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3ª AULA PRINCÍPIOS

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PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PROCESSUAL 
I. INTRODUÇÃO 
- Princípio significa doutrina, teoria, ideia básica, entendimento que deve nortear vários 
outros, ou mesmo um sistema. Alguns princípios são comuns a todos os sistemas, outros somente 
em determinados ordenamentos. 
- Direito Processual Fundamental/Direito Processual geral: conjunto de normas processuais 
que ora são princípios, ora são regras. 
- Princípios informativos – axiomas, não precisão de demonstração (aspiração de melhoria do 
aparelhamento processual): princípio lógico (seleção de meios eficazes e rápidos de procurar a 
verdade e evitar erros); princípio jurídico (igualdade no processo e justiça na decisão); princípio 
político (máximo de garantia social, art. 140, CPC); e princípio econômico (processo acessível a 
todos, custo e duração). São universais e praticamente incontrovertidos; 
- princípios fundamentais ou gerais: o sistema jurídico pode fazer opção, considerando 
aspectos políticos e ideológicos. 
- alguns princípios básicos são comuns a todos os sistemas, já outros têm aplicação diversa 
no processo civil e no penal. 
II. PRINCÍPIOS 
A) Princípio do Devido processo legal (due processo of law) – artigo 5º, LIV. 
- Magna Charta Libertatum de 1215 (Magna Carta), entretanto, tornada definitiva em 1225 – 
direito anglo-saxão; João Lackland (Sem Terra/1199-1216) limitou os poderes reais, confirmou a 
liberdade individual e a inviolabilidade da propriedade privada – 63 artigos ou cláusulas; 
39. Nenhum homem livre será preso, aprisionado ou privado de uma propriedade, ou 
tornado fora-da-lei, ou exilado, ou de maneira alguma destruído, nem agiremos contra ele ou 
mandaremos alguém contra ele, a não ser por julgamento legal dos seus pares, ou pela lei da terra 
 
- Wiston Churchill: “Em todo o documento, ficou implícito que ali está uma lei que fica 
acima do rei e que nem mesmo ele pode violar. Esta afirmação de uma lei suprema e sua expressão 
numa carta geral é o grande trabalho da Magna Carta; e só isso já justifica o respeito que os 
homens lhe dedicaram.” 
- surgimento do constitucionalismo? Estado Constitucional é uma criação moderna. De 
acordo com Dallari o constitucionalismo começou a nascer em 1215, quando os barões da Inglaterra 
obrigaram o Rei João Sem Terra a assinar a Magna Carta, jurando obedecê-la e aceitando a 
limitação dos seus poderes. Avanços somente ocorreram na própria Inglaterra com a Revolução 
Inglesa (sec. XVII) quando houve a consagração do Parlamento como órgão legislativo. 
- melhor tradução é do princípio do justo processo legal. 
- artigo XI, da Declaração Universal dos Direitos do Homem (10/12/1948): todo homem 
acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade 
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tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público não qual lhe tenham sido 
asseguradas todas as garantias necessária à sua defesa. 
- os Princípios (desdobramentos) do devido processo legal estão também no artigo 8º 
(garantias judiciais) da Convenção Americana de Direitos Humanos (1969 - Pacto de San José da 
Costa Rica, ratificado pelo Brasil em 1992). 
- esta consagrado explicitamente (Colômbia) e implicitamente nas constituições do Paraguai, 
Uruguai, Argentina e Chile. 
- direitos são bens e vantagens conferidos pela norma, já as garantias são meios destinados 
a fazer valer esses direitos. É mais uma garantia do que propriamente um direito – protege a pessoa 
contra a ação arbitraria do Estado. 
- inovação da atual constituição a fazer referência explícita. Nas demais era implicitamente 
encontrado. 
- é uma cláusula constitucional. De acordo com José Afonso da Silva faz parte do princípio 
da proteção judiciária – principal garantia dos direitos subjetivos. 
- se concretiza a partir do momento que a pessoa tenha acesso ao Judiciário. 
