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NORMA JURÍDICA

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INTRODUÇÃO
	A vida em grupo é comprovadamente um mecanismo de promoção da sobrevivência humana. Contudo, a efetivação do ideal da sobrevivência requer do grupo uma organização, que se faz por meio da concepção de normas que visam o funcionamento sistemático desse grupo.
	Destarte, quanto maior o grupo, mais complexo é o sistema de normas. Parte-se do pressuposto que, quanto maior o grupo, maior é a instabilidade ideológica, que propicia eventuais conflitos sociais. Para garantir a organização do grupo é necessário, então, um complexo de normas que se adapte à dinâmica do grupo.
	Para gerir a adaptação das normas às mudanças do grupo é fundamental a criação de uma instituição reguladora, que estude a dinâmica de convivência do grupo, formule ou adapte as normas e garanta a aplicação dessas normas de forma eficaz e justa, assegurando a organização e sobrevivência desse grupo.
	Foi apresentado, portanto, uma conceituação básica de três elementos fundamentais para um grupo organizado, que passa a ser chamado de sociedade, a norma, a lei e o direito. Contudo, há ainda um vasto acervo de normas que não passa pelo viés do direito, uma vez que está ligado á condutas de caráter particular e que, portanto, não afetam a efetivação do ideal primeiro da sociedade, a sobrevivência, mas que ainda estão previstos em códigos que visão a promoção da boa convivência ou da continuidade de ritos costumeiros. 
	Portanto, é de suma importância entender a diferença entre as normas estudadas no campo do direito e as demais normas, que propõem condutas válidas para a convivência em grupos específicos, pois as normas estudadas pelo direito, intituladas de Normas jurídicas, possuem um campo de atuação surpreendentemente vasto e são responsáveis pela manutenção direta da ordem social.
CONCEITO DE NORMA JURÍDICA
	O conhecimento a respeito do termo norma é essencial para que se compreenda a natureza da norma jurídica bem como de suas características e de seus objetivos. 
Significado de Norma:
Aurélio: [Do lat. norma.] 
Substantivo feminino. 
1. Aquilo que se estabelece como base ou medida para a realização ou a avaliação de alguma coisa:
norma de serviço;
normas jurídicas;
normas diplomáticas. 
2. Princípio, preceito, regra, lei:
Tem como norma não deixar carta sem resposta.
3. Modelo, padrão:
norma de conduta, de ação. 
	Partindo do significado literal do termo “norma”, pode-se obter um prévio entendimento do que seja Norma Jurídica, mas é preciso, ainda, entender algumas de suas peculiaridades para que se possa diferenciá-la dos demais tipos de norma.
	É fácil associar os termos “norma”, “lei” e “direito”, dando-lhes, frequentemente e equivocadamente o mesmo valor. Embora haja relações entre esses termos, é importante compreender as diferenças entre eles para que se entenda o conceito de Norma Jurídica.
	Segundo Arnaldo Vasconcelos a distinção entre lei e norma é que a lei estabelece critérios de certeza e a norma propõe critérios de validez, ou seja, a lei descreve o ato e determina a sanção, dando a esta, caráter de certeza, a norma propõe uma conduta que será ou é dita válida em determinado conjunto social.
	Um jurista alemão chamado Karl Binding, em suas obras, trata do Princípio da Legalidade de uma forma muito particular que ficou conhecida como Teoria de Binding. Segundo Binding, as Leis Penais Condenatórias não são proibitivas, mas descritivas. Portanto, conforme essa teoria, quem pratica um crime não age contra a lei, mas sim de acordo com esta.
	A teoria de Binding não foi bem aceita pela comunidade jurídica da época, mas serve de base para entender melhor o conceito de Norma Jurídica.
	A lei é o enunciado que descreve o ato ilícito e prever uma sanção específica de forma a defender o Direito, portanto, se a norma propõe parâmetros para a validação da conduta humana esta emana do direito com base na lei, uma vez existente em si mesmo.
	A norma não é Direito, mas contém Direito, no sentido de enuncia-lo e veicula-lo. Por isso o Direito depende de uma norma que o preveja, formando assim o Direito previsto. O Direito é previsto porque a elaboração de seu modelo, a norma, decorreu de uma opção entre várias possíveis, ou seja, os parâmetros para seu suporte foram previamente selecionados primando os considerados relevantes para a vida de convivência social.
