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Caderno de Direito Constitucional I

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Ponto 1:
Organização do Estado Federativo brasileiro na CRFB/88
Formas de Estado:
- Estado simples ou unitário: caracteriza-se por uma estrutura simples, vez que só há uma ordem jurídica, política e administrativa.
- Estado composto: confederação e federação
Federação:
Conceito -> "O Estado Federal nasce do vínculo de partes autônomas, de vontades parciais. Com essa associação de partes autônomas nascem simultaneamente uma entidade central, corporificada de vínculo federativo, e diversas entidades representativas das vontades parcelares. Todas essas entidades são dotadas de autonomia e possuem o mesmo patamar hierárquico no bojo da Federação."
No pacto federativo há de se ter equilíbrio entre os entes federativos. A norma que rege a União, os Estados, o DF e os municípios é o pacto federativo, presente na Constituição Federal.
Características da federação na Teoria Geral do Estado:
- Território nacional e território estadual
- População: poder federal e poder estadual
- Soberania externa e interna X autonomia
- Intervenção: há possibilidade (art.34 da CF)
- não há direito de separação (dentro de uma federação isso não é possível)
- CRFB/88: repartição de competências e ponto de equilíbrio - PACTO FEDERATIVO
Tipos de federalismo
- Federalismo centrípeto: "se a concepção do constituinte inclinar-se pelo fortalecimento do poder federal" (Raul Machado Horta)
- Federalismo centrífugo ou por segregação: fortalecimento do poder estadual
- Federalismo de equilíbrio: opção pelo equilíbrio entre a União (autonomia) e os Estados-Membros (autonomia)
A CF/88 pretende buscar um Federalismo de equilíbrio, porém ele é na verdade um Federalismo centrípeto.
Estrutura da federação brasileira na CRFB/88
RFB (Estado nacional, pessoa jurídica de direito público internacional, soberania) -> União, Estados/DF, Municípios (entidades federativas ou entes federativos; pessoas jurídicas de direito público interno; autonomia)
República Federativa do Brasil (pessoa jurídica de direito público internacional; soberania; Estado Nacional) =/= União (pessoa jurídica de direito público interno; autonomia; ente federativo)
Diferentemente dos entes federativos, a  República Federativa do Brasil não tem uma estrutura administrativa e operacional própria. Por exemplo, quando se faz o passaporte, a União, mediante a Polícia Federal, age em nome da República Federativa do Brasil.
Autonomia:
- capacidade de auto-organização -> ordenamentos jurídicos próprios (União: CF/leis federais; Estados: Const.Estadual/leis estaduais; DF: Lei Orgânica Distrital/leis distritais; Municípios: Lei Orgânica Municipal/leis municipais)
As leis infraconstitucionais devem estar de acordo com a Constituição Federal, em especial aos princípios constitucionais sensíveis (art.34, VII; o desrespeito a eles enseja intervenção da União em Estados/DF) e aos princípios constitucionais estabelecidos (=limites justos, normais e razoáveis que a CF impõe às entidades federativas, visando ao equilíbrio; exs: art.19, 29)
- capacidade de autogoverno -> cada entidade federativa vai ter autonomia para escolher seus próprios governantes, tanto no Legislativo quanto no Executivo.
Por isso, há eleições federais, estaduais, distritais e municipais.
- capacidade de autoadministração -> gerenciar os próprios interesses (demandas). Os entes federativos devem exercer suas 3 competências: legislativas, administrativas e tributárias.
Estrutura da federação
• REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ≠ UNIÃO.
– A “união” do art. 1º e a “União” do art. 18
• ESTADOS:
– ENTIDADES FEDERATIVAS CLÁSSICAS.
– ART. 25, § 2º- Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
CRFB/88, Art.25 - Estados
Parágrafo 3° - "Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum."
Distrito Federal (DF):
na Constituição de 67/69
-> DF não era entidade federativa
-> capital federal
na Constituição de 88
-> DF deixa de ser a Capital Federal
-> DF como entidade federativa (equiparado aos Estados)
-> Brasília: Capital Federal (centro político, administrativo, jurídico e jurisdicional da República Federativa do Brasil)
Distrito Federal (30 regiões administrativas) ≠ Brasília
As antigas cidades-satélite são chamadas de regiões administrativas. Elas ficam ao redor do plano piloto (Brasília)
Estado
- divide-se em municípios
- Governador de Estado
- Assembleia legislativa
- Deputado estadual
- Constituição estadual
- Lei estadual (só matéria de competência estadual)
Distrito Federal (entidade federativa equiparada aos Estados)
- não se divide em municípios
- Governador distrital
- Câmara legislativa
- Deputado distrital
- Lei orgânica distrital
- Lei distrital (matéria de competência estadual e municipal)
Territórios federais - CRFB/88, art.18, parágrafo 2° e art.33
Art.18, parágrafo 2° - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
Arts.14 e 15 (ADCT) - extinção dos antigos Territórios Federais de Roraima, Amapá e Ferrnando de Noronha.
Municípios
- questionamento: CRFB/88 - município como entidade federativa
- art.29 - princípios constitucionais estabelecidos
- lei orgânica do município (norma básica de organização política e administrativa do município): limitada pela CRFB/88 e pela CE
- eleição, posse e mandato do prefeito e do vice-prefeito (I, II, III).
A Constituição de 88 deu muitas atribuições para os municípios, mas não deu receitas próprias. Portanto, eles dependem (a grande maioria) do repasse de verbas federais e estaduais. E, assim, ficam nas mãos do governo federal e estadual.
Lei municipal de BH x Lei Orgânica de BH
A lei municipal não será inconstitucional, e sim ilegal. Lei Orgânica não é Constituição.
A maioria dos municípios elege seu prefeito mediante o sistema eleitoral majoritário simples, que quer dizer que será eleito o que tiver mais votos.
Para uma minoria dos municípios (com mais de 200.000 eleitores), o sistema eleitoral majoritário absoluto elege o prefeito. É o que recebe a maioria dos votos válidos (excluindo os nulos e brancos). Se nenhum candidato conseguir a maioria dos votos válidos, os dois mais votados vão para o segundo turno (mesma lógica para as eleições para Presidente e Governador).
E junto com o Prefeito, é eleito seu vice, evidentemente.
Para os Vereadores, é o sistema eleitoral proporcional (mesmo dos deputados federais). Mandato de 4 anos.
Todos tomam posse no dia primeiro de janeiro seguinte.
Número de vereadores: princípio da proporcionalidade (art.29, inc IV - antes da EC 58/2009):
IV - número de Vereadores proporcional à população do Município, observados os seguintes limites:
a) mínimo de nove e máximo de vinte e um nos Municípios de até um milhão de habitantes;
TSE - resolução n.21.702/2004 - finalidade: aplicar a todos os municípios a fórmula matemática elaborada pelo STF.
