônia num 
[barracão sem número 
Uma noite ele chegou no bar Vinte de 
[Novembro 
Bebeu 
Cantou 
Dançou 
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas 
[e morreu afogado 
 
A leitura de ambos permite se afirmar que 
a) tanto o poema I quanto o poema II narram um episódio da história de alguém, e, portanto, pertencem ao 
gênero épico. 
b) tanto o poema I quanto o poema II pertencem ao gênero lírico, sendo que no poema I todos os versos têm 5 
sílabas e o poema II apresenta versos livres. 
c) tanto o poema I quanto o poema II narram um episódio da história de alguém, sendo que o poema I está 
escrito em verso e o poema II em prosa. 
d) tanto o poema I quanto o poema II dramatizam as vidas de Irene e João Gostoso, respectivamente, e, 
portanto, pertencem ao gênero dramático. 
e) tanto o poema I quanto o poema II estão escritos em verso, cujas métricas são livres. 
 
24 – Leia: 
 
Evocação do Recife 
"Recife morto, Recife bom, Recife brasileiro como a casa de 
[meu avô." (Manuel Bandeira) 
 
Irene no céu 
"Irene preta 
Irene boa 
Irene sempre de bom humor." (Manuel Bandeira) 
 
Considerando os dois fragmentos acima, pode-se afirmar que: 
a) a disposição horizontal do primeiro é mais poética que a vertical do segundo. 
b) o procedimento anafórico, como recurso poético, apenas existe no primeiro. 
c) o ritmo poético existe, mas está presente só em "Irene no céu". 
d) a presença de recursos estilístico-poéticos marca igualmente ambos os textos. 
e) o primeiro é prosaico e o segundo é poético. 
 
25 – Leia o seguinte soneto de Cláudio Manuel da Costa. 
 
Destes penhascos fez a natureza 
O berço em que nasci: oh! Quem cuidara 
Que entre penhas tão duras se criara 
Uma alma terna, um peito sem dureza! 
 
Amor, que vence os tigres, por empresa 
Tomou logo render-me; ele declara 
Contra o meu coração guerra tão rara, 
Que não me foi bastante a fortaleza. 
 
Por mais que eu mesmo conhecesse o dano, 
A que dava ocasião minha brandura, 
Nunca pude fugir ao cego engano: 
 
Vós, que ostentais a condição mais dura, 
Temei, penhas, temei, que Amor tirano, 
Onde há mais resistência, mais se apura. 
 
No soneto acima, o eu-lírico 
a) deixa-se levar pela admiração dos poderoso, embora conheça o dano causado pelas penhas. 
b) adverte as próprias penhas de que, apesar de serem muito resistentes, elas deve temer o poder do amor. 
c) jamais poderia ao cego engano, por saber do perigo representado pelo ciúme e pela inveja. 
d) avisa às penhas que, apesar de ostentarem belaza e simplicidade, elas devem temer a investida do amor. 
e) não admite que o amor vença as penhas, embora reconheça que ele vence os tigres e ataca os reis. 
 
26 – Leia o trecho abaixo: 
 
"Bem, é verdade que também eu não tenho piedade do meu personagem principal, a nordestina: é um relato que 
desejo frio. (...) Não se trata apenas da narrativa, é antes de tudo vida primária que respira, respira, respira. (...) 
Como a nordestina, ha milhares de moças espalhadas por cortiços, vagas de cama num quarto, atrás de balcões 
trabalhando até a estafa. Não notam sequer que são facilmente substituíveis e que tanto existiriam como não 
existiriam." (Clarice Lispector) 
 
Em uma das alternativas abaixo, há um aspecto do livro de Clarice Lispector, A hora da estrela , presente no 
fragmento acima, que o aproxima do chamado "romance de 30", realizado por escritores como Graciliano Ramos 
e Rachel de Queiroz: 
a) A preocupação excessiva com o próprio ato de narrar. 
b) O intimismo da narrativa, que ignora os problemas sociais de seus personagens. 
c) A construção de personagens que têm sua condição humana degradada por culpa do meio e da opressão. 
d) A necessidade de provar que as ações humanas resultam do meio, da raça e do momento. 
e) A busca de traços peculiares da Região Nordeste. “Há os que têm, e há os que não têm. É muito simples: a 
moça não tinha. Não tinha o quê? É apenas isso mesmo: não tinha. Se der para me entenderem, está bem. 
Se não, também está bem. Mas por que trato dessa moça quando o que mais desejo é trigo puramente 
maduro e ouro no estio?” 
(Clarice Lispector. A hora da estrela, 1977.) 
 