	“Norma Jurídica é norma de Direito, isto é, norma de fazer Direito. A norma jurídica é norma de fim. Dimensiona-se os aspectos formal e material do Direito. A norma, que é fórmula ou forma do Direito, deve, ademais, ter Direito. O Direito de que se trata, logo se vê, é aquele que se põe através da norma. Direito positivo, portanto. O Direito posto na norma é Direito-previsão, ou previsão de Direito. Acontecendo o fato normativo realizasse a previsão, surgindo daí o Direito”.
 (Arnaldo Vasconcelos)
NATUREZA DA NORMA JURÍDICA
	Tendo entendido o conceito de norma jurídica, podemos agora então entender o que a faz ser como é, entender a sua essência.
	As discussões, pensamentos e teorias que tentam explicar a natureza da norma jurídica, são variadas, cada uma mostrando seus pontos positivos e negativos, ao mesmo tempo que tentam exprimir o pensamento ideal. Muitos estudiosos do direito, apresentaram teorias que se destacaram na tentativa de explicar a natureza da norma jurídica, como a teoria do imperativismo, indicativista, juízo disjunto, ao estudar estas e outras teorias em conjunto, podemos perceber que todas são falhas e que ainda pode haver muito a se pensar antes de termos uma definição conclusiva e complexa sobre a natureza da norma jurídica.
	Contudo, ainda podemos captar a natureza da norma jurídica, de uma forma simples. Primeiro temos que ter uma clara conceituação do que vem a ser natureza e a observação atenta dos fatos que fazer a norma jurídica ser o que é.
	Podemos falar de natureza da norma jurídica como aquilo que a faz ser o que é, a sua essência. Segundo o filósofo Baruch Spinoza em sua obra sobre a Ética:
“Digo pertencer à essência de uma coisa aquilo que, uma vez dado, põe necessariamente a coisa e, uma vez suprimido, necessariamente a destrói; ou aquilo sem o que a coisa não pode ser nem ser concebida e, ao reverso, aquilo que não pode ser nem ser concebido sem a coisa.”
	Tendo em mente essa afirmação, nos resta então identificar aquilo que é de fundamental importância para existência da norma jurídica.
	De uma forma bem simplificada e de fácil entendimento, observando o quadro em que a norma jurídica acontece, podemos perceber que ela é bem mais do que apenas uma enunciação que surge do nada para que o direito se estabeleça na sociedade. As normas jurídicas se dão no contexto de uma sociedade que apresenta em sua estrutura, uma série de formas sociais. As pessoas em suas relações práticas entre si, possuem formas de interação, formas de vínculo e estabelecimento tao aprofundadas que podemos chamá-las de formas sociais. Estas formas sociais estão tao cristalizadas e condensadas, de modo que qualquer indivíduo que nasce vai também se relacionando e se constituindo, no nível de sua personalidade a partir desse quadro de relações e formas sociais já estabelecidas.
	As normas jurídicas operam neste quadro de formas sociais, não construindo relações antes não existentes, mas pelo contrário, elas falam de um tecido de relações sociais já estabelecido. É da natureza da norma jurídica surgir a partir das normas sociais, como uma organizadora, mediadora de justiça. Segundo Arnaldo Vasconcelos em seu livro “Teoria da Norma Jurídica”:
“O conteúdo da norma constitui uma relação de justiça. Norma que não envolva tal relação, seguramente, não pode pretender ser jurídica. ”
“A vocação especial da norma jurídica é realizar o Direito”
CARACTERÍSTICAS DA NORMA JURÍDICA
Não há um determinado conjunto de características que abarque todas as normas existentes no ordenamento jurídico pátrio. Por mais que a doutrina se esforce em tentar desenvolver um único critério lógicode enquadramento capaz de envolver todas as normas, nessa empreitada não haverá êxito, porque sempre vão existir regras jurídicas de natureza tão peculiar, que escaparão do englobamento definido. Entretanto, considerando as categorias mais gerais das normas jurídicas, verifica-se que estas apresentam algumas características que, na opinião predominante dos autores, são as seguintes: a bilateralidade, a generalidade, a abstratividade, a imperatividade e a coercibilidade. 
