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GLOBALIZAÇÃO CAPITALISTA E EXCLUSÃO SOCIAL

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UNIVERSIDADE SALVADOR – UNIFACS
CURSO: BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL 
Autora: Regina Célia Rodrigues Novaes
 
GLOBALIZAÇÃO CAPITALISTA E EXCLUSÃO SOCIAL
Guanambi
2014
UNIVERSIDADE SALVADOR – UNIFACS
CURSO: BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL 
Autora: Regina Célia Rodrigues Novaes
 
GLOBALIZAÇÃO CAPITALISTA E EXCLUSÃO SOCIAL 
Atividade apresentada como requisito parcial para aprovação na disciplina Acumulação Capitalista e Desigualdade Social do Curso de Serviço Social da UNIFACS sob acompanhamento da Profa.. Ana Elisa Drummond Celestino Silva e do Tutor Profo. Edvan de Souza Santos
Guanambi
2014
INTRODUÇÃO
 O Neoliberalismo esta muito longe de ser um aliado à globalização. Abordaremos aqui, através de uma síntese, como esta afetando a sociedade essa forma de vivência; como o Estado maior esta conduzindo seu povo, condenando a massa popular ao estado de miséria e pobreza, aumentando sua condição de vida a uma verdadeira exclusão social. 
 Nossa sociedade esta entregue a exclusão e a violência, por falta de investimentos na área da segurança, educação, etc. Tudo isso são conseqüências da economia neoliberal, onde os lucros estão acima do bem estar social. Existe uma urgência em uma reforma social, com programas sociais que equilibrem essa desigualdade, buscando a cidadania plena. 
 Vamos ter ciência de como os países mais ricos, de maior potência mundial, manipulam e detém o poder sobre os países subdesenvolvidos, os do terceiro mundo, principalmente os da América Latina, mascarando através da globalização, uma forma mais eficiente de obter vantagens e levando essa massa da população a um aumento dessa exclusão que esta assolando a dignidade humana. Veremos através do filme: “O mundo global visto do lado de cá”, do autor Silvio Tendler, onde entrevista o Geólogo e Intelectual Milton Santos sobre sua visão dessa Globalização, dando uma explanação e conseqüentemente alertando na constatação dessa realidade catastrófica que esta se tornando a humanidade, sua cultura e ideologia. 
MILTON SANTOS EXPLANANDO A GLOBALIZAÇÃO
 A globalização surgiu na década de 1980, foi um termo utilizado pela imprensa internacional, onde muitos intelectuais associaram-na à novas tecnologias da comunicação como por exemplo: os satélites robóticos, computadores, internet, etc. Globalização era considerada como aplicações financeiras e de investimentos, e também um sistema cultural, onde os individuos se relacionavam. Ela também reflete nos Estados e nas Nações uma demanda livre e global, de como as pessoas vivem em seu cotidiano, seus interesses, seus pensamentos, demonstra a exclusão social das mazelas da sociedade, o submundo da exclusão social, e porque não falar em fraguimentos dos excluídos da sociedade.
 Milton Santos no Filme “O Mundo Global visto do lado de cá”, faz sérias críticas ao mundo contemporâneo, fala em uma globalização solidária, onde a população de massa não deve deixar seus valores sobrepor os interesses da globalização, de Empresas que não têm responsabilidade social alguma, que detém as grandes agências de publicidade e que fazem da notícia a manipulação de seus interesses, informando de forma errônea nossa sociedade, encutindo na cabeça das pessoas a deixarem seus valores de lado, fazem das novas tecnologias uma arma de consumo, diminuindo postos de trabalho, causando um aumento de desemprego, a fome, a pobreza e a miséria da sociedade.
 A Cultura da sociedade esta vinculada ao meio em que vive, aos lugares e relações mútuas, a essência na captação da compreensão e interação entre as pessoas, o elemento central do ser, o que leva ao comportamento sistemático dentro da globalização, estabelecendo uma identidade cultural a nível mundial, pois assumem uma mesma forma de pensar, relacionadas ao consumo por exemplo. Milton Santos, reflete que o homem impõe suas próprias formas na natureza, as pessoas se globalizam, seu espaço geográfico esta ligado a suas demandas, seus idéais de vida e necessidades, sistematizadas por suas ações, o individuo se adapta ao meio em que vive, o desenvolvimento desigual esta relacionado a uma ordem de acontecimentos totalizados, através da formação social existe uma relação entre o local e o global, onde a sociedade aceita alguns e outros não, em um contexto sócio-cultural.
 A Globalização Solidária está relacionada a solidariedade em prol da cidadania, o consumismo leva ao exagero, domina o individuo e reproduz o capital, levando ao desperdício de bens materiais, relacionados também ao consumo alimentar e da fome do País e do mundo, esta diretamente relacionada a forma em que vivemos, produzimos além do que necessitamos, a má distribuição dos mesmos no mundo. O cidadão procura um sentido para viver, dependendo do meio onde nasceu, será determinante para sua condição social e esta pré-destinado a esta condição para o resto de suas vidas, pois não possui muitos caminhos a seguir, suas oportunidades são restritas perante a desigualdade social. 