STF - declarou a constitucionalidade da citada resolução (STF - Pleno - ADI n.3345/DF e ADI n.3365/DF)
EC 58/2009:
- alterou a redação do inciso IV do art.29
- interpretação histórica
- consequências -> aumentou consideravelmente o número de vereadores no Brasil.
O caput do inciso IV estabelece o limite máximo de vereadores, ou seja, se a Lei Orgânica do município estabelecer um número menor que o indicado no inciso IV não há problema.
Parâmetros para os subsídios dos vereadores:
- o número de habitantes
- subsídio dos Deputados Estaduais
- de uma legislatura para outra. Evitar a legislaçãoem causa própria.
Agentes políticos
-> executivo: Prefeito, Vice-Prefeito e Secretários - Lei cria o subsídio
-> legislativo: Vereadores - resolução (ato interno) cria o subsídio
-> se não for alterado o subsídio para a próxima, o subsídio será o mesmo da anterior (e tem de ocorrer antes das eleições)
-> o valor do subsídio pode ser reajustado dentro da mesma Legislatura. Usam o índice oficial do Governo Federal.
-> não é possível fixar o subsídio depois das eleições, pois os Vereadores estariam legislando em benefício próprio.
- vereadores já sabiam quem foi reeleito.
- princípio da moralidade e impessoalidade (não pode usar a coisa pública para atender seus interesses pessoais)
-> é possível reduzir o subsídio na mesma legislatura, pois eles estão renunciando a direito próprio. Beneficia os cofres públicos.
Imunidade parlamentar
Imunidade material: liberdade de manifestação do pensamento no exercício da função de parlamentar (o parlamentar tem de ter liberdade para exercer sua manifestação do pensamento em seu ofício pois está externando suas ideias em nome do povo)
Imunidade formal ou processual: regras especiais para a prisão e o processo criminal contra o parlamentar.
O vereador só tem a prerrogativa da imunidade material.
Requisitos: manifestação do pensamento no exercício da função de Vereador (ou seja, deve haver nexo causal entre a manifestação do pensamento e a função de Vereador) e na circunscrição do Município (STF relativizou isso; hoje não é mais necessário).
Pode ou não a CEMG atribuir ao vereador a imunidade formal?
Não, a competência de legislar sobre matéria penal e processual é da União. Além disso, o art.29 é um princípio constitucional estabelecido.
Projeto de lei municipal de iniciativa popular (art 29, inc XIII) -> as pessoas podem apresentar projetos de lei que versem sobre assuntos atinentes ao município nas câmaras municipais.
Competência para processar e julgar o prefeito por crimes (inc X)
- Juiz de Direito (primeira instância) -> TJ (segunda instância)
- Juiz Eleitoral (primeira instância)-> TRE (segunda instância)
- Juiz Federal (primeira instância)-> TRF (segunda instância)
Regra: Tribunal de Justiça
- crime doloso
- crime doloso contra a vida
- crime de responsabilidade impróprio
Crimes dos prefeitos - exceções:
- crime eleitoral: TRE
- crime federal - TRF:
Súmula 209 do STJ - "Compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal."
Se o prefeito desvia o dinheiro quando este ainda está nos cofres da União, ele comete crime federal. Se o prefeito desvia o dinheiro quando este já está nos cofres do Município, ele comete crime estadual.
DECRETO-LEI 201/1967: crimes de responsabilidade de prefeitos e vereadores
- Crimes de responsabilidade: próprios e impróprios
Crimes de responsabilidade próprios -> art.4: infrações de natureza político-administrativas -> Câmara Municipal -> pena: perda do cargo
Crimes de responsabilidade impróprios -> art.1: crime de natureza penal -> Tribunal de Justiça -> pena: privativa de liberdade
Estados: art. 18, §3º
• Incorporação entre si: quando dois ou mais Estados se fundem, surgindo um novo Estado e com uma nova organização.
• Subdivisão: quando um Estado se divide em dois ou mais Estados, desaparecendo o Estado originário.
• Desmembramento: quando um Estado perde parte de seu território que dará origem a um novo ou se incorporará a outro, mas o Estado originário continua existindo.
• Requisitos: "aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar".
Municípios
Incorporação: quando um município incorpora outro, que deixa então de existir, mas o primeiro não.
Fusão: igual à incorporação de Estados
Desmembramento: igual ao de Estados
Requisitos: emenda constitucional n°15 de 12.09.96 - emenda constitucional 57 de 18.12.2008
REQUISITOS PARA A CRIAÇÃO DE MUNICÍPIOS ANTES DA EC 15/96
1. Plebiscito somente junto à população do distrito que iria se desmembrar
2. Aprovação por lei estadual
REQUISITOS PARA A CRIAÇÃO DE NOVOS MUNICÍPIOS APÓS A EC 15/96
• § 4º "A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei".
1º) Lei complementar federal definindo o prazo para a criação de novos municípios.
2º) Lei ordinária regulando o estudo de viabilidade municipal.
3º) Plebiscito junto às populações de todos municípios envolvidos.
4º) Lei estadual criando o município “X”.
Lei baiana (lei estadual): criou o município de Luís Eduardo Magalhães.
Essa lei foi contestada no STF por meio de uma ADI. O STF deu um prazo de 2 anos para o Congresso Nacional regulamentar o parágrafo 4° do art.18.
Resultado final sobre a criação de novos Municípios e os requisitos da EC 15/96
EC 57 de 18.12.2008 - acrescentou o art.96 ao ADCT - "Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação.
Até hoje o CN não regulamentou o parágrafo 4° do art.18.
Princípios constitucionais estabelecidos para as quatro entidades federativas
Vedações de caráter federativo: art.19
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aosMunicípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los,embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si (refere-se às quatro entidades federativas)
Preâmbulo não tem valor normativo, segundo o STF (ordem jurídica), por isso não se pode alegar inconstitucionalidade por conta da citação a Deus.
E também é uma tradição histórica dos preâmbulos de se mencionar Deus (cunho histórico). As únicas constituições brasileiras a não mencionarem Deus foram as 1891 e 1937. Por tudo o preâmbulo não viola o art.19, I.
Feriados religiosos como datas oficiais:
- CRFB/88 - Art.215. "O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais."
Lei 9093/95
"O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º São feriados civis:
I - os declarados em lei federal;
II - a data magna do Estado fixada em lei estadual. (Data principal que o Estado-membro escolhe como a sua principal)
III - os dias do início e do término do ano do centenário de fundação do Município, fixados em lei municipal.      (Inciso incluído pela Lei nº 9.335, de 10.12.1996)
Art. 2º São feriados religiosos os dias de guarda, declarados em lei municipal, de acordo com a tradição local e em número não superior a quatro, neste incluída a Sexta-Feira da Paixão.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário, especialmente o art. 11 da Lei nº 605, de 5 de janeiro de 1949."
