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Contabilidade Ambiental

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CONTABILIDADE AMBIENTAL 
 
1. INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE 
 
 Desde as primeiras iniciativas de ordenamento das informações financeiras relativas às 
atividades de uma organização, abrangendo tanto os aspectos funcionais internos quanto os 
fatores decorrentes das atividades econômicas, existe uma busca pela sistematização e 
padronização de seus registros. 
A contabilidade é definida por Gonçalves e Baptista (2004) a ciência que tem por objeto o 
estudo do patrimônio a partir da utilização de métodos especialmente desenvolvidos para coletar, 
registrar, acumular, resumir e analisar todos os fatos que afetem a situação patrimonial. 
Marion (2004) destaca que a contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de 
informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. 
A finalidade da contabilidade consiste em auxiliar uma organização a aumentar sua 
eficácia empresarial através de eficientes mecanismos financeiros que monitorem os seus 
empreendimentos industriais e comerciais através do registro e controle dos fatos (denominados 
fatos contábeis) que provocam alterações nos bens e propriedades que compõem seu patrimônio. 
Para Padoveze (2004), o patrimônio de uma entidade é definido como sendo o conjunto 
de bens, direitos e obrigações. Os bens e direitos são considerados como elementos patrimoniais 
positivos, enquanto as obrigações são tidas como elementos patrimoniais negativos. 
O patrimônio é o objeto de estudo da contabilidade. O Patrimônio é o somatório de todos 
os bens pertencentes, direitos (ou valores a receber) e obrigações (dívidas perante terceiros), 
expressos monetariamente, que uma entidade possui em determinado instante de tempo. 
 Como ramo científico de conhecimento, a contabilidade possui seu objeto de estudo, bem 
como seu foco, relacionados à perspectiva de identificar e caracterizar os diferentes fenômenos 
relacionados às variações ocorridas no patrimônio. 
Dentro de suas atribuições organizacionais de armazenamento e processamento das 
informações originadas dos fatos contábeis ocorridos, a contabilidade possui duas funções 
básicas, que são: 
• Identificar e monitorar o comportamento dos parâmetros referenciais para os padrões 
e mecanismos de controle das atividades operacionais; 
• Atuar como instrumento gerador de subsídios indispensável para a elaboração de 
metas e referências futuras através do planejamento empresarial. 
Como ferramenta de controle, a contabilidade é responsável pela identificação, 
classificação e registro de todas as atividades inerentes ao desenvolvimento das operações no 
âmbito da organização. 
Reis e Queiroz (2002) destacam que de acordo com a Norma ISSO 14004, as atividades 
de controle operacional podem ser divididas da seguinte maneira: 
• Atividades destinadas a prevenir a poluição e conservar recursos em novos projetos 
prioritários, modificações de processos e gestão de recursos, propriedade de novos 
produtos e embalagens; 
• Atividades de gestão diária para assegurar a conformidade com os registros internos e 
externos da organização e garantir sua eficiência e eficácia; 
• Atividades de gestão estratégica destinadas a antecipar e atender novos requisitos 
ambientais. 
Os registros contábeis são responsáveis pela geração dos dados primários necessários para 
a elaboração e consolidação dos relatórios financeiros e das demonstrações financeiras da 
organização. Os relatórios financeiros elaborados devem ser enviados periodicamente para os 
diversos níveis da administração da organização (alta administração, gerência intermediária, 
chefia departamental). 
Os relatórios financeiros possuem a finalidade de transmitir as informações concernentes 
à avaliação dos resultados obtidos em função dos padrões estabelecidos pelo planejamento e 
políticas institucionais para poder avaliar as tendências do negócio (positivas e negativas), bem 
como os resultados propriamente ditos. 
Dentro das atividades de planejamento, a contabilidade é responsável pelo fornecimento 
dos registros históricos relativos aos principais aspectos financeiros e patrimoniais acumulados 
ao longo de um certo intervalo de tempo. 
Estes registros históricos são tomados como base fundamental para o estabelecimento das 
referências futuras aceitáveis pela organização, considerando neste processo os fatores e 
condicionantes internos e externos para a definição de padrões desejáveis para o desempenho 
financeiro. 
O planejamento não se restringe a uma série de previsões quantitativas elaboradas a partir 
de dados históricos, mas consiste em uma inserção prospectiva nos diversos cursos de ação 
alternativos disponíveis considerando os registros históricos, mas incluindo alguns elementos 
qualitativos relacionados aos cenários possíveis sobre as alterações do patrimônio em decorrência 
do comportamento esperado do mercado. Os orçamentos, que são antecipações de um futuro 
financeiro projetado, são parte integrante do planejamento empresarial. 
Paiva (2003) destaca diversas aplicações das informações geradas a partir dos registros e 
relatórios elaborados pela contabilidade ambiental, a saber: 
• Auxiliar na elaboração do planejamento estratégico; 
• Servir de parâmetro no gerenciamento das atividades-alvo; 
• Fornecer informações externas no sentido de prestação de contas destas atividades. 
A contabilidade pode considerar em suas projeções as expectativas sobre as variações dos 
preços de seus produtos, custos dos insumos e demais componentes considerando principalmente 
a aplicação de um índice relevante (um índice setorial, por exemplo), bem como as quantidades 
vendidas esperadas para cada um dos produtos para avaliar antecipadamente as perspectivas 
sobre os resultados futuros esperados, bem como o impacto decorrente de decisões que 
considerem fatores ambientais. 
 
