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REVISÃO AV2 DIREITO PENAL I – PROF. JORGE DORIA Crime É toda ação ou omissão humana e voluntária, típica e antijurídica, sendo a culpabilidade um pressuposto da pena. O crime é coibido através das leis. Infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa. As missões do Direito Penal Proteger os valores fundamentais para a subsistência do corpo social, tais como a vida, a saúde, a liberdade, a propriedade, etc., denominados bens jurídicos. A lei excepcional ou temporária Art.3. A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. Tempo do crime Art.4 Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Territorialidade Art.5° Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. Elemento normativo do tipo É aquele que depende de interpretação para se extrair o significado, ou seja é necessário um juízo de valor sobre o elemento. São elementos que trazem possibilidade de interpretações equívocas, divergentes, oferecendo um certo grau de insegurança. a) Elemento normativo jurídico – aquele que depende de interpretação jurídica. Ex: funcionário público, documento, etc.(a interpretação deve ser feita dentro da lei, de dispositivos legais) b) Elemento normativo extrajurídico – aquele que depende de interpretação não jurídica. Ex: mulher honesta. O crime de ato obsceno Art.233. Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público. Pena: detenção de 3 meses a um ano, ou multa. Crime de descaminho Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria. Pena – reclusão de um a quatro anos. A excusa absolutória Art.181. É isento de pena quem comete qualquer um dos crimes previstos nesse título, em prejuízo: I – do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; II – de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. A aplicação da analogia Em direito penal, contudo, somente se admite a analogia in bonam partem, ou seja, aquela utilizada em benefício do sujeito ativo da infração penal. Exemplo: o Código Penal somente autoriza a reação em estado de necessidade, afastando o caráter criminoso da conduta, se o sujeito busca afastar um perigo “atual”, nada dispondo sobre a excludente de ilicitude se o agente visava escapar de um perigo “iminente”; este, contudo, também se considera abrangido pela norma permissiva, por analogia in bonam partem. Na analogia o fato não é regido por qualquer norma e, por essa razão, aplica-se uma de caso análogo. Crime Tentado Art.14 Tentativa II – tentado, quando iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Parágrafo único. Salvo disposição em contrário pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. Arrependimento posterior Art.16. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. Desistência voluntária e Arrependimento eficaz Art.15. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. Crime preterdoloso – agravação pelo resultado Art.19. Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado a menos culposamente. Relação de causalidade/ O agente garantidor Art.13 §2º - O resultado de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Os efeitos da omissão imprópria por parte do agente garantidor – responde-se pelo crime porque estava juridicamente obrigado a impedir a ocorrência do resultado Relevância da omissão - §2 a omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado.(responde pelo mesmo crime) O dever de agir incumbe a quem: a) Tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) De outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) Com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Erro de tipo invencível*** Art.20. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. - Evitável (culpa eventual) – comete outro crime, diverso do que efetivamente pratica. Exclui o dolo e permanece a culpa. Desculpável ou escusável. Não podia ter sido evitado. - Inevitável (invencível)*** – o sujeito crê não cometer ilícito algum. Ex. a pessoa que guarda cocaína em casa acreditando ser açúcar. Exclui o dolo e a culpa. Descriminantes putativas* – é a causa excludente da ilicitude erroneamente imaginada pelo agente. Ex: legítima defesa putativa por erro de tipo permissivo – quando o agente erroneamente imaginar uma situação de fato totalmente diversa da realidade, em que estão presentes os requisitos de uma causa de justificação. §1º É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. Erro sobre a pessoa §3º O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades d vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. Coação irresistível e obediência hierárquica (A inexigibilidade de conduta diversa) Art.22. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. Estado de necessidade Art.24. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. §1º Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. §2º Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. - Elemento indispensável: perigo inevitável Legítima defesa Art.25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. - Elemento indispensável:agressão evitável Exclusão da ilicitude Art.23. Não há crime quando o agente pratica o fato: I – em estado de necessidade; II- em legítima defesa; III- em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular do direito. Estrito cumprimento do dever legal (legítima defesa – Exclusão da ilicitude) O agente público no desempenho de suas atividades, não raras vezes, é obrigado por lei a violar um bem jurídico. Essa intervenção lesiva, dentro dos limites aceitáveis estará justificada pelo estrito cumprimento do dever legal, não se consubstanciando em crime. Exercício regular do direito (legítima defesa) Esta causa de justificação compreende condutas do cidadão comum autorizadas pela existência de direito definido em lei e condicionadas à regularidade do exercício desse direito. Inimputáveis Art.26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Art.27. os menores do 18 anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. (ECA) Eles cometem atos infracionais e cumprem medidas socioeducativas. P.s: quando durante o crime, o menor completa 18 anos torna-se penalmente imputável. A emancipação só gera direitos civis. O critério para a aferição da inimputabilidade - biológico (a causa, ou seja, a doença mental etc.); - psicológico (o efeito, ex., a supressão das capacidades de entendimento ou autodeterminação); - temporal (ocorrência dos requisitos anteriores no exato momento da conduta). Emoção e Paixão Art.28 I- A emoção(estado afetivo transitório) e a paixão(doença duradoura): não excluem a imputabilidade penal. Excessão(exclui a imputabilidade): Coação moral irresistível - inexigibilidade de conduta diversa Estado patológico – doença (comprovada judicialmente) Art. 26, caput Atenuante – influência violenta emoção Diminuição – domínio de violenta emoção II- Embriaguez – a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. §1º É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato o de determinar-se de acordo com esse entendimento. §2º A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Do Concurso de Pessoas / Teoria do domínio do fato (CRIMES DOLOSOS!) Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. - Autor executor: pratica o núcleo do tipo - Autor intelectual: Ex: motorista em um caso de roubo - Partícipe: quem participa do crime Crime de homicídio culposo no trânsito Art.302, CTB Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Pena – detenção, de 2 a 4 anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Atenuantes: - Não possuir carteira de habilitação ou permissão para dirigir; - praticá-lo em faixa de pedestres ou calçada; - deixar de prestar socorro quando possível fazê-lo; - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros. Nexo causal (ação >> resultado) É o elo concreto, físico, material e natural que estabelece entre a conduta do agente e o resultado naturalístico, por meio do qual é possível dizer se aquela deu o não causa a este. Contribuiu de alguma forma é causa. Causas relativamente independentes: como são causas independentes, produzem em si sós o resultado, não se situando dentro da linha de desdobramento causal da conduta. Por serem, no entanto, apenas relativamente independentes, encontram sua origem na própria conduta praticada pelo agente. - Causas preexistentes: atuam antes da conduta. Trata-se de causa que já existia antes da agressão. Ex.: Um agente fere uma pessoa hemofílica com uma faca... esta vem a morrer por possuir a patologia hemofilia e não isoladamente pelo golpe. - Causas concomitantes: causa que por si só produziu o resultado (independente), mas que se originou a partir da conduta (relativamente), tendo atuado ao mesmo tempo desta (concomitante). Ex: Um agente atira na vítima, que, assustada, sofre um ataque cardíaco e morre. - Causa superveniente: de causa independente, posterior à conduta. Ex.: a vítima de um atentado é levada ao hospital e sofre um acidente no trajeto, vindo a falecer por esse motivo.
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