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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA FLORESTAL PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA (PRAD) ALCOA ALUNÍMIO S/A – PROJETO JURUTI Discentes: Dionízia Moura Amorim Lindirairy Santos da Silva Loirena do Carmo Moura Sousa Nágilla Gabriella Euzébio da Silva Nayra Glaís Pereira Trindade Thaynara Viana Cavalcante Docente: Msc. Elisana Batista dos Santos ALTAMIRA - PARÁ NOVEMBRO/2013 2 DIONÍZIA MOURA AMORIM LINDIRAIRY SANTOS DA SILVA LOIRENA DO CARMO MOURA SOUSA NÁGILLA GABRIELLA EUZÉBIO DA SILVA NAYRA GLAÍS PEREIRA TRINDADE THAYNARA VIANA CAVALCANTE PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS (PRAD) ALCOA ALUMÍNIO S/A – PROJETO JURUTI Trabalho apresentado como requisito para média total na disciplina de Recuperação de Ecossistemas Degradados, do curso de Bacharelado em Engenharia Florestal da UFPA, ministrada pela Profª Elisana Batista dos Santos. ALTAMIRA - PARÁ NOVEMBRO/2013 3 SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................................ 5 2. OBJETIVO GERAL .......................................................................................................................................... 6 2.1. Objetivos Específicos .......................................................................................................................... 6 3. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................................... 6 4. EMPRESA MINERADORA RESPONSÁVEL PELA ÁREA ............................................................... 7 5. RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO PRAD .............................................................................. 7 6. RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DO PRAD ..................................................................................... 7 7. HISTÓRICO DA EMPRESA ......................................................................................................................... 8 8. LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ............................................................................................ 9 9. HISTÓRICO DA ÁREA ............................................................................................................................... 10 10. ORIGEM DA DEGRADAÇÃO ................................................................................................................... 10 11. LEGISLAÇÃO ................................................................................................................................................. 11 11.1. Art. 225.da Constituição Federal de 1988 ........................................................................ 11 11.2. Lei n.º 6.938, de 31 de Agosto de 1981 .............................................................................. 12 11.3. Decreto no 97.632, de 10 de Abril de 1989 ...................................................................... 12 11.4. Decreto no 99.274, de 6 de Junho de 1990 ....................................................................... 12 11.5. Instrução Normativa nº 4 de 13/04/2011 ........................................................................... 13 12. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ................................................................................................... 13 12.1. Meio Físico ....................................................................................................................................... 13 12.1.1. Clima .............................................................................................................................................. 13 12.1.2. Geologia ........................................................................................................................................ 14 12.1.3. Solos ............................................................................................................................................... 15 12.1.4. Recursos Hídricos .................................................................................................................... 15 12.2. Meio Biótico..................................................................................................................................... 16 12.2.1. Flora ............................................................................................................................................... 16 12.2.2. Fauna.............................................................................................................................................. 17 12.2.2.1. Mamíferos........................................................................................................................... 17 12.2.2.2. Aves ....................................................................................................................................... 18 12.2.2.3. Répteis e Anfíbios ........................................................................................................... 18 12.2.2.4. Peixes .................................................................................................................................... 19 12.2.2.5. Invertebrados ................................................................................................................... 19 4 12.3. Meio Socioeconômico ................................................................................................................. 19 12.3.1. Demografia .................................................................................................................................. 20 12.3.2. Agricultura, Pecuária e Extrativismo Vegetal............................................................. 20 13. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO ...................................................................... 20 13.1. ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA ............................................................................................. 21 13.2. Área de Influência Indireta ...................................................................................................... 21 14. ATIVIDADES CONTEMPLANDAS NO PRAD ................................................................................... 22 14.1. Análise da Situação Pós-Lavra................................................................................................ 22 14.2. Correção de Irregularidades do Terreno (Correção Topográfica) e Regularização das Inclinações (Taludes) ............................................................................................ 22 14.3. Correção das Drenagens Naturais ........................................................................................ 22 14.4. Descompactação do Solo ........................................................................................................... 23 15. PROCEDIMENTO PARA RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS MINERADAS A CÉU ABERTO . 24 16. ATIVIDADES A SEREM REALIZADAS ............................................................................................... 25 16.1. Isolamento e Identificação das Áreas a Recuperar ...................................................... 25 16.2. Retirada e Raspagem dos Rejeitos ....................................................................................... 25 16.3. Construção do Novo Solo ..........................................................................................................25 16.4. Processo de Recomposição da Vegetação ......................................................................... 26 16.5. Poleiros Artificiais e Naturais ................................................................................................. 29 16.6. Produção de mudas ..................................................................................................................... 29 16.7. Coveamento ..................................................................................................................................... 30 16.8. Combate as formigas cortadeiras ......................................................................................... 30 16.9. Coroamento ..................................................................................................................................... 31 16.10. Construção de Quebra Ventos ................................................................................................ 