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Ruy Ohtake tem uma trajetória profissional que traz a exuberância de edifícios, hotéis e restaurantes luxuosos, mas também, trabalhos sociais que alteraram paradigmas, como as habitações sociais em formato arredondado em Heliópolis.
O objetivo é tornar, ainda mais, público e reconhecido um exemplo de criatividade da arquitetura brasileira, que tornou diferentes ambientes como o Hotel Unique e as ruas de Heliópolis, em lugares mais acolhedores e alegres.
O educador Paulo Freire costumava criticar o conceito de que criança não pode ser criada na rua. Pois, segundo ele, a rua também é um local importante para que ela possa crescer e se desenvolver. A arquitetura e o urbanismo é um instrumento relevante, no caso de São Paulo, desafiador para se criar e tornar locais públicos em ambientes mais alegres, sociais e acolhedores.
Filho mais velho da renomada artista plástica Tomie Ohtake e do agrônomo Alberto Ohtake, Formado pela FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, em 1960, o arquiteto paulista Ruy Ohtake vem imprimindo uma linguagem própria em mais de 300 obras realizadas no Brasil e no exterior. Em sua arquitetura, mescla a pesquisa tecnológica, atenta a nossa indústria de construção, com depurada e original plasticidade. Graças a isso, a sua obra possui o difícil êxito de ser a um só tempo autoral e sensível às nossas condições e necessidades. Comprometido em realizar uma arquitetura brasileira contemporânea, tendo a inovação como princípio, Ruy Ohtake consegue colocar a sua marca em projetos para os mais variados fins: obras públicas, escolas, cinemas, teatros, edifícios de apartamentos e de escritórios e residências.
No Brasil conquistou, em 2007, o Colar de Ouro, maior condecoração do Instituto de Arquitetos do Brasil. Recebeu os títulos de Professor Emérito da Faculdade de Arquitetura de Santos e de Professor Honoris Causa da Universidade Braz Cubas. Seu reconhecimento internacional já o levou a fazer parte do seleto grupo de arquitetos convidados do 20º Congresso da União Internacional de Arquitetos (1999), em Pequim, ao lado de Jean Nouvel e Tadao Ando, para proferir uma das principais conferências, na Assembléia do Povo, que reuniu 6.000 pessoas. Na comemoração dos 60 anos da FAU-USP, em 2008, foi o arquiteto convidado a fazer uma exposição no grande espaço projetado por seu mestre Vilanova Artigas.
Elogiado por Oscar Niemeyer por sua liberdade plástica, o desenho de Ruy Ohtake, ganhador de 25 prêmios, está impresso em ruas e avenidas de importantes cidades brasileiras e no exterior. É dele, por exemplo, entre outras obras em São Paulo, os hotéis Unique e Renaissance, o Expresso Tiradentes, o Centro Cultural de Guarulhos (Adamastor), o Instituto Tomie Ohtake, o premiado Parque Ecológico do Tietê, no qual é também responsável pela sua atualização e expansão. A reforma do Estádio do Morumbi, a urbanização de seu entorno, além da já terminada obra do Centro de Treinamento para os atletas, são também obras representativas do arquiteto na capital paulista, ao lado ainda dos edifícios Santa Catarina, na Avenida Paulista, e Fundação Carlos Chagas, na Rua Conde de Sarzedas, do Conjunto Residencial e do Pólo Educacional de Heliópolis. 
O arquiteto assina ainda o Brasília Alvorada Hotel, o Estádio do Gama, o Brasília Shopping, o Laboratório União Química, em Brasília. Recentemente já viu construído seu projeto para a Orla de Bertioga e atualmente desenvolve um grande Aquário com peixes do Pantanal, em Mato Grosso do Sul.
No exterior, são de sua autoria a Embaixada Brasileira e a residência do Embaixador, em Tóquio, o Club de Las Américas, em Santo Domingo, Jardins e Museu Aberto da OEA - Organização dos Estados Americanos, nos Estados Unidos. Com sua obra, já ganhou exposições individuais no Brasil e no exterior e é convidado permanentemente por universidades brasileiras e estrangeiras para proferir palestras. Em novembro último, esteve em Nova York a convite da Columbia University, onde fez palestra e workshop. 
