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MEMÓRIA aula 1

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MEMÓRIA
Aula 1
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Definição
A Memória refere-se ao processo dinâmico de aquisição, a formação, a conservação e a evocação de informações/ experiências passadas.
Aquisição = aprendizagem
Evocação = recordação, lembrança, recuperação
	
Possui três operações básicas que representam um estágio de processamento: codificação, armazenamento, recuperação.
		Só é possível lembrarmos daquilo que 	aprendemos.
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Estágios de processamento da memória
1) Codificação: os dados sensoriais são transformados em representação mental;
2) Armazenamento: manutenção das informações codificadas na memória;
3) Recuperação: acesso ou uso das informações armazenadas.
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Quem sou EU ?
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	“Somos aquilo que recordamos e o que resolvemos esquecer.”
Nossas memórias e o que esquecemos dizem sobre quem somos, configuram nossa singularidade (ou personalidade) e nos fazem reconhecer o nosso próprio EU.
O processo de esquecimento é ativo, no sentido de que o cérebro “escolhe/ seleciona” ativamente o que deve ser esquecido.
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Sobre as lembranças...
São distintas entre cada ser;
Estão vinculadas às experiências vivenciadas e à aprendizagem.
Nosso acervo de memória nos converte em indivíduos. ENTRETANTO, a construção da memória ocorre na relação com os outros.
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Memória coletiva e identidade grupal
Através das relações sociais e da comunicação cotidiana, são criadas memórias comuns aos membros de um grupo/ comunidade/ sociedade.
Tal memória comum viabiliza/ oportuniza/ alimenta essas relações, pois permite a criação de uma identidade comum ao grupo.
A identidade dos povos, dos países e das civilizações provém de suas memórias comuns. Tal conjunto de memórias denomina-se HISTÓRIA.
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Memória coletiva e memória individual
Se somos aquilo que lembramos ...
E se lembramos aquilo que aprendemos nas relações sociais... 
Então, a memória coletiva ou a HISTÓRIA de um grupo/ povo/ civilização irá atravessar a memória individual e a identidade pessoal.
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A memória humana e a memória dos animais
A memória humana e a dos outros mamíferos são parecidas no que concerne aos seus mecanismos essenciais e às áreas nervosas envolvidas e seu mecanismo molecular de operação. Mas difere no seu conteúdo.
 As memórias são feitas por células nervosas (neurônios), são armazenadas em redes de neurônios e evocadas pelas mesmas rede ou por outras.
São moduladas pelas emoções, pelo nível de consciência e pelo estado de ânimo.
	Ex.: É mais fácil lembrarmos algo quando estamos mais animados, e mais difícil quando estamos deprimidos ou cansados.
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Memória ou Memórias?
A memória provêm das experiências, então teremos tantas memórias possíveis quantas experiências vivenciadas.
	Ex.: memórias motoras, visuais, auditivas, prazerosas, desprazerosas etc.
MEMÓRIA – designa a capacidade geral do cérebro em adquirir, guardar e lembrar as informações;
MEMÓRIAS – designa os tipos de memórias quanto à função e forma de aquisição. Ex.: memórias auditivas, visuais, memória de trabalho
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A memória e suas deformações
É comum esquecermos o que é trivial e incorporar à nossa memória fatos irreais.
A lembrança não é igual à realidade, pois o cérebro converte a realidade e as informações em códigos e as evoca também por meio de códigos. Tais códigos são sinais elétricos e bioquímicos que entram no organismo pelas diversas vias dos sentidos e são traduzidas pelos neurônios.
		Porém, em cada tradução ocorrem perdas.
Simbolicamente, após a aquisição da linguagem, o ser humano costuma traduzir imagens/conhecimentos em palavras, e muitas vezes guardamos a memória somente como linguagem.
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Tipos e formas de memória
Podemos classificar as memórias de acordo com a função, com o tempo em que duram e com o seu conteúdo.
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Modelo Tradicional
Década de 60 – 1º modelo:
Memória primária: que armazena as informações primárias
Memória secundária: que inclui informações em caráter permanente ou por um longo tempo.
2º Modelo (Atkinson e Shiffrin):
Propunham uma memória com três sistemas de armazenamento (receptáculos): sensorial, de curto prazo e de longo prazo
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Modelo Atkinson e Shiffrin
Armazenamento sensorial: capaz de armazenar quantidades de informações limitadas por períodos breves
Constitui o repositório inicial de informações que depois farão parte das memórias de curto prazo e de longo prazo;
Onde ocorre o armazenamento icônico (registro sensorial de natureza visual e descontínua que retém informações por períodos muito breves)
Ex.: “por analogia” escrita de uma palavra com uma caneta cintilante
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OBS: A memória icônica
Pode abranger até 12 itens;
Pode ser apagada;
Funcionalidade: facilita o processo de memória, pois enfrentaríamos sérias dificuldades se tudo o que enxergássemos no ambiente permanecesse um longo período de tempo.
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Resumindo...
A informação visual parece entrar em nosso sistema de memória por meio de um armazenamento icônico, que a preserva por períodos muito breves. Na sequência usual dos eventos, essa informação pode ser transferida para outro receptáculo ou pode ser apagada. Isso ocorre se outra informação for superposta à primeira antes de existir tempo suficiente para a transferência de informação a outro receptáculo.
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2) Armazenamento de curto prazo:
A maioria das pessoas não possui acesso à memória sensorial, mas possui ao receptáculo da memória de curto prazo;
Mantém a informação por alguns segundo ou minutos a informação (normalmente até 30 segundos, ou mais se a pessoa for treinada);
Possui processo de controle que regulam o fluxo de informações dirigido e/ ou originado para o receptáculo de longo prazo;
É utilizada constantemente nas nossas atividades cotidianas;
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Capacidade de armazenamento de curto prazo (ou memória imediata) de sete itens, mais ou menos 2;
OBS.: Um item pode ser uma palavra ou um algarismo. Se juntarmos um conjunto de palavras ou números em grupos de 7 itens, será mais fácil lembrá –lo.
	Ex.: O que é mais fácil memorizar?
		101001000100001000100 
				ou 	
		10.100.1000.10000.1000.100 
Qualquer atraso ou interferência no estímulo, pode afetar a nossa capacidade de memória, diminuindo a quantidade de itens de 7 para 5 ou 3.
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3) Memória de longo prazo:
Os conteúdos retidos permanecem por longos períodos, talvez indefinidamente;
Necessária para a nossa vida diária;
Ex: Nomes de pessoas, onde guardamos objetos, eventos da nossa infância, etc.
Não é possível, ainda, determinar sua capacidade de armazenamento. Alguns teóricos acreditam que é infinita;
Também não é possível determinar um período de armazenamento.
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Informações do ambiente
Registros sensoriais:
VISUAL
AUDITIVO
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TÁTIL
Memória de curto prazo (MCP)
Processos de controle de envio de informação e estratégias de recuperação
Memória de longo prazo (MLP)
RECEPTÁCULO DA MEMÓRIA PERMANENTE
Resposta produzida
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O Modelo dos níveis de processamento
Critica o modelos dos três receptáculos;
A memória varia segundo uma dimensão contínua de codificação. OU SEJA, existe um número infinito de níveis de processamento (NP), nos quais os itens podem ser codificados e, entre os quais não há um limite nítido;
O PROCESSAMENTO é a chave para a armazenagem;
O nível em que a informação será armazenada depende de como ela é codificada. Quanto mais profundo o nível, maior a probabilidade de recuperação.
	EX.: níveis físico, fonológico e semântico
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O Modelo da Memória de Trabalho (A. Baddeley)
Década de 70
O modelo da memória de trabalho é o mais aceito e usado atualmente.
Propõe uma integração entre o modelo tradicional e o modelo dos níveis de processamento.
NÃO PRODUZ ARQUIVOS.
Pode ser medida através da memória imediata, pois corresponderia à memória de curto prazo do modelo tradicional.
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O Modelo da Memória
de Trabalho (A. Baddeley)
	