 Os problemas da Globalização existiram desde quando surgiu no colonialismo, na conquista da terra, dominando uma terra onde existiam pessoas, nativos que foram ignorados e desrespeitados, em sua cultura, tradição. Esse problema ainda persistiu com o passar do tempo pela fragmentação do território, proporcionando um aumento da desigualdade social, empresas fálindo, fechansuas portas, revoluções, o individuo passando a ser um objeto descartável perante o âmbito social, o consumismo imperando diante do humanismo, passa a ser fundamentalista, dando um contraste global onde os Países das grandes potências imperam entre os Países pobres, individuos condenados a poucas oportunidades, sem trabalho e trazendo consequências desastrosas ao seu meio de vida.
 Os movimentos sociais eram considerados violentos e perturbadores da ordem pública, reivindicavam uma globalização solidária, porém o poder de transformar estava nas mãos do Estado que minimizava as desigualdades, mas era incapaz de resolver os problemas econômicos, que levou a várias manifestações dos movimentos sociais, nesse processo de globalização. Grandes Empresas explorando a mão de obra barata contribuem para esse aumento das desigualdades, pois não têm nenhuma responsabilidade social.
 Os movimentos sociais de resistência autômatos, chamados movimentos dos voluntários, reivindicam em grandes manifestações em Quito (Equador) e Cochabamba (Bolívia), onde Índios e Mestiços, indo inclusive no Consenso de Washington, que foi, uma reunião organizada pelo Instituto Internacional de Economia, em 1989, propondo reformas para que os países da América Latina retomassem seu desenvolvimento, com medidas de privatizações, aumentando os impostos, aplicando juros altos atraindo investimentos externos. Esses movimentos em contrapartida, não estavam de acordo com a questão do acesso aos recursos naturais, como à água e o gás, fazendo uma forte pressão popular, reivindicando esses bens a serem de uso social e não devem ser bens comercializáveis, pois as Empresas que têm a concessão da água querem a privatização, alegando que os recursos seriam voltados para investimentos aos pobres, mas sabemos que na prática, nunca irá existir, exemplo disso esta aqui no Brasil, com altos impostos arrecadados com o intuito de melhorar a saúde, a educação do País, e esses recursos não estão sendo aplicados de forma eficiente. Mais tarde na Bolívia, houve manifestações relacionadas ao Petróleo, pois a população com sua forte pressão queriam que nacionalizasse esse produto, trazendo assim, mais empregos a população. 
 O Papel da Mídia, Imprensa e a TV, que são consideradas comunicação de massa, é fundamental para convencer a população sobre a Globalização, pois o poderio econômico mundial impõe através das Agências de Propagandas, que usem estratégiasplantando notícias, e transformando a informação, publicam os desejos das Empresas que são consultores, sobre o consumo de produtos, como também sobre determinados assuntos políticos, transparecendo algo em transcurso natural, fazendo do público alvo, um ser manipulável, em prol de lucros, não se importando com qualquer outro resultado, senão o capitalista.
 Não precisamos abandonar nosso modo de ser, devemos continuar sonhando por uma globalização diferente, devemos sim conviver sem uma forma de domínio dos filósofos que incutem na forma de pensar de cada um, impondo suas idéias, direcionadas pelas grandes potências, que por sua vez, visam apenas seus interesses. Essa mudança pode acontecer com grandes idéias, educação, através da arte, cultura, ter qualidade de vida, fazendo do meio ambiente ser agradável e sustentável, provido de água, produzir energia de maneira adequada, o individuo tendo assistência médica e alimento de qualidade são estas características ideais a qualquer cidadão, preservando sempre a cultura popular, respeitando os limites de cada um, o ser social, valorizando nosso País, consumindo produtos nacionais, ou seja, sendo mais nacionalista, cuidando e dando oportunidades ao nosso meio social, sempre com Ética. 
 Neste contexto demonstra claramente, que o funcionamento da globalização é um divisor de classes, de ricos e pobres, uma constatação da realidade que demonstra a urgência de uma mudança estrutural na economia, para melhorar a situação atual de vida.
 Esses movimentos sociais são muito importantes na luta por mudanças sociais, pois chamam a atenção das autoridades e é um termômetro da sociedade, relatando a situação de injustiça que vive, a falta de moradia é a contradição de um dos transgressores impostos pela organização mundial, onde todos devem ter direito á moradia. Uma das reivindicações dos direitos nos movimentos sociais é a falta de um projeto social com jovens, isso seria um dos caminhos, onde possibilitaria aos jovens a enxergarem um caminho, para uma sociedade melhor, hoje algumas escolas da rede pública já estão introduzindo projetos por conta própria, pois professores mais bem situados com a realidade das periferias de alto índice de criminalidade, na esperança de tirarem esses jovens das ruas, organizam projetos interessantes como: teatro, música, capoeira, danças afrodescendentes, também trazendo suas famílias a se integrarem com uma participação plena.