- configura dupla proteção ao indivíduo: âmbito material de proteção ao direito de 
liberdade, quanto no âmbito formal, ao assegurar-lhe paridade total de condições com o Estado-
persecutor e plenitude de defesa. (Alexandre de Moraes); 
- sentido material/substantivo (Substantive due process): a justiça, equidade, a solução 
honesta e razoável. De acordo com Pedro Lenza citando Olavo Ferreira o devido processo legal 
substancial ou material são extraídos os princípios da razoabilidade e proporcionalidade 
(previstos no art. 8º, CPC). 
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Velloso, prolatou acórdão que em poucas 
palavras traz a perfeita essência do aspecto material do devido processo legal: 
"due process of law, com conteúdo substantivo - substantive due process - constitui limite 
ao Legislativo, no sentido de que as leis devem ser elaboradas com justiça, devem ser dotadas de 
razoabilidade (reasonableness) e de racionalidade (racinality), devem guardar, segundo W. Holmes, 
um real substancial nexo com o objetivo que se quer atingir" . 
- sentido formal/adejtivo/procedimental (procedural due process): respeito aos 
procedimentos e ritos, aos prazos, regras processuais. Direito à citação, do conhecimento do teor da 
acusação, de julgamento rápido e público, à igualdade de partes, à proibição da prova ilícita, à 
gratuidade da justiça ou ao desembaraçado acesso a essa, ao contraditório, ao juiz natural e 
imparcial, ao duplo grau de jurisdição, à ampla defesa; 
- tem como principais corolários (consequência; o que se deduz de uma proposição já 
demonstrada, de uma regra estabelecida, de um princípio firmado) a ampla defesa e o contraditório 
(CF, art. 5º, LV e art. 7º, CPC). 
 - ampla defesa: trazer ao processo todos os elementos tendentes a esclarecer a 
verdade ou mesmo de omitir-se ou calar-se; 
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 - contraditório: condução dialética (arte de raciocinar, deduzir e persuadir com método 
e justeza; é o modo de argumentar e discutir ou debater com fundamento a lógica) do processo, 
ato produzido pela acusação, caberá igual direito da defesa. 
- em relação ao inquérito policial, o seu corolário (contraditório) não é assegurado, pois 
fala-se em indiciado, sendo que o inquérito policial é um mero procedimento administrativo que 
busca colher provas. 
- princípio de maior importância que trata do processo. Dois grandes princípios 
constitucionais: acesso a justiça e o devido processo legal. 
- excessiva abrangência quase se confunde com o Estado de Direito (Celso Ribeiro Bastos); 
- Desdobramento segundo a doutrina: 
• princípio da publicidade dos atos processuais, a impossibilidade de utilizar-se em juízo 
prova obtida por meio ilícito; postulado do juiz natural (art. 5º, XXXVII e LIII); contraditório; 
procedimento regular (Celso Ribeiro) 
• combinado com o direito de acesso à Justiça e o contraditório e a plenitude da defesa, 
fecha-se o ciclo das garantias constitucionais (José Afonso da Silva) 
• razoabilidade (americanos) e proporcionalidade (alemães); 
• George Malmestein entende que o devido processo legal se desdobra em vários outros 
direitos e garantias: contraditório, ampla defesa, juiz natural, vedação de provas ilícitas, 
necessidade de fundamentação das decisões judiciais, publicidade dos julgamentos, 
individualização da pena etc. todos direitos expressamente positivados na CF de 88, a 
grande maioria no artigo 5º. 
• Por que conjunto de garantias constitucionais? Princípio fundamental. Redundância a 
inserção desse princípio no texto constitucional. Visa a tutela do trinômio “vida, liberdade e 
propriedade”. 
B) Princípio da igualdade: CF 5º, I. 
- princípio da igualdade processual. 
- Igualdade perante a lei e igualdade de tratamento (art. 7º, 139, I CPC). 