A religião no novo CPC
CRFB/88, Art.5°, VI - "é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;"
Art. 244. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:
I - de quem estiver participando de ato de culto religioso;
II - de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto,consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes;
III - de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento;
IV - de doente, enquanto grave o seu estado.
Assistência religiosa
Art.5°, VII - "é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;"
Lei 6923/81: dispõe sobre o serviço de assistência religiosa nas Forças Armadas.
Testemunhas de Jeová e o serviço militar obrigatório
VIII - "ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;"
Art. 143. "O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.
§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar;
§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir."
Ensino religioso nas escolas públicas e privadas
Art.210. "Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.
§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental."
Trabalho em grupo
- jurisprudências sobre:
* transfusão de sangue e testemunhas de Jeová
* ensino religioso em escola pública
* adventistas do sétimo dia e a realização de prova em concurso público ou aulas aos sábados em instituições de ensino superior.
Repartição de competências
-> Competências: legislativas, administrativas e tributárias.
-> princípio da predominância de interesses - critério técnico e objetivo
* interesse local: município - ex: coleta de lixo
* interesse regional: estados
* interesse geral: união - ex: emitir moedas
O DF acumula competências estaduais e municipais.
CRFB/88: sistema complexo de repartição de competências
Competência da União (arts.21 e 22)
Competência dos Municípios (art.30)
Competência dos Estados (art.25, parágrafo 1°, art.22, parágrafo único, art.23 e art.24, parágrafo 2°
Competência delegada ou privativa (art.22, parágrafo único)
Competência comum (art.23)
Competência concorrente (art.24).
União:
Art.21 -> concernente à competência administrativa; é competência exclusiva (indelegável)
Art.22 -> concernente à competência legislativa; competência privativa (delegável - parágrafo único -> "Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo"); se delegar para um Estado, tem de delegar a todos; a União só delega se quiser, por isso o verbo "poderá"; e essa delegação é no sentido de normas especiais (questões específicas), pois as normas gerais são da competência da União
Competência privativa (competência delegável; pode ser delegada; essa delegação tem de ter previsão expressa na Constituição) =/= competência exclusiva (competência indelegável; não pode ser delegada)
Nos arts.23 e 24 também se encontra competências da União.
Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local (horário de funcionamento de farmácias e comércio em geral -> competência municipal);
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
V - organizar e prestar (natureza administrativa) diretamente ou sob regime de concessão ou permissão (de forma direta ou mediante licitação para terceiros; licitando, o município deve fiscalizar; o edital, quando faz a licitação, especifica o valor que pagará para a empresa receber), os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo,que tem caráter essencial;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental (no que tange ao ensino público, na repartição de competências, a União fica com o ensino superior, os Estados com o médio e os Municípios com o fundamental e infantil;) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano (uso e ocupação do solo urbano);
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual (patrimônio histórico-cultural local)
Município -> Pessoa jurídica de direito público interno; ente federativo
Cidade -> Sede do município (juridicamente falando); onde fica a prefeitura
Distrito -> Região do município; dependendo, pode virar município no futuro
Art.25 parágrafo 1° -> os Estados têm a competência remanescente ou residual (aquilo que não for da União ou dos Municípios é dos Estados)
Art.22, parágrafo 1° -> os Estados podem legislar se houver a delegação da União (competência delegada ou privativa)
Os Estados também participam da competência comum e da competência concorrente
Competência comum (art.23) -> todas entidades federativas; de natureza administrativa (fazer).
Por que é competência comum a todas as entidades federativas? São competências que demandam muito trabalho para o administrador público. São temas que asseguram inúmeros direitos fundamentais.
Execução de serviços (competência de fazer)
Há a necessidade de servidores públicos. São eles quem executam os serviços públicos.
servidores públicos federais: da União
servidores públicos estaduais: dos Estados
servidores públicos municipais: dos Municípios
servidores públicos distritais: do DF
Sistema imediato (cada ente federativo tem seus respectivos servidores), cf. artigos 37 e 39, porém abre espaço para que a lei complementar fixe normas de cooperação entre os entes federativos (art.23, parágrafo unico)
Exemplo de cooperação no serviço de competência comum -> SUS (saúde é um serviço público comum, por isso os entes federativos podem criar um acordo de cooperação).
Competência concorrente (art.24) -> competência legislativa; envolve as mesmas unidades federativas da competência privativa (União, Estados e DF).
- União (normas gerais) -- art.24, parágrafo 1°
- Estados e DF (normas suplementares, específicas, complementares) -- art.24, parágrafo 2°
Essa competência se chama concorrente porque União e Estados (e DF) legislam sobre as mesmas matérias. Para evitar conflitos, todavia, eles vão legislar sobre as mesmas matérias de forma distinta.
É também chamada de competência vertical (a norma estadual tem de estar de acordo com a norma federal). Também conhecida como competência não cumulativa (União e Estado legislam de forma distintas)
Ex: LC 80/94 - Organiza a Defensoria Pública da União, do DF e dos Territórios e prescreve normas gerais para sua organização nos Estados.
LC 65/2003 de MG - Lei Orgânica da Defensoria Pública de MG (norma complementar)
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. (REGRA) (ou seja, a União não pode elaborar a norma suplementar)
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. (REGRA)
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais,os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. (EXCEÇÃO) (competência supletiva)
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Exemplo imaginário de competência supletiva (art.24, parágrafos 3° e 4°): Não é a regra, mas exceção
1) omissão da União que não elaborou a norma geral sobre as defensorias públicas estaduais
2) MG exerce a competência supletiva elaborando normas gerais e específicas regulamentando a sua defensoria pública (parágrafo 3°)
3) posteriormente a União elabora normas gerais para as defensorias públicas de todos os Estados
4) suspensão da eficácia (execução) da norma mineira naquilo que for contrária à nova norma geral federal - não é revogação (parágrafo 4°) (revogação é definitiva, uma vez revogada, não se pode repristinar) (suspensão da execução de lei pode até durar ad eternum; a lei deixa de ter eficácia, mas não está revogada)
Na competência concorrente a União legisla originariamente sobre as normas gerais. Por isso, ela tem preferência na hora de legislar sobre normas gerais, e, por isso, sobrepõe-se aos Estados.
- Diferenças entre a competência delegada e a competência concorrente: ESTUDO DIRIGIDO
- Art.30, II - O Município participa ou não da competência concorrente? SIM. Ele só participa na modalidade complementar, suplementar. ("Art. 30. Compete aos Municípios: II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber"). Se houver omissão, o Município pode exercer a competência supletiva? NÃO. A competência supletiva só pode ser exercida pelos Estados. 
