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Bloqueadores Neuromusculares Bloqueadores Neuromusculares • Muitas intervenções cirúrgicas são realizadas com mais segurança e rapidez com auxílio de drogas que produzem relaxamento do músculo esquelético. • Certos fármacos anestésicos podem produzir esse relaxamento apenas em concentrações elevadas e, portanto, são demasiadamente perigosos para uso. Bloqueadores Neuromusculares • Drogas relaxantes do músculo esquelético específicas • Redução da quantidade de fármacos anestésicos – melhora margem de segurança e velocidade de recuperação do paciente da anestesia • Emprego de Bloqueadores Neuromusculares: - Interferem na transmissão de impulsos na placa motora, propiciando relaxamento muscular adequado aos procedimentos anestésicos-cirúrgicos, bem como uso de menores doses de anestésicos intravenosos e inalatórios. Bloqueadores Neuromusculares • A ligação da Ach com receptores N inicia o potencial da placa terminal nos músculos • Para que exista a transmissão, é fundamental a liberação de Ach na terminação nervoso motora Bloqueadores Neuromusculares • A magnitude do potencial se relaciona com a quantidade de Ach liberada • A Ach é removida da placa motora através da destruição enzimática pela AchE Receptores Nicotínicos • Possuem locais de ligação à Ach e para migração de íons • Somente subunidades α reconhecem a Ach • 2 moléculas de Ach ligam-se ao receptor, que irá mudar a conformação, permitindo a abertura do canal aos íons e a consequente despolarização da placa terminal, causando a contração muscular permitindo a abertura do canal aos íons e a consequente despolarização da placa terminal, causando a contração muscular Bloqueadores Neuromusculares • Bloqueio da função normal da placa motora • Bloqueadores Neuromusculares Competitivos • Bloqueadores Neuromusculares Despolarizantes • Durante o século XVI exploradores europeus verificaram que nativos da bacia Amazônica usavam um veneno em suas flechas que provocava morte por paralisia muscular • Este veneno constituiu a base de alguns dos primeiros estudos científicos da farmacologia Bloqueadores Neuromusculares • CURARE – termo genérico para descrever vários venenos de flechas usados na América do Sul • Causa morte pela paralisia dos músculos esqueléticos • Uso clínico a partir de 1932• Uso clínico a partir de 1932 • Substância ativa: TUBOCURARINA Bloqueadores Neuromusculares Competitivos (Adespolarizantes) • Antagonistas competitivos da Ach nos receptores N na placa motora • Impedem o acesso do transmissor ao seu receptor e não deixam que ocorra a despolarização Bloqueadores Neuromusculares Competitivos (Adespolarizantes) • A quatidade de Ach liberada normalmente por um impulso nervoso ultrapassa várias vezes a necessária para desencadear um potencial de ação • Na fibra muscular, portanto, é preciso bloquear mais de 75% dos• Na fibra muscular, portanto, é preciso bloquear mais de 75% dos receptores N antes de efetivamente bloquear a transmissão • Atuam pela ligação a uma ou ambas as subunidades α, impedindo a Ach de ligar-se Bloqueadores Neuromusculares Competitivos (Adespolarizantes) • Também podem atuar através do bloqueio do canal • As grandes moléculas (Pancurônio) entram no canal e são incapazes de atravessá-lo • Canal iônico mais largo na porção extracelular do que na porção• Canal iônico mais largo na porção extracelular do que na porção intramembranosa • Fármacos atuam como uma “rolha”, impedindo o fluxo normal de íons Bloqueadores Neuromusculares Competitivos (Adespolarizantes) São cátions capazes de entrar no canal e reforçar o bloqueio Bloqueadores Neuromusculares Competitivos (Adespolarizantes) • Por serem altamente ionizáveis, não são capazes de atravessar todas as membranas – baixo volume de distribuição • Atravessam em pequenas quantidades a barreira placentária – sem danos ao feto • Praticamente destituídos de efeitos centrais após doses habituais - baixa capacidade de atravessar BHE • Os primeiros músculos a serem afetados são os oculares, pequenos músculos da face, extremidades e faringe (que gera dificuldades na deglutição) • A musculatura respiratória é a última a ser afetada e a primeira a ser recuperada Bloqueadores Neuromusculares Despolarizantes • Despolarizam a membrana, abrindo os canais da mesma maneira que acontece com a Ach • Persistem por mais tempo na junção neuromuscular, principalmente porque são resistentes à acetilcolinesterase • A despolarização é mais prolongada, resultando em um período breve de excitação repetitiva que pode provocar excitação muscular transitória e repetitiva – fasciculações • A despolarização inicial é seguida de bloqueio da