2. CONTABILIDADE AMBIENTAL: DEFINIÇÕES BÁSICAS 
 
A crescente preocupação com a preservação do meio ambiente e os esforços para a obtenção 
de estratégias de desenvolvimento sustentável tem conduzido diversos ramos de conhecimento a 
desenvolver novas especialidades que estejam voltadas para estes fins. 
A contabilidade ambiental é um ramo de conhecimento recente que busca inserir a 
contabilidade dentro do âmbito da gestão de empresas preocupada com a questão ambiental. 
Como a contabilidade é responsável pelo registro de todos os fatos econômicos que 
interferem sobre o Patrimônio das empresas, a contabilidade ambiental surge como uma 
ferramenta gerencial relevante e imprescindível para a mensuração dos ônus decorrentes de 
impactos no meio ambiente decorrentes das atividades econômicas, bem como para a avaliação 
de alternativas operacionais e tecnológicas voltadas para o desenvolvimento sustentável. 
Para Ferreira (2003), a contabilidade ambiental é definida como um conjunto de informações 
que relatem adequadamente, em termos econômicos, as ações de uma entidade que modifiquem 
seu patrimônio. A autora ainda destaca que a contabilidade ambiental não representa uma nova 
modalidade de contabilidade, mas um destaque dado para as informações contidas nos registros 
contábeis devidamente evidenciados. 
Paiva (2003) define a contabilidade ambiental como sendo a atividade de identificação de 
dados e registro de eventos ambientais, processando a geração de informações que subsidiem o 
usuário servindo como parâmetro em suas tomadas de decisões. 
Uma contabilidade ambiental eficiente é desenvolvida para atingir finalidades específicas, 
que podem estar relacionadas com o fornecimento de dados que podem abranger, dentre outros, 
os seguintes aspectos: 
• A medição de danos ambientais; 
• A estimação do impacto da adoção de ações voltadas para a sustentabilidade 
ambiental do negóciosobre a rentabilidade; 
• A observância da legislação relativa ao meio ambiente e reduzir multas e encargos; 
• A identificação de métodos e procedimentos para o controle das operações que 
diminuam a emissão de resíduos; 
• A geração de informações para a tomada de decisões e de planejamento. 
A evolução recente da gestão ambiental tem ressaltado inúmeras inovações estruturais e 
funcionais voltadas para a percepção e monitoramento das externalidades decorrentes de cada um 
dos diversos segmentos de atividade econômica no sentido de estimular o desenvolvimento 
sustentável com a manutenção de padrões de desempenho semelhantes aos atuais. 
Dentro deste contexto, Tinoco e Kraemer (2004) destacam que a contabilidade ambiental tem 
fornecido contribuições inovadoras no que se refere às informações contábeis em três vertentes 
principais, a saber: 
• Definição de custos, despesas operacionais e passivos ambientais; 
• Formas de mensuração do passivo ambiental; 
• Uso intensivo de notas explicativas e divulgação de relatórios ambientais. 
Qualquer abordagem adotada para ressaltar os elementos contábeis que estejam ligados a 
eventos que ocorram no âmbito interno que possam gerar impactos sobre o meio-ambiente deve 
ser compatível com a estrutura organizacional, os procedimentos de evidenciação e mensuração 
contábil, as atividades produtivas, bem como a natureza das informações que a administração 
deseja. 
Moura (2002) aborda a inserção de práticas gerenciais voltadas para o aprimoramento do 
desempenho ambiental das empresas como fator estratégico, destacando as seguintes razões: 
• Maior satisfação dos clientes; 
• Melhoria da imagem da empresa; 
• Conquista de novos mercados; 
• Redução de custos; 
• Melhoria do desempenho da empresa; 
• Redução de riscos; 
• Maior permanência dos produtos no mercado; 
• Maior facilidade na obtenção de financiamentos; 
• Maior facilidade na obtenção de certificação; 
• Melhoria da imagem da organização. 
Para Tinoco e Kraemer (2003), podem ser apontadas três perspectivas complementares 
associadas à adoção da contabilidade ambiental como um instrumento gerencial, a saber: 
• Gestão interna ⇒ Suporte para a gestão ambiental para reduzir custos e despesas 
operacionais e melhorar a qualidade dos produtos; 
• Exigências legais ⇒ Maior controle sobre riscos ambientais para reduzir multas e 
indenizações; 
• Demanda dos parceiros sociais ⇒ Pressões oriundas da sociedade por melhores 
práticas empresariais sobre a questão do meio ambiente. 
 