- (Art.22, I e art.24,I) -> acerca da legislação sobre direito
Bens:
CRFB/88: bens da União (art.20) e bens dos Estados (art.26) - Princípio da Predominância de interesses (aquilo que é de interesse geral é da União, enquanto aquilo que é de interesse regional é dos Estados)
A União tem mais bens e os mais valiosos.
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. (P/ex: quem explora o petróleo é a União, mas ela deve compensar os Estados e Municípios de onde ela explorar; assim, ela paga royalties do petróleo.)
§ 2º A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei. (A vigilância do Governo Federal é bem maior na faixa de fronteira)
Intervenção federal e estadual na CRFB/88 - arts.34 a 36
-> Condição especial para suspensão da autonomia do Estado, DF ou município.
- A suspensão da autonomia vem de cima.
A regra é a autonomia, intervenção é exceção.
A C.F. prevê que o pacto federativo pode entrar em crise, por isso cria a intervenção (sistema constitucional de crises).
União -> Maranhão
MG -> Montes Claros
--------------------------------------
Art.34, VII -> "princípios constitucionais sensíveis
ADI interventiva -> meio para decretar a intervenção
Se o Estado deixar de pagar a União por dois anos também pode ser motivo de intervenção.
* a intervenção é um ato de natureza política, por dois motivos. É (I) decretada pelo Chefe do Executivo (Presidente ou Governador) e (II) o decreto de intervenção é submetido ao crivo do Poder Legislativo (Congresso Nacional/Assembleia Legislativa), que decide se ratifica ou reprova o decreto (sistema de freios e contra-pesos)
Procedimento para decretar a intervenção:
- Ver se existe motivo para a intervenção
- A intervenção pode ser decretada de ofício, por solicitação ou por requisição. Agir de ofício é agir por iniciativa própria (no direito administrativo).
Na intervenção por solicitação (=pode ou não decretar a intervenção) ou requisição (=terá que decretar a intervenção) há a provocação de um terceiro.
- Art.36, I, II. e III: determinam os casos de intervenção por solicitação ou por requisição. Toda vez que o pedido de intervenção vier de uma ordem judicial será um caso de requisição de intervenção.
- Após a publicação no Diário Oficial (da União ou do Estado), o decreto de intervenção é submetido ao Congresso Nacional que pode aprovar (ratificar) ou rejeitar.
Publicado no Diário Oficial, já se está sob vigência da intervenção.
O decreto de intervenção tem de ter prazo, pois é uma medida excepcional, é temporária. O Governador (ou Prefeito) é afastado, com o Presidente (ou Governador) nomeando um interventor (pessoa de confiança). O Chefe do Executivo também tem de tomar as medidas para colocar o Estado (ou Município) na sua normalidade.
Ponto 2 - Poder Legislativo
Estrutura do Legislativo
-> Único legislativo que é bicameral é o Congresso Nacional (Câmara dos Deputados/Senado Federal)
-> Estados: Assembleia Legislativa
-> DF: Câmara Legislativa
-> Municípios: Câmara Municipal
-> Câmara dos Deputados (art.45)
- representa o povo
- número de representantes é proporcional ao número de habitantes de cada Estado e DF.
Mínimo: 8 deputados
Máximo: 70 deputados
- o Território Federal tem direito a 4 deputados federais (mesmo sem autonomia, pois representam o povo)
-> Senado Federal (art.46)
- representação dos Estados e do DF
- n° de 3 para cada Estado e o DF (=81 senadores)
- mandato e renovação
- suplentes -> 2 pessoas escolhidas pelo Senador; são registrados no momento do registro da candidatura do senador. Isto é, esses suplentes não têm legitimidade de voto, eles não disputaram eleição, ao contrário de vereadores, deputados estaduais e federais, que têm como suplentes os mais votados de sua coligação que não foram eleitos.
Eleição outubro de 2010: 2 senadores
- legislatura 2011/2014
Eleição outubro de 2014: 1 senador
- legislatura 2015/2018
Eleição outubro de 2018: 2 senadores
- legislatura 2019/2022
O Senado se renova de 4 em 4 anos (1/3 e 2/3, sucessivamente).
-> Número de deputados estaduais (art.27, caput):
- atividade: elaboração das duas fórmulas para calcular o n° de deputados estaduais e distritais
- primeira fórmula: para o estado que tem entre 8 e 12 deputados federais: n° de deputados estaduais = n° de deputados federais x 3
- segunda fórmula: para o estado que tem entre 13 e 70 deputados federais: n° de deputados estaduais = 36 deputados estaduais + (n°de de deputados federais - 12)
Simplificando -> n°DE = 24 + n°DF
-> Sistema eleitoral proporcional
- primeira conta feita pela Justiça Eleitoral são os votos válidos: votos nominais (no candidato) + votos de legenda (no partido)
Votos nulos e brancos não são contabilizados, não são votos válidos. A Justiça Eleitoral separa os votos válidos dos não válidos.
Quem tem mais votos tem mais cadeiras. O número de cadeiras é proporcional ao número de votos, por isso se diz que é o sistema eleitoral proporcional.
Quociente eleitoral (QE) = n°votos válidos/n°de cadeiras
Ex: 672 votos é o QE -> 1 cadeira = 672 votos
Partido A -> QPA = 1900/672 = 2,82 = 2
Partido B -> QPB = 1350/672 = 2,00 = 2
Coligação D -> QPD = 2250/672 = 3,34 = 3
Total de vagas preenchidas por QP = 7
A - 1900 votos: gastou 1344 votos para conquistar 2 cadeiras; 556 votos de sobra
B - 1350 votos: gastou 1344 votos para conquistar 2 cadeiras; 6 votos de sobra
D - 2250 votos: gastou 2016 votos para conquistar 3 cadeiras; 234 votos de sobra
8a cadeira -> distribuição da 1a vaga remanescente (1a média)
Número de votos válidos do partido ou coligação/n°de cadeiras já obtidas + cadeiras de sobra + 1 (para tirar a média)
Ex: partido A = 1900/(2+0+1) = 633,33
partido B = 1350/(2+0+1) = 450
coligação D = 2250/(3+0+1) = 562,5
Partido ou coligaçãoque atingiu a maior média -> Partido A
8a cadeira foi para o Partido A.
9a cadeira
A -> 1900/(2+1+1) = 475
B -> 1350/(2+0+1) = 450
D -> 2250/(3+0+1) =562,5
9a cadeira foi para a coligação D.
Os 3 mais votados do Partido A serão eleitos.
Os 2 mais votados do Partido B serão eleitos.
Os 4 mais votados da Coligação D serão eleitos.