A Bilateralidade é simples, significa que a Norma Jurídica possui dois lados: um representado pelo direito subjetivo e outro pelo dever jurídico. Exemplo: a Norma Jurídica prevista no artigo 5° inciso XII prevê que "é inviolável o sigilo das correspondências". Nessa Norma Jurídica qual o direito subjetivo? A garantia do sigilo da correspondência do proprietário da encomenda. Qual o dever jurídico? A inviolabilidade da correspondência, dever este dirigido não só aos agentes estatais encarregados de transportar a encomenda, mas também a qualquer pessoa que porventura tenha acesso à correspondência. 
A Generalidade significa que os preceitos da norma jurídica se dirigem a todos que se acham na mesma situação jurídica. Dessa característica decorre o princípio da isonomia da lei, segundo o qual todos são iguais perante a lei. Exemplo: A lei 4.898/65 regula os casos de abuso de autoridade, prevendo penalidades dirigidas para todos os servidores públicos indistintamente, independente do cargo ocupado. Todos os funcionários públicos estão sujeitos às sanções dessa norma, desde o cargo de nível fundamental mais simples até o cargo de nível superior mais alto na administração pública. 
A generalidade não é uma característica essencial, porque existem situações especiais em que as normas se revelam individualizadas, o que seria o oposto da generalidade, quando os ditames da norma seriam dirigidos a um ou a vários membros de uma mesma classe, individualmente determinados. Um exemplo seria a norma jurídica prevista no artigo 85 da Constituição Federal que prevê os crimes de responsabilidade praticados pelo presidente da república, essa é uma norma dirigida única e exclusivamente ao presidente, ou seja, é uma norma dirigida a um destinatário, portanto, individualizada. 
A Abstratividade significa que a norma foi criada não com o propósito de regular uma situação concreta, singular, específica, mas o maior número possível de situações semelhantes. Se o Poder Legislativo pretendesse alcançar os fatos como ocorrem singularmente, com todas as suas variações, além de se produzirem leis e códigos muito mais extensos, o legislador não alcançaria o seu objetivo, pois a vida social é mais rica do que a imaginação do homem e sempre cria acontecimentos novos e imprevisíveis. A Abstratividade também não é uma característica essencial, uma vez que existem normas jurídicas concretas como, por exemplo, uma sentença judicial, a qual regula um caso concreto, singular, específico.
A Imperatividade significa que a norma impõe determinado comportamento aos seus destinatários, uma exigência, uma obrigação, e não mero aconselhamento. Se não fosse assim, jamais haveria ordem social, porque as pessoas já não cumprem a lei quando são obrigadas a obedecer, imagine se não houvesse o caráter imperativo da norma jurídica, a sociedade seria completamente desarranjada sem segurança e sem justiça. Por isso, essa característica, ao contrário da Generalidade e Abstratividade, é essencial. Os casos de Imperatividade são muitos, o código penal, por exemplo, impõe a não realização de inúmeras práticas criminosas terminantemente proibidas a qualquer cidadão, sob pena de ter a liberdade cerceada. 
A Coercibilidade significa a possibilidade do uso da força, que pode ser psicológica ou física. A força psicológica é representada pela coerção, que nada mais é do que uma intimidação feita por meio das penalidades previstas na hipótese de violação da norma jurídica, o propósito da coerção é amedrontar o potencial infrator por meio da aplicação de uma punição caso este venha a infringir a regra. Já a força física é representada pela coação, uma reserva de força propriamente dita, materializada no mundo real pois reflete no campo físico. A coação é acionada quando o destinatário da regra não a cumpre espontaneamente. 
As noções de coação e de sanção não se confundem. A coação é uma reserva de força a serviço do Direito, enquanto que a sansão é considerada, geralmente, medida punitiva para a hipótese de violação de normas. Quando o juiz determina a condução da testemunha ou ordena o leilão de bens do executado, ele aciona a força a serviço do Direito; quando condena o acusado a uma pena privativa de liberdade ou pecuniária, aplica a sanção legal. Existe também a denominada sanção premial, um benefício conferido pelo ordenamento como incentivo ao cumprimento de determinada obrigação. Seria o caso, por exemplo, de uma lei que concedesse descontos nas tarifas de água e luz para quem economizar um percentual X no consumo mensal. Esse desconto seria a sanção premial.