Projetos humanizados e formas orgânicas são marcas das obras de Ruy Ohtake. Com uma linguagem própria e arquitetura arrojada, os projetos do arquiteto, urbanista e artista plástico privilegiam o bem-estar e o tornaram reconhecido como um vanguardista do design contemporâneo brasileiro.
Reconhecido até mesmo pelo mestre Oscar Niemeyer, assina mais de 300 projetos e coleciona mais de 20 prêmios de importância internacional. Alguns deles já fazem parte da paisagem urbana e tornaram-se verdadeiros cartões postais das cidades.
O que explica todo esse reconhecimento em especial é a humanização de seus projetos, que privilegiam as áreas de convivência e criam espaços aconchegantes e impressionantes através de formas arredondadas e traços imponentes. O artista é capaz de aliar um design arrojado à funcionalidade, com recortes únicos que encantam aos olhos e fazem as pessoas se sentirem bem. Não é à toa que ele é extremamente requisitado também para criar projetos de casas e escritórios, adaptando os espaços às necessidades de quem os utiliza.
Em meio a tantos projetos premiados, destacamos alguns emblemáticos para abordar. Em São Paulo, o empreendimento Othtake Cultural cria um espaço urbano inusitado, integrando escritórios, teatro, centro de convenções em um projeto que lhe rendeu o prêmio da 9ª Bienal de Arquitetura de Buenos Aires.
Na região dos Jardins, fica localizado o Hotel Unique, uma obra que já é referência da paisagem paulistana. Aliás, é justamente o arrojo da cidade é que está representado nas formas surpreendentes de um projeto que eleva o status das áreas de convivência para abrigar a diversidade desta metrópole.Ainda em São Paulo, outro trabalho que se destaca são as obras na favela de Heliópolis, com os famosos prédios circulares nas construções residenciais apelidados de Redondinhos.
Já no Rio de Janeiro, está envolvido na recuperação da área portuária, o Porto Maravilha, contribuindo para a formação de um centro econômico e turístico renovado.
No Mato Grosso do Sul, o arquiteto foi convidado pelo governo do estado a realizar o projeto do o Aquário do Pantanal, uma obra pensada para expor as espécies aquáticas e flora da região e tornar-se um centro cultural de grande importância. Brasília também é marcada pelo design ousado do artista em projetos como o Hotel Blue Tree, o Estádio do Gama e o Brasília Shopping. As obras de Ruy cruzam fronteiras e estão presentes até mesmo em Tóquio, na Embaixada Brasileira, e nos Estados Unidos, no Museu Aberto da Organização dos Estados Americanos, entre outras localidades. Não restam dúvidas de que Ruy Ohtake é um ícone da arquitetura brasileira.
Há 12 anos, quando foi projetado pelo arquiteto Ruy Ohtake, o hotel Unique chegou ao mercado com a proposta de ser único. Um hotel design – ou boutique –, com espaços diferenciados e atendimento personalizado. A arquitetura engenhosa aportou em plena avenida Brigadeiro Luís Antônio, em São Paulo, com uma estrutura inédita em forma de arco invertido, marcada pelo desenho de janelas circulares. Suspensa do solo, ela é apoiada parcialmente nas extremidades em duas empenas de concreto de 50 cm de espessura e em oito pilares distribuídos dentro do volume protegido por uma fachada de vidro. Sempre questionado sobre como chegou a essa forma – reconhecida como um barco por alguns, ou melancia, por outros – Ruy Ohtake revela que apenas começou a desenhar, mas o ponto de partida passou pelo fato de que na região onde o edifício está localizado só eram permitidos prédios de até sete andares, ou seja, 25 metros. “Para fazer um hotel com certa presença, eu precisava de algo bem maior... Então tive de me virar”, relembra o arquiteto de forma bem-humorada. A saída foi criar um partido que logo se destacasse pela arquitetura. O design inusitado alia-se também a soluções incomuns – como o planejamento do pavimento superior com mais quartos que o andar inferior, baseado no fato de todos preferirem se hospedar na área mais alta. Há, ainda, a lateral arredondada do prédio, quegerou um grande vazio central. Somado a isso existe por trás dessa estrutura um time de profissionais de peso – o arquiteto João Armentano, responsável dela decoração; o paisagista Gilberto Elkis e o lighting designer Guinter Parschalk –, o que explica por que o Unique continua sendo uma construção contemporânea.