Funcionamento do Congresso Nacional:
Legislatura: 4 anos (art.44, parágrafo único)
Sessão legislativa:
- ordinária: art.57, caput e parágrafo 4°
* 2 de fevereiro (ou 1° de fevereiro)/22 de dezembro
- extraordinária: art.57, parágrafos 6°, 7° e 8° (EC n°32/01). Se houver convocação durante o recesso parlamentar
2 recessos:
* 18 a 31 de julho
* 23 de dezembro a 1° ou 2 de fevereiro
Sessões ordinárias (reuniões): são pré-estabelecidas conforme o regimento interno; ocorrem nos dias úteis.
Sessões extraordinárias: ocorrem fora do HORÁRIO das sessões ordinárias.
Reuniões conjuntas (art.57, parágrafo 3°) -> só se aplica ao Congresso Nacional, por ser bicameral. Quando deputados e senadores estão trabalhando na mesma sessão. O Presidente da República toma posse numa reunião conjunta. O Presidente do Congresso Nacional é sempre o Presidente do Senado.
Atribuições do Congresso Nacional
Atribuições privativas (exclusivas) da Câmara dos Deputados (art.51):
Resoluções (documento que externam essas atribuições)
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processocontra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
III - elaborar seu regimento interno;
IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados osparâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de1998)
V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
Atribuições privativas (exclusivas) do Senado Federal (art.52):
Resoluções (publica-se resoluções para formalizar essas atribuições)
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela EmendaConstitucional nº 23, de 02/09/99)
II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela EmendaConstitucional nº 45, de 2004)
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno;
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;
XII - elaborar seu regimento interno;
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,de 1998)
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de19.12.2003)
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
Atribuições do Congresso Nacional:
1) legislativas (art.48): lei complementar e lei ordinária (o CN aprova o projeto de lei, com este indo para o Presidente sancionar ou vetar)
2) constituintes: emendas constitucionais (art.60) e revisão constitucional (art.3° - ADCT)
3) deliberativas (art.49): decretos legislativos (o CN decide sozinho)
4) fiscalização e controle:
* convocação de ministros e terceiros (art.50)
* CPI (art.58, parágrafo 3°): lei 1.570 e lei 10.001/00 (dispõe sobre a prioridade nos procedimentos a serem adotados pelo Ministério Público e por outros órgãos a respeito das conclusões da CPI)
* fiscalização contábil, financeira e orçamentária (artigos 70/75)
Fiscalização e controle: CPI
-> comissões parlamentares em geral:
* representação proporcional dos partidos
* comissões: permanentes (temáticas) e temporárias
* comissões: simples (só de deputados e só e senadores) e mistas (deputados e senadores em conjunto)
* comissões técnicas (art.58, parágrafo 2°): funções
* comissão representativa (art.58, parágrafo 4°) -> durante o recesso legislativo é formada uma comissão representativa de deputados e senadores
Comissão parlamentar de inquérito (CPI) - art.58, parágrafo 3°
- Comissão temporária, pode ser simples ou mista (no caso do Congresso)
* Simples: só deputados ou só senadores
* Mista: CPMI - comissão parlamentar mista de inquérito
Requisitos para a criação (em conjunto ou separadamente; são cumulativos):
I - requerimento de 1/3 dos parlamentares
II - por prazo certo ( o STF entende que a CPI deve acabar dentro da mesma legislatura)
III - apuração de fato certo e relevante para a vida política, econômica, social e jurídica do estado (a função da CPI é apurar fatos e autorias; é semelhante ao inquérito policial)
Inquérito policial
- dirigido pelo delegado
- objetivo: apurar fatos e autorias
- não há réu, mas indiciado
- não há julgamento. As conclusões são encaminhadas para a justiça
Processo penal
- dirigido pelo juiz
- processar e julgar
- há réu
- há julgamento com condenação e absolvição
CPI (art.58, parágrafo 3°): Lei 1.579/52 e Lei 10.001/00 (dispõe sobre a prioridade nos procedimentos a serem adotados pelo Ministério Público e por outros órgãos a respeito das conclusões da CPI)
CPI - Os três pilares na identificação de seus poderes
1) função: apurar fatos e autorias
2) plus:alguns dos poderes de investigação do juiz (não julga)
3) interpretação à luz da CRFB/88
Poderes do juiz -> investigar e julgar. O julgamento dele é antecedido da investigação das provas. O juiz investiga quando ocorre a oitiva de testemunhas. O juiz investiga quando ele determina a quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico. O juiz investiga através das provas periciais. O juiz investiga através do depoimento pessoal das partes. O juiz investiga através da prova documental. E etc.
Poderes de investigação próprios das autoridades judiciais:
- busca e apreensão: NÃO pode
- medidas cautelares, c.p.ex, indisponibilidade de bens e proibição de sair do país: NÃO pode
A CPI pode solicitar as medidas acima ao juiz. E este pode ou não deferir
- prisão
* regra: não pode (art.5°, LXI); se a CPI precisar da prisão de um investigado fora da hipótese do flagrante delito, ela vai solicitar de forma fundamentada ao juiz. E este pode decretá-la, de forma escrita e fundamentada.
* hipóteses de flagrante delito: crime de falso testemunho praticado por testemunha compromissada (a testemunha tem de prestar o termo de compromisso, que é o de dizer a verdade. Caso contrário, ela incorre em crime de falso testemunho). Exceção conforme entendimento do STF segundo o qual a testemunha pode se negar a responder.
* quanto ao investigado: tem ou não que prestar compromisso? NÃO. Tem ou não o direito de ficar calado? SIM. Art.5°, LXIII.
Na CPI há os investigados e as testemunhas. O investigado obviamente não vai prestar o compromisso de dizer a verdade. Ele tem o direito de permanecer calado.
Há uma hipótese em que a testemunha não é obrigada a responder. É quando é feita uma pergunta para a testemunha que pode incrimina-la. Nessa hipótese ela tem o direito de ficar calada.
- quebra de sigilo - art.5°, XII
interceptação telefônica (lei 9.296/96) é ato exclusivo do juiz, conforme a CRFB/88 e, portanto, se a CPI precisar da interceptação telefônica ela terá de solicitar ao juiz com fundamentação. É quando se tem acesso ao conteúdo das conversas. É uma prova produzida a partir do acesso ao conteúdo das conversas.
A quebra de sigilo telefônico é concernente apenas aos dados da conversa.
- quebra do sigilo bancário, fiscal e dados telefônicos: PODE
Motivo:
Requisitos:
* dados têm que ser pertinentes ao objeto da investigação
* individualização (para evitar a má-fé de se quebrar o sigilo de outras pessoas)
* fundamentação: "fumus boni juris" e "periculum in mora"
* sigilo dos dados (os dados ficam arquivados na secretaria)
Tribunal de Contas
- fiscaliza as contas públicas
* fiscalização contábil, financeira e orçamentária (FCFO -> não é oficial)
- órgão independente que auxilia o Legislativo
- Qualquer um que tem acesso a coisa pública pode ser fiscalizado pelo Tribunal de Contas.
