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Profa. Virginia Demarchi Kappel Trichez 2-2015 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – FCS Curso de Medicina Disciplina de Células Professora: Virginia Demarchi Kappel Trichez MEMBRANAS CELULARES FUNÇÕES DAS MEMBRANAS Individualização da célula (barreira altamente seletiva) MEMBRANA PLASMÁTICA Compartimentalização das atividades intracelulares (isolamento de vias metabólicas); Suporte para a organização de sistemas enzimáticos; Comunicação celular (recepção e transmissão da informação); Reconhecimento celular; Transporte de moléculas e íons. A estrutura e função das células dependem muito das membranas FUNÇÕES DA MEMBRANA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS MEMBRANAS Grande variedade de composição: Lipídeos Proteínas Carboidratos LIPÍDEOS DA MEMBRANA Principais responsáveis pela estrutura e fluidez das membranas. Os principais lipídeos constituíntes das membranas são: glicerofosfolipídeos, esfingolipídeos e colesterol. Glicerofosfolipídeos gl ic er o l Ácido graxo Ácido graxo PO4 Álcool es fi n go si n a Ácido graxo PO4 Álcool Esfingolipídeos FOSFOLIPÍDEOS Glicerofosfolipídeos e esfingomielinas (esfingolipídeo) são os componentes mais abundantes. Glicerofosfolipídeos mais comuns Moléculas anfipáticas POLAR APOLAR Esfingolipídeos CERAMIDA A série esfingomielina tem fosforilcolina esterificada ao 1- OH. É o esfingolipídeo mais abundante nas membranas Colesterol É o terceiro lipídeo mais abundante das membranas eucarióticas (esterol) Altera a fluidez da membrana e participa do controle da microestrutura das membranas plasmáticas. Em plantas – fitoesteróis. PROTEÍNAS DA MEMBRANA As proteínas são responsáveis pelas funções específicas associadas a cada tipo de membrana. As proteínas podem realizar diversas funções, como: • transportadores de substâncias que não conseguiriam atravessar a bicamada. • estruturas de ligação entre a célula e o meio extracelular ou ainda entre a célula e estruturas do citoplasma. • receptores de substâncias do meio extracelular, desencadeando uma resposta intracelular. • enzimas para diferentes reações químicas. PROTEÍNAS DA MEMBRANA Classificação: Integrais/intrínsecas/transmembrana • Imersas na bicamada lipídica associando-se fortemente com as cadeias apolares dos lipídeos através de interações hidrofóbicas. •Podem atravessar a bicamada mais de uma vez, chegando a formar canais de passagem através dela. PROTEÍNAS DA MEMBRANA Classificação: Periféricas/extrínsecas – ligam-se à superfície das membranas por pontes de hidrogênio ou interações iônicas estabelecidas com os grupos polares dos lipídeos. Interagem de forma fraca com a bicamada de lipídios, podendo ser facilmente extraídas das membranas CARBOIDRATOS DA MEMBRANA São cadeias de oligossacarídeos presentes como glicoproteínas e glicolipídeos. As cadeias são muito hidrofílicas e projetam-se para o lado externo das membranas. Estrutura muito variada - dezenas de resíduos de açúcares organizados em cadeias ramificadas. • Proteção química e mecânica das superfícies celulares • Reconhecimento e adesão celular • Especificidade celular • Função enzimática • Especificidade dos grupos sanguíneos do sistema ABO (ex: Grupo A – N- acetilgalactosamina, B – galactose e O ausência de monossacarídeos) Funções do glicocálice Glicocálice é uma cobertura formada pelos carboidratos dos glicolipídeos e das glicoproteínas que se localiza na face externa da membrana plasmática INTERAÇÕES ENTRE LIPÍDEOS ANFIPÁTICOS Lipídeos anfipáticos em meio aquoso Agregados Estruturas plurimoleculares Maximização das interações hidrofóbicas entre as cadeias carbônicas Grupos polares em contato com o solvente Interação com o solvente isolamento da água O tipo de estrutura formada é determinado pela geometria da molécula do lipídeo anfipático. MONOCAMADA: Quando os fosfolipídeos são colocados entre um óleo e uma solução aquosa as cabeças polares se orientam para a solução aquosa e os ácidos graxos se afastam dela LIPOSSOMOS: os fosfolipídeos nas soluções aquosas puras formam camadas duplas que se fecham sobre si mesmas, formando vesículas de até 1 μm de diâmetro (podem difundir com as membranas plasmáticas e por isso são utilizados como veículos para incorporar diversos compostos às células, ex.: medicamentos, cosméticos) BICAMADA LIPÍDICA: os fosfolipídios colocados entre duas soluções aquosas separadas por uma parede incompleta