A coercibilidade seria uma característica essencial da norma jurídica ou não? A opinião é dividida entre os autores. Uns defendem que não, porque a coercibilidade somente é acionada excepcionalmente, é um fator contingente, não necessário, se fosse essencial seria uma qualidade presente em todas as situações. Outros autores como Ihering já defendem que o Direito sem a Coercibilidade “é um fogo que não queima, uma luz que não ilumina”, o que significa dizer, em outras palavras, que a norma jurídica sem coercibilidade é desprovida de eficácia, não conseguindo atingir seus objetivos. 
CLASSIFICAÇÃO DA NORMA JURÍDICA
	A classificação da norma jurídica é proposta de diversas formas por cada autor, entretanto devido a finalidade desta pesquisa a classificação apresentado por García Máynez na visão deste pesquisador é a mais didática.
	A) quanto ao sistema a que pertencem;
	B) quanto à fonte;
	C) quanto aos diversos âmbitos de validez;
	D) quanto à hierarquia; 
	E) quanto à sanção;
	F) quanto à qualidade;
	G) quanto às relações de complementação;
	H) quanto às relações com a vontade dos particulares;
	I) quanto a flexibilidade ou arbítrio do juiz.
QUANTO AO SISTEMA A QUE PERTENCEM;
São Divididas em Nacionais, Estrangeiras e de Direito Uniforme;
Nacionais: Tratam-se de normas obrigatórias dentro dos limites do poder de um estado, que fazem parte do ordenamento jurídico próprio do mesmo.
Ex: Constituição Federativa do Brasil Art. 2º São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Trata-se de uma norma que faz parte do ordenamento jurídico próprio do Brasil e possui obrigatoriedade dentro dos limites do estado.
Estrangeiras: Tratam-se de normas que possuem aplicação além dos limites do seu estado, equivale a dizer que estrangeira é a norma própria de um estado que se aplique em outros.
Direito Uniforme: Trata-se da adoção interna por dois ou mais estados de uma legislação padrão, mediante um tratado.
Ex: Um exemplo são os tratados de extradição que o Brasil mantém com vários países (França, Ucrânia, República Dominicana entre outros), possibilitando a transferência de criminosos
B) QUANTO À FONTE;
São divididas em Legislativas, Costumeiras e Jurisprudenciais.
Legislativas: Tratam-se de normas escritas, corporificadas em lei que emanem de um processo legislativo.
Ex: Emenda Constitucional nº 72 de 3 de abril de 2013, altera a redação do artigo 7º da CF para estabelecer a igualdade dos direitos trabalhistas entre os trabalhadores domésticos e os demais trabalhadores urbanos e rurais.
Esta emenda foi escrita e submetida a todo o processo legislativo legal até ser corporificada em lei.
Consuetudinárias ou Costumeiras: Tratam-se de normas não escritas, elaboradas de forma espontânea pela sociedade e enraizadas na consciência popular como regra obrigatória.
Ex: o modo de criação das normas que regulam a língua portuguesa, e todasas outras línguas: as normas da gramática não são criação dos gramáticos, pois o seu papel não é o de criar normas para regular a língua, mas apenas o de identificar, no uso social da linguagem, as normas que o regem.
Jurisprudenciais: Tratam-se de normas criadas pelos tribunais baseados em precedentes judiciais, no nosso sistema a jurisprudência ainda não deve ser usada como fonte formal do direito.
Ex: Adoção Homoparental - Adoção conjunta
C) QUANTO AOS DIVERSOS ÂMBITOS DE VALIDEZ
São divididas em seus âmbitos, são eles: 
ESPACIAL: Gerais e Locais
TEMPORAL: Determinadas e Indeterminadas
MATERIAL: Direito Público e Direito Privado
PESSOAL: Genéricas e Individualizadas
Âmbito espacial de validez;
Gerais: são as normas que se aplicam em todo o território nacional.
Ex: Código Civil Art. 99. São bens públicos:
I – Os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças.
II – Os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive as de suas autarquias.
III – Os dominicais, constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Locais: São as normas que se aplicam (são válidas) apenas à parte do território do estado.
Ex: Atualmente nos EUA, 33 dos 50 estados do país ainda mantém a pena de morte.
Âmbito temporal de validez;
Indeterminadas: São as normas que não possuem vigência prefixada. 
Ex: A lei 8.069, de 13 de Julho de 1990 , que dispõe sobre o estatuto da criança e do adolescente, e da outras providências.