Sujeito passivo da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial: art.70, p.único
"Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária." (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
O controle das contas públicas pode ser feito de duas formas:
* controle interno (CRFB/88 Art.74 e CEMG, Art.81)
importância:
- grau de irregularidade: ausência -> falta grave
- finalidades: art.74 e seus incisos
- responsável pelo controle interno e a responsabilidade solidária: art.74, parágrafo I ("Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.")
No Poder Executivo Mineiro é a Controladoria Geral do Estado de MG que faz o controle interno.
Todos órgãos da administração pública têm suas controladorias, que fazem o controle interno.
* controle externo -> alguém de fora fiscalizando o outro; é o Tribunal de Contas, ele fiscaliza os diversos órgãos da administração pública, bem como as pessoas, físicas ou jurídicas, que têm acesso à coisa pública. Ele auxilia o Poder Legislativo.
Poder Legislativo -> Tribunal de Contas
Congresso Nacional -> TCU (fiscaliza contas federais)
Assembleia Legislativa -> TCE
Câmara Municipal -> TCE, TC dos Municípios (art.75) de CE, BA, GO e PA ou TC municipal.
Aqui em Minas (e em quase todos os Estados) o TCE fiscaliza as contas estaduais e as contas de todos os municípios do Estado.
No CE, na BA, em GO e no PA -> há um TC dos municípios do Estado (TCM; cuida das contas dos municípios) e um TC do Estado (TCE) (que fica só com contas estaduais)
No RJ e em SP -> há um TC do Município (capital) e há um TCE para fiscalizar as contas estaduais e as contas dos outros municípios.
Atribuições do TC no controle externo:
- apreciar (emitir pareceres sobre as contas; é opinativo): art.71, incisos I e III.
TCU: emite um parecer -> CN: julgar
TCE: emite um parecer -> AL: julgar
TC: julga as contas do prefeito -> CM: pode manter ou derrubar o julgamento
- fiscalizar: art.71, incisos IV, V, VI, VII, IX e XI.
- julgar (administrativamente; e pode encaminhar para o MP caso haja indícios de ilícitos penais) art.71, incisos II, VIII e X.
Quando o TC julga, ele emite uma certidão, que é um título executivo extrajudicial.
Processo Legislativo
Visa a elaboração de uma determinada norma
Apresentação:
Proposta de Emenda Constitucional (PEC)
Projeto de Lei Complementar (PLC)
Projeto de Lei Ordinária (PLO)
Regra:
Câmara dos Deputados: casa INICIADORA (vai tramitar primeiro lá)
Senado Federal: casa REVISORA (vai rever o que a casa iniciadora fez)
O Senado só é casa iniciadora se o projeto for de autoria de Senador.
1a etapa do processo legislativo é a iniciativa:
- concorrentes (Quando mais de um está habilitado para apresentar PEC/PLC/PLO; art.60)
- exclusiva (arts.61, parágrafo 1°, 93, 96, II, etc)
- popular (arts.61, parágrafo 2°, 27, parágrafo 4°, 29, XIII): mecanismo da democracia participativa (art.14, III) (cidadão aqui é o que está no gozo dos direitos políticos) (vale tanto em todas esferas da federação: federal, estadual e municipal).
A PEC/PLC/PLO irá ter um número e um relator.
O passo seguinte é na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que emitirá um parecer acerca da constitucionalidade da PEC/PLC/PLO. É o controle de constitucionalidade prévio e de natureza política. Isso é para evitar que algo inconstitucional prossiga. Se a PEC/PLC/PLO for atinente à educação, por exemplo, ela também irá passar pela Comissão de Educação. Mas todas têm de passar pela CCJ, independentemente do objeto.
Obs.: toda PEC e todos os projetos de lei devem tramitar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) onde receberão um parecer sobre a sua constitucionalidade.
É na CCJ e nas demais comissões parlamentares que se ocorre o contraditório, como se elas tivessem sido "citadas pelo juiz", isto é, elas tomam conhecimento de certa proposta (projeto).
Eles podem concordar integralmente ou sugerir emendas parlamentares, para modificar o texto do projeto/da proposta.
2a etapa do processo legislativo: emendas parlamentares que podem ser apresentadas pelos parlamentares e pelas comissões parlamentares.
3a etapa - VOTAÇÃO: mas antes da votação deve ser verificado o quórum para abertura da sessão de votação - maioria absoluta.
- maioria relativa (art.47): PLO
- maioria absoluta (art.69): PLC
- maioria qualificada de 3/5 (art.60, parágrafo 5°). Vide art.60°: PEC
maioria qualificada: 3/5 ou 2/3
maioria absoluta: primeiro número inteiro acima da metade dos membros
maioria relativa: primeiro número inteiro acima da metade dos presentes
4a etapa - SANCÃO/VETO (somente para PLC e PLO): não há sanção/veto para emenda constitucional.
Se o Presidente da República sancionar, o PLC vira LC (PLO vira LO). Se o PR vetar, o Congresso Nacional pode manter o veto ou pode derrubá-lo.Para derrubar o veto é necessário que se tenha uma maioria absoluta do Congresso Nacional (em sessão conjunta).
A PEC é diferente. Não há sistema de freios e contrapesos entre Executivo e Legislativo. O CN aprovando a PEC ela já vira Emenda Constitucional, que será promulgada e publicada pelas Mesas da CD e do SF.
Sanção (o PR tem 15 dias úteis para sancionar o PLO ou PLC)
- expressa (art.66, caput)
- tácita (art.66, parágrafo 3°)
Quando ele sanciona, ele quer dizer que concorda com o PLO (ou PLC).
Veto -> art.66, parágrafos 1°, 2°, 4° e 5° (só pode ser expresso. Pode ser total ou parcial. NÃO existe veto tácito ou por decurso de prazo; ele tem de explicar por que está vetando, isto é, além de ser expresso, o veto tem de ser justificado; ou ele entende que o projeto de lei é inconstitucional ou contrário ao interesse público).
Para ser derrubado o veto precisa de maioria absoluta do Congresso Nacional (as duas casas em conjunto).
Se o PR vetar parcialmente, ele pode vetar todo o artigo, todo o parágrafo, toda a alínea ou todo o inciso. Antes de 88 o PR podia apenas vetar uma palavra.
Após a sanção ou derrubada do veto: já é lei, mas só terá valor e vigência com a promulgação e a publicação.
- promulgação e publicação
- promulgação: torna a lei válida; um "batismo" da lei com o poder soberano; é um ato em que o Estado "batiza" a lei com o seu bafejo soberano. É o momento em que a lei recebe o poder soberano estatal, tendo força de obrigar as pessoas a fazer ou deixar de fazer alguma coisa.