3. INFORMAÇÕES CONTÁBEIS E A GESTÃO AMBIENTAL 
 
Considerando a relevância da contabilidade ambiental para as empresas, faz-se necessário 
caracterizar as perspectivas que os diversos usuários das informações geradas a partir da 
identificação, mensuração, classificação, registro, consolidação, auditoria e análise dos fatos 
contábeis possuem, bem como as maneiras pelas quais a contabilidade ambiental influencia a sua 
inserção no contexto da responsabilidade social corporativa. 
Para Donaire (1999), a responsabilidade social é fundamentalmente um conceito ético que 
envolve mudanças nas condições de bem-estar e está ligada às dimensões sociais das atividades 
produtivas e suas ligações com a qualidade de vida na sociedade. 
Dentro do significado da responsabilidade social corporativa, a contabilidade ambiental 
torna-se um instrumento financeiro formal apropriado pelo qual as empresas podem evidenciar 
sua contribuição sobre a melhoria das condições de vida da sociedade paralelamente à 
manutenção do desenvolvimento econômico. 
Considerando o contexto contemporâneo, Tinoco e Kraemer (2003) afirmam que, dada a 
crescente degradação ambiental, elas sentem-se obrigadas a incorporar a responsabilidade social 
aos objetivos tradicionais de obtenção de lucros, pois ambos estão relacionados ao bem-estar da 
população em sua integridade. 
Ferreira (2003) destaca que as informações obtidas a partir da contabilidade ambiental 
sejam contextualizadas em uma visão ambiental ampla, que possa considerar as práticas dos 
negócios em relação aos impactos ambientais existentes e potenciais sobre a natureza. 
Paiva (2003) discute os diversos aspectos a serem incorporados pelas informações 
contábeis geradas pela contabilidade ambiental, destacando a saber: 
• Relevância ⇒ As informações geradas devem ser capazes de dar suporte à tomada de 
decisão contemplando características preditivas sobre seus efeitos, devem servir 
como referências de feedback para avaliação, possuírem propriedades que permitam 
comparações e estarem disponíveis em tempo hábil; 
• Confiabilidade ⇒ As informações geradas devem representar fielmente os 
respectivos eventos contábeis, devem ser passíveis de verificação ou auditagem e não 
devem atribuir qualquer juízo de valor que possa provocar distorções; 
• Comparabilidade ⇒ As informações geradas devem obedecer a padrões para 
poderem ser confrontadas com registros anteriores ou mesmo registros de outras 
empresas, devem ser consistentes quanto a sua classificação e mensuração, bm como 
a importância de sua formalização. 
Podem ser considerados usuários das informações contábeis diversos grupos de 
interessados, sejam eles proprietários, gestores, governos, organizações não-governamentais, 
entidades de classe ou representantes da sociedade civil organizada. 
Sobre os relatórios contábeis, Marion (2003) afirma que eles representam um resumo 
ordenado dos dados coletados pela contabilidade e que seu objetivo consiste em relatar os 
principais fatos registrados em determinado período para os diversos usuários das informações 
contábeis. 
Os usuários das informações contábeis podem ser classificados a partir de sua perspectiva 
sobre a informação contábil, a saber: 
• Usuários internos; 
• Usuários externos. 
Os usuários internos são aqueles que direta o indiretamente estão relacionados às 
atividades desenvolvidas por uma empresa e que acompanham sistematicamente os relatórios 
elaborados pela contabilidade. 
Ferreira (2003) considera que, no âmbito interno, as informações contábeis sobre o meio-
ambiente deveriam estruturar-se de modo que os gastos ambientais de diversas naturezas 
pudessem ser prontamente identificados com os respectivos responsáveis por sua realização. 
Os usuários internos são representados pelos seguintes grupos distintos, a saber, que são: 
• Proprietários, sócios e acionistas; 
• Gerentes e demais administradores. 
 
Proprietários, sócios e acionistas 
 
Este grupo de usuários se interessa principalmente pelas informações geradas a partir dos 
registros contábeis em função de seus objetivos relacionados com a empresa em sua forma mais 
ampla possível. 
Eles buscam as informações através dos diversos relatórios contábeis ambientais que 
estejam relacionadas a multas, infrações, notificações, inspeções de órgãos fiscalizadores. É dada 
uma atenção especial para o impacto destes eventos sobre a situação financeira da empresa, 
principalmente, considerando suas perspectivas de longo prazo sem desprezar suas fragilidades e 
estratégias financeiras de curto prazo. 
 
 
Gerentes e demais gestores 
 
 Este grupo de usuários se interessa, principalmente, pelas informações geradas a partir 
dos registros, relatórios e planilhas contábeis em função do desempenho operacional ambiental 
dos setores sob sua responsabilidade e supervisão. 
Os gerentes e demais administradores buscam contextualizar seus setores em relação ao 
desempenho ambiental geral da organização. Eles consideram principalmente as informações 
relacionadas a acidentes, intercorrências, erros ou falhas que reduzam a produtividade e 
eficiência e provoquem danos ambientais, bem como monitoram os indicadores de emissão de 
resíduos,a compatibilidade dos insumos e materiais utilizados com o equilíbrio ambiental 
sustentável, embora não desprezem as informações relacionadas à rentabilidade e lucratividade 
da empresa. 
Como estes profissionais são responsáveis por parcelas significativas das decisões 
tomadas no âmbito das organizações, as informações geradas pela contabilidade ambiental 
podem ser referenciais gerenciais de aplicação contínua. 
Os usuários externos são aqueles que direta o indiretamente monitoram, fiscalizam ou se 
interessam pela qualidade ambiental das atividades desenvolvidas pelas empresas e que 
acompanham sistematicamente os relatórios elaborados pela contabilidade, ou realizam auditorias 
e inspeções periódicas. 
Tinoco e Kraemer (2003) destacam que as informações geradas a partir dos relatórios 
ambientais divulgam dados sobre o desempenho ambiental das empresas para todos aqueles que 
se interessam por este tipo de informação, permitindo para estes o entendimento sobre os eventos 
e impactos das atividades sobre o meio ambiente. 
Os usuários externos são representados pelos seguintes grupos distintos, a saber, que são: 
• Governos e órgãos públicos. 
• Fornecedores; 
• Clientes; 
• Companhias de seguro; 
• Concorrentes. 
 