Destaca-se que esta lei não possui nenhum artigo que determine o tempo de sua vigência.
Determinadas: São as normas que já na sua formação possui vigência previamente fixada.
Ex: A PEC 241, se aprovada no processo legislativo será um exemplo de norma determinada, pois desde de sua formação ela fixa sua vigência em 20 anos podendo ser revisado em 10 anos.
Âmbito material de validez
Direito Público: São as normas que o estado impõe seu poder em uma relação jurídica de subordinação.
Ex: O Direito Penal, Direito constitucional entre outros.
Direito privado: são as normas que possuem apenas relação de coordenação.
Ex: Direito Civil, Direito do Trabalho, Direito Comercial, Direito Empresarial, entre outros.
Âmbito pessoal de validez
Genéricas: São as que se dirigem a todos que se acham na mesma situação jurídica.
Ex: CF Art. 5 º, II – Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo se não em virtude de lei.
Esta norma dirige-se a todo o cidadão que esteja dentro dos limites do poder do Brasil, portanto genérica.
Individualizadas: São as normas que se dirigem a destinatários singulares.
Ex : O capítulo II da Lei 8.906/94 que dispõe sobre os direitos do advogado.
	Portanto esta lei só se aplica aos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil, sendo assim uma ordem individualizada.
D) QUANTO À HIERARQUIA;
1.Leis complementares: Visa adicionar algo a Constituição. 
2.Medida Provisória: Adotada pelo Presidente da República, mediante ato unipessoal, tem força de lei, mas não passa por processo legislativo. 
3.Decreto: É uma ordem de um órgão superior que visa o cumprimento de uma resolução. 
4.Decretos-lei: Foi uma ferramenta do poder executivo para dar efetividade imediata a uma norma da administração. 
5.Decreto Legislativo: Destinado a veicular matérias de competência do Congresso Nacional prevista no art49 da Constituição. 
6.Lei Delegada: Ato normativo elaborado pela presidência da Republica para casos de relevância e urgência, para não demorar tanto quanto a lei ordinária. 
7.Decretos Regulamentares: são atos do Poder Executivo, que tem objetivo em prover situações previstas em lei, para as explicitar e executar. 
8.Normas Internas: tem por finalidade disciplinar situações específicas na Administração Pública. 
E) QUANTO À SANÇÃO;
Normas mais que perfeitas: São aquelas cuja violação possui duas consequências: a nulidade do ato e a aplicação de uma restrição ou pena ao infrator. 
Normas perfeitas: São aquelas que promovem a nulidade do ato, porém não prevê sanções ou penalidades. 
Normas menos que perfeitas: São aquelas que não preveem a nulidade do ato, apenas a aplicação da pena, sanção ou condição restritiva. 
Normas imperfeitas: São aquelas que sua violação não gera nem a nulidade do ato e nem outra penalidade. São normas de caraterística social e ética. 
F) QUANTO À QUALIDADE; (García Maynez) 
Positivas ou Permissivas: normas que permitem ação ou omissão. 
Negativas ou Proibitivas: proíbem a ação ou omissão 
H) QUANTO À VONTADE DAS PARTES;
	São divididas em taxativas e dispositivas.
Taxativas: São as normas que se tratam de interesses da sociedade, obrigam independente da vontade das partes.
 Ex: Art. 157. - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
3º - Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de 7 (sete) a 15 (quinze) anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, sem prejuízo da multa.
Dispositivas: São as normas que por se tratarem de interesses particulares, admitem a não adoção de seus preceitos, desde que por vontade expressa da parte interessada.
Ex: Difamação Art. 139. Código Penal
Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
QUANTO À FLEXIBILIDADE OU ARBÌTRIO DO JUIZ;
São divididas em Categóricas (rígidas ou cerradas) ou hipotéticas (Elásticas ou Abertas).
Categóricas: São as normas que não possuem a descriminação do juiz.
Ex: mesmo sabendo que um jovem de 17 anos e 11 meses de idade possui discernimento e experiência, não pode considera-lo imputável criminalmente, pois a norma é categórica ao estabelecer que a responsabilidade criminal é aos 18 anos de idade completos. 