A instigante fachada é, na verdade, uma grande estrutura metálica com proteção de vidro que avança para a cobertura, destacando-se do corpo da construção. Independente, ela serve de ancoragem para a caixilharia no sistema silicone glazing, com vidros laminados planos e curvos de 10 e 12 milímetros, na cor cinza-escura. 
Todo o sistema apoia-se no esqueleto de concreto armado. A face inferior exibe acabamento em maçaranduba, em réguas de 30 centímetros de largura. Para manter a transparência, foram projetadas treliças constituídas por cabos pré-tensionados, associados a uma grelha vertical que recebe os painéis de vidro encapsulado em silicone. Ruy Ohtake explica que as variações de tonalidade verde visualizadas no corpo do edifício devem-se ao revestimento das duas faces da estrutura com placas de cobre pré-oxidadas. No amplo lobby figuram 1.100 metros quadrados de vidros. A transparência permitida pelo material integra interior e exterior. Ruy Ohtake estabeleceu um recuo de 35 metros, delimitando a fachada de vidro, de onde parte um jardim de pedras, de autoria de Gilberto Elkis. O projeto paisagístico – marcadamente horizontal e melhor observado da cobertura – privilegiou sinuosos caminhos de água. As plantas maiores foram iluminadas e destacadas por meio de projetores embutidos no piso.
O conceito de iluminação do Hotel Unique acompanha as propostas diferenciadas do projeto. Soluções não convencionais e tecnologicamente inovadoras criadas por Guinter Parschalk proporcionam surpresas em cada um dos ambientes do hotel. Logo na entrada do lobby, uma parede saída de um piso elevado diferencia a entrada social da de serviço e bagagens. Destacada pela iluminação periférica abaixo do piso, ela parece flutuar entre o pavimento térreo e o inferior. Mais adiante, uma abertura com pé-direito alto em forma de arco triangular e de paredes de concreto tingidas de vermelho expõe um enorme banco de madeira bruta de Hugo França. Para iluminá-lo e destacá-lo, foram instalados quatro projetores de foco de 4° que direcionam a luz para cima, onde estão fincadas quatro placas refletores, tipo ‘spiegel’ (espelho). Cada uma tem uma superfície plana, correspondente a um quarto da área, revestida de alumínio semiespecular plano em cor natural. Já os três quartos restantes estão cobertos com células convexas anodizadas na cor vermelha.
A fachada do edifício foi valorizada por uma iluminação tênue, porém dinâmica. Indireta, ela é refletida a partir do espelho d’água, por meio de três projetores de foco ultra fechados. Eles se projetam na pequena queda d’água, e a luz refletida na água em movimento se lança para o edifício. O resultado é uma mancha de luz quente e suave, flutuando sobre a fachada e permitindo a visualização das circulações internas com luz azulada. Na área central do arco invertido, o pé-direito se eleva até a cobertura, que recebeu luzes indiretas vindas de projetores e refletores ‘spiegel’, ressaltando os detalhes do espaço. A iluminação diferenciada está presente desde o corredor de entrada revestido com placas de pedra ônix translúcida. “Estas foram retro iluminadas, o que torna o espaço revestido e iluminado pelo próprio material; um efeito que lembra os tradicionais lustres de alabastro”, comenta Guinter. 