 
Governos e órgãos públicos 
 
Este grupo de usuários se interessa, principalmente, pelas informações relacionadas ao 
cumprimento das exigências estabelecidas pela legislação ambiental, em suas diversas esferas 
(federal, estadual e municipal), abrangendo desde especificações de instalações físicas, máquinas, 
equipamentos e materiais utilizados até o monitoramento dos níveis de resíduos liberados para o 
meio ambiente. 
Eles também analisam a adequação ambiental das sobre as normas e especificações 
técnicas definidas como padrão aceitável, bem como são responsáveis pela aplicação de multas, 
taxas e demais penalidades previstas na legislação. 
Estes usuários também se interessam pelas informações elaboradas pela contabilidade 
ambiental para fundamentar a elaboração de programas e políticas industriais, bem como 
conceder financiamentos e linhas específicas de crédito para estimular e facilitar atividades 
econômicas ambientalmente sustentáveis. 
 
 Fornecedores 
 
Os fornecedores se interessam principalmente pelas informações geradas a partir da 
contabilidade ambiental que forneçam indícios sobre riscos ambientais, provisões para o 
pagamento de indenizações e multas decorrentes de violações ou crimes ambientais. 
Os fornecedores buscam informações relacionadas a quaisquer evidências sobre fatos que 
possam interferir sobre a capacidade de pagamento de seus clientes e possuem uma atenção 
voltada para suas vendas e seus estoques, principalmente considerando suas perspectivas 
operacionais conjuntas. Também são consideradas outras informações acerca da rentabilidade e 
do endividamento para subsidiar análises futuras de concessão de créditos. 
 
 
 
 
 Clientes 
 
Os clientes se interessam, principalmente, pelas informações geradas a partir dos 
relatórios e registros da contabilidade ambiental que estejam relacionados à capacidade de 
produção instalada, perspectivas de expansão operacional, bem como a capacidade de pagamento 
de suas obrigações. 
Os clientes dedicam atenção a seus fornecedores quando há uma certa dependência em 
relação a eles, quando eles não possuem o mesmo porte ou estejam vulneráveis a riscos 
operacionais associados à gestão ambiental. 
 
 Companhias de seguro 
 
As empresas seguradoras se interessam, principalmente, pelas informações sobre ações 
voltadas para o gerenciamento de riscos operacionais ambientais, bem como sobre o perfil de 
responsabilidade social dos gestores e sua posição em relação a possíveis multas, indenizações e 
recuperação de áreas de preservação ambiental. 
As companhias de seguro direcionam analistas especialistas para avaliar cada situação em 
particular para poder definir com maior precisão as condições dos contratos de seguro, incluindo, 
prazos de cobertura, prêmios, formas de pagamento e cláusulas de anulação do seguro contratado. 
 
Concorrentes 
 
Uma empresa se interessa pelas informações geradas a partir da contabilidade ambiental e 
dos demais relatórios formais elaborados por seus concorrentes em busca de conhecimentos 
acerca deus padrões de conduta ética e legal dentro do setor no qual ela atua. 
Decisões sobre novos produtos, novas tecnologias e novas instalações que sejam voltadas 
para sua adequação em relação à legislação ambiental devem estar fundamentadas, além das 
avaliações convencionais, por atitudes éticas acatadas, consideradas e compartilhadas por seus 
concorrentes e preservar condições justas de mercado. 
 Estes usuários também observam informações relacionadas ao comportamento dos 
índices de eficiência ambiental e níveis de emissão de resíduos do setor para sua auto-avaliação e 
planejamento. 
 