	Possui três componentes distintos com capacidades independentes:
O circuito fonológico
O bloco de esboço visuoespacial
O Executivo central
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O circuito fonológico
Responsável pelo armazenamento de um número limitado de sons por um período curto (alguns segundos).
Possui dois componentes:
Armazenamento fonológico – que conserva uma quantidade limitada de informações em um código acústico e declina depois de alguns segundos;
Processo de repetição subvocal – permite que a pessoa repita em silêncio para si mesma as palavras do armazenamento fonológico. Tal processo ajuda a conservar os itens no armazenamento fonológico e para a tradução de palavras impressas, gravuras ou outro material não auditivo, em linguagem (ou forma fonológica) de modo que seja possível mantê-las no armazenamento fonológico.
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Exemplo...
	
	Num ninho de mafagafos, cinco mafagafinhos há! Quem os desmafagafizá-los, um bom desmafagafizador será.
	
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		A Iara agarra e amarra a rara arara de 	Araraquara.
	
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	Trazei três pratos de trigo para três tigres tristes comerem.
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O Bloco Visuoespacial
Responsável pelo armazenamento de informações visuais e espaciais.
Também armazena informações visuais codificadas a partir de estímulos verbais.
Ex.: Imaginar as cenas de uma história contada por alguém.
Tal como o circuito fonológico, o bloco visuoespacial também possui uma capacidade limitada. Então quando há uma estimulação espacial exacerbada, a pessoa não consegue representar os estímulos com exatidão suficiente para serem recuperados com êxito.
Ex.: Uma pessoa não consegue realizar uma tarefa que exige uma imagem mental ao mesmo tempo de dirige um carro (utilização exacerbada do bloco visuoespacial)
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O Executivo central
Responsável pela integração das informações oriundas dos outros dois componentes e da memória de longo prazo.
Desempenha papel importante na atenção, planejando estratégias de como manejar um problema e coordenando o comportamento.
Responsável pela supressão de informações não pertinentes.
Possui capacidade limitada para executar tarefas simultâneas:não consegue tomar muitas decisões ao mesmo tempo
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Circuito fonológico
Bloco de esboço visuoespacial
Executivo central
Memória de longo prazo
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Características da memória de trabalho
Possui como função gerenciar a realidade, mantendo por alguns segundos ou poucos minutos a informação que está sendo processada.
A memória de trabalho é responsável por determinar o contexto em que os diversos fatos, acontecimentos ou outro tipo de informação ocorrem e se vale a pena ou não fazer uma nova memória de tal evento ou não.
Também considerada como um sistema gerenciador central, que mantém a informação “viva”pelo tempo suficiente para entrar na memória propriamente dita ou não, a partir do processo de determinação de tal informação é nova (ou não) e se é útil (ou não) para o organismo.
É importante para os outros processos cognitivos, como: raciocínio, solução de problemas, cálculo mental etc.
Não é um arquivo passivo de armazenamento de informações, mas possui um processamento altamente ativo e flexível, onde o material está constantemente sendo manejado, combinado e transformado.
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A memória de trabalho é mais flexível que a memória de curto prazo do modelo tradicional, porque seus componentes podem estar trabalhando ao mesmo tempo.
	Ex.: o executivo pode estar trabalhando numa tarefa enquanto o circuito fonológico trabalha em outra
Neste sentido, possibilita às pessoas realizarem duas tarefas ao mesmo tempo, uma que requeira repetição verbal e outra que requeira julgamentos espaciais.
Ex.: Dirigir um carro (utilização do bloco visuoespacial) + escutar música (armazenamento fonológico)

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