Buscar

Psicologia: do pensamento mítico a ciência

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Psicologia: do pensamento mítico a ciência 
A palavra Psicologia é a junção de dois termos gregos psyché (alma) e logos (razão). Ou seja, a Psicologia significa o estudo da alma, contudo, com a evolução desta área como ciência passou a ser chamada estudo da mente. A Psicologia para ser chegar o que é hoje tem todo um contexto histórico, tendo surgido antes da era cristã, há 700. a.c. 
Na mitologia a relação corpo e alma era compreendida como o processo que que vem do sobrenatural. Que a psyché se desprenderia do corpo tendo como saída a boca para o subterrâneo de Érebo. E que os mortos não interfere na vida dos vivos. 
A alma ou espirito era concebida como parte do ser humano, na qual, envolvia os sentimentos de amor e ódio. Nessa linha de raciocínio os filósofos gregos pré-Socráticos buscavam definir a relação do homem com a natureza por meio da percepção. Estes filósofos acreditavam que o mundo surgiu a partir de alguns elementos: para Tales de Mileto surgiu da água; já Heráclito acreditava que era do fogo; e Anaximenes compreendia como tendo surgido do ar; e por último Empédocles que juntou os três elementos para explicar o surgimento do mundo. 
Com Sócrates a Psicologia ganha terreno e consistência porque este filósofo, considerado um dos maiores pensadores da humanidade, foca seu estudo em definir o limite entre o homens e os animais. Desta forma chega ao entendimento que a razão é a característica que diferencia o homem do animal, sendo o primeiro um ser pensante, que age mediante a razão. Pois a razão é o sentimento que se sobrepõe aos instintos. Outros dois filósofos que contribuíram significativamente para a compreensão do estudo da mente foram Platão e Aristóteles, o primeiro é discípulo de Sócrates, e o segundo do próprio Platão. 
Platão definiu a cabeça como sendo o lugar para a razão. Este lugar ficaria a alma do homem e a medula seria o elemento de ligação com o restante do corpo. Platão postulava a imortalidade da alma. Segundo ele, quando alguém morria a matéria (corpo) desaparecia e a alma ficaria livre para ocupar outro corpo, ou seja, reencenar. Enquanto Aristóteles apresentou uma teoria inovadora, na qual, a alma não pode ser dissociada do corpo. Que a psyché seria o princípio ativo da vida. Ainda segundo a teoria de Aristóteles, tudo aquilo que cresce, se reproduz e se alimenta possui espirito. Sendo que os vegetais teriam alma vegetativa por serem responsáveis pela função de alimentar e reproduzir; os animais teriam a mesma alma dos animais e mais uma- alma sensitiva-; e o homem teria as dos níveis anteriores e o espirito racional, porque pensa. 
Na idade média, conhecida por período das trevas, dois grandes filósofos ligado à Igreja expuseram suas ideias a respeito da psyché, no entanto, voltado para o lado religioso. A Igreja Católica detinha o “poder” do conhecimento, pensar ao contrário daquilo que a Igreja pregava era considerado heresia. A ciência não tinha espaço, pois tudo era explicado por intermédio do teocentrismo, se alguém estava doente era castigos de Deus. As explicações eram todas de cunho religioso. Santo Agostinho e São Tomás de Aquino são os filósofos “usados” pela Igreja no intuito de manter o conhecimento do espirito e da ciência sob o seu domínio. 
Santo Agostinho se inspirou na teoria de Platão, no entanto, fez uma cisão entre corpo e alma. Aplicou a ideia platônica apenas naquilo que interessava a fé cristã. Omitiu a parte da reencarnação defendida por Platão. Para Agostinho, a alma não era apenas a sede da razão, mas a prova da manifestação divina no homem. Considerou que alma era imortal por ser o elemento de ligação do ser com o Criador. 