 
4. OPERACIONALIZAÇÃO DA CONTABILIDADE AMBIENTAL 
 
Ao longo da execução atividades produtivas, administrativas, econômicas e comerciais 
inerentes ao funcionamento de uma empresa, o patrimônio sofre inúmeras mutações em sua 
composição, tanto de natureza quantitativa quanto qualitativa. Estas alterações são identificadas e 
monitoradas sistematicamente através do lançamento dos fatos responsáveis por estas mutações 
ocorridos em seu âmbito. 
Os lançamentos contábeis podem ser realizados de diversas maneiras, desde 
procedimentos manuais até a utilização de softwares especialmente desenvolvidos para esta 
finalidade. 
Todos os lançamentos relacionados a estas modificações ocorridas no patrimônio devem 
ser efetuados de acordo com critérios padronizados e procedimentos previamente definidos. A 
contabilidade ambiental busca dar maior visibilidade para os registros contábeis inerentes às 
atividades que geram impactos sobre o meio ambiente. 
Desta forma, os lançamentos contábeis não são importantes apenas para atender à função 
de acumulador de registros, mas também para gerar informações que sejam úteis para os diversos 
usuários da contabilidade ambiental a partir de sua escrituração. 
Para Gonçalves e Baptista (2004), a escrituração pode ser definida como a técnica de se 
manter sob registros escritos (denominados lançamentos ou partidas) o controle dos elementos 
que compõem um patrimônio qualquer. 
Os diversos registros destacados pela contabilidade ambiental devem representar todas as 
categorias de fatos contábeis ocorridos em relação ao desenvolvimento de suas atividades 
operacionais e não-operacionais, onde cada um deles deve estar relacionado a uma forma 
específica de interação com o meio ambiente sendo unidades referenciais denominadas contas. 
Franco (1997) define conta como sendo o registro de débitos e créditos (lançamentos 
contábeis) da mesma natureza, identificados por um título que distingue um componente do 
patrimônio ou uma variação patrimonial. 
Conta é uma unidade referencial de registro contábil, denominada por uma ou mais 
palavras, para representar os diversos elementos do patrimônio dentre os diversos bens, direitos, 
obrigações, receitas, despesas e custos que ela representa. 
A elaboração do elenco de contas relativo à estrutura patrimonial de uma organização está 
relacionada ao seu papel referencial e orientador para viabilizar uma escrituração contábil 
padronizada. Um plano de contas é o elenco das diversas contas que estão contidas na estrutura 
do patrimônio de uma organização. 
Ferreira (2003) destaca que um plano de contas de uma empresa que tenha o meio 
ambiente como variável estratégica de seu negócio deve ser elaborado considerando as 
particularidades atuais e potenciais, de mo a permitira elaboração de relatórios gerenciais 
ambientais e que não precise ser constantemente alterado. 
A contabilidade ambiental busca apresentar um maior destaque às contas que contemplem 
fatos contábeis relevantes para a gestão ambiental. Os principais critérios utilizados para a 
elaboração de um plano de contas que auxilie a contabilidade ambiental são: 
• A estrutura do plano de contas deve ser específica para cada organização; 
• A hierarquia do plano de contas deve ser ilustrada através de um sistema de 
classificação baseada em códigos próprios; 
• A classificação deve ser construída a partir das características mais gerais dos grupos 
de contas até as especificidades inerentes a cada uma delas; 
• As informações geradas a partir do plano de contas devem estar de acordo com as 
necessidades dos usuários; 
• As denominações contidas no plano de contas devem identificar facilmente os 
elementos patrimoniais; 
• A estrutura deve permitir uma flexibilidade que permita sua alteração (ampliação ou 
diminuição) e operacionalização. 
A vinculação de cada um dos elementos componentes do patrimônio com sua respectiva 
conta é uma tarefa fundamental para o controle de suas variações. 
Essas alterações no patrimônio são denominadas fatos contábeis. Fatos contábeis são 
todos os fatos ocorridos no âmbito das atividades operacionais e não operacionais que alteram 
qualitativamente ou quantitativamente a composição do Patrimônio. 
Portanto, a denominação apropriada para os fatos contábeis caracteriza a identificação 
contábil formal e exata de seu impacto no âmbito de uma organização em função das alterações 
que eles provocam no patrimônio. 
 
5. GASTOS AMBIENTAIS 
 
Ao longo da execução atividades produtivas, administrativas, econômicas e comerciais 
inerentes ao funcionamento de uma empresa, diversos sacrifícios financeiros são efetuados para a 
obtenção de produtos e serviços, que podem estar relacionados à geração de receitas ou não. 
Estes sacrifícios financeiros são denominados gastos. 
Os gastos ambientais são aqueles gastos que, direta ou indiretamente, estão associados ao 
meio ambiente, produzindo impactos presentes ou futuros. 
Para Tinoco e Kraemer (2003), a contabilidade ambiental destaca os gastos ambientais 
decorrentes das atividades operacionais das empresas em função da preocupação com o meio 
ambiente, abordando os eventos ambientais do processo produtivo, bem como medidas 
preventivas que contribuam para a imagem perante a opinião pública. 
Considerando sobre particularidades dos diversos tipos de gastos ambientais, Ferreira 
(2003) afirma que eles podem ser efetuados de várias formas, dependendo da área de atuação da 
empresa, assim como sua natureza operacional. 
Podem ser apontadas várias formas de classificação dos gastos ambientais que apresentam 
inúmeras variações em suas nomenclaturas aos distintos enfoques. Os gastos ambientais podem 
ser classificados a partir de diversos referenciais, apresentando quatro modalidades principais , 
que são: 
• Quanto à motivação; 
• Quanto à natureza; 
• Quanto à abrangência; 
• Quanto à intenção. 
 
Quanto à motivação 
 
Esta classificação que se refere à identidade do fato gerador da ação empresarial voltada 
para o meio ambiente, nas seguintes modalidades: 
a) Voluntários ⇒ São os gastos ambientais que estão vinculados a iniciativas próprias 
da empresa considerando fatores ambientais como parâmetro de decisão para a realização do 
gasto; 
b) Involuntários ⇒ São os gastos ambientais que estão vinculados a imposições externas 
relativas a exigências legais, técnicas, éticas ou sociais sobre questões ligadas ao meio ambiente 
como parâmetro de decisão para a realização do gasto. 
 
Quanto à natureza 
 
Esta classificação que se refere à característica da atividade executada no âmbito da 
empresa em relação à sua atividade-fim, a saber: 
a) Operacional ⇒ Estes gastos ambientais estão relacionados aos procedimentos e 
operações executadas para a fabricação dos produtos ou prestação de serviços 
inerentes à atividade-fim da empresa; 
b) Não-operacional ⇒ São os gastos ambientais que estão vinculados às demais 
atividades realizadas no âmbito da empresa (administrativas, comerciais, etc) e que não estão 
relacionadas às atividades de fabricação dos produtos ou prestação de serviços. 
 