Ela foi iluminada com uma série de projetores com luz azul, instalados rente à parede, criando uma luz paralela que marca e amplifica as texturas e relevos desta parede de concreto
A estrutura de concreto protendido, inovadora para a época em que o hotel foi construído, define a forma curva externa do edifício também percebida no interior: os seis corredores são compostos por blocos curvos, e cada bloco abriga quatro apartamentos. Nos aposentos das extremidades, o desenho em arco da estrutura se reflete no piso e na parede que, unidos, formam um fundo infinito, permitindo literalmente ‘andar pelas paredes’. Nos seis andares, os 95 apartamentos – e corredores – são dotados de 129 janelas circulares, sem travessas, com abertura de 12 centímetros, vidros laminados de 12 milímetros e perfis de alumínio com pintura eletrostática e acabamento acetinado. Elas oferecem aos hóspedes uma vista emoldurada da cidade e acentuam a leveza da fachada. Nas suítes, banheiros e quartos são integrados por meio de uma janela com perfis de aço inoxidável escovado e abertura total do vão de 1,60 por 1,60 metros. Desenhada pelo arquiteto João Armentano, a esquadria foi projetada para recolher-se no teto, preservando o espaço útil do apartamento. Composta por dois painéis de 1,60 por 0,80 metros, ela tem o peso sustentado por contrapesos colocados nos montantes laterais, embutidos nas paredes. Para marcar os corredores dos apartamentos curvos e irregulares, sancas acompanham o perímetro das paredes, onde foram instaladas fluorescentes de cor azul. O lighting designer Guinter ressalta que a solução gera a percepção de um ambiente ‘misterioso’, onde se destacam as identificações dos apartamentos, dadas por pequenas sinalizações luminosas, executadas em vidro jateado.
O átrio vai do lobby à cobertura e nele estão situados os halls dos elevadores e, na face oposta, uma grande empena de concreto bruto. “Ela foi iluminada com uma série de projetores com luz azul, instalados rente à parede, criando uma luz paralela que marca e amplifica as texturas e relevos desta parede de concreto”, explica o lighting designer. Em um dos trechos próximo ao bar, o piso de vidro que cobre o átrio foi preenchido com água, formando um espelho d’água. Através dele é possível visualizar até o lobby, no térreo. Guinter conta que foram criadas para o espelho velas convexas em gel transparente que ondulam sobre a água. “O efeito é o de chamas flutuantes, observadas por quem está no restaurante e no lobby”, descreve.
Desde maio, duas das principais ruas de Heliópolis, a maior comunidade carente de São Paulo, passam por uma transformação. Todas as fachadas das habitações foram rebocadas e pintadas com cores vivas, que alegraram ainda mais a tradicional festa junina promovida todos os anos pelos moradores da região. As novas cores das fachadas das casas de Heliópolis não podem ser descritas como simples maquiagem dos problemas que envolvem a comunidade. 
Vibrantes, estão ali como símbolo da reivindicação por cidadania e inclusão social. Escolhidas pelos próprios moradores, foram trabalhadas numa composição criada pelo arquiteto Ruy Ohtake, que usou a fusão de tons para mostrar também a força da solidariedade entre os moradores. Com repercussão positiva na comunidade e na mídia, a aplicação do acabamento é o primeiro passo do trabalho de Identidade Cultural de Heliópolis. 
O envolvimento de Ruy Ohtake com Heliópolis foi uma daquelas coisas certas que resultam de linhas tortas. Literalmente. No final do ano passado, o arquiteto deu uma declaração a uma revista semanal e foi mal interpretado. "Publicaram uma fala minha dizendo que Heliópolis é o lugar mais feio de São Paulo", conta, ressalvando que não foi isso o que quis dizer. A frase infeliz foi a deixa, entretanto, para que os líderes comunitários se aproximassem do arquiteto. E eles não deixaram por menos. "Poderia nos ajudar a tornar Heliópolis mais bonita?", dispararam. A resposta foi positiva e, já na primeira visita, Ohtake conheceu várias áreas da favela, inclusive os pontos mais precários junto ao córrego Sacomã. Mas, acima de tudo, Ruy Ohtake ouviu a comunidade. 
Foi assim que surgiu o projeto Identidade Cultural de Heliópolis. Além do tratamento das fachadas, o projeto prevê a construção de uma biblioteca pública com mais de mil livros, um centro cultural com cinema e galeria de exposições, espaço para feira de produtos manufaturados pela comunidade, além de uma escola de arte.Esta última já está em funcionamento e atende cerca de 30 jovens. Ruy Ohtake concebeu e coordena os trabalhos de forma voluntária, com a colaboração da arquiteta Daniela Della Volpe. Os dois visitam Heliópolis toda semana para acompanhar as obras. 