- a igualdade processual deve observar 4 aspectos: imparcialidade do juiz; igualdade no 
acesso à justiça, sem discriminação, redução das desigualdades que dificultem o acesso à justiça (98-
102, 162, III e 937, § 4º, CPC); e a igualdade no acessoàs informações necessárias ao exercício do 
contraditório. 
- Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas 
desigualdades – igualdade substancial/real/proporcional # de igualdade formal/negativa. 
- CDC, art. 4º, I – isonomia real – 6º, VIII, CDC. 
- No processo penal é atenuado pelo FAVOR REI – interesse do acusado goza de prevalente 
proteção (Ex.: absolvição por insuficiência de provas; revisão somente a favor do réu etc.) 
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- Processo civil – paridade de armas (7º, CPC) – entretanto, alguns favorecimentos para a 
Fazenda Pública e MP: prazo diferenciado e ciência dos atos judiciais mediante intimação pessoal, 
180 e 183 CPC; remessa obrigatória, art. 496 CPC; honorários de sucumbência arbitrados em níveis 
inferiores, art. 85, § 3º, CPC. 
- Art. 229, CPC, benefício de prazo. 
- CPC. Prioridade de tramitação ao idoso – Lei nº 10741/03 e art. 1048, CPC. 
C) Princípio do juiz e do promotor natural: CF 5º, XXXVII e LIII. 
- Garantia do juiz natural significa três coisas: que a instituição dos órgãos jurisdicionais deve 
ser anterior ao fato motivador de sua atuação; que a competência dos órgãos seja determinada por 
regra geral; e finalmente, que a designação dos juízes seja feita com base em critérios estabelecidos 
por lei ou procedimentos fixados em lei. 
- Tribunal de exceção: é aquele criado ou designado, por deliberação legislativa ou não, para 
julgar determinado caso. Criado ex post facto. 
- Se aplica no processo administrativo – princípio do julgador natural. 
- A garantia do promotor natural se encontra consagrado no art. 128, § 5º, CF e 38, II, da 
LOMP. “PROCESSAR” – art. 5º, LIII, CF. 
- São vedadas as designações discricionárias de promotores ad hoc pelo Procurador-Geral de 
Justiça. 
- O STF ao julgar o HC 677591, de relatoria do Min. Celso de Mello, admitiu a existência do 
princípio do promotor natural. 
D) Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional (do direito de ação)/do acesso à 
justiça: 5º, XXXV, CF 
- Não pode o legislador nem ninguém impedir que o jurisdicionado vá a juízo deduzir 
pretensão. 
- Direitos individuais, difusos2 e coletivos3. 
 
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 "HABEAS CORPUS" - MINISTÉRIO PÚBLICO - SUA DESTINAÇÃO CONSTITUCIONAL - PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS - A QUESTÃO 
DO PROMOTOR NATURAL EM FACE DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 - ALEGADO EXCESSO NO EXERCÍCIO DO PODER DE 
DENUNCIAR - INOCORRENCIA - CONSTRANGIMENTO INJUSTO NÃO CARACTERIZADO - PEDIDO INDEFERIDO. - O postulado do 
Promotor Natural, que se revela imanente ao sistema constitucional brasileiro, repele, a partir da vedação de designações 
casuísticas efetuadas pela Chefia da Instituição, a figura do acusador de exceção. Esse princípio consagra uma garantia de 
ordem jurídica, destinada tanto a proteger o membro do Ministério Público, na medida em que lhe assegura o exercício 
pleno e independente do seu oficio, quanto a tutelar a própria coletividade, a quem se reconhece o direito de ver atuando, 
em quaisquer causas, apenas o Promotor cuja intervenção se justifique a partir de critérios abstratos e pré-determinados, 
estabelecidos em lei. A matriz constitucional desse princípio assenta-se nas clausulas da independência funcional e da 
inamovibilidade dos membros da Instituição. O postulado do Promotor Natural limita, por isso mesmo, o poder do 
Procurador-Geral que, embora expressão visível da unidade institucional, não deve exercer a Chefia do Ministério Público de 
modo hegemônico e incontrastável. (HC 67759, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 06/08/1992, 
DJ 01-07-1993 PP-13142 EMENT VOL-01710-01 PP-00121) 
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 Espécie de direito subjetivo que decorre de situação fática a legitimar o ingresso em juízo para a sua proteção através das 
ações coletivas, como, por exemplo, o direito ao meio ambiente, o direito do consumidor e outros. Vide: Consumidor. 