forma uma dupla camada lipídica que completa a separação (interior altamente hidrófobo) fundamento para estudar as propriedades das membranas biológicas com estrutura semelhante INTERAÇÕES ENTRE LIPÍDEOS ANFIPÁTICOS BICAMADA LIPÍDICA É a estrutura lipídica básica de todas as membranas biológicas. Extremamente estáveis: Interações hidrofóbicas das cadeias hidrocarbônicas; Interações iônicas dos grupos carregados polares com a água. Parte polar – contato com água. Parte apolar – isolada da água. BICAMADA LIPÍDICA Resultados Grande estabilidade e fluidez onde as moléculas movem-se livremente dentro da monocamada, mas não mudam facilmente para a monocamada adjacente. Distribuição assimétrica dos lipídeos – as duas monocamadas são constituídas por lipídeos diferentes, ex.: fosfatidiletanolamina predomina na camada interna e a fosfatidilcolina predomina na camada externa (membrana plasmática) BICAMADA LIPÍDICA •Lipídeos da membrana podem se movimentar dentro da monocamada da qual fazem parte. •Rotação em torno das ligações carbono- carbono nas cadeias de ácidos graxos (maior mobilidade no centro da bicamada do que na periferia). •Difusão lateral – movimento rápido •A migração das moléculas lipídicas entre as bicamadas –movimento transverso/ flip-flop – raro (exige que a porção polar da molécula atravesse o centro hidrofóbico da bicamada – processo termodinâmico desfavorável) Mobilidade dos componentes lipídicos em membranas BICAMADA LIPÍDICA Fluidez das membranas As membranas lipídicas são fluidas e tanto lipídeos como proteínas se movimentam. O grau de fluidez depende da temperatura de transição e da composição da membrana. Em temperaturas mais baixas – membranas mais ordenadas Em temperaturas mais altas – membranas mais desordenadas. Quanto mais ordenada for a estrutura da membrana maior será sua temperatura de transição (Tm) Em temperaturas fisiológicas a dupla camada lipídica comporta-se como uma estrutura fluida Temperatura de transição – temperatura onde ocorre mudança do estado físico das membranas. Composição das membranas Ácidos graxos saturados e/ou de cadeia longa – menor fluidez (+ compactos) Aumento de insaturações – menor estabilidade aumentam a fluidez da membrana (- compactos). Ligações cis levam a dobras das cadeias. Comprimento e grau de insaturação das cadeias carbônicas BICAMADA LIPÍDICA A fluidez dentro da membrana – variável. Área central - mais fluida que as áreas próximas à superfície. O colesterol (estrutura em anel rígida) diminui a fluidez da membrana. Movimento das cadeias hidrocarbônicas - fluidez Restrições - Porções mais rígidas das cadeias Colesterol - rigidez ESTRUTURADE MEMBRANAS BIOLÓGICAS MODELO DO MOSAICO FLUIDO Proposto em 1970 por Singer e Nicolson O mosaico da membrana é fluido pelo fato de as interações entre seus componente não serem covalentes, deixando liberdade para as moléculas individuais dos lipídeos e das proteínas se movimentarem lateralmente no plano da membrana Explica várias propriedades características da membrana: Fluidez Flexibilidade que permite mudanças de forma Capacidade de se auto-selar Permeabilidade seletiva O Modelo do Mosaico fluido diz que as membranas biológicas são formadas por uma bicamada de lipídios, na qual estão inseridas diversas proteínas. Por isso dizemos que a membrana é LIPOPROTEICA Bicamada de Lipídios Proteínas Arranjo em bicamada lipídica. Proteínas (intrínsecas) ficam mergulhadas na bicamada; Proteínas (extrínsecas) ficam fracamente ligadas à superfície; Algumas proteínas ficam em contato com o ambiente aquoso dos dois lados da membrana; Difusão lateral de lipídeos e proteínas. Interações das proteínas de membrana com a bicamada lipídica Tem uma orientação definida na membrana. Proteínas podem difundir-se apenas lateralmente. A membrana apresenta uma distribuição assimétrica de proteínas. Alto grau de organização funcional relacionado com a localização das proteínas. Algumas propriedades da membrana celular a) Permeabilidade seletiva: Capacidade que a membrana possui de selecionar as substâncias que entram e que saem da célula. b) Alta resistência elétrica: Devido à presença dos fosfolípidios que não são bons condutores de eletricidade. c) Regeneração: Até certos limites a membrana consegue se reconstituir. d) Elasticidade: As moléculas de fosfolipídios e colesterol presentes na membrana tornam a estrutura maleável.
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