Ohtake também buscou parcerias com empresas privadas e com profissionais conceituados para viabilizar a implantação do projeto. Os trabalhos estão em pleno andamento com o apoio da associação comunitária UNAS (União dos Núcleos e Associações de Moradores de Heliópolis e São João Clímaco), a mais influente da região, que trabalha sem interferência do poder público ou de partidos políticos. "Em Heliópolis faltam opções de cultura e lazer", avalia Ruy Ohtake, "por isso, percebi que minha colaboração só poderia ser pelo lado cultural e social - infraestrutura cabe à administração pública", pondera. 
Após as discussões iniciais, arquitetos e comunidade concluíram que Heliópolis precisava de mais elementos para criar uma identidade cultural além do tratamento das fachadas. Assim, foram previstos projetos de educação artística na forma de encontros e aulas, biblioteca, escola de computação e informática, cinema, galeria de exposições, centro cultural e uma feirinha. 
Para realizar essa empreitada, Ohtake propôs parcerias a empresas e profissionais que já o haviam acompanhado em outros trabalhos. Conseguiu apoio do Banco Panamericano e das empresas Basf-Suvinil, Matec Engenharia, Aquarela e ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) para o fornecimento de material, verba e mão-de-obra. Para orientar os trabalhos sociais, conquistou aliados ilustres do setor artístico e cultural de São Paulo. 
Já o Hotel Renaissance fica localizado a uma quadra da Avenida Paulista, este edifício tem uma expressão forte dentro do denso espaço da cidade de São Paulo. Com 500 apartamentos, distribuídos em 25 pavimentos, o hotel possui uma das mais valiosas coleções de arte. Painéis e esculturas enriquecem ainda mais o ambiente.
Os pequeninos lambaris reinam sozinhos nas águas do milionário e elíptico Aquário do Pantanal. A obra, que supera R$ 230 milhões e tem sucessivas dilatações de prazo para entrega, foi projetada para 260 espécies. 
Contudo, cinco anos após o começo da construção, os habitantes se resumem aos lambaris, predadores de larvas; um elefante na cenografia que representa a África; e uma boneca no aquário da Tailândia, que teve que ser escondida por caixas para não assustar a vigilância.
A passagem do tempo deixa marcas na gigante elipse projetada pelo renomado arquiteto Ruy Ohtake e localizada na avenida Afonso Pena, em Campo Grande. Na entrada, um acrílico trincado na fachada. 
Dentro do aquário, basta olhar para cima para o cenário se repetir. A cúpula também tem placa com avaria, provocada pelo choque de um drone. Somente em acrílico, que se espalha pelos tanques, o gasto era de US$ 5 milhões até 2014.
A visita da reportagem começa pelo saguão, onde uma lanchonete espera por clientes, os banheiros aguardam as divisórias e o auditório, com vista para um aquário com capacidade para 85 mil litros de água, funciona como depósito. Com problemas de alinhamento, parte do piso é substituída.
No caminho para os tanques, a escada tem pontos quebrados. Na área externa, as madeiras sem impermeabilização sofrem o efeito da exposição à chuva e sol. Vidros e ar-condicionados também esperam pela instalação. Na retomada da obram, também foi encontrado item vencido, como cimento. O material para reaproveitamento já foi separado.
O Brasília Shopping and Towers está inserido no contexto arquitetônico de Brasília. As duas torres e arco, que estão conectadas com os andares superiores. O empreendimento é composto por 19 pavimentos, duas torres e cada uma delas contam com 14 andares e 336 salas comercias e escritórios.
O Edifício Berrine é um empreendimento comercial, destinado a grandes empresas. Em sua faixada frontal é possível identificar a ousadia no uso das formas. Localizado na região da Marginal do Rio Pinheiros, o prédio conta com 17 andares de escritórios, com áreas privativas que variam de 667 a 730 metros quadrados.
O Edifício lagoa foi inspirado na lagoa Rodrigo de Freitas, seu desenho conversa com a beleza da cidade. A ondulação do terraço mais parece ondas do mar. Nesta sintonia que o arquiteto projetou arranjos criativos de terraço, a fim de prolongar salas e quartos, além de se destacar entre os demais prédios, pela ousadia e delicadeza de sua obra. 