- publicação: torna de conhecimento geral a existência de novo ato normativo, sendo relevante para fixar o momento da vigência da lei (deve-se lembrar da vacatio legis para os casos em que a lei especificar ou for omissa) no DOU, se for lei federal; no DOEMG, se for lei estadual mineira; no DOMBH, se for lei municipal de BH.
Processo legislativo -> etapas do processo de elaboração de uma norma
Procedimento legislativo -> pode ser comum, especial ou sumário.
* Procedimento comum é quando o processo legislativo não tem uma regra específica. Apenas a lei ordinária tramita pelo procedimento comum.
* Procedimento especial é o procedimento em que há regras especiais para a tramitação de certa lei. Tramitam por esse procedimento: emenda constitucional, lei complementar, lei delegada e medida provisória.
* Procedimento sumário (art.64, parágrafo 2°): o processo legislativo fica mais célere; só pode ser projeto de lei de autoria do Presidente da República; o PR pode solicitar urgência, e o CN aceita ou não. Em tese, o projeto de lei tramitará em até 100 dias (até 45 dias na CD, até 45 dias no SF e até 10 dias na CD caso haja emendas por parte dos senadores).
Lei delegada - art.68
É uma lei que segue o caminho contrário. O chefe do Executivo solicita ao Legislativo para elaborar uma lei delegada, fundamentando o pedido e dizendo qual é a matéria. O Legislativo defere ou indefere. Se defere, ele publica uma resolução (espécie normativa) que delega ao Executivo e será este quem fará a lei. Na resolução o Legislativo define a matéria e o prazo de delegação, além de poder determinar a apreciação do futuro projeto de lei delegada antes de sua publicação. O Legislativo não pode fazer emendas.
1o) Governador solicita a delegação para a Assembleia Legislativa (que pode deferir ou indeferir).
2o) a delegação ocorrerá através de uma resolução que definirá a matéria e o prazo de delegação. Poderá também determinar a apreciação do futuro projeto de lei delegada antes de sua publicação.
Medida Provisória
- É um ato normativo com força de lei.
- Tempo de vigência limitado, não é como uma lei
- o Presidente é quem edita a MP (editada, não baixada)
- Não é lei, pois esta nasce no Legislativo e depois passa pela sanção ou veto do Presidente.
- A vigência é imediata à sua publicação.
- O Congresso pode aprovar ou reprovar a MP. Se aprovada, vira lei ordinária.
- Permite ao Presidente legislar de forma urgente e tem a vigência imediata.
- Ato normativo precário -> tempo limitado de vigência
Efeitos imediatos da MP:
- Suspende a execução da norma anterior que lhe for contrária (lei só pode ser revogada por outra lei. A revogação é definitiva)
- Tem de ser submetida imediatamente ao Congresso Nacional (sistema de freios e contrapesos)
Efeitos da aprovação pelo CN:
- MP convertida em lei ordinária
- Revogação da norma anterior cuja execução estava suspensa (lei pode revogar outra lei)
- Ratificação de todos os atos oriundos da MP convertida (não é efeito ex tunc)
Efeitos da rejeição da MP pelo CN:
- Norma anterior cuja execução estava suspensa volta a produzir efeitos (não é repristinação)
- efeito ex tunc (efeito retroativo)
- CN: deve regulamentar as relações jurídicas oriundas da MP rejeitada, através de decreto legislativo (O CN tem até 60 dias para regulamentar). Se isto não ocorrer, a rejeição terá efeito ex nunc.
Natureza: ato político, normativo, discricionário, cautelar, excepcional, precário e com força de lei.
Pressupostos formais: competência do PR e apreciação imediata pelo CN (art.62, caput)
Pressupostos materiais: relevância e urgência (estado de necessidade legislativa - periculum in mora) - Poder discricionário do PR (controle pelo CN e pelo Judiciário)
A EC 32/2001 estabeleceu quais matérias não podem ser objeto de medida provisória.
Limites materiais explícitos (art.62, parágrafo 1°)
"§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
I – relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidospolíticos e direito eleitoral; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, acarreira e a garantia de seus membros; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento ecréditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupançapopular ou qualquer outro ativo financeiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
III – reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)"
Limites materiais implícitos: emenda à Constituição
Prazo de vigência da MP: (art.62, parágrafos 3° e 4°)
- 60 dias
- suspensão do prazo durante o recesso parlamentar que pode durar até . Porém, se houver convocação extraordinária, o prazo de vigência da MP não se suspende em razão de sua inclusão automática na pauta (art.57, parágrafo 8°)
Convocação extraordinária -> 18 a 31 de julho e 23 de fevereiro a 1° ou 2 de fevereiro
Prorrogação da MP (art.62, parágrafo 7°): uma única vez, 60 dias. Prorrogação automática.
Obs.: Qual pode ser, em tese, o prazo máximo de vigência da MP?
Se dentro do primeiro prazo, no quadragésimo quinto dia, a MP não tiver sido apreciada, ocorre trancamento da pauta, o chamado sobrestamento. A MP entra em regime de urgência. Isso é uma forma de evitar a rejeição tácita da MP.
Procedimento legislativo especial (art.62, parágrafos 5°, 8° e 9°):
- 1o) comissão mista especial - decisão do STF - ADI 4029 - vide arquivo no SGA
- 2o) apreciação separada em cada casa (primeiro na Câmara)
- 3o) controle de constitucionalidade prévio de cada casa
- 4o) apreciação pelo plenário de cada casa - maioria simples para aprovação e conversão em lei. Se for convertida sem alteração não haverá sanção. Se for aprovada com supressão ou acréscimo (emendas supressivas ou aditivas), terá a forma de projeto de lei que seguirá para o Presidente sancionar ou vetar.E até que seja sancionado ou vetado, o texto original da MP continuará produzindo efeitos.
Reedição de MP: antes da EC/32 (rejeição expressa e tácita)
- após a EC/32, art.62
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
Estatuto dos congressistas (artigos.53/ 56)
- Parlamentar não pode renunciar à imunidade, pois o titular desta é o Parlamento, a casa legislativa que ele pertence
- Só possui as prerrogativas parlamentares o parlamentar que está no exercício da função parlamentar
1) eleição
2) diplomação
3) posse
Prerrogativas dos parlamentares:
1) imunidade material - inviolabilidade parlamentar (art 53, caput):
- exclui o crime
- termo inicial: posse
- nexo com exercício da função, dentro e fora do parlamento
- não poderá ser responsabilizado criminal e civilmente (perdas e danos)
- imunidade material e o decoro parlamentar (art 55, II e parágrafo 1°)
decoro parlamentar -> agir com decoro (um padrão de comportamento)
- eficácia temporal permanente ou absoluta (com relação ao que foi externado durante seu mandato parlamentar)
- parlamentar e a extensão à divulgação pela imprensa
- irresponsabilidade do jornalista que reproduzir fielmente as manifestações do parlamentar
2) imunidade formal ou processual (só Senadores e Deputados possuem-na, isto é, os vereadores estão excluídos) - art.53:
- prisão (art 53, parágrafo 2°)
"§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão."