31 17. AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO..................................................................................................... 31 18. RESULTADOS ESPERADOS .................................................................................................................... 32 19. CRONOGRAMA............................................................................................................................................. 33 20. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................................ 34 APÊNDICE I ............................................................................................................................................................ 36 ANEXO I – Imagem aérea da área de mineração da Alcoa/Projeto Juruti. .............................. 41 ANEXO II - Localização da área de mineração. ...................................................................................... 42 ANEXO II – Localização da mina, ferrovia e porto. .............................................................................. 43 5 1. APRESENTAÇÃO Bauxita tem uso quase exclusivo para a produção de alumina transformada em alumínio e produtos químicos, pequena parte da bauxita também tem destino em usos não metalúrgico. A bauxita brasileira participa com cerca de 10% das reservas mundiais com 3,6 bilhões de toneladas, assim como com uma produção do porte de 25 milhões de toneladas por ano ocupa o terceiro lugar entre os países produtores com quase 13% da produção mundial. A extração desse minério é uma das principais causas da destruição da Floresta Tropical no mundo. Sua extração se dá em minas abertas, no qual exige a remoção da vegetação e da camada superior do solo, causando efeitos danosos sobre a fauna e a flora. Segundo Salvador; Miranda (2007), a mineração é uma atividade que contribui significativamente para a degradação dos espaços. Sendo que a intensidade da degradação depende do volume, do tipo de mineração e dos rejeitos produzidos. A recuperação destes estéreis e rejeitos deve ser considerada como parte do processo de mineração. As ações humanas de exploração e consumo dos recursos naturais não importando os métodos e as leis são grandes responsáveis pela degradação de áreas em todo o planeta. Mas de acordo com a Constituição Federal editada em 1988, toda atividade que produza danos ambientais deve arcar com as medidas de mitigação dos impactos e de recuperação ambiental. Sendo que, o dever de recuperar o meio ambiente degradado pela exploração de minérios foi erigido pelo art. 225, § 2°, da Constituição Federal. A recuperação, portanto, se dá através de um plano que considere os aspectos ambientais, estéticos e sociais, de acordo com a destinação que se pretende dar à área, permitindo um novo equilíbrio ecológico (MIRANDA; SALVADOR, 2007). Portanto, a criação dos Planos de Recuperação de Áreas Degradadas que objetivam o retorno do sítio degradado a uma forma de uso, de acordo com um plano pré-estabelecido para o uso do solo, visando a obtenção de uma estabilidade do meio ambiente. A 6 2. OBJETIVO GERAL Pretende-se com este projeto, realizar a reabilitação das áreas exploradas pela mineradora de bauxita (Alcoa), localizada no município de Juruti (PA). Visto que para a exploração do minério é necessário realizar a supressão da área e retirar o topsoil. Assim, objetiva-se realizar o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, visando a obtenção da estabilidade do meio ambiente. 2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Recomposição da área desmatada e explorada, com espécies nativas ou características da região; Criar condições para o bom funcionamento da do meio ambiente; Reduzir os impactos causados pela extração de minério; Atender as exigências previstas nas legislações vigentes; Formar corredores naturais que garantam o fluxo entre populações silvestres, visto que são agentes dispersores de sementes; Cuidar para que não ocorra nenhum problema durante a transposição do banco de sementes, visto que este material retornará à área explorada; Manter as áreas florestais do entorno ao empreendimento, garantindo, assim, a estabilidade do ambiente; Possibilitar a infiltração de água no solo; Reduzir o carreamento de sedimentos para os cursos d’água; Proporcionar rapidez no processo de revegetação. 3. JUSTIFICATIVA Toda atividade causadora de degradação ambiental poderá deixar um passivo ambiental que necessita ser recuperado. A atividade mineradora acarreta fortes impactos ambientais, em especial a degradação da paisagem, perda de fertilidade do solo, redução da qualidade dos recursos hídricos. A partir da obrigatoriedade legal de recomposição das condições ambientais, faz- se necessário a adoção de medidas imperativas à recomposição das condições ambientais que existiam antes da exploração mineral. Tendo em vista tais exigências, a elaboração do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), torna-se fundamental em projetos de exploração mineral e na obtenção das licenças ambientais, pois a partir deste, será empregado todas as medidas que visarão minimizar e restaurar os impactos ambientais decorrentes desta atividade. 7 4. EMPRESA MINERADORA RESPONSÁVEL PELA ÁREA Razão Social: Alcoa Alumínio S/A A Alcoa Alumínio S.A. integra a Alcoa Inc. líder global na produção de alumínio primário, alumínio transformado, assim como a maior mineradora de bauxita e refinadora de alumina do mundo. A companhia possui seis unidades produtivas e três escritórios distribuídos no Maranhão, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Santa Catarina, São Paulo e Distrito Federal. A unidade da Alcoa Juruti, no oeste do Estado do Pará, dedicada à mineração e beneficiamento primário de bauxita, opera desde setembro de 2009 sob uma reserva de cerca de 700 milhões de toneladas métricas de minério, um dos maiores depósitos de bauxita do mundo, fornecendo minério de alta qualidade1. CNPJ: 0987650001/89 Endereço: Enseada do Lago Grande Juruti, Rodovia PA 257, km 0,5, s/n. CEP: 68170-000 Município: Juruti Estado: Pará E-mail: alcoa@alcoa.br Fone: (93) 3536 – 1830 5. RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO PRAD Razão Social: Alcoa Alumínio S/A CNPJ: 05.980.145/0001-67 Endereço: Enseada do Lago Grande Juruti, Rodovia PA 257, km 0,5, s/n. CEP: 68170-000 Município: Juruti Estado: Pará E-mail: alcoa@alcoa.br Fone: (93) 3536 – 1830 Responsável Técnico: Engª Florestal Dionízia Moura Amorim CREA/PA: 37591-D ART: 77591-7 Equipe Técnica Engª Florestal Lindirairy dos Santos Engª Florestal Loirena do Carmo Moura Sousa Engª FlorestalNágilla Gabriella Euzébio da Silva Engª Florestal Nayra Glaís Pereira Trindade Engª Florestal Thaynara Viana Cavalcante 6. RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DO PRAD Razão Social: Alcoa Alumínio S/A 1 Disponível em: http://www.alcoa.com/ 8 CNPJ: 05.980.145/0001-67 Endereço: Enseada do Lago Grande Juruti, Rodovia PA 257, km 0,5, s/n. CEP: 68170-000 Município: Juruti Estado: Pará E-mail: alcoa@alcoa.br Fone: (93) 3536 – 1830 Responsável Técnico: Engª Florestal Dionízia Moura Amorim CREA/PA: 37591-D ART: 77591-7 Equipe Técnica Engª Florestal Lindirairy dos Santos Engª Florestal Loirena do Carmo Moura Sousa Engª Florestal Nágilla Gabriella Euzébio da Silva Engª Florestal Nayra Glaís Pereira Trindade Engª Florestal Thaynara Viana Cavalcante 7. HISTÓRICO DA EMPRESA A Alcoa possui seis unidades produtivas e escritórios distribuídos por vários estado do país, como Maranhão, Pará, Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Distrito Federal. Atua, no Brasil desde 1965, em toda a cadeia produtiva do alumínio, desde a mineração da bauxita até a produção de transformados. A empresa formou uma equipe de funcionários e especialistas em sustentabilidade, de forma que possuísse representantes de todas as regiões onde a mesma desenvolve seus trabalhos, para trabalhar na Estratégia Global de Sustentabilidade 2020, criada no ano 2000. Esta estratégia é um documento constituído de metas de curto, médio e longo prazo, relacionadas a questões ambientais e sociais, e tornou-se um meio de integrar todos os aspectos de sustentabilidade na rotina da Alcoa. Pensando nisso, em 2005, a Alcoa firmou parceria com o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces) e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), e elaborou uma agenda de desenvolvimento local e sustentável para a cidade, conhecida Juruti Sustentável: Diagnóstico e Recomendações, o qual serviu de base para o Projeto de Desenvolvimento da região. Segundo o presidente da organização, Franklin Feder2, a intenção deles “é fazer de Juruti o melhor projeto de mineração do mundo. Esse setor no norte do país tem experiências muito negativas. Acreditamos que, se pudermos fazer de Juruti uma 2 Disponível em: planetasustentavel.abril.com.br/ 9 referência, será bom não só para o município, como também para a região Norte, para o setor mineral, para o Brasil e também para a Alcoa”. A Alcoa possui ações e preocupações ambientais e sociais como: a conservação de recursos naturais e biodiversidade, desenvolvimento local e regional, gestão e desenvolvimento de pessoas, estratégias das relações de trabalho, cadeia de valor, acesso e uso eficiente de energia e gestão ambiental de resíduos, efluentes e emissões. 8. LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO O município de Juruti pertence à mesorregião do Baixo Amazonas e a microrregião de Óbidos. A sede municipal tem as seguintes coordenadas geográficas: 02o 09’ 09” S e 56o 05’42” W Gr. Partindo de Santarém são necessárias 12 horas de viagem por via fluvial para chegar a Juruti ou ainda 30 minutos por via aérea e 4 horas de ônibus. Partindo de Belém são 4 dias de navio e 1 hora de avião (Figura 1). As instalações da área de beneficiamento de bauxita estão situadas a cerca de 60 quilômetros da cidade. A ferrovia construída pela empresa possui aproximadamente 55 quilômetros de extensão. O empreendimento possui uma área de aproximadamente 550 hectares. O empreendimento localizado no município de Juruti, Estado do Pará, visa à lavra, beneficiamento (concentração) do minério de bauxita, transporte do produto e sua expedição, por navio, em porto localizado às margens do Rio Amazonas (Ver anexo I e II). São as seguintes as principais estruturas que compõem o empreendimento: mina, Figura 1: Mapa de localização do município de Juruti – PA. 10 usina de concentração, bacias de rejeito, estruturas de apoio, vias de ligação à região do porto (VELLOSO, 2010). 9. HISTÓRICO DA ÁREA A área de onde a Alcoa pretende realizar a retirada de bauxita fica num imenso platô em plena floresta amazônica, banhado pelo Lago de Juruti Velho – uma espécie de apêndice do rio Amazonas. Na beira desse belo e imenso reservatório de água, que fica a pelo menos uma hora de lancha da zona urbana onde se localiza a sede do município, foram constituídos 49 povoados de descendentes de nordestinos e de indígenas das etnias Munduruku e Muirapinima, a partir do início do século 20 (BARROS, 2012). Quanto ao uso e ocupação do solo da área, a região ainda é dominada por áreas florestadas, apesar da presença evidente de vestígios de exploração de madeiras nobres praticadas no passado. A ocupação humana se resume à presença de pequenas comunidades situadas às margens do igarapé Juruti Grande, além da sede urbana de Juruti, na margem direita do rio Amazonas (CNEC, 2002). 10. ORIGEM DA DEGRADAÇÃO A bauxita é uma rocha constituída, principalmente, de minerais hidratados de alumínio. Aproximadamente, 92% da produção mundial de bauxita é utilizada na produção de alumina (MÁRTIRES, 2009). Para a retirada da bauxita (na área da mina) será realizada a supressão florestal, em seguida realiza-se um decapeamento da camada superficial do solo, para que seja iniciado o processo de escavação e transporte do minério. Esse minério é depositado em outra área (área de beneficiamento), onde será realizada a britagem da bauxita, que a seguir será lavada, e água utilizada nesse processo será depositada na bacia de rejeitos (ao lado da área da mina). Após a lavagem da bauxita, será realizado o carregamento de vagões e transportados, e será depositada a bauxita úmida em uma área próxima ao porto, onde o minério passará pelo processo de secagem, e então, será carregado os navios (conforme mostra a Figura 3). 11 Todo esse processo de extração da bauxita ou de qualquer outro minério gera muitos impactos ambientais, principalmente devido a dimensão dos empreendimentos. Segundo Guimarães et al. (2012), a bauxita constitui a matéria prima essencial para a cadeia de produtos da indústria do alumínio, sendo que sua exploração resulta em impactos ambientais, os quais quando não avaliados e identificados previamente podem gerar sérias condições de degradação ambiental. Para este autor, as atividades que causam os maiores impactos negativos são: a supressão de vegetação, movimentação de terra, vazamento de águas pluviais com sólidos, emissão de ruídos, particulados e poeira e vazamento de óleo. 11. LEGISLAÇÃO 11.1. ART. 225.DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 No Artigo acima citado diz que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se a o Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações”. E no § 2º obriga aquele que explorar recursos minerais a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. Figura 2: Vista aérea da Mina de Bauxita, Juruti (PA). Figura 3: Pier, construído para facilitar o transporte do minério extraído da Mina de Bauxita, Juruti (PA). 12 11.2. LEI N.º 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981 Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Em seu Art 2º diz que o objetivo da Lei é a preservação,melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos por vários princípios que são explicitados na Lei, sendo que, no VIII encontra-se a recuperação de áreas degradadas. 11.3. DECRETO NO 97.632, DE 10 DE ABRIL DE 1989 Dispõe sobre a regulamentação do Artigo 2°, inciso VIII, da Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981 acima citada e dá outras providências. Em seu Art. 1° infere que os empreendimentos que se destinam à exploração de recursos minerais deverão, quando da apresentação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório do Impacto Ambiental (RIMA), submeter à aprovação do órgão ambiental competente, plano de recuperação de área degradada. Parágrafo único. Para os empreendimentos já existentes, deverá ser apresentado ao órgão ambiental competente, no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, a partir da data de publicação deste Decreto, um plano de recuperação da área degradada. No Art. 2° para efeito deste Decreto são considerados como degradação os processos resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como, a qualidade ou capacidade produtiva dos recursos ambientais. Por fim no Art. 3° a recuperação deverá ter por objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano preestabelecido para o uso do solo, visando a obtenção de uma estabilidade do meio ambiente. 11.4. DECRETO NO 99.274, DE 6 DE JUNHO DE 1990 Regulamenta a Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981, e a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõem, respectivamente sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, e dá outras providências. No capítulo I, Art. 1º que trata sobre a execução da Política Nacional do 13 Meio Ambiente cumpre ao Poder Público, nos seus diferentes níveis de governo, em seu VI que os órgãos e entidades do Sistema Nacional do Meio Ambiente devem identificar e informar a existência de áreas degradadas ou ameaçadas de degradação, propondo medidas para sua recuperação. 11.5. Instrução Normativa nº 4 de 13/04/2011 Estabelece os procedimentos para elaboração de Projeto de Recuperação de Área Degradada (PRAD) ou Área Alterada, para fins de cumprimento da legislação ambiental, bem como dos Termos de Referência constantes dos Anexos I e II desta Instrução Normativa. 12. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 12.1. MEIO FÍSICO Juruti é um município brasileiro que pertence ao estado do Pará. Possui uma área de 8.304 Km², e localiza-se na fronteira com o estado do Amazonas. 12.1.1. Clima As características climáticas do município não diferem muito das de sua região. A temperatura do ar é sempre elevada, com média anual de 25,6o C, apresentando valores médios para as máximas de 31o C e para as mínimas de 22,5o C. Quanto à umidade relativa, apresenta valores acima de 80 %, em quase todos os meses do ano. A pluviosidade se aproxima dos 2.000 mm anuais. Entretanto, é um tanto irregular durante o ano. As estações chuvosas coincidem com os meses de dezembro a junho e as menos chuvosas, com os meses de julho a novembro. O tipo climático da região é o Am, da classificação de Koppen, que se traduz como um clima, cuja média mensal de temperatura mínima é superior a 18o C tem uma estação seca de pequena duração e amplitude térmica inferior a 5o C entre as médias do mês mais quente e do mês menos quente. O excedente de água no solo, segundo o balanço hídrico, corresponde aos meses de fevereiro a julho, com um excedente de mais de 750 mm, sendo março o mês de maior índice. A deficiência de água se intensifica entre agosto e dezembro, sendo setembro o mês de maior carência, ao constatar-se em menos de 90 mm. 14 A umidade relativa do ar se mantém elevada quase o ano todo, caindo na média para valores abaixo de 80% apenas durante os meses de agosto (76,8%), setembro (75,7%) e outubro (75,9%). Desta forma, a média anual é de 82,8%, enquanto na estação chuvosa (inverno amazônico), os valores oscilam entre 86 e 88%. A distribuição sazonal da nebulosidade também acompanha este mesmo tipo de ritmo, variando entre 4,7/10 em dezembro e 6,1/10 no auge da estação chuvosa em fevereiro/março, sendo a média anual 4,6/10. 