O Edifício Santa Catarina é um projeto ousado e inovador. Inspirado na contemporaneidade da cidade de São Paulo, localizado no cartão postal da cidade, a Avenida Paulista, dono de um desenho singular o Edifício Santa Catarina tem 1.000 metros quadrados e laje de 18 pavimentos, é uma espécie de cúpula de vidro. Além da sua forma, os aros na cor vermelha completa o desenho que chama a atenção de quem passa pelos arredores.
A Embaixada do Brasil em Tóquio possui uma fachada curva e verticalizada, a Embaixada que representa o Brasil no Japão, ganha características únicas. O prédio tem cinco pavimentos, e está localizado em uma rua bem estreita, o que dá ao empreendimento uma característica ainda mais excitante, além das cores fortes que representa a cultura brasileira.
O Memorial da cidade Teresina foi construído para a valorização dos rios Poti e Parnaíba sendo foco principal deste projeto, que deverá modificar de maneira histórica a capital do Piauí. A concepção prevê a explanada do Rio Parnaíba, além da edificação de três prédios: O memorial da cidade, o Piauí Multimídia e a Estação ciência dentro de um espaço de 1500 metros quadrados.
O Centro Cultural de Palmital está localizado em uma praça ajardinada, o edifício possui quatro fachadas diferentes, três delas marcadas com arcos de entrada, e a quarta com brises coloridos, o que dá ao projeto uma característica de contemporaneidade. Ordenado segundo um módulo de dez metros, é composto por um auditório com capacidade para 120 pessoas, biblioteca, salão de exposições e salas administrativas.
O Central Park é um edifício comercial composto por sete pavimentos, seu diferencial está na sua aparência exuberante e imponente. Localizado na cidade de São Paulo, o edifício embeleza ainda mais a aparência de São Paulo.
O Edifício Diamond está localizado de frente com a Praça da República, o Edifício residencial conta com 25 apartamentos, um por andar. A temperatura alta, típica da região, em conjunto com a umidade do ar, inspirou o arquiteto em elaborar a abertura do terraço em duas faces, assim os moradores podem aproveitar ainda mais a paisagem local.
O Centro Cultural de Guarulhos teve como principal objetivo transformar uma antiga industria têxtil no Centro Municipal de Educação Adamastor. Com quase 8 mil metros quadrados de construção, o local conservou a imagem histórica da cidade de Guarulhos e conservou a chaminé de 50 metros de altura, que a visível distância se constitui a símbolo o conjunto. 
O Cerquilho é um centro cultural que foi projetado para levar cultura a população local e visitantes. O complexo contar com um significativo conjunto cultural é composto por teatro e bibliotecas. Sua proposta é apresentar algo inovador dentro do espaço urbano.
O arquiteto considera a arquitetura uma das manifestações humanas mais significativas, porque lida com uma série de itens importantes para a nossa cultura. A arquitetura é uma expressão de vida. Com esse conceito, o arquiteto Ruy Ohtake é um dos responsáveis pela construção da São Paulo contemporânea. Da grandiosidade do edifício do Instituto Tomie Ohtake, entre as avenidas Faria Lima e Pedroso de Moraes, no bairro de Pinheiros, ao condomínio residencial projetado para a comunidade carente da região do Heliópolis, Ohtake trava o desafio de projetar uma cidade que garanta a acessibilidade ao lazer, à cultura e à arte.
Definindo e refletindo sobre o seu trabalho. “Boa arquitetura se completa com boa construção, porque a obra é a consolidação do projeto no espaço urbano, deve ser presença significativa,com inovação, provocando surpresa, e, sobretudo, ser bonita”, ressalta. “E porque, como arte, deve ser uma expressão de contemporaneidade, que em consequência significa compromisso com o futuro.”
Nesse compromisso, o arquiteto valoriza especialmente o convívio nos espaços. “A obra materializa a relação da arquitetura com as pessoas que a frequentam ou a usam: o diálogo com os espaços internos, a adequação dos materiais e a clareza funcional. É assim nas praças, nos centros de convivência, nos espaços culturais, nos aquários, nas moradias e nos complexos residenciais. São as emoções e as razões pelas quais tenho me empenhado para que meus projetos sejam construídos.”