 A expressão dos “excluídos” dos benefícios capitalistas, quer dizer que, a Globalização movida pela mídia vem ganhando espaço através das novas tecnologias, como a internet, porém, cantores Rappers através de movimentos artísticos, sobretudo através de suas músicas, denunciam a globalização totalitária, tentando passar aos jovens providos de benefícios sociais uma visão contra essas imposições sofridas em conseqüência da globalização, fazendo desses jovens ser mais críticos, olhando a realidade social, alertando a tomarem uma atitude em mudar esse cenário. No filme, também mostra os jovens Africanos, que são excluídos de benefícios até hoje, sofrem a discriminação social perante os Países Ricos.
 A visita de um grupo de pessoas do Movimento dos Sem Teto em um Shopping traduz o verdadeiro preconceito das pessoas em relação aos pobres, a verdadeira exclusão social. As pessoas com um poder aquisitivo maior acham que os pobres não têm direito a freqüentar certos lugares, achando que são marginais, que estes por sua vez vão roubar, quando na verdade, só querem fazer parte desta sociedade que os excluem socialmente, os recentes eventos dos “rolezãos” ocorridos em várias cidades, é a clara evidência da revolta desses jovens, pois querem fazer parte dessa sociedade sem serem discriminados, poder ter os mesmos direitos, terem uma vida mais digna, uma sociedade mais justa, equilibrada, fazem esses eventos para chamar a atenção do Governo, em uma tentativa de dizer: “Estou Aqui, também tenho Direitos!”.
 Podemos dizer que os mecanismos propostos pelo Neoliberalismo econômico que influem diretamente na produção dessas desigualdades sociais no Brasil, são um conjunto de medidas tomadas pelo Governo como: privatizações, aumento de impostos, juros altos para atrair investimentos internacionais, diminuição de benefícios da Previdência, diminuição da carga de despesas do Estado, passando para Empresas Privadas, que por sua vez, passam a dar menos benefícios a seus empregados, pagando pouco, usando mão-de-obra barata de outros países, explorando e caracterizando um trabalho escravo, uma total negligência por parte do Estado em não cobrar dessas Empresas uma responsabilidade social.
CONCLUSÃO
 Estabeleceu-se uma afirmação sobre a divisão, onde a segregação ficou real e nítida, as desigualdades sociais ficaram aparentes em um contexto atual, ao mesmo tempo, tornam-se contraditórias, pois o poder econômico do mundo esta na mão de poucos países, assolando a humanidade e condenando-a ao estado de miséria, A Globalização segundo o relato de Milton Santos, na entrevista com Silvio Tendler, esta dividida em três mundos, o primeiro diz que à Globalização é uma fábula, o segundo mundo é a fragmentação do território, o aumento da humanidade sendo inserida na desigualdade social e o terceiro mundo, como a Globalização poderia ser, um estado de bem estar social, com projeto para os jovens, com educação de ponta, com equilíbrio econômico da sociedade.
 Relata com imagens fortes, a luta dos excluídos por trabalho, por assistência, por moradia, por recursos naturais a serviço da humanidade sem ônus algum, fica claro também que a imprensa mundial esta manipulando as pessoas pelos interesses das Grandes Potências.
 Essa desigualdade social aumenta a cada dia, em conseqüência do Neoliberalismo, com as privatizações de serviços essenciais, baseadas na Globalização, Empresas diminuindo benefícios dos seus funcionários e explorando com mão de obra barata, sem responsabilidade social alguma, o grande número de pessoas sofrendo com a fome, porém não pela falta de alimento e sim pela má distribuição dos mesmos.
 Contudo, podemos dizer que existe a esperança para mudar esse contexto, através da educação e do jovem, preparando melhor, ajudando esses jovens através da tecnologia dando oportunidades de ser universal, mantendo o ser de cada um, respeitando seus costumes, através da cultura igualando a sociedade sem discriminação entre ricos e pobres. Vivendo uma democracia plena.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
DUPAS, G. A lógica da economia global e a exclusão social. Estudos avançados vol.12 n.34 São Paulo Sept./Dec. 1998.
MENDONÇA, R. et alli . Desigualdade e pobreza no Brasil: retrato de uma estabilidade inaceitável. 2000.
RIBEIRO, Wagner Costa. A quem interessa a globalização. Revista ADUSP, 1995, n. 2, p. 18-21.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência
SANTOS, Theotonio dos. Conceito de classes sociais. Petrópolis: Vozes, 1982.
SCHWARTZMAN, S. Pobreza, exclusão social e modernidade: uma introdução ao mundo contemporâneo. São Paulo: Augurium, 2004.
VEIGA, Beto. Neoliberalismo no Brasil e no mundo: o que é, um resumo da definição. Disponível em: <http://www.betoveiga.com/log/index.php/2009/11/neoliberalismo-o-que-e-um-resumo-da-definicao/>. Acesso em: 10 dez. 2010.
Documento “Quem sabe faz a hora” (Revista Sem Fronteiras, 1997)
Entrevista de Eduardo Gianetti , sobre a desigualdade social no Brasil. http://www.imil.org.br/milleniumtv/eduardo-gianetti-roda-viva/
Filme: “Globalização Milton Santos- O mundo global visto do lado de cá.”, disponível em vídeo (www.youtube.com/watch?v=alVnjWzX06k) , direção Sílvio Tendler, 2006

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