Quanto à abrangência 
 
Esta classificação que se refere ao âmbito do impacto decorrente dos gastos ambientais 
realizados direcionados para a questão ambiental, nas seguintes modalidades: 
a) Internos ⇒ São os gastos inerentes a eventos ambientais decorrentes de acidentes, 
falhas ou panes ocorridos no âmbito da empresa que tenham demandado reparos, bem como 
outras formas de ações internas corretivas; 
b) Externos ⇒ São os gastos decorrentes de eventos ambientais associados a acidentes, 
falhas ou panes ocorridas em função das atividades desenvolvidas pela empresa que tenham 
provocado danos ao meio ambiente e demandem reparos, recuperação ou quaisquer esforços 
decorrentes destas externaliades. 
 
Quanto à intenção 
 
Esta classificação que se refere ao caráter contingencial organizacional relacionado aos 
diversos gastos ambientais, a saber: 
a) Preventivos ⇒ São os gastos ambientais direcionados para a execução de atividades 
pró-ativas tomadas para evitar, inibir ou reduzir riscos associados a acidentes 
ambientais potenciais antecipadamente identificados; 
b) Corretivos ⇒ São os gastos ambientais direcionados para ações corretivas sobre 
acidentes, falhas ou panes. 
 
6. BALANÇO SOCIAL: ASPECTOS CONCEITUAIS 
 
A tarefa de registrar de maneira sistemática todos os fatos contábeis não assegura 
plenamente o alcance do objetivo de geração de informações úteis para dar suporte às atividades 
de gestão referentes ao controle, planejamento e transparência que reflitam a preocupação das 
empresas sobre gestão ambiental, responsabilidade social e o bem estar da sociedade na qual ela 
está inserida. 
Tachizawa (2002) considera que a gestão ambiental e a responsabilidade social tornaram-
se importantes instrumentos gerenciais para a capacitação e criação de condições de 
competitividade para as organizações, qualquer que seja seu segmento de atividade econômico. 
Para Donaire (1999), a responsabilidade social das corporações excede a produção e 
comercialização de bens e serviços ao considerar uma mudança de perspectiva que incorpora 
valores direcionados para auxiliar a sociedade a solucionar seus problemas, dos quais alguns 
foram agravados pelas próprias empresas. 
A disposição organizada das informações geradas a partir dos distintos elementos 
patrimoniais associados à interação entre as empresas e a sociedade registrados ao longo de um 
determinado exercício social, de forma expositiva, ordenada e previamente estabelecida é 
responsável pela geração das informações essenciais para a configuração das diversas 
demonstrações contábeis, inclusive do balanço social. 
De acordo com Ribeiro (2006), a idéia de divulgar as atividades sociais da empresa, 
juntamente com as demonstrações de desempenho econômico-financeiro, teve início a partir da 
década de 60. 
Para Tinoco e Kraemer (2004), balanço social é definido como sendo um instrumento de 
gestão e de informação que visa evidenciar, de forma mais transparente possível, informações 
contábeis, econômicas, ambientais e sociais, do desempenho das entidades, aos mais 
diferenciados usuários. 
Reis e Medeiros (2007) definem balanço social como sendo o elemento de reporte e 
divulgação de informações relativas à contabilidade social, divulgando as alterações patrimoniais 
e outras informações de cunho social com reflexos na sociedade. 
Percebe-se que o balanço social assumeuma função de canal formal de prestação de 
contas que as empresas podem dispor para informar os principais aspectos inerentes às atividades 
desenvolvidas e iniciativas implementadas em seu âmbito para a sociedade na qual ela se insere. 
Por outro lado, Kroetz (2000) ressalta que a denominação balanço social não seja 
apropriada, pois o ele não é propriamente um balanço (que insinua equilíbrio de maneira 
semelhante ao balanço patrimonial), mas sim um relatório de prestação de contas da empresa para 
com a sociedade. 
Para Reis e Mdeiros (2007), a publicação de balanços sociais tem como objetivo principal 
divulgar as atividades desenvolvidas pelas empresas no campo social, sendo, portanto, um meio 
de informação aos diversos grupos sociais com os quais as organizações mantêm relações e que 
demonstra suas políticas e seus reflexos sobre o patrimônio, evidenciando sua participação no 
processo de evolução social. 
Tinoco (2001) ressalta que o balanço social, ao ser elaborado, é dirigido para um amplo 
espectro de usuários, dos quais se destacam: 
• Grupos cujos membros de forma pessoal e direta trabalham para a empresa 
(empregados); 
• Grupos que se relacionam com a empresa (clientes); 
• Acionistas que aportam recursos na empresa; 
• Sindicatos; 
• Instituições financeiras, fornecedores e credores; 
• Autoridades monetárias, fiscais, trabalhistas e o Estado; 
• Comunidade local; 
• Pesquisadores, professores e formadores de opinião. 
Para Kroetz (2000), o balanço social pode ser um instrumento que amplie e reforce a 
integração entre as empresas e seus empregados ao acolher sugestões e estimular a participação 
voluntária de todos os níveis organizacionais. 
Ribeiro (2006) considera que a contabilização das responsabilidades sociais se origina na 
definição dos usuários das informações contábeis, econômicas, ambientais e sociais para definir 
sua responsabilidade diante de tais fatos. 
Enfim, o balanço social se propõe a ser um instrumento fundamental para qualquer 
organização que deseje assumir deu papel diante da sociedade na qual está inserida, bem como 
busca implementar práticas de gestão que estejam sintonizadas com as preocupações atuais 
voltadas para a responsabilidade social e para o desenvolvimento sustentável. 
 