 Há quem veja nas curvas de Ohtake a referência ao desenho de Niemeyer. Uma influência que o arquiteto nascido em São Paulo, em 1938, e formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, em 1960, não nega. Ohtake relembra: “Quando eu estava ainda no início do curso, ia ao Rio para observar o escritório de Niemeyer. Eu nem me atrevia a perguntar se ele podia me atender. Mas ficava por ali na porta, na expectativa de conversar. Até o dia em que ele me viu, perguntou o que eu queria e me mandou entrar. Fiquei observando as pessoas desenharem e ele me convidou para jantar. Eu não me sentia em condições para manter um diálogo, mas eu fiquei o tempo todo ouvindo”.
O primeiro encontro de muitos outros, que foram desenhando os caminhos do arquiteto. Na avaliação de Rodrigo Queiroz, professor da FAU, a trajetória de Ohtake é um exemplo oportuno para a compreensão da continuidade de um suposto legado moderno pós-Brasília, representado por Oscar Niemeyer. Porém, ressalta: “É importante dizer que curva, para Niemeyer e Ohtake, assume configurações absolutamente distintas: o arquiteto carioca preserva um raciocínio gráfico que se transporta do desenho para a obra, como a espessura de um gesto transformada em membrana construída, enquanto Ohtake assimila a ‘liberdade plástica’ pelo viés da maleabilidade da forma”.
Para o professor Roberto Segre, a dinâmica multicultural e as dimensões da vida social estão presentes na obra do arquiteto. No artigo que abre o livro Ruy Ohtake – Arquitetura e Design: 4 décadas + 2008–2015, faz uma análise de todas as obras no percurso da arquitetura mundial e no contexto histórico do País. Tem, especialmente, um foco nas obras de conteúdo social, destacando a intervenção de Ohtake na comunidade paulista de Heliópolis, em 2004. “Ao ser procurado pelos seus representantes, o arquiteto elaborou um projeto de transformação estética da região formada por casas e ruas, baseado na pintura das fachadas, que da dura superfície de tijolos transformou-se em uma sintonia cromática desenvolvida com a participação ativa e voluntária dos moradores.”
Importante destacar que o projeto de reurbanização que Ohtake desenvolveu na comunidade colaborou para integrar Heliópolis em São Paulo como um novo bairro. O conjunto residencial, com prédios em formatos redondos e janelas coloridas, talvez tenha sido um dos maiores desafios de Ohtake. Integrou a arquitetura e a arte em um projeto de urbanização que incentiva a cidadania.
 O projeto do Aquário do Pantanal, em Campo Grande. “Projetamos uma forma alongada e curva, que poderá vir a ser uma referência na cidade, em implantação no bonito Parque das Nações Indígenas”, explica Ohtake. “Será um significativo centro cultural, com biblioteca dedicada à cultura pantaneira, auditório para 240 lugares e estação para consulta interativa, não só para esse aquário, mas com conexão com outros aquários do exterior.” Em destaque também o conjunto Aché Cultural–Instituto Tomie Ohtake, que se tornou o ponto de encontro dos paulistanos, com uma agenda que inclui teatro, exposições, restaurante e cursos.
Entre o final do século 20 e início do 21, surgiram as obras mais maduras e originais de Ohtake. As cores da torre do Hotel Renaissance, em 1992, o destacam no centro de São Paulo e a forma leve da catenária suspensa no ar identifica o Hotel Unique, em 2002, caracterizada pela imagem inédita que manifesta a alta tecnologia no sistema de janelas redondas na fachada de bronze verde. Paul Coldeberger, renomado crítico do New York Times, apontou essa obra entre as sete maravilhas do mundo em 2004.
Referências Bibliográficas
Polo mármores. Disponível em: http://blog.polomarmores.com.br/a-humanizacao-nas-obras-de-ruy-ohtake-conheca-os-principais-projetos-desse-arquiteto/. Acesso em 02 de Nov. 2016.
Revista Pini. Disponível em: http://www.au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/126/habitacao-23194-1.aspx. Acesso em 03 Nov. 2016.
Arco. Disponível em: https://arcoweb.com.br/projetodesign/especiais/ruy-ohtake-hotel-unique-01-10-2002. Acesso em 02 Nov. 2016.

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