transmissão neuromuscular e paralisia Causam dessensibilização – ausência de resposta ao agonista (pode acontecer por excesso de Ach também) Bloqueadores Neuromusculares Despolarizantes Bloqueadores Neuromusculares Despolarizantes • Succinilcolina tem ação breve – devido à metabolização pela butirilcolinesterase - uso clínico (rápida ação e curta duração) • Pacientes com uma variante anormal desta enzima (origem genética), podem ter bloqueio neuromuscular prolongadopodem ter bloqueio neuromuscular prolongado Farmacocinética dos Bloqueadores Neuromusculares • Pouco absorvidos pelo TGI • Via IM é adequada / início de ação rápido por via IV • Diversos tempos de ação: • BN Competitivos de longa duração: Eliminação renal e hepática -• BN Competitivos de longa duração: Eliminação renal e hepática - METOCURINA, TUBOCURARINA, GALAMINA, DOXACÚRIO, PANCURÔNIO E PIPECURÔNIO • BN Competitivos de duração intermediária: dependem mais da excreção biliar ou do metabolismo hepático. São mais usadas na clínica do que as de longa duração - VECURÔNIO e ROCURÔNIO • BN Competitivos de curta duração: metabolizados pela colinesterase plasmática - MIVACÚRIO Outros Efeitos dos Bloqueadores Neuromusculares LIBERAÇÃO DE HISTAMINA • A injeção de BN leva à liberação de histamina – broncoespasmo, secreções brônquicas e salivares excessivas • Ação direta nos mastócitos, e não uma reação anafilática• Ação direta nos mastócitos, e não uma reação anafilática LIBERAÇÃO DE K+ • BN despolarizantes podem liberar potássio de locais intracelulares Usos Terapêuticos dos Bloqueadores Neuromusculares RELAXAMENTOMUSCULAR • Principal uso: adjuvante de anestesia cirúrgica • Útil também em procedimentos ortopédicos• Útil também em procedimentos ortopédicos • BN de ação curta podem facilitar a intubação em associação com anestésico • Devem ser administrados apenas em locais que se disponha de recursos para reanimação respiratória e cardiovascular Usos Terapêuticos dos Bloqueadores Neuromusculares CONTROLE DE ESPASMOS MUSCULARES • Toxina botulínica: atua perifericamente reduzindo a contração muscular - inibe a liberação de Ach Usada como procedimento estético – FDA alerta para o risco de• Usada como procedimento estético – FDA alerta para o risco de paralisia respiratória devido a difusão inesperada da toxina do local de injeção EPILEPSIA Sinergismos e Antagonismos dos Bloqueadores Neuromusculares • Anticolinesterásicos têm sido usados no tratamento de doses excessivas de BN Competitivos e para reverter a anestesia. Um antagonista muscarínico deve ser usado simultaneamente para prevenir estimulação dos receptores M Um antagonista muscarínico deve ser usado simultaneamente para prevenir estimulação dos receptores M O mesmo não pode ser feito com BN Despolarizantes – efeito bloqueador • Alguns anestésicos inalatórios podem potencializar o efeito dos BN Competitivos, por isso, quando associados, a dose de BN Competitivo deve ser reduzida – Exs.: Sevoflurano, halotano, propofolCOMPETITIVOS: • Tubocurarina, e, em menor escala, Metocurarina, Mivacúrio e Atracúrio: produzem hipotensão, decorrente, provavelmente, da liberação de histamina. A pré-medicação com umm anti-histamínico atenua a hipotensão induzida pela tubocurarina. Efeitos Indesejáveis dos Bloqueadores Neuromusculares atenua a hipotensão induzida pela tubocurarina. • Pancurônio causa aumento moderado na freqüência cardíaca. Diversos mecanismos já foram propostos para explicar. DESPOLARIZANTES: • Bradicardia: provocada por uma ação muscarínica direta. Pode ser evitada por uso de Atropina. Efeitos Indesejáveis dos Bloqueadores Neuromusculares • Hipercalemia: o aumento da permeabilidade aos cátions nas placas terminais motoras gera uma perda final de potássio a partir do músculo e, conseqüentemente, a uma pequena elevação da concentração plasmática de potássio. • Aumento da pressão intra-ocular: resultante da contratura da musculatura (fisiologicamente semelhante à musculatura das aves) DESPOLARIZANTES: • Pressão intragástrica: as fasciculações associadas a succinilcolina causam aumento da pressão intragástrica, o que pode provocar vômitos Efeitos Indesejáveis dos Bloqueadores Neuromusculares • Hipertermia maligna: contraturas, rigidez, taquicardia e produção de calor pela musculatura. Ocasionada pela liberação descontrolada de cálcio pela administração de anestésicos e BN despolarizantes. Predisposição genética Outros Relaxantes Musculares • Inúmeros outros fármacos são usados como relaxantes musculares • Mecanismo de ação parece depender de propriedades sedativas e bloqueio das vias nociceptivas • Carisoprodol, Metaxolona, Orfenadrina
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