São Tomás de Aquino viveu num período que a Igreja Católica vivenciava uma turbulência com o surgimento do protestantismo e o fim do feudalismo. O protestantismo foi um movimento liderado pelo bispo alemão Martin Lutero contra a doutrina medieval da Igreja de Roma. Já o feudalismo era um regime de governo fundamentado em casta e base de sustentação do pensamento religioso da época. Este período também é marcado pelo surgimento da classe burguesa impulsionada pelo capitalismo gerado com a revolução industrial. Para não perder o poder, a Igreja precisava se “remodelar”. Essa crise toda gera questionamento aos conhecimentos produzidos por ela, mediante isso São Tomás de Aquino busca em Aristóteles a distinção entre essência e existência. Aristóteles explicava que o homem, na sua essência, busca a perfeição. Porém, o filósofo religioso insere a doutrina católica afirmando que somente Deus seria capaz de reunir a essência e existência, em termos de igualdade. Portanto, buscar a perfeição era buscar o Senhor. 
Com o Renascimento Deus deixa de ser o centro de tudo. Dando lugar ao antropocentrismo, ou seja, o homem passar ser o objeto de estudo, o ser valorizado e os fenômenos passam serem explicados de forma racional. Essas mudanças foram motivadas pelo surgimento da ascensão da burguesia ao poder. Pensadores como John Locke elaborou a tese do empirismo, e a razão versus Deus. As artes ganham novas formas, por exemplo, Michelangelo esculpe Davi, Leonardo da Vinci pinta o quadro Anunciação e Dante escreve a Divina Comédia. As ciências também passam por transformações. Sendo o filósofo René Descartes o que mais contribuiu para este avanço. Descartes postulou a separação entre mente (alma, espirito) e corpo, afirmando que o homem possui uma substância pensante, e que o corpo desprovido de espirito, é apenas uma máquina. Este estudo permitiu que os cientistas estudassem os corpos dos mortes, algo inaceitável na idade média, pois a Igreja considerava o corpo sagrado. 
O avanço da Anatomia e Filosofia contribui para o surgimento da Psicologia. Dando ênfase ainda no processo de industrialização que requeria da ciência explicações e soluções práticas no campo técnico. 
No século 19 a Psicologia antes era estudada exclusivamente pelos filósofos passa ser estudada pela Fisiologia e a Neurologia. Em 1860 é formulada uma importante lei. É a lei Fechner-Weber, que estabelece a relação entre estimulo e sensação. Outra contribuição muito importante nos primórdios da Psicologia cientifica é a de Wilhelm Wundt. Ele cria o primeiro laboratório para realizar experimentos na área de Psicologia. Além disso, Wundt desenvolve a concepção do paralelismo psicofísico. Este cientista cria ainda o método que denomina de introspecção. 
A Psicologia se torna cientifica ao final do século XIX, quando se desligou da filosofia. Tendo como objetivo como é e como funciona a psique humana. Definindo como objeto de estudo o comportamento, a vida psíquica, a consciência. Delimita seu campo de estudo, e formula métodos de estudo desse objeto. Além do mais, as teorias passaram a obedecer aos critérios básicos da metodologia cientifica. 
Por fim, a Psicologia é indispensável para a compreensão da mente humana. Seu estudo mostra-se relevante a partir do momento que contribui para o entendimento do modo de agir das pessoas, como se relacionam e porquê. Esta ciência tem o papel de entender o homem como todo. Desde seu surgimento como ciência tenta explicar de forma concisa as ações do homem, eivada de métodos sérios e vem produzindo respostas para os fenômenos causados pela ação humana. Uma ciência que se preocupa com os assuntos diretamente ligado a mente é plausível, pois somente assim encontramos respostas ainda que não queiramos aceitar para determinados acontecimentos impensáveis por muitos, mas praticados por outros. 
Leandro do Nascimento Sousa, acadêmico do curso de Letras Vernáculos, da Universidade Federal do Acre.

Outros materiais