Vale dizer que eles também podem ser presos após sentença condenatória transitada em julgado.
- processo criminal (art.53, parágrafos 3° e 4°)
"§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.
Suspensão da prescrição
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato."
3) privilégio de foro (art 53, parágrafo 1°):
- abrangência: art. 102, I, b
- atos processuais anteriores à diplomação
4) limitação ao poder de testemunhar (art. 53, parágrafo 6°)
5) isenção do serviço militar (art 53, parágrafo 7°)
6) imunidade parlamentar e estado de sítio (art 53, parágrafo 8°) -> manutenção da imunidade parlamentar durante o estado de sítio.
Incompatibilidades dos parlamentares (art 54):
São proibições.
- a partir da diplomação: inciso I
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum" (sem motivo justificado; cargos de confiança), nas entidades constantes da alínea anterior;
- a partir da posse: inciso II
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Perda do mandato - motivos e procedimento - art. 55
Cassação -> motivos mais graves e procedimento complexo, o próprio plenário da casa que pertence vota (decide)
Extinção -> não há necessidade de votação no plenário, a Mesa Diretora somente declara a extinção. Há uma situação pré-existente que é apenas declarada.
Motivos de extinção (Assegura-se a ampla defesa e o contraditório): 
- se o parlamentar faltar mais que um terço das sessões ordinárias da sua Casa, por estar sem licença ou não estar em missão por esta autorizada.
- se o parlamentar perder ou tiver suspenso os direitos políticos
- quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na Constituição
Motivos de cassação (também se assegura a ampla defesa e o contraditório)
- infringir qualquer das proibições do artigo 54 (incompatibilidade parlamentar)
- cujo o procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar
- se o parlamentar for condenado, criminalmente, com sentença transitada em julgado.
- é incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos pelo regimento interno, o abuso das prerrogativas e a percepção de vantagens indevidas.
Para que não haja a perda dos direitos políticos, o parlamentar tem de renunciar antes que a comissão provisória decida instaurar o procedimento de cassação.
A cassação se procederá por voto aberto no plenário, sendo necessária a maioria absoluta dos votos para a perda do mandato.
- O parlamentar que se licenciar por motivo de doença ou para tratar de motivo particular não perde o mandato.
A licença para tratar de motivo particular é sem remuneração e não pode ser superior a 120 dias.
Em ambos os casos, se ultrapassar 120 dias será chamado o suplente. Se não houver suplentes, serão realizadas eleições, desde que faltem mais de 15 meses para a próxima eleição.
Ponto 3: Poder executivo
 
-> Crimes do Chefe do Executivo
- crime comum -> natureza penal, julgado pelo Poder Judiciário
* o Presidente tem foro privilegiado no STF
* o Governador tem foro privilegiado no STJ
* o Prefeito tem foro privilegiado de 2° grau
- crime de responsabilidade - art 85 -> crime de natureza política e administrativa, julgado pelo Senado (Presidente)
* o Governador é julgado pela Assembleia Legislativa
* Prefeito é julgado pela Câmara Municipal
* pena: perda do cargo
Para processar o Presidente por crime comum ou de responsabilidade existem duas etapas: uma na Câmara e outra no Senado ou STF.
* A Câmara sempre fará o juízo de admissibilidade, dizendo se o STF ou o Senado pode ou não julgar o Presidente.
* O fato da Câmara autorizar não instaura automaticamente o procedimento no Senado ou no STF. O Supremo deve aceitar a denúncia e o plenário do Senado deve votar para a instauração do procedimento.
-> Ministros de Estado e Comandantes das Forças Armadas
- são julgados por crimes comuns e de responsabilidade no STF.
Depois que o Senado instaura o procedimento contra o Presidente, este será afastado por um período de até 180 dias.
Penas:
- se o Presidente cometer crimes comum as penas serão aquelas previstas no Código Penal.
Obs: só pode ser processado por crimes cometidos estando no cargo de Presidente.
Obs2: crimes anteriores têm a prescrição suspensa até o fim do mandato.
- nos crimes de responsabilidade há a perda do mandato e/ou (?) inelegibilidade para qualquer cargo público por um período de 8 anos.
Estrutura do Executivo
- Federal
Presidente -> Ministros
Governador -> Secretários de Estado
Prefeito -> Secretários de Municípios
- o Chefe do Executivo pode escolher e demitir seus Ministros/Secretários livremente. Cargos de confiança do Chefe do Executivo.
- o único Ministro que precisa ser brasileiro nato é o Ministro da Defesa.
-> o Presidente é eleito pelo sistema eleitoral majoritário absoluto
- maioria dos votos válidos
-> Se no 2o turno um dos candidatos deixar de ser candidato será chamado o 3o lugar no primeiro turno para preencher o seu lugar. Sempre haverá 2 candidatos no 2o turno.
-> Presidente e Vice são da mesma chapa (os dois recebemos mesmos votos).
-> Chefes do Executivo só podem se reeleger uma vez.
-> o Chefe do Executivo, para se candidatar a outro cargo, deve renunciar ao cargo atual
-> O Vice que toma posse como Chefe do Executivo já conta como mandato, mesmo que tenha exercido essa por poucos meses. Assim, este, na eleição seguinte, será candidato a reeleição.
-> Quem dá posse ao Presidente e ao Vice é o Poder Legislativo.
- podem tomar posse entre 1o e 10o de janeiro (ao menos um dos dois deve tomar posse)
- se nenhum dos dois tomar posse nesse período o cargo é considerado vago e se tem novas eleições.
Substituição e vacância arts. 79/82
Diferença:
- ordem de substituição: temporária
* vice -> presidente da CD -> presidente do SF -> presidente do STF
Em MG:
GE -> vice -> presidente da ALEMG -> presidente do TJMG
Em BH:
PM -> vice -> presidente da Câmara Municipal -> juiz diretor do foro da comarca de BH
- vacância: sucessão - definitiva
1o) vice
2o) eleição direta ou eleição indireta -> "mandato tampão"
Ausência do país - art. 83
- prazo superior a 15 dias: autorização do Congresso Nacional -> perda do cargo
Atribuições do PR - art. 84
- chefe de Estado: em nome da República Federativa do Brasil
- chefe de Governo: em nome da União
- atribuições
* privativas -> são as mencionadas no parágrafo único do art. 84
* exclusivas -> a maioria é exclusiva (indelegável)
Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional (artigos 89-91)
- No Brasil, o Presidente deve se reunir com os conselhos, mas não são importantes.
- Funciona no Parlamentarismo, nesse modelo o Primeiro-Ministro se vincula a esses conselhos para não perder o cargo.

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