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- tutela jurisdicional efetiva, adequada e tempestiva. 
- A arbitragem não ofende este princípio. 
E) Princípio do contraditório e da ampla defesa: CF 5º, LV – um direito das partes e um 
dever do juiz – Candido Rangel Dinamarco. 
- Estrutura dialética do processo (tese, antítese e síntese). Inquérito policial – procedimento 
administrativo para a colheita de provas – informativo – indiciado. 
- ambas as partes são admitidas a produzir provas dos fatos alegados. 
- ciência dos atos processuais – comunicação processual: citação, intimação e notificação. 
- direito disponível – revelia (334-349 CPC) - Processo Civil # Direito indisponível, CPP 261 a 
2634. 
- contraditório efetivo no processo civil – citação por edital – nomeação de curador, 72, II, 
CPC. 
- O NCPC deixa claro que a garantia constitucional do contraditório endereça-se também ao 
juiz, art. 7º e 9º, caput. O processo civil moderno repudia a ideia do juiz Pilatos, art. 370 e 95, CPC. 
- dever de dialogo do Juiz, art. 10, CPC. 
- O contraditório no processo penal é efetivo, real, substancial, no processo civil não tem essa 
plenitude. 
- Princípio da ampla defesa: CF 5º, LV. As partes têm o poder de reagir, imediata e 
eficazmente, contra atos do juiz violadores de sue direitos. 
F) Princípio da proibição da prova ilícita: CF ART. 5º, LVI e 369 CPC. 
- Todos os meios de provas são admissíveis no processo, salvo as obtidas por meios ilícitos. 
- Nenhuma regra constitucional é absoluta, por ex. prova decisiva para absolvição obtida por 
meio de uma ilicitude, como gravação clandestina de conversa telefônica. Prevalece o princípio da 
liberdade da pessoa. 
- A jurisprudência nacional tem adotado tese intermediária, com aplicação do princípio da 
proporcionalidade. Ex.: conversa telefônica gravada por um dos protagonistas sem o conhecimento 
do outro é válida. 
PROVA ILÍCITA. INTERCEPTAÇÃO, ESCUTA E GRAVAÇÃO, TELEFÔNICAS E 
AMBIENTAIS. PRINCÍPIO DA PROPORCIONA LIDADE. ENCOBRIMENTO DA PRÓPRIA 
 
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 Espécie de direito subjetivo que ampara os membros de determinado grupo social ligados, entre si, através de relação 
jurídica básica e que, em decorrência, legitima a entidade a defender os interesses comuns através de ações coletivas. 
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Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor. 
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo, será sempre exercida através de 
manifestação fundamentada. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 
 Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador. 
 Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear 
outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação. 
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TORPEZA. COMPRA E VENDA COM DAÇÃO EM PAGAMENTO. VERDADE 
PROCESSUALIZADA. DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA. 1 - Prova ilícita é a que viola 
normas de direito material ou os direitos fundamentais, verificável no momento de 
sua obtenção. Prova ilegítima é a que viola as normas instrumentais, verificável no 
momento de sua processualização. Enquanto a ilegalidade advinda da ilegitimidade 
produz a nulidade do ato e a ineficácia da decisão, a ilicitude comporta um 
importante dissídio acerca de sua admissibilidade ou não, o que vai desde a sua 
inadmissibilidade, passando da admissibilidade à utilização do princípio da 
proporcionalidade. 5 - APELO DESPROVIDO. (Apelação Cível n.º 70004590683, TJRS, 
2ª Câmara Especial Cível, Rel. Des. Nereu José Giacomolli, Data do julgamento 
09.12.2002, negado provimento, unânime). 