7. ÍNDICES DE DESEMPENHO AMBIENTAL 
 
A perspectiva gerencial de análise dos dados relacionados à contabilidade ambiental exige 
uma série de habilidades conceituais que permitam consistência e profundidade no que se refere 
ao desenvolvimento e monitoramento de instrumentos apropriados para atingir esta finalidade. 
Os índices são expressões numéricas que representam quantitativamente a relação 
existente entre diferentes dados. A inserção dos índices na análise do desempenho evidenciado 
pela contabilidade ambiental deverá estar relacionada a parâmetros referenciais válidos para que 
se tornem consistentes e objetivos. 
Os índices (ou quocientes) podem apresentar comportamentos semelhantes e possuírem 
interpretações distintas. Para alguns índices, quanto maior for o valor encontrado, melhor será o 
seu significado. Outros índices apresentam característica oposta, onde quanto menor for o valor 
encontrado, melhor será o seu significado. Podem-se encontrar índices cujo comportamento do 
valor encontrado terá o melhor significado quando ele girar em torno de um certo valor pré-
estabelecido. 
Os índices financeiros são índices especificamente concebidos para analisar as relações 
dinâmicas entres as diversas partes que compõem o patrimônio de uma empresa. 
Os índices financeiros são definidos por Silva (2004) como sendo a expressão das 
relações entre contas ou grupos de contas das demonstrações contábeis, que têm por objetivo 
fornecer-nos informações que não são fáceis de serem visualizadas de forma direta nas 
demonstrações contábeis. 
Para Assaf Neto (2003), o estudo do desempenho econômico-financeiro que uma empresa 
tenha obtido em determinado período de tempo será útil para diagnosticar a situação presente, 
bem como gerar resultados que sirvam de referência para prever tendências futuras. 
A partir da geração de informações sistemáticas sobre os índices contábeis-financeiros de 
desempenho ambiental, pode-se analisar a eficácia das decisões e políticas que a empresa tenha 
adotado ao longo do intervalo de tempo estudado. Os índices obtidos podem ser avaliados a partir 
das seguintes referências: 
• Índices históricos médios da própria empresa; 
• Índices-padrão do setor de atividade econômica; 
• Índices-padrão de outras empresas. 
Qualquer empresa pode elaborar índices próprios que reflitam suas necessidades 
gerenciais por parâmetros de desempenho válidos, obedecendo às seguintes etapas: 
 
Etapa 1 – Desenvolvimento dos índices ⇒ Esta etapa consiste na escolha dos índices 
que serão utilizados para avaliar o desempenho ambiental da empresa. Nesta 
etapa devem ser levadas em consideração as características do setor de 
atividade econômica, bem como os aspectos operacionais mais importantes em 
relação ao meio ambiente; 
Etapa 2 – Determinação de comportamento para os índices ⇒ Esta etapa consiste na 
identificação dos parâmetros que serão adotados para avaliar o comportamento 
dos índices em função de seus significados, considerando que eles podem 
apresentar comportamento maior, menor ou próximo a um determinado valor; 
Etapa 3 – Tabulação dos valores encontrados ⇒ Esta etapa consiste na construção de 
planilhas a partir dos índices encontrados e dispostos em conjunto com os 
índices-padrão do setor, ou índices obtidos através da avaliação do 
desempenho ambiental de outras empresas do mesmo setor. 
Etapa 4 – Análise ambiental dos índices ⇒ Esta etapa consiste no processo de análise 
propriamente dito, onde devem ser considerados tanto os resultados 
encontrados a partir dos índices, bem como a importância relativa de cada um 
deles dentro do panorama de avaliação proposto. 
Uma mera interposição de valores ou quantidades gerará números que, isoladamente, não 
passarão de expressões numéricas sem refletir qualquer significado expressivo que possa 
contribuir para a análise do desempenho ambiental propriamente dito. 
Para Tinoco e Kraemer (2003), os indicadores de desempenho ambiental podem ser 
definidos como sintetizadores das informações quantitativas e qualitativas que permitem a 
determinação da eficiência e efetividade da empresa, através de uma ótica ambientalmente 
desejável, sobre os recursos disponíveis utilizados. 
Destacando a aplicabilidade dos índices de desempenho ambiental, Paiva (2003) afirma 
que seu uso permite comparações sobre o efetivo desempenho registrado em diferentes intervalos 
temporais, bem como comparações entre empresas que atuam no mesmo setor. 
A análise de índices financeiros ambientais é um método de avaliação patrimonial de uma 
entidade que expressa as relações existentes entre as contas ou grupos de contas relevantes para o 
setor específico de atividade no qual ela atua para retratar sua situação financeira e econômica em 
relação ao seu desempenho ambiental. 
Alguns dos principais índices ambientais desenvolvidos a partir dos dados gerados pela 
contabilidade ambiental são: 
Qualidade ambiental dos gastos totais: Este índice representa a participação relativa dos 
gastos totais ambientais em relação aos gastos totais globais da empresa. 
totaisGastos
ambientaisGastos= gastosdosambientalQualidade 
Motivação dos gastos ambientais: Este índice representa a participação relativa dos gastos 
ambientais involuntários em relação aos gastos ambientais voluntários da empresa. 
svoluntárioambientaisGastos
iosinvoluntárambientaisGastos=ambientaisgastosdosMotivação 
Natureza dos gastos ambientais: Este índice representa aparticipação relativa dos gastos 
ambientais operacionais em relação aos gastos ambientais não-operacionais da empresa. 
isoperacionanãoambientaisGastos
isoperacionaambientaisGastos
−=ambientaisgastosdosNatureza 
Intenção dos gastos ambientais: Este índice representa a participação relativa dos gastos 
ambientais preventivos em relação aos gastos ambientais corretivos ou de recuperação 
ambiental efetuados pela empresa. 
ambientalorecuperaçãdeGastos
spreventivoambientaisGastos=ambientaisgastosdosIntenção 
Escopo dos gastos ambientais: Este índice representa a participação relativa dos gastos 
ambientais decorrentes de danos ambientais registrados no âmbito interno da empresa em 
relação aos gastos ambientais relacionados a danos ocorridos no ambiente externo (provocando 
externalidades) decorrentes das atividades realizadas pela empresa. 
externosambientaisdeGastos
empresanaambientaisGastos=ambientaisgastosdosEscopo 
Comprometimento ambiental das receitas: Este índice representa a participação relativa dos 
gastos ambientais totais em relação ao volume total das receitas obtidas pela empresa. 
totaisceitas
totaisambientaisGastos
Re
 receitas das ambiental mentoComprometi = 
Qualidade ambiental dos insumos e matérias-primas: Este índice representa a participação 
relativa dos insumos e matérias-primas utilizadas que geram resíduos para o meio ambiente em 
relação aos insumos totais consumidos pela empresa. 
totaisInsumos
resíduosdegeradoresInsumos= primas-matéias e insumos de ambiental Qualidade 
Eficiência ambiental operacional: Este índice representa o nível de resíduos emitidos pela 
empresa em relação ao volume de produção. 
loperacionaVolume
resíduosdeVolume= loperaciona ambiental Eficiência 
Eficiência energética operacional: Este índice representa o nível de eficiência da empresa em 
relação ao consumo de energia para a manutenção de suas atividades operacionais em relação 
ao volume de produção. 
loperacionaVolume
consumidoenergiadeVolume= loperaciona energética Eficiência 
Qualidade ambiental do faturamento: Este índice representa a participação relativa do 
faturamento obtido através da comercialização de produtos que não causas danos ao meio 
ambiente em relação ao faturamento total da empresa. 
totaloFaturament
ambientaisprodutosdosoFaturamentoFaturament = doambientalQualidade
 