 
27 – Leia: 
 
Vozes veladas, veludosas vozes 
Volúpia dos violões, vozes veladas 
Vagam nos velhos vórtices velozes 
Vivas, vãs, vulcanizadas. 
 (Cruz e Souza) 
 
O quarteto acima é bastante significativo na obra do paradigma do Simbolismo no Brasil, o catanarinense, Cruz e 
Souza. Sobre o Simbolismo brasileiro, pode-se afirmar que: 
a) a exemplo do que ocorria com o Parnasianismo, foi responsável pela afirmação de uma poesia de caráter 
social. 
b) ao recorrer com insistência aos processos descritivos, produziu uma poesia marcada pela plasticidade das 
imagens. 
c) lançou mão dos processos indiretos e da livre associação de idéias para expressar os sentimentos íntimos em 
sua essência. 
d) distanciou-se do Romantismo ao assumir uma visão materialista do mundo. 
e) assim como as correntes literárias que o antecederam, foi responsável pela produção de uma poesia de 
caráter essencialmente localista. 
 
 
Observe: 
 
 
 
28 – A obra acima reproduzida 
a) faz menção a dois aspectos importantes da economia brasileira: a mão de obra negra na agricultura e o café 
como produto de exportação. 
b) expressa a visão política do artista, ao figurar um corpo numa proporcionalidade clássica como forma de 
enaltecer a mão de obra negra na economia brasileira. 
c) exalta o homem colonial e as riquezas da terra, considerando-se que o país possui uma economia agrícola 
diversificada desde aquele período. 
d) apresenta uma crítica à destruição da natureza, como se observa na derrubada de árvores, e uma crítica à 
manutenção do trabalho escravo em regiões remotas do país. 
e) idealiza a figura do negro, ressaltando o seu caráter heróico na construção da riqueza cafeeira no interior de 
São Paulo. 
 
29 – Leia: 
 
Cota Zero 
Stop. 
A vida parou. 
Ou foi o automóvel? 
Carlos Drummond de Andrade 
 
O poema “Cota Zero” evidencia: 
a) ruptura com as formas e os temas poéticos tradicionais. 
b) ruptura com os temas poéticos tradicionais e manutenção das formas clássicas. 
c) resgate dos temas e formas poéticas tradicionais. 
d) adaptação dos temas modernos às formas poéticas clássicas. 
e) diálogo com a tradição poética clássica seja do ponto-devista estético ou temático. 
 
30 – Leia: 
 
MARÍLIA DE DIRCEU – LIRA XXVIII 
Cupido, tirando/ Dos ombros a aljava/ Num campo de flores/ Contente brincava/. E o corpo tenrinho/ Depois. 
Enfadado./ Incauto reclina/ Na relva do prado./ Marília formosa,/ Que o Deus conhecia,/ Oculta espreitava/ Quanto 
ele fazia/. Mal julga que dorme/ Se chega contente./ As armas lhe furta./ E o Deus a não sente./ Os Faunos, mal 
viram/ As armas roubadas,/ Saíram das grutas/ Soltando risadas./ Acorda Cupido,/ E a causa sabendo./ A quantos 
o insultam /Responde, dizendo:/ “Temíeis as setas/ “Nas minhas mãos cruas!/ “Vereis o que podem/ “Agora nas 
suas.” 
Tomás Antônio Gonzaga 
 
No poema, podemos observar o tema do “locus amoenus”, característico da estética árcade, através da 
representação da natureza como lugar: 
a) culto e belo 
b) selvagem e perigoso 
c) tranquilo e agradável 
d) agitado e perturbador 
e) inóspito e inabitável. 
 
 
31 – Leia e observe: 
 
 
 
O texto acima é um exemplo da poesia concreta, levada a cabo, na década de 50, no Brasil. Sobre essa 
manifestação artística afirma-seque 
a) caracterizou-se pelo uso abundante do soneto e de outras formas fixas de inspiração clássica. 
b) foi responsável pela afirmação de uma poesia essencialmente musical e preocupada com a questão da 
nacionalidade. 
c) produziu uma poesia cuja preocupação central foi a exploração do mágico e do sobrenatural. 
d) contribuiu para a afirmação de uma poesia marcada pelo extremo sentimentalismo. 
e) contribuiu, ao promover a desintegração do verso e da palavra, para a renovação da poesia brasileira. 
 
32 – Leia: 
 
Oferta 
Quem sabe 
Se algum dia 
Traria 
O elevador 
Até aqui 
O teu amor 
Oswald de Andrade 
 
Irene no Céu 
Irene preta 
Irene boa 
Irene sempre de bom humor. 
 