G) Princípio da publicidade dos atos processuais: garantia ao indivíduo. Fiscalização 
popular. Declaração Universal dos Direitos do Homem, art. 10. 
- Art. 93, IX e 5º, LX, da CF. 
- projeção da garantiaconstitucional do direito à informação, art. 5º, XIV, CF. 
- art. 8º, 11 e 189, CPC. Existem justificáveis ressalvas a publicidade, fundada na tutela à 
intimidade. 
- Também a restrição na Lei 9034/95, sobre organizações criminosas e 9296/96, sobre 
interceptações telefônicas – sigilo temporário. 
- dispositivo interessante novo CPC, art. 367, §§ 5º e 6º. 
- Inquérito policial5 é sigiloso, entretanto, temos o art. 7º, XIV do Estatuto da advocacia e a 
Súmula Vinculante nº 14: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos 
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com 
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.” 
- publicidade e sensacionalismo. 
H) Princípio do duplo grau de jurisdição: possibilidade de revisão, das causas já julgadas 
pelo juiz de primeiro grau/primeira instância. 
- ligado a estruturação do Poder Judiciário em dois ou mais níveis ou graus. 
- conveniência psicológica. 
- Não está expresso na CF. 
- Previsto na Convenção Interamericana de Direitos Humanos (Pacto de San José da Rica), art. 
8º, 2, h. 
 
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 Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da 
sociedade. 
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- Em algumas hipóteses não existe o duplo grau de jurisdição, como no caso de competência 
originária do STF, art. 102, I, CF. 
- Em casos excepcionais ocorre a remessa obrigatória ou devolução oficial, ou remessa 
necessária, art. 496 CPC e 574 CPP6. 
I) Princípio da motivação das decisões judiciais: art. 93, IX, CF. 
- arts. 11 e 371, CPC. 
- Fundamentar significa o magistrado dar as razões. 
- Tem que ser motivada sob pena de nulidade – vício formal. 
- inovação do novo CPC, 489, § 1º CPC – tríplice estrutura da sentença: relatório, motivação e 
dispositivo. 
J) Princípio da presunção de inocência/presunção de não culpabilidade: art. 5º, LVII. 
- Princípio fundamental do Estado de direito. 
- Oriundo da máxima romana in dubio pro reo. 
K) Princípio da celeridade e da duração razoável do processo: art. 5º, LXXVIII, CF 
- Desdobramento do princípio do direito de ação. 
- Previsto no Pacto de San José da Costa Rica. 
- Justiça tardia não é justiça 
- O princípio da duração razoável possui dupla função, uma quanto ao tempo do processo e 
outra a ver com a adoção de meios alternativos de solução de conflitos. 
- Duração exagerada do processo – violação aos direitos humanos – indenização. 
L) Princípio da imparcialidade do juiz: CPC 144 e ss. Juiz coloca-se entre as partes e acima 
delas – garantia de justiça para as partes. 
- Declaração Universal dos Direitos do Homem, art. X7. 
- Regras constitucionais que asseguram a liberdade do juiz, como as que estipulam as 
garantias (art. 95, CF) e prescrevem vedações (art. 95, par. Ún, CF) 
M) Principio da ação ou da demanda: cumpre a parte a iniciativa de provocar o exercício da 
função jurisdicional. Adotamos na esfera penal e civil, com algumas exceções, como se verá abaixo. 
 
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 Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo 
juiz: 
I - da sentença que conceder habeas corpus; 
II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de 
pena, nos termos do art. 4 
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 Artigo X. Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal 
independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra 
ele. 
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- processo inquisitivo (o juiz quem instaura o processo, acusar, defender e julgar em um 
único órgão) # acusatório (processo de ação): no processo penal brasileiro adota-se o sistema 
acusatório. 
- Princípio da inércia. 
- Princípio da ação/demanda (artigos. 24, 28 e 30 CPP8 e 2º e 141 do CPC); 
- Exceções ao princípio da ação/demanda: 878 da CLT9. Habeas corpus de ofício.10 
- O juiz não pode exceder os limites do pedido, 490 e 492 CPC. 