12.1.2. Geologia A variação altimétrica do município é moderada, com sua sede cotada em 40 metros. Entretanto, há maiores altitudes nas escarpas tabulares, em sua porção norte, que alcançam de 130 metros a 150 metros. A estrutura geológica do município é representada em sua maior extensão, pelos sedimentos de idade terciária da Formação Barreiras. Este, representado, em larga extensão, pelas várzeas do Amazonas, onde se localiza a sede municipal. Por sua vez, o relevo reflete, em suas formas moderadas, a singeleza da estrutura geológica existente, representado por áreas de baixas colinas, tabuleiros e aplainados, escarpas tabulares e terraços e várzeas, inseridos morfoestruturalmente na unidade Planalto Rebaixado do amazonas (Figura 4). Figura 4: Mapa de geologia da área. 15 Na região de Juruti ocorre um espesso pacote de rochas sedimentares com coloração avermelhada, denominada Formação Alter do Chão. Essa unidade é constituída por arenitos, argilitos e siltitos, com presença de conglomerados, geralmente basais, formando lentes com 2 a 5 m de espessura (CNEC, 2002). 12.1.3. Solos Os solos do Município são representados pelo Latossolo Amarelo distrófico textura média, Latossolo Amarelo distrófico textura argilosa, Areia Quartzosa distrófica e Podzólico Vermelho Amarelo textura média. Também estão presentes os Hidromórficos Gleizados como o Gleis Pouco Húmico eutrófico e distrófico textura indiscriminada (Figura 5). 12.1.4. Recursos Hídricos O principal acidente hidrográfico é o rio Amazonas, que recebe o rio Juruti e vários igarapés da região. Destaca-se, também, ao sul do Município, um extenso trecho do rio Mamuru ao Sul, que nasce no município de Aveiro, e desemboca no rio Amazonas, no município de Parintins. Outros rios se destacam no município, com o rio Aruã, afluente da margem esquerda do rio Arapiuns e seu afluente da margem esquerda, o rio Branco, com maior Figura 5: Mapa de solos da área. 16 parte dos seus cursos dentro do Município. Aparece, também, na porção sudeste do Município um extenso trecho do igarapé Braço Grande do Arapiuns, um dos formadores do Rio Arapiuns. As áreas dos platôs onde serão desenvolvidas as atividades de extração do minério têm grande parte de sua drenagem natural dirigida para o igarapé Juruti Grande. Uma parcela bastante reduzida de sua superfície aflui para os cursos d’água formadores do rio Aruã. Alguns igarapés importantes estão presentes no município, como o de: Igarapé Arauá, da Sabina e outros que drenam para o rio Mamuru. Ainda, no aspecto hidrográfico, vários lagos estão presentes inseridos nas áreas de várzeas do Amazonas. Destacam-se os lagos Salé, da Poção Grande Paranapitinga e outros. 12.2. MEIO BIÓTICO 12.2.1. Flora A vegetação das terras firmes é representada pela Floresta Densa dos baixos platôs e dos terraços, além de Campos Cerrados. A Floresta Aluvial, com uma forte presença de espécies arbustivas e subarbustivas, ocupa as áreas sujeitas à inundação do rio Amazonas, onde está presente, também, a formação campestre aluvial. São observados espécies com dossel emergente como as castanheiras,abundantes na área, bem como carapanaúba (Apidosperma Nitidum), angelim-pedra (Hymenolobium petraeum), matamata (Chelus fimbriata), acariquara (Minquartia guianensis), maçaranduba (Manilkara amazonica), mandioqueira (Manihot esculenta) e andiroba (Carapa guianensis). Com alturas um pouco inferiores, entre 20 e 25 m, e diâmetros da ordem de 45 a 70 cm, encontram-se também diversos exemplares característicos desta formação, tais como: itaúba (Mezilaurus itauba), pau d'arco (Handroanthus spp.), guariúba (Clarisia racemosa), quinarana (Geissospermum sericeum), ucuúba (Virola Surinamensis) e jutaí (Hymenaea parvifolia), (CNEC, 2002). 17 12.2.2. Fauna A fauna possui uma grande diversidade na região e apresenta grande interação com a flora, contribuindo com o equilíbrio ecológico, visto que corrobora com o processo de decomposição, controle biológico e dispersão de sementes. Os mamíferos e as aves realizam, frequentemente, a dispersão de sementes, sendo responsáveis pela distribuição espacial de muitas espécies florestais. 12.2.2.1. Mamíferos Foram encontradas na área do empreendimento além de espécies ameaçadas (Tabela 1), algumas que apresentam sensibilidade a habitats perturbados, mas capazes de manter pequenas populações em áreas cuja cobertura florestal já se encontra fragmentada. É o caso dos primatas Chiropotes albinasus e Pithecia irrorata e das duas espécies de cachorro-do-mato registradas para a região. Por outro lado, espécies igualmente sensíveis a perturbações de hábitats e potencialmente presentes na área, como o primata Lagothrix cana, não foram detectadas. Figura 6: Mapa da tipologia florestal da área. 18 Tabela 1– Espécies de mamíferos ameaçados e encontrados na região inventariada. Família Nome científico Nome Popular Situação Tipo de registro Myrmecophagidae Myrmecophaga tridactyla Tamanduá bandeira Vulnerável OBS.* Dasypodidae Priodontes maximus Tatu canastra Vulnerável OBS. Canidae Speothos venaticus Cachorro do mato vinagre Vulnerável ENT.** Mustelidae Pteronura brasiliensis Ariranha Vulnerável ENT. Felidade Leopardus wiedii Gato-maracajá Vulnerável ENT. Felidae Panthera onca Onça pintada Vulnerável OBS. Trichechidae Trichechus inunguis Peixe-boi Vulnerável OBS. Fonte: CNEC, 2002. *OBS – Observação **ENT - Entrevista 12.2.2.2. Aves Foi encontrado um total de 376 espécies de aves, distribuídas em 54 famílias, sendo 40 de Não-Passeriforme e 14 de Passeriformes. O número de espécies encontradas chega bem próximo do esperado para esta região biogeográfica que seria algo em torno de 400 a 450 espécies de aves. Das 376 espécies registradas 98, ou seja, 26% são endêmicas da Amazônia. A arara-azul-grande está na lista oficial de espécies ameaçadas do IBAMA (em situação vulnerável) e foi encontrada na região do empreendimento (CNEC, 2002). 12.2.2.3. Répteis e Anfíbios Entre os anfíbios, foram observadas 30 espécies, todos de anfíbios anuros. Salamandras não são conhecidas para a área e cobras-cegas são encontradas apenas ocasionalmente, pois são animais de hábitos fossoriais ou aquáticos. Dentre os répteis, foram observados em áreas de terra firme alguns lagartos (25 espécies) e serpentes (25 espécies). Entre os quelônios, duas espécies de jabutis foram observadas na região do empreendimento. Foram encontrados alguns jacarés, dentre eles o jacaré coroa e devido a presença de pegadas, provavelmente, possa ser encontrado, também, jacaré-açu. 19 12.2.2.4. Peixes Foram observados 241 espécies, distribuídas em 131 gêneros e 39 famílias, compreendidas em 10 Ordens e duas Classes. E a cada observação são registrados mais espécies, foram encontrados mais 13 gêneros e as famílias Chilodontidae, Trichomycteridae, demonstrando que o número absoluto da diversidade de peixes da região de Juruti (PA) é muito superior ao atualmente registrado. 12.2.2.5. Invertebrados O estudo de invertebrados de Juruti apresentou maior interesse para as aranhas, porém alguns outros invertebrados foram observados. Na classe dos insetos as amostras triadas continham um total de 639 espécimes da Ordem Coleoptera foi a mais freqüente nestas amostras, seguida pela Ordem Hymenoptera, a qual foi representada principalmente por formigas. A diversidade de escorpiões em Juriti (6 espécies registradas) segue o padrão amazônico, em que são conhecidas 4-6 espécies por região. Cabe salientar que a espécie de Brotheas registrada na área de estudo é nova para a ciência. Com relação aos opiliões, foram encontradas 23 espécies, observando-se que a estimativa de riqueza para toda a área foi entre 26 e 39 espécies. A área de estudo comporta uma grande diversidade de famílias, gêneros e espécies de aranhas, tendo-se registrado um total de 6459 aranhas, pertencentes a 46 famílias, entre elas representantes da família Drymusidae. Este é o primeiro registro de Drymusidae para o Brasil e foi baseado em dois indivíduos coletados durante as pesquisas. 12.3. MEIO SOCIOECONÔMICO Em 2003, o número de estabelecimentos com vínculos empregatícios era de 11 destacando-se o comércio e serviços com 4 e 3 estabelecimentos, respectivamente. No ano de 2010, aumentou para 118 estabelecimentos com vínculo empregatício destacando-se, novamente, o comércio e serviços com 54 e 45 estabelecimentos, respectivamente (IBGE, 2010). O número de empregos gerados no setor mineral, em 2005, foi de 13 empregos. Já, em 2009, aumentou para 91 empregos gerados. Esses valores são decorrentes da 20 carência de mão de obra qualificada na região para ocupar as vagas ofertadas pelo empreendimento, evidenciando a dificuldade de fixação de mão de obra local. 