Imagino Irene entrando no céu: 
- Licença, meu branco! 
E São Pedro bonachão: 
- Entra, Irene. Você não precisa pedir licença. 
Manuel Bandeira 
 
Os poemas acima são paradigmáticos dentro do Modernismo brasileiro. Apoiando-se na leitura de ambos, pode-
se afirmar que o Modernismo 
a) caracterizou-se pelo desejo de evasão e por afastar-se da sociedade contemporânea. 
b) revelou-se bastante heterogêneo, devido à orientação ideológica distinta existente entre seus muitos grupos. 
c) distanciou-se do Romantismo, uma vez que defendeu e praticou uma literatura marcada por um ufanismo 
nacionalista. 
d) deu continuidade aos processos, em seu primeiro decênio, que marcaram a narrativa realista naturalista. 
e) defendeu, através de sua produção literária, o princípio da arte pela arte. 
 
33 – A passagem abaixo é extraída do capítulo “Das negativas”, de Memórias Póstumas de Brás Cubas. 
 
Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, 
não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão 
com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de Dona Plácida, nem a semidemência de Quincas Borba. 
Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e 
conseguintemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, 
achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: — Não tive filhos, não 
transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria. 
Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. 27. ed. São Paulo: Ática, 1999. p. 176. 
 
Neste capítulo, Brás Cubas faz uma espécie de balanço de sua existência, em que: 
a) demonstra tristeza por não ter conseguido um saldo positivo em sua vida. 
b) lamenta suas dificuldades e o fato de não ter tido sucesso em sua vida. 
c) orgulha-se por não ter deixado filhos para herdarem a infelicidade humana. 
d) desculpa-se pelo fato de não ter suportado o sofrimento como seus amigos. 
e) revela-se orgulhoso pelo fato de ter sido um pai preocupado com o futuro dos filhos. 
 
34 – Leia: 
 
Assim se explicam a minha estada debaixo da janela de Capitu e a passagem de um cavaleiro, um dandy, como 
então dizíamos. Montava um belo cavalo alazão, firme na sela, rédea na mão esquerda, a direita à cinta, botas de 
verniz, figura e postura esbeltas: a cara não me era desconhecida. Tinham passado outros, e ainda outros viriam 
atrás; todos iam às suas namoradas. Era uso do tempo namorar a cavalo. Relê Alencar: “Porque um estudante 
(dizia um dos seus personagens de teatro de 1858) não pode estar sem estas duas coisas, um cavalo e uma 
namorada”. Relê Álvares de Azevedo. Uma das suas poesias é destinada a contar (1851) que residia em Catumbi, 
e, para ver a namorada no Catete, alugara um cavalo por três mil-réis... 
Machado de Assis. Dom Casmurro. 
 
Considerando-se o excerto no contexto da obra a que pertence, pode-se afirmar corretamente que as referências 
a Alencar e a Álvares de Azevedo revelam que, em Dom Casmurro, Machado de Assis: 
a) expôs, embora tardiamente, o seu nacionalismo literário e sua consequente recusa de leituras estrangeiras. 
b) negou ao Romantismo a capacidade de referir-se à realidade, tendo em vista o hábito romântico de tudo 
idealizar e exagerar. 
c) recusou, finalmente, o Realismo, para começar o retorno às tradições românticas que irá caracterizar seus 
últimos romances. 
d) declarou que o passado não tem relação com o presente e que, portanto, os escritores de outras épocas não 
mais merecem ser lidos. 
e) utilizou, como em outras obras suas, seus elementos do legado de seus predecessores locais, alterando-lhes, 
entretanto, contexto e significado. 
 
35 – Leia o soneto a seguir: 
 
Vila Rica 
O ouro fulvo1 do ocaso as velhas casas cobre; 
Sangram, em laivos2 de ouro, as minas, que ambição 
Na torturada entranha abriu da terra nobre: 
E cada cicatriz brilha como um brasão. 
 
O ângelus plange ao longe em doloroso dobre, 
O último ouro de sol morre na cerração. 
E, austero, amortalhando a urbe gloriosa e pobre, 
O crepúsculo cai como uma extrema-unção. 
 
Agora, para além do cerro, o céu parece 
Feito de um ouro ancião, que o tempo enegreceu... 
A neblina, roçando o chão, cicia, em prece, 
 
Como uma procissão espectral que se move... 
Dobra o sino... Soluça um verso de Dirceu... 
Sobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove. 
Olavo Bilac 
 
1 fulvo: de cor alaranjada. 
2 laivos: marcas; manchas; desenhos estreitos e coloridos nas pedras; restos ou vestígios. 
 
Das características abaixo, todas presentes no texto, a que ocorre mais raramente na poesia parnasiana é: 
a) o rigor formal na estruturação dos versos. 
b) o emprego de forma fixa, por exemplo, o soneto. 
c) a sujeição às normas da língua culta. 
d) o gosto pela rima rica (rima entre palavras de classes gramaticais diferentes). 
e) a visão subjetiva da realidade, embora desprovida de sentimentalismo. 
 
36 – Leia o poema de Francisco Otaviano. 
 