Hipotéticas: São normas que expressam conceitos vagos, amplos, como boa-fé objetiva, justa causa, quando caberá ao juiz decidir com equidade os casos concretos. Confere-se ao julgador certa margem de liberdade na definição da norma a ser aplicada.
Ex: Código Civil Art. 1.586. Havendo motivos graves, poderá o juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos, regular de maneira diferente da estabelecida nos artigos antecedentes a situação deles para com os pais.
TRÊS CRITÉRIOS DE VALORAÇÃO
(Validade, justiça e eficácia)
O primeiro ponto que é preciso estar bem claro quando se quer dotar uma teoria da norma jurídica de fundamentos sólidos, é que toda norma jurídica pode ser submetida a três valorações distintas: 1) se ela é justa ou injusta; 2) se ela é válida ou inválida; 3) se ela é eficaz ou ineficaz.
 O problema da validade na concepção de Tércio Ferraz Jr. “é uma qualidade da norma que designa uma pertinência ao ordenamento, por terem sido obedecidas as condições formais e matérias de sua produção e consequente integração ao sistema ”. Para decidir se uma norma é válida, é preciso observar 3 critérios: 
1) se a autoridade que a emanou tinha a competência e o poder legítimo de emanar normas jurídicas.
Por exemplo, se o Presidente da República editar sozinho uma lei, ela não terá vigência ou validade formal, uma vez que falta a legitimidade do órgão de que foi emanada. Se, ao contrário, não se trata de uma lei, mas de um decreto que regulamenta uma lei federal, então o Presidente da República é competente para editar esse ato normativo, desde que não inove na matéria
2) se não foi revogada, tendo em vista que uma norma pode ter sido válida, mas não significa que ainda seja; 
3) se não é incompatível com outras normas do sistema. Particularmente com uma norma hierarquicamente superior ou com uma norma posterior, visto que em todo ordenamentojurídico duas normas incompatíveis não podem ser ambas válidas 
 O problema da validade jurídica é o problema ontológico do direito, ou seja, uma investigação teórica de si mesmo.
 Enquanto o problema da validade se resolve com um juízo de fato, o problema da justiça se resolve com um juízo de valor. De acordo com Norberto Bobbio: significa saber se a norma corresponde ou não aos valores supremos que inspiram determinado ordenamento jurídico”.
 Esse é um problema deontológico do direito, pois equivale a observar a correspondência entre o que é real e o que é ideal. 
O problema da eficácia para Miguel Reale é “a regra jurídica enquanto momento da conduta humana. A sociedade deve viver o direito e como tal reconhecê-lo”. 
É o problema fenomenológico do direito, ou seja, uma observação dos fenômenos, especialmente os histórico-sociais, os comportamentais.
 Os três critérios (Justiça, validade e eficácia) são independentes:
Uma norma pode ser válida sem ser justa:
Até pouco tempo vigoravam leis raciais que nenhuma pessoa de bom senso se dispõe a considerar justas. Todavia, elas eram válidas.
Uma norma pode ser eficaz sem ser válida: 
Existem muitas normas sociais seguidas espontaneamente, ou seja, eficazes, como, por exemplo, as regras da boa educação. Essas regras, pelo simples fato de serem seguidas, não adquirem validade jurídica. Transformam-se em jurídica quando os órgãos de poder lhe atribuem validade, o que confirma que a eficácia não se transforma diretamente em validade
Uma norma pode ser eficaz sem ser justa:
O fato de a escravidão ser praticada por todos os povos civilizados num certo período histórico não a transformava numa instituição adequada à justiça.
Há muitas teorias que tendem a reduzir um aspecto aos outros dois como o Direito natural, o Positivismo jurídico e o realismo jurídico. No entanto, não há necessidade de aprofundar nesse momento.
REFERÊNCIAS
VASCONCELOS, Arnaldo. Teoria da Norma Jurídica. 6ªEd. 2006.
KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. 8ªEd. 2009.
BOBBIO, Norberto. Teoria da Norma Jurídica. 5ªEd. 2001.
NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. 38ªEd. 2016
FERRAZ JR, Tercio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito. 9ªEd. 2016.
REALE, Miguel. Lições Preliminares do Direito. 27ªEd. 2002.
IHERING, Rudolf Von. Luta Pelo Direito. 2009
BINDING, Karl. Teoria das Normas.
MAYNEZ, García. Introduccion Al Estudio Del Derecho. 2002

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