12.3.1. Demografia De acordo com o IBGE, no ano de 2007, o município de Juruti possuía uma população de 33.775 habitantes, onde 63,02 % (21.287 habitantes) da população residiam na zona rural e a densidade demográfica era de 4,07 hab./Km². O índice de desenvolvimento humano no ano de 2000 foi de apenas 0,630, inferior ao valor médio do país (0,766) e do estado do Pará (0,723). O PIB (a preço de mercado corrente) foi de R$ 125.866,00 (cento e vinte e cinco mil e oitocentos e sessenta e seis reais). 12.3.2. Agricultura, Pecuária e Extrativismo Vegetal Em 2000, os produtos que se destacavam na lavoura temporária (em termos de área colhida) era a mandioca com 11.000 hectares, seguida da juta (fibra) com 270 hectares. Já em 2009, destacou-se, novamente a mandioca com 9.000 hectares de área colhida, seguida do milho com 200 hectares. Na lavoura permanente, no ano de 2000, destacou-se o café com 30 hectares de área colhida, seguida da laranja com 25 hectares. Em 2009, destacou-se, o café e a banana (20 hectares cada) e a laranja (10 hectares). Na pecuária, em 2000, destacava-se a criação de bovinos com 40.500 cabeças. Já, em 2009, houve uma redução para 37.198 cabeças. Acredita-se que a baixa expressividade da pecuária e da agricultura, deve-se ao município possuir muitas áreas protegidas. O extrativismo vegetal foi dividido em três categorias: alimentícios (Açaí e Castanha do Brasil), madeiras (carvão vegetal, lenha e madeira em toras) e oleaginosos (outros). Em 2000, foram produzidas 30 toneladas de açaí e 55 toneladas de castanha do Brasil. Na categoria de madeira houve um destaque para a produção de lenha (m³) com 118.000 toneladas. Em 2010, houve um aumento da produção de todas as categorias, com exceção dos oleaginosos, foram produzidas 94 toneladas de açaí e 74 de castanha do Brasil. Na categoria madeiras, destaca-se a produção de lenha (m³), novamente,com 211.600 toneladas. 13. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO As áreas de influência do projeto estão divididas em direta e indireta. Para melhor entendimento será levado em consideração, as unidades em que o 21 empreendimento está dividido. As unidades são a ferrovia, a bacia de rejeitos, o porto e a mina. Sendo que a forma de resolver esses problemas ocorreram de forma distinta. 13.1. ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA As áreas de influência direta são meios físico e biótico. Limita-se pelas porções e unidades de microbacias susceptíveis aos impactos físicos e bióticos resultantes das estruturas do empreendimento, tendo em vista as suas distintas fases, além das vias de acesso interno e seu entorno imediato. A área diretamente afetada delimitada para a instalação das estruturas do Projeto de extração de bauxita pela Alcoa, correspondente às extensões territoriais onde será implantado fisicamente o empreendimento e o objeto de obras de infraestrutura e apoio (a mina, as pilhas de minério, a barragem de rejeitos, a área industrial, a área de apoio, a ferrovia e o porto) onde ocorrerão os impactos diretos e efetivos decorrentes da implantação e operação das atividades do empreendimento. No caso da ferrovia a comunidade local será em grande número remanejada, desta forma, gerará impacto diretamente a formação de ocupações na sede do município, e consequentemente formarão alguns “bolsões” de pobreza. A empresa contratará muita mão-de-obra de fora, devido a carência de mão de obra especializada na região, elevando o número de pessoas desempregadas no município e aumento populacional com a chegada da mão de obra contratada pelo empreendimento. As famílias que moram próximo a área em que será construído o Porto serão remanejadas e indenizadas. Provavelmente, cause impactos socioambientais devido a forma de vida das pessoas que residem naquele local, visto que são caracterizados como povos tradicionais. 13.2. ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA As áreas da mina e do beneficiamento provocarão impactos indiretos a população, mas permanece com a lógica do capital. As comunidades que moram nas áreas de influência indireta permanecerão em suas moradias, ou seja, não serão remanejadas. A empresa se propõe através do Plano de Controle Ambiental (PCA) realizar a ampliação de unidades de saúde, programas de educação ambiental, construção de mais escolas e fortalecimento da agricultura familiar. 22 Quanto a bacia de rejeitos, será alocada em uma área próximo a mina, portanto não afetará as comunidades locais. Isso ocorrerá, somente, se houver grandes distúrbios ambientais. 14. ATIVIDADES CONTEMPLANDAS NO PRAD 14.1. ANÁLISE DA SITUAÇÃO PÓS-LAVRA Durante a implantação do empreendimento será prevista a desativação das atividades minerais e reabilitação dos terrenos, visando a recuperação das áreas degradadas. Depois de encerrados os trabalhos de lavra, deverão ser avaliadas as condições da área, em que, serão analisadas as mudanças na cobertura vegetal (recuo da flora), afastamento da fauna da região, alterações significativas na topografia da região, formação de taludes acima de uma altura estável, alteração e/ou assoreamento das drenagens naturais, possíveis pontos de poluição pelos equipamentos utilizados na fase de extração e seu impacto no meio ambiente, situação das construções que possam estar localizadas na área. 14.2. CORREÇÃO DE IRREGULARIDADES DO TERRENO (CORREÇÃO TOPOGRÁFICA) E REGULARIZAÇÃO DAS INCLINAÇÕES (TALUDES) Em áreas onde houver necessidade será realizada a recomposição topográfica, que servirá para suavizar as ondulações do terreno permitindo a construção de valetas de drenagem para canalizar as águas precipitadas na superfície, evitando-se assim o contato prolongado da água com o solo, diminuindo a possibilidade de desencadear processos erosivos. Com o auxílio dos tratores de esteiras, as áreas com grandes irregularidades das áreas lavradas deverão ser suavizadas. Caso, ao final das atividades, seja observado taludes com grandes inclinações e/ou alturas, haverá deslocamentos de material com utilização dos tratores para a diminuição de inclinações e/ou alturas. 14.3. CORREÇÃO DAS DRENAGENS NATURAIS As drenagens da região podem sofrer algumas modificações de curso e/ou assoreamento de determinados cursos. A princípio, a regularização dos terrenos deve 23 restaurar as drenagens locais. No entanto, ainda havendo necessidade, pequenas valetas poderão ser providenciadas para regularização de drenagens. As drenagens de áreas vizinhas deverão servir de guia para essas atividades. 14.4. DESCOMPACTAÇÃO DO SOLO Existindo a necessidade em recuperar vias de acesso, ou em outras áreas em que houver essa necessidade, a descompactação será feita mecanicamente por intermédio de uma operação denominada de subsolagem. O equipamento para a subsolagem será um “ripper” acoplado a trator de esteira, patrol ou pá-carregadeira. Este equipamento fará uma gradagem com aprofundamento total do “ripper”, chegando a soltar o solo até 60 cm de profundidade. 24 15. PROCEDIMENTO PARA RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS MINERADAS A CÉU ABERTO Tabela 2: Medidas a serem adotadas. Medidas Natureza Fator ambiental a qual se destina Prazo de permanência de sua aplicação Remoção e confinamento de rejeitos Corretiva Meio Físico, Biótico e Antrópico Curto Prazo Neutralização e aterramento das cavas Corretiva Meio Físico, Biótico e Antrópico Curto Prazo Neutralização dos estéreis e reconstrução do solo Corretiva Meio Físico e Biótico Longo Prazo Reintrodução da vegetação Corretiva Meio Biótico Longo Prazo Monitoramento das águas Preventiva Meio Físico, Biótico e Antrópico Longo Prazo 25 16. ATIVIDADES A SEREM REALIZADAS Serão implantados vários experimentos, principalmente os de forma tradicional, para criar um modelo para recuperar essas áreas mineradas. Será implantado um modelo baseado no método de nucleação, para iniciar a recuperação das áreas mineradas. Segundo Reis et al. (1999; 2003), a restauração através desse modelo é baseada em estudos que mostra que a vegetação remanescente, em uma área degradada, atua como núcleo de expansão da vegetação, por atrair animais que participam da dispersão de sementes. 16.1. ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS A RECUPERAR Após a extração do minério será dado início a recuperação de áreas próximas as minas, porém as áreas de minas começarão a serem recuperadas posteriormente. Será realizado o isolamento da área através de cercas de arame liso e, em seguida com cercas vivas, para impedir o trânsito de animais domésticos na área. As áreas de florestas remanescentes das proximidades serão protegidas, também, através de cercas e serão feitos aceiros para prevenir contra focos de incêndio, que possam surgir, conservando a remanescente florestal. Os aceiros passarão por manutenções sempre que necessário. 16.2. RETIRADA E RASPAGEM DOS REJEITOS Sugere-se a retirada e raspagem dos rejeitos expostos na superfície do terreno e posterior formatação das pilhas de estéril. Este material deverá ser retirado e transportado para a pilha de rejeitos da unidade de beneficiamento da empresa. 16.3. CONSTRUÇÃO DO NOVO SOLO Para a atividade de mineração é realizada a supressão da vegetação, logo após é removida a camada orgânica, a qual varia de 0,15 – 0,40 cm, porém a camada mais fértil fica em torno de 0,10 cm, então remove-se uma camada de até 0, 15 cm, para aproveitar o potencial do solo (banco de sementes), a qual é alocada em outras áreas. Esse materialé transportado e estocado em uma área que já foi minerada. O processo de mineração é realizado por tratores D-11, retirando a primeira camada de argila, até chegar à camada de bauxita, e vai levando para uma área que já foi 26 minerada. Todo o material que é gerado durante a supressão vegetal é levado para a área a ser recuperada e colocado em montes de forma que fique aglomerado (não deve ser espalhado), para favorecer a retenção e infiltração de águas da chuva. O decapeamento do topsoil (camada superficial + galharia) possui uma relação direta com o processo de revegetação ao término da lavra, visto que o topsoil removido possui elevados teores de matéria orgânica, riquíssima micro e meso fauna e banco de sementes. Esta camada exerce a função de retenção de grande parte das águas das chuvas, evitando que ocorra o escorrimento superficial. O aproveitamento dos resíduos florestais (galharia) permite que os nutrientes do solo armazenados pela floresta amazônica durante milhares de anos sejam disponibilizados para a formação do novo ecossistema após o processo de mineração. 16.4. PROCESSO DE RECOMPOSIÇÃO DA VEGETAÇÃO As espécies arbóreas pioneiras são consideradas como as mais aptas na revegetação de áreas degradadas, devido principalmente a característica de crescimento rápido (devido a tolerância ao sol). Alguns autores, as recomendam devido a tolerância a solos de baixa fertilidade e alta saturação de alumínio. Estas espécies serão implantadas primeiro, visando favorecer o estabelecimento e desenvolvimento das espécies secundárias e de clímax, que serão implantadas posteriormente, visto que as espécies secundárias e clímax serão implantadas apenas quando as espécies pioneiras já estiverem estabelecidas em campo para que possam fornecer sombra às demais espécies. Devemos salientar, ainda, que deverão ser implantadas espécies que sejam atrativas à fauna, visto que favorecem a recuperação ambiental sem fomentar a visita e permanência desta no local, atuando como agentes dispersores. Após o procedimento de raspagem dos rejeitos, será realizada a reintrodução do topsoil (que foi retirado da área próxima área a ser explorada), o qual será alocado formando pequenos montes, visando a retenção de água (Figura 7). Será realizado semeadura de gramíneas como amendoim forrageiro e o plantio de grama nativa em mudas, visando afixação do solo construído. 27 Além da introdução da camada de topsoil e espécies rasteiras, será realizado, também, o plantio composto de espécies arbóreas nativas pioneiras, frutíferas e leguminosas em forma de ilhas de diversidade (figura 8), denominado técnica de nucleação através do plantio de mudas (MARTINS, 2013). P N P P P P N P N P 2 m 2 m 2 m 2 m P P Figura 7: Amostragem de formação de pequenos montes à formação do novo solo. Figura 8 - Metodologia de plantio em núcleos de diversidade. 28 Estes núcleos de diversidade serão caracterizados por nove mudas de espécies arbóreas, distantes entre si 2 metros, sendo distribuídas em duas linhas de espécies pioneiras e entre essas duas, será inserida uma linha de espécies não pioneiras, assim como o indicado por Martins (2013). Para atender ao critério de abundância/raridade das espécies, será utilizado a proporção de mudas de espécies pioneiras de diferentes grupos ecológicos, sendo 60 % de mudas pioneiras e 40 % de espécies não pioneiras. Dentre as espécies pioneiras serão 70 % de mudas de espécies comuns (abundantes) e 30 % de raras (de baixa densidade). Dessa forma, as espécies pioneiras além de fornecerem sombreamento às mudas de espécies tardias, promoverão a cobertura do solo nos primeiros anos após o plantio. A distância entre cada núcleo de diversidade não deverá ser superior a 20 metros, adequando-se à topografia local para implantação. As disposições dos núcleos a de diversidade devem atender a metodologia descrita, para a melhor recomposição da vegetação nestas áreas e para incentivar o retorno da fauna (Figura 9). Martins (2013) recomenda a utilização de espécies atrativas à fauna como crindiúva (Trema micrantha), guaçatonga (Casearia sylvestris), embaúbas (Cecropia spp.), tapiá (Alchornea glandulosa), figueira (Ficus spp.), pindaíba (Xylopia sericea) dentre outras. No entanto, as espécies com seus respectivos nomes cientifico e famílias botânica estão descritos no apêndice I. Figura 9 - Metodologia da distribuição dos núcleos de diversidade. 29 16.5. POLEIROS ARTIFICIAIS E NATURAIS Serão instalados poleiros artificiais na área, para que a os pássaros possam pousar, enquanto as espécies florestais ainda não possuem porte suficiente para abrigá- los. Algumas espécies pioneiras que serão implantadas na área serão introduzidas a partir da transposição do banco de plântulas, pois o banco de sementes retirado antes da exploração será alocado em canteiros em áreas próximas para que possam se desenvolver e quando for o momento da recuperação da área da mina, as espécies já possuam um porte adequado, contando que algumas espécies frutificam a partir de 2 anos de idade. Martins (2013) ratifica que para a instalação de poleiros artificiais pode-se utilizar caules de árvores mortas ou recém derrubadas, de reflorestamentos comerciais ou de áreas cujo licenciamento ambiental para atividades antrópicas permitiu que a vegetação fosse suprimida. A presença de galhos nessas árvores favorece sua atuação como poleiros para aves. 16.6. PRODUÇÃO DE MUDAS A produção de mudas para esse projeto será através de sementes coletadas na fase de supressão da vegetação e áreas de vegetação remanescentes vizinhas, por meio de equipes de resgate de flora, e serão armazenadas em banco de germoplasma. Serão construídos viveiros temporários com cobertura de sombrite de 50%, protegendo as mudas tolerantes a sombra da insolação (MARTINS, 2009), nas proximidades da área de plantio, facilitando assim o transporte das mudas. Para que tanto as espécies tolerantes como as não tolerantes ao sol, apresentem uma boa taxa de germinação. As mudas serão cultivadas de 3 a 4 meses no viveiro, em sacos de polietileno de 2 kg (LACERDA E FIGUEIREDO, 2009), com dimensões de 15 x 25 cm. Este método é largamente utilizado em viveiros florestais, pois permite uma menor mão-de-obra, reduz as perdas por doenças, o prazo de produção, as mudas se desenvolvem melhor e seu sistema radicular cresce com mais conformidade, sem enovelamento e no momento do plantio as mudas são mais facilmente depositadas nas covas. 30 16.7. COVEAMENTO Deve-se realizar a marcação das covas nas linhas de plantio, para posteriormente, abertura das covas. Serão abertas covas com dimensões de 30 x 30 x 30 cm. A abertura das covas serão realizadas com uso de perfuradora mecanizada acoplada a um trator, para agilizar o plantio. 