Ilusões da vida 
Quem passou pela vida em branca nuvem, 
E em plácido repouso adormeceu; 
Quem não sentiu o frio da desgraça, 
Quem passou pela vida e não sofreu; 
Foi espectro de homem, não foi homem, 
Só passou pela vida, não viveu. 
Secchin, Antonio Carlos. Roteiro da poesia brasileira: Romantismo. São Paulo: Global, 2007. 
 
Este poema pertence à estética romântica porque 
a) sugere que é importante viver, de forma intensa e profunda, as experiências da existência humana. 
b) sugere que o leitor, para ser feliz, viva alienado e distante da realidade. 
c) são explícitas as referências a alguns cânones do Catolicismo. 
d) expõe os problemas sociais que afetavam a sociedade da época. 
e) se percebe nele a vassalagem amorosa, isto é, a submissão do homem em relação à mulher. 
 
37 – Leia: 
 
Cantiga de Amor 
 Afonso Fernandes 
 
Senhora minha, desde que vos vi, 
lutei para ocultar esta paixão 
que me tomou inteiro o coração; 
mas não o posso mais e decidi 
que saibam todos o meu grande amor, 
a tristeza que tenho, a imensa dor 
que sofro desde o dia em que vos vi. 
 
Já que assim é, eu venho-vos rogar 
que queirais pelo menos consentir 
que passe a minha vida a vos servir [...] . 
 
Observando-se a última estrofe, é possível afirmar que o apaixonado: 
a) se sente inseguro quanto aos próprios sentimentos. 
b) se sente confiante em conquistar a mulher amada. 
c) se declara surpreso com o amor que lhe dedica a mulher amada. 
d) possui o claro objetivo de servir sua amada. 
e) conclui que a mulher amada não é tão poderosa quanto parecia a princípio. 
 
38 – Leia: 
 
 
 
No texto II, o eu lírico: 
a) reaproveita ironicamente a linguagem camoniana, para relativizar a necessidade e a importância do canto 
poético. 
b) retoma o discurso grandiloquente de Os Lusíadas, adequado para expressar o heroísmo presente no cotidiano 
das pessoas humildes. 
c) incorpora ao poema a dicção clássica, não só parafraseando o verso camoniano, mas também imitando o 
padrão formal do século XVI. 
d) recusa aforte influência que a tradição lírica quinhentista exerceu sobre a literatura brasileira. 
e) manifesta, sarcasticamente, sua compreensão de que os poetas, desde a Antiguidade, sempre consideraram o 
poema algo supérfluo. 
 
39 – Leia: 
 
 
 
Sabe-se que o Arcadismo foi um dos estilos mais fiéis aos modelos e temas da literatura europeia, sobretudo ao 
Renascimento. Apesar da obediência ao gosto europeu, aspectos da experiência cultural na colônia também se 
imprimem nos textos desse estilo. Exemplo disso é o poema acima, de Cláudio Manoel da Costa, em que se 
observa: 
a) a criação de imagens que sugerem a geografia colonial, como a do álamo copado em cujas margens vê-se uma 
ninfa cantar. 
b) que o gosto formal pelo soneto, forma poética europeia, serve à expressão da paisagem colonial, afastando-se 
parcialmente das convenções bucólicas. 
c) a valorização da vida serena, prudente e racional, livre de paixões desenfreadas e cuja representação perfeita é 
o pastor de ovelhas. 
d) a fidelidade descritiva com que é tratada a paisagem portuguesa em suas semelhanças com a natureza 
bucólica e pastoril da colônia. 
e) o tema da áurea mediocritas expresso no desejo humano de abandonar qualquer excesso emotivo ou impulso 
irracional. 
 
40 – Leia: 
 
 
 
A frase do último quadrinho mostra que o personagem que a proferiu reconhece que não foi bem-sucedido ao 
tentar criar uma metáfora. De acordo com os conceitos apresentados no texto que precede a tirinha, isso ocorreu 
porque, em sua tentativa: 
a) não houve “traços comuns a dois significados que coexistem”. 
b) não houve uma comparação subentendida para dar “concretude a uma ideia abstrata”. 
c) a “similaridade” proposta contém, na verdade, antagonismos. d) o “valor argumentativo muito forte” tornou-se 
grosseiro. 
e) houve “compatibilidade entre os dois sentidos”, mas ela foi depreciativa. 
 
GABARITO 
1) A 
2) E 
3) C 
4) B 
5) E 
6) D 
7) D 
8) C 
9) D 
10) B 
11) C 
12) A 
13) A 
14) D 
15) C 
16) A 
17) E 
18) A 
19) B 
20) D 
21) B 
22) B 
23) E 
24) D 
25) B 
26) C 
27) C 
28) A 
29) A 
30) C 
31) E 
32) B 
33) C 
34) E 
35) E 
36) A 
37) D 
38) A 
39) B 
40) B

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