N) Princípios da disponibilidade e da indisponibilidade: 
- Poder dispositivo: liberdade de exerce ou não seus direitos, no direito processual a 
possibilidade de apresentar ou não sua pretensão em juízo. 
- Disponibilidade: liberdade de exerceu ou não seus direitos – processo civil. 
- Indisponibilidade: processo crime. O Estado tem o dever de punir. Exceção: transação penal, 
artigo 98, I, CF e Lei nº 9.099/95. Outras limitações: ação penal privada, ação penal publica 
condicionada a representação, suspensão condicional do processo. O MP não pode desistir da ação 
penal e do recurso, arts. 4211 e 576 do CPP12, mais pode pedir a absolvição do réu, podendo o juiz, 
mesmo assim, condená-lo. 
O) Princípio dispositivo e princípio da livre investigação das provas – verdade formal e 
verdade real: 
- Princípio dispositivo – o juiz depende, na instrução da causa, da iniciativa das partes, em 
crise. 
- Princípio da livre investigação das provas – inicialmente processo penal. A princípio no 
processo civil o juiz se satisfazia com a verdade formal (verdade existente nos autos) em contrário a 
verdade real/material. 
 
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 Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei 
o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-
lo. 
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial 
ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do 
inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério 
Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. 
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada. 
9
 Art. 878 - A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex officio pelo próprio Juiz ou Presidente ou 
Tribunal competente, nos termos do artigo anterior. 
Parágrafo único - Quando se tratar de decisão dos Tribunais Regionais, a execução poderá ser promovida pela Procuradoria 
da Justiça do Trabalho. 
10
 Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo 
Ministério Público 
§ 2
o
 Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus, quando no curso de processo 
verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal 
11
 Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal. 
12
 Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto. 
9 
 
- Hoje tanto no processo penal como no processo civil (arts. 139, 370, 371 e 481, CPC) vigora 
o princípio da livre investigação das provas. 
- No processo do trabalho os poderes do juiz na colheita das provas também são amplos, 
art. 765, CLT. 
P) Princípio do impulso oficial: compete ao juiz, mover o procedimento de fase em fase. 
Q) Princípio da persuasão racional do juiz/livre convencimento do juiz: regula a apreciação 
e a avaliação das provas produzidas nos autos. 
- Prova legal (valor inalterável e prefixas) julgamento secundum conscientiam (tribunais do 
júri) 
- Sistema do convencimento do juiz ou da persuasão racional (arts. 371 e 489, II, CPC e art. 
381, III CPP13). 
- Liberdade de convicção – o convencimento deve ser motivado, art. 93, IX, CF. 
R) Princípio da lealdade processual: moralidade e probidade atodos aqueles que participam 
do processo. 
- Ao desrespeitar a lealdade processual temos o Ilícito processual – sanções processuais. 
- Arts. 5º, 77 e 78 do CPC. O CPP não tem essa preocupação. 
- Código Penal – detenção para fraude em processo14 
S) Princípio da economia e da instrumentalidade das formas: custo-benefício. Exemplo 
reunião em caso de conexidade ou continência, art. 55, § 1º CPC, reconvenção, litisconsórcio etc. 
- Princípio do aproveitamento dos atos processuais, art. 283, CPC, de aplicação geral. 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
ALVIM, José Eduardo Carreira. Teoria geral do processo. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 
CARREIRA, Marcus Orione Gonçalves. Teoria geral do processo. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. 
DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e 
processo de conhecimento. 17. Ed. Salvador: Ed. Jus Podivm, 2015. 
DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do novo processo civil. São Paulo: Malheiros, 2016. 
GRINOVER, Ada Pellegrini. Teoria geral do processo. 28. ed. São Paulo: Malheiros, 2012. 
 
 
13
 Art. 381. A sentença conterá: III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão; 
14
 Fraude processual Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, 
de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e 
multa. 
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se 
em dobro.

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