16.8. COMBATE AS FORMIGAS CORTADEIRAS O combate químico às formigas é de fundamental importância para o sucesso das espécies implantadas na área. Na fase de implantação, esta atividade se dá tanto antes quanto durante a fase de preparo do terreno, ocasião em que é mais fácil localizar os formigueiros (provavelmente, em áreas vizinhas). Geralmente, se utilizam basicamente de iscas formicidas, em vista de sua baixa toxicidade e eficácia no controle (SILVA, 2012). Para Martins (2013), as formigas cortadeiras (saúvas e quenquéns) podem provocar danos consideráveis nas mudas e até altas taxas de mortalidade, inviabilizando o projeto de restauração florestal. Assim, o combate às formigasdeve ser realizado antes do plantio, na área a ser recuperada, e numa faixa d 100 m adjacente a esta. O monitoramento mensal da área pode indicar a necessidade de se repetir o combate às formigas. Este autor, os principais métodos de combate às formigas são: Pó Seco: consiste na aplicação direta com bomba insufladora do pó formicida no formigueiro, matando as formigas pelo contato com o produto; Um produto recomendado é a Deltrametrina (Deltamethrin), na proporção de 10 g por m² de terra solta; Isca granulada: é o método mais empregado por ser mais seguro na aplicação e menos tóxico ao ambiente. Deve-se optar, por iscas granuladas acondicionadas em pequenas embalagens (10 g cada) que evitam exposição do produto. As formigas transportam a isca para o interior do formigueiro. Os produtos mais recomendados são Fipronil e Sulfluramida, ambos na quantidade de 10 g por m² de terra solta. A aplicação deve ser realizada na em épocas seca para não danificar o produto utilizado, bem como, a lavagem e carreamento do mesmo para cursos d’água. 31 16.9. COROAMENTO Será realizado o coroamento nas espécies implantadas na área, bem como, em espécies da regeneração natural. Pois, sabe-se que para o sucesso de um projeto de recuperação de uma área depende da aplicação das técnicas aplicas. Este será realizado com enxadas. 16.10. CONSTRUÇÃO DE QUEBRA VENTOS Segundo Mota (1976), o vento influencia no desenvolvimento dos vegetais basicamente em três aspectos: transpiração, absorção de CO2 e efeitos mecânicos em folhas, galhos e caules. Portanto, é de extrema importância a implantação de quebra ventos nas bordas da área a ser restaurada. Como serão construídos viveiros para a produção de mudas, serão cultivadas algumas espécies de crescimento rápido para que sejam plantadas nas bordas da área a ser recuperada. 17. AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO Para realizar o monitoramento da área a ser recuperada, serão selecionados 10% dos módulos para avaliação dos indicadores ambientais e instaladas parcelas de 10 x 10m. Efetuado através de constatações visuais in loco, fotografias e, quando julgar ser necessário, por intermédio de técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento. Os indicadores serão baseados em parâmetros que forneçam informações suficientes que permitam aferir o grau e a efetividade da recuperação da área e contemplem a recuperação das funções e formas ecossistêmicas. Detectando os sucessos ou insucessos das estratégias utilizadas, bem como, os fatos que conduziram aos resultados obtidos. Os aspectos a serem monitorados serão: - Desenvolvimento do plantio: Realizar a avaliação dos aspectos visuais, densidade de plantas, diâmetro, altura média e número de espécies arbóreas; - Sobrevivência do plantio oriundo de mudas: Caso seja detectada a mortalidade das mudas, fazer a reposição das mudas, dentro do menor período possível e atentar para a época mais adequada para o plantio; 32 - Aumento da diversidade genética regional: Verificar se o plantio de mudas nativas proporcionou o aumento da diversidade de espécies e formas de vida, tais como, ervas, arbustos, árvores, lianas, etc.; - Presença de animais polinizadores e dispersores: Conferir se a revegetação da área propiciou refúgio da fauna, através de indicadores como, pegadas, fezes, trilhas, tocas, etc.; - Percentagem de cobertura do solo pelas espécies de interesse: Verificando periodicamente o progresso das mudas implantadas na cobertura do solo; - Poleiros secos: Verificar se os poleiros propiciaram boas condições de pouso para a avifauna; - Transposição do solo: Avaliar se de fato houve o resgate do banco de sementes local e da biodiversidade do solo; - Transposição de galharias: Identificar se houve o aumento da diversidade local de espécies e incremento do material orgânico no solo; e - Contenção ou persistência de processos erosivos: Verificando a estabilidade de inclinações e taludes, bem como, o assoreamento da drenagem. De modo a evitar que os processos erosivos cheguem a um estado avançado de degradação, dificultando a recuperação da área. As informações coletadas na fase de avaliação e monitoramento serão apresentadas em relatórios semestrais, que conterão registros fotográficos da área proposta para recuperação, antes e ao longo da execução do projeto. Estando em conformidade com o Art. 14 da Instrução Normativa Nº 04, de 13 de abril de 2011, do IBAMA, que trata do monitoramento e avaliação do PRAD, em que, o interessado apresentará, no mínimo semestralmente, ao longo da execução do PRAD, Relatórios de Monitoramento. Sendo que, os dados constantes dos Relatórios de Monitoramento do PRAD servirão de base para a elaboração do Relatório de Avaliação, ao final do projeto. 18. RESULTADOS ESPERADOS Espera-se que as áreas tenham um bom estado de regeneração, com boas respostas para todas as técnicas implantadas e que apresentem resultados superiores ao esperado nesse plano; Espera-se que as áreas de bordas se desenvolvam mais que as outras áreas; 33 Espera-se que a espécies implantadas atraiam a fauna de áreas vizinhas, para que possam corrobora com a recuperação da área; Espera-se que aos dois anos após a implantação do PRAD as espécies de crescimento rápido atinjam até 5 metros de altura; que os vegetais funcionais atinjam até 10 metros de altura com 3 a 5 anos de idade; e com 15 anos após a implantação do PRAD a área já possua vegetais compatíveis com o interesse da comunidade e conservação do platô. 19. CRONOGRAMA Cronograma Físico (Implantação/Manutenção/Monitoramento/Avaliação) Ano/ Trimestre Atividades 1º ano 2º ano 3º ano Levantamento da área X Isolamento da área X Retirada e raspagem dos rejeitos X X Formatação do terreno X Descompactação do solo e Construção de novo solo X Plantio de gramíneas X Produção de mudas X Abertura de covas X Plantio de mudas X Coroamento das plantas X X Adubação X Controle de formigas X X Abertura dos aceiros X Manutenção dos aceiros X X Avaliação X X X Monitoramento X X X 34 20. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABAL – Anuário Estatístico, 2009. Associação Brasileira de Alumínio-ABAL, São Paulo. 2009. BARROS, C. J. Juruti: Um pacto possível?. 2012. Disponível em: http://www.apublica.org/2012/12/juruti-um-pacto-possivel/. Acessado em: Novembro de 2013. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília-DF, 05 de outubro de 1988. BRASIL. Decreto nº 99.274, de 06 de junho de 1990. Regulamenta a Lei n. 6.902, de 27 de abril de 1981, e a Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõem, respectivamente, sobre a criação de Estações Ecológicas e áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, e dá outras providências. BRASIL. Decreto no 97.632, de 10 de abril de 1989. Dispõe sobre a regulamentação do Artigo 2º, inciso VIII, da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1987, e dá outras providências. D.O.U. de 12 de abril de 1989. BRASIL. Instrução Normativa nº 04 de 13 de abril de 2011. Estabelece procedimentos para elaboração de Projeto de Recuperação de Área Degradada (PRAD) ou Área Alterada. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). D.O.U. 14 de abril de 2011. BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação,e dá outras providências.D.O.U.de02 de setembro de 1981. BRUM, I. A. S de. Recuperação de áreas degradadas pela mineração. Monografia. Curso de Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria. 2000. Disponível em: http://intranet/monografias/mineracao/completa.htm. Acessado em: Setembro de 2013. D.O.U. Executivo, de 07 de junho de 1990. CNEC Engenharia S.A. Relatório de Impacto Ambiental – RIMA do Projeto Juruti. 2002. Extração da bauxita para produção do alumínio primário. Disponível em: http://www.museudainsustentabilidade.blogspot.com.br/2010/10/extracao-da- bauxita-para-producao-do.html. 2010. Acessado em: Novembro de 2013. GUIMARÃES, J. C. C.; CHAGAS, J. M.; CAMPOS, C. C. F.; ALECRIM, E. F.; MACHADO, F. S. Avaliação dos Aspectos e Impactos Ambientais decorrentes da mineração de Bauxita no Sul de Minas Gerais. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer, Goiânia, v.8, n.15; p. 2012. LACERDA, Dinnie Michelle Assunção; FIGUEIREDO, Paulo Sérgio. 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Dissertação de Mestrado, 2010. 