Coeficiente de P&D ambiental: Este índice representa a participação relativa dos 
investimentos destinados à pesquisa e desenvolvimento voltados para a questão ambiental em 
relação aos investimentos globais da empresa destinados à pesquisa e desenvolvimento. 
DPemtotaistosInvestimen
ambientalDPemtosInvestimen
&
& ambiental D&P de eCoeficient = 
 
Coeficiente de investimentos ambientais gerais: Este índice representa a participação relativa 
dos investimentos destinados a questões relacionadas ao sistema de gestão ambiental (SGA) em 
relação aos investimentos totais realizados pela empresa. 
totaistosInvestimen
SGAaorelativostosInvestimen= ambientais tosinvestimen de eCoeficient 
Os índices financeiros ambientais também podem ser utilizados para analisar a evolução 
do desempenho ambiental ao longo de um certo intervalo de tempo. Esta aplicação se torna útil 
na medida que pode identificar tendências. 
 
 
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas; 2003. 
DONAIRE, Denis. Gestão ambiental na empresa. 2ed. São Paulo: Atlas; 1999. 
FERREIRA, Aracéli Cristina de Souza. Contabilidade ambiental. São Paulo: Atlas; 2003. 
FRANCO, Hilário. Contabilidade geral. 23ed. São Paulo: Atlas; 1997. 
GONÇALVES, Eugênio Celso; BAPTISTA, Antônio Eustáquio. Contabilidade geral. 5ed. São 
Paulo: Atlas; 2004. 
KROETZ, César Eduardo Stevens. Balanço social. São Paulo: Atlas; 2000. 
MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 10ed. São Paulo: Atlas; 2003. 
____________. Introdução à contabilidade. 7ed. São Paulo: Atlas; 2004. 
MOURA, Luiz Antônio Abdalla de. Qualidade e gestão ambiental. 3ed. São Paulo: Juarez de 
Oliveira: 2002. 
PADOVEZE, Clóvis Luiz. Manual de contabilidade básica. 5d. São Paulo: Atlas; 2004. 
PAIVA, Paulo Roberto de. Contabilidade ambiental. São Paulo: Atlas; 2003. 
REIS, Carlos Nelson dos; MEDEIROS, Luiz Edgar. Responsabilidade social das empresas e 
balanço social. São Paulo: Atlas; 2007. 
REIS, Luis Felipe Sanches de Sousa Dias; QUEIROZ, Sandra Mara Pereira de. Gestão 
ambiental em pequenas e médias empresas. Rio de Janeiro: Qualitymark; 2002. 
RIBEIRO, Maisa de Souza. Contabilidade ambiental. São Paulo: Saraiva; 2006. 
SILVA, José Pereira da. Análise financeira das empresas. 6ed. São Paulo: Atas; 2004. 
TACHIZAWA, Takeshy. Gestão ambiental e responsabilidade social corporativa. São Paulo: 
Atlas, 2002. 
TINOCO, João Eduardo Prudêncio. Balanço social. São Paulo: Atlas; 2001. 
TINOCO, João Eduardo Prudência; KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. Contabilidade e 
gestão ambiental. São Paulo: Atlas; 2004.

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