36 APÊNDICE I Lista das espécies a serem utilizadas na revegetação da área de mineração do Projeto Juruti. Nome Popular Nome Científico Família Sucessão ecológica Cajuí Anacardium giganteum W.Hancock ex. Engl. Anacardiaceae Secundária tardia Cajú Anacardium parvifolium Ducke Anacardiaceae Secundária Muiracatiara Astronium lecointei Ducke Anacardiaceae Secundária tardia Cajá Spondias mombin L. Anacardiaceae Pioneira Araticum Annona coriaceaMart. Annonaceae Secundária Biribá Rollinia mucosa (Jacq.) Baill. Annonaceae Secundária Araracanga Aspidosperma spp. Apocynaceae Secundária Morototó Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire et al. Araliaceae Pioneira Macaúba Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart. Arecaceae Pioneira Tucum Astrocaryum aculeatum G. Mey. Arecaceae Pioneira Pupunha BactrisgasipaesKunthvar.gasipaes Arecaceae Secundária Marajá Bactris marajá Mart. Arecaceae Secundária Açaí Euterpe oleracea Mart. Arecaceae Secundária inicial Buriti Mauritia flexuosa L. Arecaceae Secundária inicial Bacaba Oenocarpus bacaba Mart. Arecaceae Pioneira Pachiúba Socratea exorrhiza (Mart.) H. Wendl. Arecaceae Secundária inicial Ipê roxo Handroanthus impetiginosus Mattos Bignoniaceae Secundária tardia Ipê amarelo Handroanthus serratifolius (A. H. Gentry) S. Grose Bignoniaceae Secundária tardia Parapará Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don Bignoniaceae Pioneira Ipê Branco Tabebuia roseoalba (Ridl.) Sandwith Bignoniaceae Secundária Urucu bravo Bixa arbórea Huber Bixaceae Pioneira Urucu Bixa orellana L. Bixaceae Pioneira Sumaúma brava Ceiba pentandra (L.) Gaertn. Bombacaceae Secundária Mamuí Jacaratia Spinoza (Aubl.) A.DC. Caricaceae Pioneira Piquiá Caryocar villosum (Aubl.) Pers. Caryocaraceae Secundária tardia Mirindiba Buchenavia grandis Ducke Combretaceae Secundária tardia Tanibuca Terminalia lucida Hoffmanns. ex Mart. Combretaceae Secundária inicial Para tudo Connarus suberosus Planch. Connaraceae Secundária 37 Seringueira Hevea brasiliensis (Willd. ex A.Juss.) Müll. Arg. Euphorbiaceae Secundária tardia Jaguarana Albizia pedicellaris (DC.) L.Rico Fabaceae Pioneira Melancieira Alexa grandiflora Ducke Fabaceae Secundária tardia Amarelão Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr. Fabaceae Secundária inicial Capuerana Batesia floribunda Benth. Fabaceae Secundária tardia Pata de vaca Bauhinia acreana Harms Fabaceae Secundária Mororó Bauhinia longicuspis Benth. Fabaceae Secundária Sucupira Bowdichia spp. Fabaceae Secundária Jucá (Pau ferro) Caesalpinia férrea Mart. Ex Tul. Fabaceae Secundária Macharimbé Cenostigma tocantinum Ducke Fabaceae Secundária Coração de Negro Chamae cristabahiae Lindl. Fabaceae Secundária Jutaí pororoca Dialium guianensis (Aubl.) Sandwith Fabaceae Secundária tardia Angelim vermelho Dinizia excelsa Ducke Fabaceae Clímax Cumaru Dipteryx odorata (Aubl.) Willd. Fabaceae Secundária tardia Tamboril Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong Fabaceae Pioneira Orelha de macaco Enterolobium schomburgkii (Benth.) Benth. Fabaceae Secundária tardia Jatobá Hymenaea courbarilL. Fabaceae Clímax Ingá comprido Inga edulis Mart. Fabaceae Secundária tardia Inga mirim Inga marginata Willd. Fabaceae Secundária tardia Ingá chata Inga spp. Fabaceae Secundária Ingá chinelo Inga spp. Fabaceae Secundária Ingá peludo Inga thibautiana DC. Fabaceae Pioneira Arapari Macrolobium acaciifolium (Benth.) Benth. Fabaceae Secundária Ipê da várzea Macrolobium bifolium (Aubl.) Pers. Fabaceae Secundária inicial Tento olho de cabra Ormosia arborea (Vell.) Harms Fabaceae Clímax Conta de caboclo Ormosia flava (Ducke) Rudd Fabaceae Secundária inicial Tento nativo Ormosia paraensis Ducke Fabaceae Secundária tardia Tento preto Ormosia spp. Fabaceae Secundária Faveiro Parkia multijuga Benth. Fabaceae Secundária tardia Visgueiro Parkia pendula (Willd.) Benth. ex Walp. Fabaceae Secundária tardia Espinho preto Piptadenia viridiflora (Kunth) Benth. Fabaceae Pioneira 38 Gema de ovo Poecilanthe effusa (Huber) Ducke Fabaceae Secundária Mututi da terra firme Pterocarpus rohrii Vahl. Fabaceae Secundária tardia Paricá Schizolobium amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby Fabaceae Pioneira Favinha Senna multijuga (Rich.) H. S. Irwin & Barneby Fabaceae Pioneira Fava de paca Stryphnodendron guianense (Aubl.) Benth. Fabaceae Pioneira Arruda vermelha Swartziadi pétala Willd. ex Vogel Fabaceae Secundária Ovo de bode Swartzia flaemimgii Raddi Fabaceae Clímax Gombeira Swatisia panacoco (Aubl.) R.S.Cowan Fabaceae Secundária Acapú Vouacapoua americana Aubl. Fabaceae Secundária tardia Uchí Endopleura uchi (Huber) Cuatrec. Humiriaceae Clímax Uchirana Sacoglottis guianensis Benth. HumiriaceaeSecundária tardia Caripé Licania octandra (Hoffmanns. ex Roem. & Schult.) Kuntze Lauraceae Secundária inicial Itaúba Mezilaurus itauba (Meisn.) Taub. ex Mez. Lauraceae Secundária tardia Louro Ocotea amazônica (Meisn.) Mez. Lauraceae Secundária Castanha do Brasil Bertholletia excelsa Bonpl. Lecythidaceae Secundária Estopeira Cariniana spp. Lecythidaceae Secundária Tauari Couratari guianensis Aubl. Lecythidaceae Secundária tardia Tauari Couratari guianensis Aubl. Lecythidaceae Secundária tardia Matamata Eschweileracoriacea(DC.) S.A.Mori Lecythidaceae Secundária tardia Matámatá jiboia Eschweilera spp. Lecythidaceae Secundária Geniparana Gustavia augusta L. Lecythidaceae Secundária inicial Geniparana da várzea Gustaviahexa petala (Aubl.) Sm. Lecythidaceae Secundária Jarana miúda Lecythis chartacea O. Berg Lecythidaceae Climax Jarana Lecythis lurida(Miers) S. A. Mori Lecythidaceae Secundária tardia Sapucaia Lecythis pisonis Cambess. Lecythidaceae Secundária tardia Murici Byrsonima chrysophylla Kunth. Malpighiaceae Pioneira Cabeça de macaco Apeiba glabra Aubl. Malvaceae Secundária inicial Pente de macaco Apeiba tibourbou Aubl. Malvaceae Secundária Sumaúma Ceiba pentandra(L.) Gaertn. Malvaceae Secundária tardia Embiruçu Eriotheca gracilipes (K. Schum.) A. Robyns Malvaceae Secundária Inajarana Guararibea guianensis Aubl. Malvaceae Secundária 39 Mutamba Guazuma ulmifolia Lam. Malvaceae Pioneira Bucheira Matisia cordata Kunth. Malvaceae Climax Munguba Pachira aquatica Aubl. Malvaceae Secundária inicial Cupurana Patinoa paraensis (Huber) Cuatrec. Malvaceae Secundária tardia Axixá Sterculia pruriens (Aubl.) K. Schum. Malvaceae Secundária inicial Cupuaçu Theobroma grandiflorum (Willd. ex Spreng.) K. Schum. Malvaceae Secundária inicial Cupuí Theobroma obovatum Klotzsch ex Bernoulli Malvaceae Secundária Cacau do mato Theobroma speciosum Willd. ex Spreng. Malvaceae Secundária inicial Araçá de anta Bellucia grossularioides (L.) Triana Melastomataceae Secundária inicial Araçada mato Bellucia spp. Melastomataceae Secundária Tinteiro Miconia affinis DC. Melastomataceae Secundária inicial Andiroba Carapa guianensis Aubl. Meliaceae Secundária inicial Andirobinha Carapa procera DC. Meliaceae Secundária Cedro Cedrela odorata L. Meliaceae Climax Andirobarana Guarea guidonia (L.) Sleumer Meliaceae Secundária tardia Fruta pão Artocarpus spp. Moraceae Secundária Tatajuba Bagassa guianensis Aubl. Moraceae Secundária inicial Inharé Brosimum gaudichaudii Trécul Moraceae Secundária Muiratinga Brosimum guianense (Aubl.) Huber Moraceae Secundária inicial Amapá Brosimum spp. Moraceae Secundária Gurariuba Clarisia racemosa Ruiz & Pav. Moraceae Climax Gameleira Ficus spp. Moraceae Secundária Gameleira Ficus spp. Moraceae Secundária Ucuubarana Iryan theraulei Warb. Myristicaceae Secundária tardia Ucuúba Virola micheli Heckel Myristicaceae Secundária tardia Ucuúba da várzea Virola surinamensis (Rol. ex Rottb.) Warb. Myristicaceae Secundária tardia Comida de jabuti Eugenia spp. Myrtaceae Secundária Camu-camu Myrciaria dubia (Kunth) Mc Vaugh Myrtaceae Secundária Araçá Psidium acutangulum Mart. ex DC. Myrtaceae Secundária Marfim Agonandra brasiliensis Miers ex Benth. & Hook. Opiliaceae Pioneira Carambola Averrhoa spp. Oxalidaceae Secundária 40 Pajaú Coccoloba spp. Polygonaceae Secundária Pau formiga Triplarisweigeltiana(Rchb.) Kuntze Polygonaceae Secundária Genipapo Genipa americana L. Rubiaceae Pioneira Maria Preta Palicoureasp. Rubiaceae Secundária Tamanqueira Zanthoxylum spp. Rutaceae Secundária Pitomba Talisia longifolia (Benth.) Radlk. Sapindaceae Pioneira Goiabão Chrysophyllum auratum Miq. Sapotaceae Secundária Melãozinho do brejo Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichlerex Miq.) Engl. Sapotaceae Secundária Inicial Goiabão do mato Diploon cuspidatum (Hoehne) Cronquist Sapotaceae Secundária Maçaranduba Manilkara huberi (Ducke) A. Chev. Sapotaceae Secundária tardia Abiu doce Pouteria caimito (Ruiz &Pav.) Radlk. Sapotaceae Secundária tardia Guajará Pouteria eugenifolia (Pierre) Baehni Sapotaceae Secundária tardia Taturubá Pouteria macrophylla (Lam.) Eyma Sapotaceae Secundária Bapeba Pouteria venosa (Mart.) Baehni Sapotaceae Secundária tardia Pau para todos Simaba cedron Planch. Simaroubaceae Secundária inicial Embaubão Cecropia distachya Huber Urticaceae Pioneira Embaúba branca Cecropia membranácea Trécul Urticaceae Pioneira Embaúba Cecropia spp. Urticaceae Pioneira Embaúba vermelha Pouroma guianensis Aubl. Urticaceae Pioneira 41 ANEXO I – Imagem aérea da área de mineração da Alcoa/Projeto Juruti. 42 ANEXO II - Localização da área de mineração. Fonte: CNEC, 2002. 43 ANEXO II – Localização da mina, ferrovia e porto. Fonte: CNEC, 2002.
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